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"Amor Sombrio" - Saga "Love, Death & Eternity"

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Mensagem por JuhSalvatore Seg maio 14, 2012 2:14 pm

Jessieee! perfeito o capítulo!
como ela conseguiu dar as costas pro Drake? eu entendo ela, entendo o seu medo e tudo o mais, mas sei lá... eu não teria essa força de vontade nem em um milhão de anos.
e quase morri de pena do coitadinho, sério mesmo! *-* tão lindo, tõ frágil... e vampiro, ainda por cima...
perfeição.

quando tem mais, Jess?
aguardarei ansiosamente.
beijoos querida.
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Mensagem por Jess Silver Seg maio 14, 2012 3:41 pm

JuhSalvatore escreveu:Jessieee! perfeito o capítulo!
como ela conseguiu dar as costas pro Drake? eu entendo ela, entendo o seu medo e tudo o mais, mas sei lá... eu não teria essa força de vontade nem em um milhão de anos.
e quase morri de pena do coitadinho, sério mesmo! *-* tão lindo, tõ frágil... e vampiro, ainda por cima...
perfeição.

quando tem mais, Jess?
aguardarei ansiosamente.
beijoos querida.


Juhzinhaaaa, que maravilha qe veio ler e que gostou amor!!
eu tambem achei crueldade a Cassidy pro Drake, mas ela tava realmente em panico, e acho que quando nós estamos em panico mesmo nós nem pensamos no mal que provocamos nos outros, ou se os fazemos sofrer ou nao (falando por experiencia propria, lalalla Rolling Eyes) mas siim, eu senti muita pena do meu coitadinho tambem, ele nao merecia aquilo, até porque naquele momento ele estava mais vulnerável que nunca!!
mas concordo, ele agora está a perfeição em pessoa, e ainda vai melhorar rsrrsrsrs
tem mais esta noite, nao se preocupe, que já vai poder matar a curiosidade sobre o que vai acontecer com eles agora
vou juntar sua pontuação no jogo Wink
beijooo, amucê!!
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Mensagem por Jess Silver Dom maio 20, 2012 4:06 pm

Meninaas, isso por aqui anda muito paradinho, mas quando quiserem mais um capitulo me digam e eu posto!
beijinhoo
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Mensagem por Convidad Seg maio 21, 2012 7:40 am

Eu quero Jess!
Posta mais pra gente! =D

Convidad
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"Amor Sombrio" - Saga "Love, Death & Eternity" - Página 4 Empty Re: "Amor Sombrio" - Saga "Love, Death & Eternity"

Mensagem por Jess Silver Seg maio 21, 2012 3:04 pm

Pri escreveu:Eu quero Jess!
Posta mais pra gente! =D


ahhhh amr, brigada mesmo viu, eu posto daqui a pouco sim
obrigadaaa beijinhos!!
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Mensagem por Jess Silver Seg maio 21, 2012 3:26 pm

Capítulo 4 - 1ª Parte


Cassidy




Quando, na manhã seguinte, cheguei à escola, mal conseguia conter as lágrimas. Não queria ter saído da cama. Abrir os olhos e lembrar-me do que acontecera na noite anterior fizera-me sentir que fora tão cobarde e tão hipócrita com Drake que nem conseguia ver-me ao espelho.
Sim, ele era um vampiro, mas continuava a ser o meu irmão.
Para o sim para o não, decidi deixar um bilhete no parapeito da janela do meu quarto. Uma simples folha de papel, dobrada ao meio, na qual dizia "Se leres isto, por favor, vem ter comigo logo à noite. Vou estar à tua espera." E esperava que ele o lesse e viesse. Era tudo o que podia pedir.
Podia ter contado a Denise, Mary e Alec. Sentia que se não falasse com alguém sobre aquilo ia explodir. E ao mesmo tempo, tinha a sensação dentro do meu peito de que devia ficar calada. Ninguém acreditaria em mim se dissesse que Drake tinha voltado como vampiro. Iam todos achar que estava maluca.
Aquilo teria sido mesmo verdade? Ele tinha mesmo regressado? Até o ver novamente não teria a certeza. Podia ter sido um pesadelo de Halloween. A esta hora ele ainda podia estar realmente morto. Ou então não…
Aguentei o dia todo sem dizer nada aos meus amigos. Tentei concentrar-me nas conversas deles, acompanhar Denise e Mary na tagarelice pegada delas, e não pensar mais em Drake. Causava-me arrepios pensar que nesta altura ele estaria escondido em algum lugar para se proteger do sol.
Pois. Agora ele só podia andar de noite.
- Cassie? Ouviste o que te perguntei? - Indagou Denise, já quase a perder a paciência.
- Hum? Não, desculpa… - Respondi, levando mais uma colher de sopa à boca.
Estávamos na hora de almoço. Denise, Mary, Alec, Heath e mais uns quantos colegas nossos encontravam-se sentados todos à mesma mesa que eu, e falavam sobre tudo e mais alguma coisa. Eu nem conseguia manter os olhos fixos em alguém durante mais que dois segundos, quanto mais manter uma conversa decente.
- Estava a perguntar se tinhas estudado para o teste de Geografia. É amanhã. - Perguntou Denise, de sobrolho franzido.
- Não. Não estudei nada. - Respondi, continuando a comer de olhar baixo.
Denise e Mary trocaram um olhar demorado e cheio de significados e depois voltaram-se para mim, com o ar mais maternal e preocupado do mundo.
- Ouve, não te podes desleixar nos estudos. Esta última semana foi difícil para todos! Mas não podemos desistir. - Disse Denise, numa voz meiga.
- Eu sei. Mas não consigo concentrar-me nos estudos. - Murmurei, sem a olhar fixamente, e a lutar contra a vontade que tinha de gritar que nunca mais ia ser como dantes.
- Se quiseres posso ir dormir a tua casa hoje e ajudo-te a estudar o que precisares. - Sugeriu Mary, com um sorriso bondoso.
- Obrigada mas não é preciso. Não vai adiantar nada. - Encolhi os ombros. - Além de que quero estar sozinha.
O novo olhar que trocaram entre si era ainda mais pesaroso que o anterior. Eu raramente recusava a companhia de uma delas, e nos últimos dias essa atitude já se tinha repetido demasiadas vezes para o que a paciência de ambas podia suportar.
Acabei de comer, levantei-me e peguei no meu tabuleiro, levando-o para o carrinho onde deixávamos sempre os tabuleiros depois das refeições. Depois peguei na mochila e dirigi-me ao exterior.
Foi um erro: Kevin estava a curtir com Bianca, sentados num banco do pátio. Desviei logo o olhar, sem querer pensar no que aquilo me fazia sentir. Era mau ainda pensar naquilo com tudo o que estava a acontecer.
Onde estaria Drake àquela hora? Se ao menos eu pudesse contar a Denise e Mary o que tinha descoberto, elas poderiam ajudar-me a lidar com isto. Mas já sabia qual seria a resposta delas se lhes dissesse que Drake virara vampiro.
"Cassie, não digas uma coisa dessas! É demasiado mau desejar isso a alguém! O Drake… morreu, só isso. Lamento muito." Era o que diriam, de certeza absoluta.
Suspirei e fechei os olhos por uns momentos, apreciando a brisa gelada que substituía a chuva nesse dia.
Drake estava morto, de uma maneira ou de outra. Com ou sem sede de sangue.


Nesse fim de tarde, enquanto seguia na camioneta até casa, sentia o nervosismo a crescer dentro de mim. Tinha de arranjar maneira de me encontrar com ele. Mas como poderia chamá-lo? E quem me garantia que, ao estar novamente ao pé dele e dos seus olhos chocantes, não voltaria a ficar histérica e aterrorizada? Quem me garantia que não tornaria a fugir dele?
A noite estava a cair mais cedo nesse dia. O crepúsculo já durava há cerca de vinte minutos, mas como o céu tinha estado enublado durante todo o dia, já parecia que era o início da noite propriamente dita. Nada muito animador, na verdade.
Antes de chegar a casa, porém, a camioneta teve de parar porque havia uma multidão enorme a ocupar a estrada, e pareciam estar em redor de alguma coisa. O condutor da camioneta estacionou e saiu para ver o que tinha acontecido. Apenas eu e outro homem seguíamos lá, por isso saímos também.
O público assustado e descontrolado encontrava-se em redor de um carro que parecia ter participado num violento choque frontal com outra viatura, mas não se avistava qualquer sinal do outro carro. Apenas a mossa enorme que deformava a parte da frente e lateral esquerda do carro. Este estava meio torto e saía um fumo negro e agoirento do escape e do teto do automóvel. Engoli em seco e, sabendo que não ia gostar nada do que ia ver, furei a multidão de pessoas que se encontravam em redor dos destroços e aproximei-me da viatura.
- Menina Portman, afasta-se daí! Não é algo que queira ver! - Aconselhavam as pessoas, numa voz preocupada pela minha reação.
Mas eu já esperava mais ou menos aquilo que ia encontrar.
A porta do lado do condutor tinha sido brutalmente amolgada e quase arrancada pelas dobradiças. O vidro estava partido, e com a cabeça caía para o volante encontrava-se o condutor. Morto e…
«Oh não…» o grito ecoou dentro da minha cabeça antes de o meu corpo paralisar de choque «isto não…»
Havia um corte profundo no pescoço, ombro e nuca do homem, que sangrava ainda com bastante intensidade. Os olhos do sujeito estavam vidrados e esbranquiçados, havia sangue e vidros por todo o lado. Comecei a sentir as mãos a tremer quando estiquei a ponta dos dedos, muito lentamente, e toquei no pescoço do homem. Estremeci quando o sangue me sujou os dedos e tateei a carne rasgada e massacrada apenas durante uns segundos até encontrar aquilo que pretendia: duas pequenas marcas, dois furos na pele do pescoço, que no meio do rasgão maior e da quantidade de sangue que o cobria, não chamariam a atenção a ninguém. Senti o horror a consumir-me e uma enorme vontade de vomitar e de gritar.
- Menina Portman, afaste-se do cadáver! Isso é trabalho para a polícia! - Chamou um dos observadores.
Fiz o que ele pedia, porque já não conseguia encarar mais aquela cena horrorosa. Concentrei-me em respirar fundo para controlar as náuseas e a vontade de gritar.
Tinha sido Drake. Nada do que me dissessem para desmentir essa ideia surtiria efeito. Eu descobrira as marcas no pescoço do homem morto. Quem mais, além de Drake, teria dentes próprios para fazer aquele tipo de ferimento?
Mas a ideia do meu melhor amigo a matar alguém… até agora eu limitara-me a encarar uma ideia abstrata de como seria. Agora já tinha provas, já sabia do que ele era capaz.
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Mensagem por JuhSalvatore Ter maio 22, 2012 4:13 pm

Jess, olha quem tá aqui...
enfim, nossa, que tenso esse cap. mas eu amei, sério.
pobre Cassie, ela ta confusa!
mas eu acho - eu juro que acho - que não foi o Drake que fez isso... ou será que foi?

enfim amr, perfeito como sempre.
quando tem mais?

Beijoos, amucê
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Mensagem por Jess Silver Ter maio 22, 2012 5:07 pm

JuhSalvatore escreveu:Jess, olha quem tá aqui...
enfim, nossa, que tenso esse cap. mas eu amei, sério.
pobre Cassie, ela ta confusa!
mas eu acho - eu juro que acho - que não foi o Drake que fez isso... ou será que foi?

enfim amr, perfeito como sempre.
quando tem mais?

Beijoos, amucê


Juhzinhaaaa, brigada por ter vindo ler flor, fiquei mesmo feliz!!
eu nao posso revelar se foi o Drake ou nao kkkkk, mas logo logo nós vamos ver isso!
eu posto mais amanha!!
beijinhooo
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Mensagem por JuhSalvatore Ter maio 22, 2012 6:28 pm

Jess Silver escreveu:
JuhSalvatore escreveu:Jess, olha quem tá aqui...
enfim, nossa, que tenso esse cap. mas eu amei, sério.
pobre Cassie, ela ta confusa!
mas eu acho - eu juro que acho - que não foi o Drake que fez isso... ou será que foi?

enfim amr, perfeito como sempre.
quando tem mais?

Beijoos, amucê


Juhzinhaaaa, brigada por ter vindo ler flor, fiquei mesmo feliz!!
eu nao posso revelar se foi o Drake ou nao kkkkk, mas logo logo nós vamos ver isso!
eu posto mais amanha!!
beijinhooo
imagina amr, eu que agradeço por ter postado!
ahh, é triste ficar na curiosidade... mas acho que eu sobrevivo. kk'
ah, que bom. aguardo até amanhã então.
beijoos
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Mensagem por Jess Silver Qua maio 23, 2012 4:44 pm

Capítulo 4 - 2ª Parte


Cassidy





Estava em estado de choque; tinha mais ou menos noção disso. O condutor da camioneta teve praticamente de me arrastar de volta ao assento e levar-me até casa porque eu nem conseguia aguentar-me nas pernas. Tremia por todos os lados.
Drake era um monstro. Quem conseguiria ser tão maldoso ao ponto de matar um inocente como ele tinha feito?! Arrepiava-me a ideia de ter de me aproximar dele ainda com a imagem do acidente na minha cabeça. Nem sabia se conseguiria fazê-lo.
Quando a camioneta parou em frente ao alpendre de madeira da minha casa, saltei para fora do autocarro e corri até lá. A minha mãe já estava em casa quando entrei.
- Cassie? És tu?
- Sou, mãe. - Respondi, enquanto fechava a porta.
- O que aconteceu? Por que é que demoraste?
- Houve um acidente horrível na estrada… tivemos de parar para ver o que tinha acontecido. Mas estou bem.
- Um acidente?! - Os olhos da minha mãe arregalaram-se de espanto. - Que espécie de acidente?
«Não foi acidente nenhum.» Era o que me apetecia dizer «o Drake matou um homem inocente e praticamente destruiu-lhe o carro para forjar as provas.»
Mas claro que não podia dizer aquilo, senão a minha mãe ia começar a gritar que eu estava maluca e que só dizia parvoíces.
- Um acidente de viação. O condutor morreu. - Murmurei, despindo o casaco e pendurando-o no bengaleiro.
- Oh meu Deus… que desastre… identificaram quem era? - Disse ela, levando as mãos à boca com o choque.
- Não. Mãe, estou mesmo muito cansada, preciso de ir para o meu quarto.
- Claro, claro…
- O pai ainda demora muito? - Inquiri, já a dirigir-me para as escadas.
- Não, deve estar quase a chegar. Vou servir o jantar, está bem?
- Não quero comer. Não insistas, não tenho fome nenhuma e ia vomitar tudo depois do que vi. - Respondi logo, sem lhe dar tempo para insistir.
- Pronto… está bem. Se precisares de alguma coisa chama-me.
- OK. Boa-noite. - Despedi-me.
Depois subi as escadas até ao meu quarto. Um estranho pressentimento formava-se dentro da minha mente e no meu coração: não ia gostar do que ia encontrar quando chegasse ao quarto. Não conseguia ignorar o presságio de que algo de mal ia acontecer, como se já não fosse suficiente o acidente horroroso na estrada. Este dia e esta noite estavam destinados a levar-me ao extremo dos nervos.
Entrei. O quarto estava mergulhado, como de costume, na escuridão cerrada. Fechei a porta e contive a respiração enquanto acendia a luz do candeeiro de teto. E depois olhei para a janela, preparando-me já para o pior.
Nada.
Franzi o sobrolho enquanto me aproximava dela. Onde estava Drake? Se ele não me esperava, o que estaria a causar aquela sensação horrível no meu peito que me alertava que o terror ainda mal tinha começado?
Abri a janela de par em par. O papel que eu lá tinha deixado de manhã não estava ali. Comecei por pensar que a minha mãe podia tê-lo apanhado e lido, mas se isso tivesse acontecido ela ter-me-ia certamente perguntado por que o escrevera e para quem. Não, de certeza que não fora ela a apanhá-lo. Então só podia ter sido Drake.
Estiquei-me para fora e observei a paisagem com a maior das atenções.
- Drake? - Chamei, hesitantemente, e o medo dava um som infantil e receoso à minha voz.
Não obtive resposta. Esperei mais de dez minutos, com os sentidos apurados ao máximo, a tentar localizá-lo ou receber alguma pista dele. Comecei a entrar em stress. Por que me fazia sofrer tanto? Não percebera a mensagem no bilhete? Não entendera logo que eu estava disposta a ouvi-lo e a falar com ele? Então por que estaria a brincar assim comigo?
- Drake! - Chamei uma última vez.
Depois conformei-me: ele não viria. De certeza que estava muito longe dali a banquetear-se com o sangue de mais algum inocente que tivesse apanhado pelo caminho. Arrepiei-me com esta ideia e recuei para fechar a janela. Ainda nem tinha rodado o trinco quando vi uma sombra a mexer-se na escuridão.
Foi o suficiente para levar o meu coração a disparar como um canhão. Abri logo a janela e debrucei-me para fora, observando com atenção a zona onde vira a sombra a mexer-se.
E então ele veio.
Surgido das sombras das árvores lá ao fundo, o vulto aproximava-se lenta e sinuosamente da minha casa. Vinha num passo determinado, ousado e tão felino que me fez pensar que ele tinha mesmo uma postura de caçador. Não era nada parecido com o andar do meu Drake de antigamente.
- Drake? - Chamei, cada vez mais hesitante.
Talvez devesse fechar de novo a janela e recuar para longe daquele monstro que entrara no corpo do meu melhor amigo. Mas era por gostar tanto da sua personalidade de antigamente que agora não conseguia virar-lhe costas. Engoli em seco, deixei tudo aquilo em que acreditava e achava certo ou errado para trás de mim, e mantive o olhar fixo no seu.
Drake avançou até ficar parado, de braços cruzados, logo por baixo da janela do meu quarto. O ar da noite estava tão gelado que me custava a respirar, mas isso não me fez mudar de ideias.
- Obrigada por teres vindo. - Murmurei, baixinho, mas sabia que ele me tinha ouvido.
Drake não se mexeu nem um milímetro. Não parecia muito disposto a aceitar as minhas desculpas nem as minhas palavras. Mas não podia sujeitar-me a que ele desaparecesse de novo. Eu precisava dele, precisava de ouvir o que tinha para me dizer. Lancei um olhar nervoso na direção da porta do quarto e tomei a decisão que mudou a minha vida para sempre.
- Espera aí, vou descer. - Sussurrei lá para baixo.
Fechei bem a janela, trancando-a e correndo os cortinados, e depois fui buscar o meu casaco de flanela. Vesti-o e apaguei a luz do quarto. Desci as escadas a correr até à cozinha. Os meus pais já lá estavam. Beijei o meu pai na testa e voltei-me na direção da porta de saída.
- Onde vais a esta hora? - Inquiriu a minha mãe, desconfiada.
- Ter com a Denise. Acho que vou ficar com ela esta noite.
Os meus pais ficaram surpreendidos; não era razão para menos. Há semana e meia que eu não ia dormir a casa de ninguém, que mal me dava com as outras pessoas. Devem ter pensado que eu estava a melhorar um pouco, e isso deixou-os mais descansados.
- Claro. Até amanhã. - Despediu-se o meu pai.
- Fiquem bem. Gosto muito de vocês. - Declarei.
Depois corri para fora de casa, sem dar tempo ao meu instinto de proteção de me obrigar a permanecer no conforto e segurança do meu lar. Fechei a porta da minha casa e da minha segurança e avancei cheia de medo para a escuridão que envolvia o jardim.
Ele estava lá à minha espera, tal como eu previra. Deitei uma última olhadela na direção de casa. Subitamente já não queria ir com Drake. Teria preferido ficar em segurança. Mas não podia, agora era tarde demais.
Podia não sobreviver a essa noite, tal como o condutor daquele carro não tinha. Mas ainda assim ergui a cabeça e avancei mais depressa na direção do vampiro que me esperava em silêncio.
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Mensagem por JuhSalvatore Sex maio 25, 2012 9:54 pm

ahhh, ti lindooo!
sério, ainda bem que ela deu uma chance pra ele, que não desistiu... eu torço por esses dois, para que tudo fique bem. tenho a leve impressão de que eles podem ser muito felizes junto... e quem não seria feliz com um vampiro lindão ao seu lado, mesmo que como amigo? kk'
sério Jess, perfeito como sempre.
amei.

beijoos.
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Mensagem por Jess Silver Sáb maio 26, 2012 6:48 pm

JuhSalvatore escreveu:ahhh, ti lindooo!
sério, ainda bem que ela deu uma chance pra ele, que não desistiu... eu torço por esses dois, para que tudo fique bem. tenho a leve impressão de que eles podem ser muito felizes junto... e quem não seria feliz com um vampiro lindão ao seu lado, mesmo que como amigo? kk'
sério Jess, perfeito como sempre.
amei.

beijoos.


aii minha Juh, brigada por ter vindo ler e comentar de novo, e por continuar acompanhando essa minha história!
seu apoio é fundamental mesmo
e sim, esses dois são mesmo fofos juntos, mas vamos ver se eles acabam juntos ou não
ainda há muitas pontas soltas nessa história né??
amanhã eu posto o novo capitulo
brigada mais uma vez!! beijinhoooos'
Jess Silver
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Mensagem por JuhSalvatore Seg maio 28, 2012 7:11 pm

Jess Silver escreveu:
JuhSalvatore escreveu:ahhh, ti lindooo!
sério, ainda bem que ela deu uma chance pra ele, que não desistiu... eu torço por esses dois, para que tudo fique bem. tenho a leve impressão de que eles podem ser muito felizes junto... e quem não seria feliz com um vampiro lindão ao seu lado, mesmo que como amigo? kk'
sério Jess, perfeito como sempre.
amei.

beijoos.


aii minha Juh, brigada por ter vindo ler e comentar de novo, e por continuar acompanhando essa minha história!
seu apoio é fundamental mesmo
e sim, esses dois são mesmo fofos juntos, mas vamos ver se eles acabam juntos ou não
ainda há muitas pontas soltas nessa história né??
amanhã eu posto o novo capitulo
brigada mais uma vez!! beijinhoooos'

magina Jess, eu que agradeço por vc postar esse livro lindo.
jamais seria capaz de deixar de ler.
e bota ponta solta nisso. kk'

espero por mais.
beijoos.
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Mensagem por Jess Silver Sáb Jun 02, 2012 3:27 pm



Meninaaas, peço desculpa pela longa ausência, mas esta noite já tem o novo capítulo de "Amor Sombrio"!!

espero que venham ler
beijinhooos
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Mensagem por Jess Silver Sáb Jun 02, 2012 5:52 pm

Capítulo 4 - 3ª Parte


Cassidy





E tal como na noite anterior, Drake deu meia-volta quando me apanhou próxima o suficiente e avançou na direção do descampado e do bosque mais longe de casa do que eu preferia ficar. Avancei atrás dele em silêncio. Tinha de ser forte o suficiente para o seguir, não podia deixar que o medo me paralisasse nem me fizesse perder a cabeça como ontem.
Ontem? Teria sido mesmo ontem? Estava tudo a acontecer tão depressa na minha vida… e eu não pedira nada disto.
Ultrapassámos a sebe de arbusto que limitava o jardim da minha casa e atravessámos o descampado sem dizermos nada um ao outro. Era estranho olhar para aquele novo Drake e não falar com ele. Nem que fosse para gritar ou para fugir dele. O silêncio queimava em mim.
A dividir a distância entre a minha casa e a de Drake havia um pequeno aglomerado de árvores: pinheiros, abetos, epíceas, entre outras cujo nome nem me lembrava. À luz daquela lua meio escondida pelas nuvens grossas, tudo ganhava um tom mais assustador e fantasmagórico. Drake levou-me até lá e só parou quando já estávamos a uma distância segura da minha casa e da sua para ele me conseguir apanhar se eu decidisse desatar a correr, e também para podermos falar à vontade sem medo que nos ouvissem. Virou-se de frente para mim e vi-lhe os olhos vermelhos e assustadores. Isso fez a minha pulsação disparar e recuei para ficar a mais ou menos um metro dele.
- Agora podes falar o que quiseres. - Atirou ele, numa voz tão sussurrante de raiva que me fez arrepiar.
Engoli em seco, enquanto escolhia as palavras certas, e depois concentrei-me em não entrar em pânico.
- Como foste capaz de fazer aquilo?! - Gaguejei, sem conseguir falar mais alto que simples sussurros.
Drake revirou os olhos com sarcasmo e enfiou as mãos nas algibeiras dos jeans desbotados que trazia vestidos.
- Ao que te estás a referir? A ter morrido? É que não morri de propósito, se é nisso que estás a pensar. - Reclamou, de olhos semicerrados.
- Não é disso que estou a falar! Mas tu mataste aquele homem! Eu vi o carro e o cadáver na estrada! Como foste capaz?! - Atirei, sem me conseguir conter mais.
- Tinha sede! OK?! Tinha fome e tinha de caçar! Ele apenas estava no local errado à hora errada! - Vociferou, com a voz a reverberar de fúria.
- Mas não pode ser assim! Não pode! - Guinchei, horrorizada com as suas palavras.
Drake avançou dois passos na minha direção, e vi-lhe o rosto contorcido numa máscara de cólera.
- Eu sou um assassino, para o caso de ainda não teres percebido! E não serão as tuas acusações a mudar a minha maneira de ser!
- Tu nunca foste um assassino, não será agora que te tornarás num! - Rugi, e sentia-me prestes a ceder à pressão.
Tudo o que tinha contido dentro de mim desde que ele fora embora, toda a angústia e tristeza e desespero, toda a vontade de morrer e de chorar, estava tudo a libertar-se agora. Os meus olhos encheram-se de lágrimas e os meus joelhos já mal suportavam o peso do meu corpo.
- Eu mudei. Morri e voltei. Não esperes que seja como era dantes. - Sussurrou, entre dentes.
- Mas podes ser… Drake, eu ajudo-te! - Insisti, com as lágrimas a descer-me pela cara.
Tivera tantas saudades dele, tanta vontade de o abraçar de novo, mas agora tudo parecia tão diferente… ele tinha mudado demasiado para o que eu conseguia suportar.
- Não. Não podes. - E afastou-se subitamente.
- O quê?! - Gaguejei, confusa.
- Desperdiças-te a oportunidade de me ajudar! Destruis-te o que ainda me restava de humanidade! - Vociferou, novamente com a fúria a transbordar na sua voz.
- Não fiz isso! Do que estás a falar?!
- Ontem podias ter ficado comigo! Podias ter-me aceitado de volta, ajudado e compreendido! Podias ter cumprido com todas as promessas que fizeste ao longo dos anos em como estarias ao meu lado para o bem e para o mal! Mas não, preferiste fugir de mim como se eu fosse capaz de te matar! - Rugiu, enfurecido.
Limpei as lágrimas mas elas foram logo repostas. Meu Deus… ele tinha razão. Tinha razão em tudo o que estava a dizer. Eu era tão hipócrita e tão egoísta… preocupara-me mais com a minha segurança e com o meu medo do que em ajudar o meu irmão.
- Eu tive… tanto medo… ainda tenho. - Balbuciei, e comecei a soluçar.
- Então o que fazes aqui?! Por que é que me chamaste, se na verdade queres ver-me o mais longe possível de ti?! - Bradou, com os olhos a cintilar de mágoa.
- Eu não te quero longe de mim! - Gritei, sentindo que não tinha mais forças dentro de mim.
Estava exausta, não conseguia lidar com algo daquele género e intensidade neste momento. Caí de joelhos no chão e desatei num pranto real.
- Obrigaste-me a deixar-te ir embora… fugiste de mim… como pudeste pensar que te mataria, que te magoaria? És a pessoa em quem mais confio, em quem sempre confiei, e foste quem mais me magoou! Tu mataste-me também, Cassidy! - Vociferou Drake, virando-me as costas.
Escondi o rosto entre as mãos e tentei conter os soluços horrorizados que teimavam em não abrandar.
- Eu não conseguia lidar com o que estava a acontecer… Drake, tenta entender, eu entrei em choque. Mas mais tarde chamei-te e não voltaste!
- NÃO CONSEGUI VOLTAR! - Gritou, colérico. - Não conseguia olhar para ti e ver o teu olhar aterrorizado! Olhaste para mim sem uma única pontada de amor ou amizade! Só querias ver-te livre de mim, matar-me se fosse preciso! Como querias que voltasse para ti?!
Ele tinha razão, mais uma vez. Engoli em seco e baixei o olhar para o chão.
- Perdoa-me…
- Mataste o que restava de humano em mim. Tu eras o vínculo que me ligava ao que era correto e acertado. Quando fugiste de mim daquela maneira… Cass, deixou de haver alguém por quem lutar, algo por que me esforçar para manter a parte humana de mim. Tornaste-me num monstro!
Levantei o olhar para ele e senti o desespero a fazer o meu coração acelerar mais e mais.
- Desculpa! Desculpa! - Balbuciei, sem saber o que mais podia dizer para o convencer.
O olhar que Drake me lançou fez-me estremecer e um frio estranho que nada tinha a ver com o ambiente consumiu-me sem dó nem piedade.
- É tarde demais.
- Não… não é nada! Ainda podes contar comigo! Drake, estarei sempre ao teu lado, tal como te prometi!
- É tarde para voltar atrás. Quebraste a tua promessa quando mais precisava que ficasses comigo! Agora já matei. Já matei, já bebi sangue humano, já me entreguei de corpo e mente à nova vida que levo. Deixou de haver humanidade pela qual consigas lutar.
Mas eu recusava-me a aceitar aquilo. Não ia desistir dele outra vez. Mesmo que tivesse errado, e que o meu erro o tivesse mudado pura e drasticamente, eu não ia desistir. Usei as poucas forças que ainda me restavam para me levantar e, cambaleante, avancei até ele. Acabei por tropeçar e cair de novo ao chão. Gemi de dor e deixei-me ficar de rosto virado para a erva seca e terra batida debaixo de mim. As lágrimas corriam-me pela cara. Abracei o meu corpo e tentei aguentar. Não queria tentar levantar-me de novo, podia ali ficar o tempo todo. Já nada importava.
Sei que fiquei caída aos seus pés durante muito tempo, a chorar e a soluçar baixinho, e que ele não se mexeu nem um milímetro para me ajudar. Isso fez-me pensar que ele se tinha realmente tornado num monstro, e que a culpa era toda minha.
Tudo o que desejava naquele momento era poder voltar atrás, para que na noite de ontem o tivesse ajudado e recebido e apoiado, e confortado quando ele precisara de mim.
Mas quando eu já julgava que não havia remédio possível, que tinha perdido Drake de uma vez por todas e para sempre, ele contrariou as minhas expectativas. Curvou-se e ajoelhou-se ao meu lado e, com uma delicadeza que em nada condizia com a sua voz e os seus olhos sinistros, rodeou o meu corpo com os seus braços e abraçou-me no seu colo, deitando-me a cabeça no seu ombro.
- Desculpa… - Sussurrei junto ao seu ouvido.
Sentia o coração prestes a explodir de dor e de ansiedade. Estava nos braços da morte e talvez merecesse morrer, mas não o queria fazer. Não sem provar a Drake que podia confiar em mim, que ainda o amava tanto como antes.
- Não chores… sabes que sempre odiei ver-te chorar. - Sussurrou, abraçando-me com mais força.
Virei-me para o peito dele, rodeei-lhe o pescoço com os braços e continuei a chorar sem parar.
- Oh Drake… pensei mesmo que tivesses morrido… procurei-te durante tanto tempo e nunca voltaste… toda a gente pensa que estás morto!
- Mas eu estou morto.
- Não digas isso… estás aqui comigo, estás vivo, és real… se soubesses o quanto desejei poder fazer isto durante a última semana inteira! - Gaguejei, enquanto os soluços me deixavam quase sem fôlego.
Drake deitou-me para trás no solo húmido e sorriu-me com uma certa provocação, um sorriso que não tinha muito de doce nem de amoroso como os que dantes ele me dedicava.
- Continuas a achar que serei o teu melhor amigo, não é?
- Não vais deixar de o ser.
- Já deixei. - Depois debruçou-se para cima de mim e aproximou os lábios do meu ouvido, fazendo-me estremecer sem que o tivesse desejado. - Posso matar-te a qualquer momento.
Engoli em seco e agarrei o seu rosto entre as minhas mãos, fixando os olhos nos seus, que eram tão vermelhos como o sangue fresco, e muito mais assustadores.
- Não me vais matar. Se sentisse que me poderias matar, já teria fugido de ti. Drake, por favor, para de te considerar um monstro. Vou ficar ao teu lado e vou ajudar-te a suportar isto de seres vampiro. Deixa-me fazer isso.
Sorriu mais abertamente, mostrando os dentes brancos como a neve e os dois caninos a alongarem-se e a tornarem-se mais pontiagudos e ameaçadores. Fizeram-me ficar com pele de galinha e com os olhos arregalados. Oh não…
- Achas que não te posso matar? Então ficas a saber que neste momento estou cheio de sede, e que tu estás tão vulnerável e próxima de mim... que sou capaz de escutar cada batida do teu coração, cheirar o teu sangue delicioso a correr-te nas veias, sentir o desespero que emana de ti e que ainda me faz sentir mais sedento. Deixei de ser alguém em quem possas confiar, minha doce Cassie.
Senti o coração a martelar-me mais depressa no peito enquanto Drake se deitava em cima de mim e aproximava a boca do meu pescoço, tão lentamente como se me quisesse fazer sofrer ainda mais.
Podia ter-me rendido. Podia ter esticado a cabeça para o lado e dado permissão para que ele me bebesse o sangue todo e me matasse. Mas não o ia fazer. Precisava de me manter viva para lhe trazer a humanidade que lhe roubara.
- Para com isso. - Ordenei, numa voz que felizmente soou mais determinada do que eu me sentia.
Drake sorriu e afastou-se um pouco. Voltei a olhar fixamente nos seus olhos.
- Não me vais matar, não vou deixar. E vou ajudar-te, mesmo que não o queiras. Recuso-me a desistir de ti. Sim, podes dizer que te matei mais um pouco, o fim do que havia para matar, mas não vou desistir. Vou ajudar-te a recuperar.
- Não posso recuperar. Sou imortal. Ou melhor… não posso ressuscitar. Acho que nem há adjetivo que signifique isso…
- Não importa! - Ralhei, levantando-me e escapando-me à prisão que o seu corpo fazia sobre o meu.
- Importa sim! És tão teimosa! - Reclamou, enquanto se punha de pé.
Levantei-me também e pousei ambas as mãos sobre a zona do seu coração. Assustei-me pelo fato de não sentir as batidas do coração dele. Dantes eu adorava o fato de sentir quando o coração dele batia mais depressa ou mais devagar. Agora simplesmente… já não havia nem sequer um leve pulsar.
- Já não tenho coração nenhum a bater, Cassie. Morri. - Sussurrou, numa voz inundada de dor.
Fechei os olhos por uns segundos, respirando fundo. Estava na hora de tomar a minha decisão. Deixar ou não que ele voltasse à minha vida. Não era uma decisão fácil, era o limite entre correr o risco de morrer ou o de viver sem uma razão pela qual viver.
- Vem comigo. - Pedi, num murmúrio.
Ele franziu o sobrolho, confuso.
- Não te vou deixar fugir outra vez. Vem. - Pedi, pegando-lhe na mão.
Depois virei-me na direção de casa e puxei-o comigo. Drake não ofereceu resistência. Seguiu comigo. Mas quando estávamos quase a chegar travou-me e virou-me de frente para si.
- Ouvi o que disseste aos teus pais sobre ficares em casa da Denise. Não dará muito jeito aparecer lá agora.
- Não, vai correr tudo bem. Mas tens de vir comigo, para lhes poder explicar que não estou maluca e que tu voltaste mesmo.
- O quê?! Não! - Os seus olhos mostravam o pavor que o inundou ao ouvir a minha proposta. - Nem penses nisso!
- Porquê? Drake, agora que voltaste, vai ser mais fácil! Os meus pais vão ajudar-nos, se lhes explicar tudo muito devagar eles vão ficar do nosso lado!
- Eu sou um assassino e um morto-vivo. Em que planeta é que achas que os teus pais me iam ajudar? Ninguém pode saber que eu existo, Cassidy! Promete que não contas a ninguém. Promete! - E a sua voz continha tanta intensidade e tanta veemência que me fez estremecer.
- OK… eu prometo.
- Porque se o fizeres, se quebrares a promessa… nunca mais me verás. Acredita em mim, não estou a mentir. Vou desaparecer para sempre.
Abanei a cabeça em negação, sem desviar os olhos dos seus. Não queria que ele fosse embora. Não me imaginava a perdê-lo outra vez.
- Está bem, está bem! Eu não conto a ninguém… mas tens de prometer que não te vais embora. Faz a promessa e eu faço a minha. - Respondi, com a voz a adquirir um tom suficientemente severo para ele me levar a sério.
Drake sorriu e assentiu com a cabeça.
- Eu prometo.
- Eu também. - Murmurei, e depois olhei na direção de casa. - Não vou poder voltar para lá esta noite. Onde vou ficar?
- Comigo.
Arregalei os olhos de espanto e o sorriso de Drake alargou-se no seu rosto. Os dentes dele agora já estavam todos do tamanho normal.
- Não tenho passado propriamente os dias na rua. - Encolheu os ombros despreocupadamente e puxou-me gentilmente para si. - Podes ficar comigo esta noite, se quiseres.
- Eu… hummm… obrigada. - Balbuciei, sem saber se era seguro fazer aquilo ou não.
- Ainda é a alguns quilómetros daqui. Não podemos ir no teu passo humano pois iria demorar muito tempo.
Engoli em seco, já a imaginar o que ele estava a sugerir. Mas na minha cabeça ainda não conseguia formar a ideia de que Drake pudesse correr tão depressa como se dizia nos livros e filmes de vampiros. Só a ideia de ele conseguir correr àquela velocidade assombrosa me deixava com arrepios.
- Então como queres ir? - Murmurei.
- Deixa-me pegar-te ao colo. Vá lá, não vai demorar mais que dez minutos.
Enchi-me de coragem (não estava realmente confiante de que aquilo fosse acabar bem) e fechei os olhos com força. Depois Drake pegou-me ao colo e enrolei as pernas na sua cintura com força, tentando manter-me lá agarrada durante a viagem. Coloquei os braços em volta do seu pescoço e ele rodeou-me as costas com os seus, prendendo-me no seu colo como se eu fosse uma criança pequena.
- Vamos a isto. Não grites, se fazes favor, não queremos acordar o resto da vizinhança.
Assenti e depois escondi o rosto entre a curva do seu pescoço e do seu ombro. A pele dele era um bocado mais fria que a minha, mas não ao exagero. E depois Drake começou a correr.
Eu mal sentia que nos deslocávamos. Ele corria demasiado depressa para eu conseguir contar as suas passadas. Agarrei-me a ele com todas as forças, mesmo sabendo que ele não me deixaria cair, e tentei não pensar que ele me estava a levar para muito mais longe de casa do que devia. E se eu precisasse de regressar?
E se nunca mais quisesse regressar?



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Mensagem por JuhSalvatore Seg Jun 04, 2012 2:58 pm

ahhh que lindo *-*
ainda bem que ela o ajudará
nossa, o Drake tá muito perfeito, gzuiz. amo essa mistura de perfeição e crueldade... aiai...
eu iria com ele sem pensar duas vezes - e sim, isso poderia me matar, mas né... eu não ia pensar nisso na hora. kk'
amei demais mesmo o capítulo, Jess. sério, ta´perfeito.
quando tem mais? ansiosa.

Beijoos.
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Mensagem por Jess Silver Seg Jun 04, 2012 3:43 pm

JuhSalvatore escreveu:ahhh que lindo *-*
ainda bem que ela o ajudará
nossa, o Drake tá muito perfeito, gzuiz. amo essa mistura de perfeição e crueldade... aiai...
eu iria com ele sem pensar duas vezes - e sim, isso poderia me matar, mas né... eu não ia pensar nisso na hora. kk'
amei demais mesmo o capítulo, Jess. sério, ta´perfeito.
quando tem mais? ansiosa.

Beijoos.


Juhzinhaaa, minha leitora mais fiel de todas, muito obrigada mais uma vez por ter vindo ler e comentar amr!!
o Drake tá ficando cada vez melhor né? kkkk
amanhã ou depois eu prometo que posto a continuação
mais uma vez mil obrigadas por vir sempre cá ler Smile
beijinhooooos'
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Mensagem por JuhSalvatore Seg Jun 04, 2012 6:39 pm

Jess Silver escreveu:
JuhSalvatore escreveu:ahhh que lindo *-*
ainda bem que ela o ajudará
nossa, o Drake tá muito perfeito, gzuiz. amo essa mistura de perfeição e crueldade... aiai...
eu iria com ele sem pensar duas vezes - e sim, isso poderia me matar, mas né... eu não ia pensar nisso na hora. kk'
amei demais mesmo o capítulo, Jess. sério, ta´perfeito.
quando tem mais? ansiosa.

Beijoos.


Juhzinhaaa, minha leitora mais fiel de todas, muito obrigada mais uma vez por ter vindo ler e comentar amr!!
o Drake tá ficando cada vez melhor né? kkkk
amanhã ou depois eu prometo que posto a continuação
mais uma vez mil obrigadas por vir sempre cá ler Smile
beijinhooooos'
imagina amr, eu que agradeço por você ter postado. já estava com saudades. kk'
ahaam, com certeza. ele me lembra um pouquinho o Damon e o Ian (do meu livro) com essa atitude malvadona que eu amo demais. kk'
e quem resiste a um bad boy fofo? é o melhor dos dois mundos.
novamente, eu que agradeço por postar, flor.
beijoos, estarei aguardando por mais.
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Mensagem por Jess Silver Sáb Jun 09, 2012 3:35 pm

Meninaaas, esta noite vem mais uma parte da história!!
beijoos
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Mensagem por Jess Silver Ter Jun 12, 2012 4:40 pm

Capítulo 5


Cassidy





Quando Drake finalmente parou de correr, suspirei de alívio mas não consegui descer do seu colo. Sentia as pernas dormentes. Ele teve de me ajudar a pôr-me de pé e só nessa altura abri os olhos e fitei o que nos rodeava.
Diante de mim encontrava-se uma espécie de habitação de montanha, toda em madeira, com um alpendre extremamente parecido com o da minha casa e um ar sombrio que condizia na perfeição com o novo Drake. Engoli em seco e tentei descobrir onde me encontrava realmente, e a que distância aquela casa ficava das restantes. Drake deve ter lido a preocupação no meu rosto.
- Estamos a três quilómetros da casa dos Johnson. - Alertou.
Estremeci e depois deixei de ponderar na hipótese de uma fuga rápida. A casa dos Johnson era a que ficava mais afastada das restantes na aldeia toda. Nessa casa só vivia o Sr. Johnson e a mulher, ambos velhotes e que não me poderiam ajudar de maneira nenhuma. Quando deixara que Drake me trouxesse para aqui já devia saber que não poderia voltar. Ele subiu ao alpendre e eu segui atrás dele, sem querer ficar na escuridão daquela noite fria nem mais um minuto.
- Drake? - Perguntei, antes de passar pela soleira da porta que ele abrira para nós.
Ele fitou-me por cima do ombro, com um olhar desconfiado.
- Sim?
- Não me tens de convidar para entrar? Como eu te faria se quisesses entrar pela minha janela? - Perguntei, a tentar ao máximo não soar receosa.
Drake riu-se sinistramente e avançou para dentro de casa. Estava claro que não. Respirei fundo, enchendo os pulmões de ar, e depois entrei.
A divisão inicial da casa era uma pequena sala de estar. Percorri-a com os olhos em poucos minutos. Era estranho (para mim, não para Drake) mas as duas únicas janelas da sala tinham sido completamente seladas com tábuas de madeira e os cortinados estavam corridos, provavelmente para proteger quem estivesse cá dentro dos raios solares do exterior.
- Fica à vontade. - Pediu Drake.
Assenti, continuando a observar a sala. Havia um cadeirão de aspeto confortável ao canto, assim como uma cadeira de baloiço e uma mesa pequena sobre a qual se encontrava um jornal e uma garrafa de vinho. Seria vinho? «Claro que não, não sejas estúpida. Aquilo é sangue de certeza absoluta» ralhou a minha consciência. Desviei o olhar rapidamente para não olhar para lá.
Do teto descia um simples candeeiro amarelo-torrado do qual emanava uma luz fraca e sombria que deixava toda a sala num ambiente mais escuro que uma luz normal. Do outro lado da sala havia uma porta com uma tabuleta a dizer "casa de banho", uma estante de madeira com alguns livros junto à parede e mais nada. Era tudo.
- Onde é o teu quarto? - Perguntei, olhando finalmente para Drake.
Ele tinha-se sentado no cadeirão e tinha o ar de quem ia lá ficar o resto da noite e madrugada.
- Eu costumo dormir neste cadeirão. Tu podes ficar naquele colchão ali ao fundo. Vou buscar cobertores e podes ficar aí. Não é o conforto a que estás habituada mas é o que se arranja. - Explicou.
- OK, não faz mal.
O tal colchão de que ele falava estava quase escondido, de pé ao lado da estante dos livros, mas quando ele o deitou ao comprido no pouco espaço livre de chão da sala de estar, esta pareceu subitamente mais pequena. Depois Drake desapareceu pela porta da casa de banho e quando voltou trazia nos braços um saco-cama e dois cobertores bastante quentes.
- Queres ajuda? - Ofereci, aproximando-me um pouco mais dele.
- Não é preciso, isto não demora nada. - Respondeu, entre dentes.
E não demorou; fez a cama num instante e depois recuou, dando-me espaço para entrar para o saco-cama e tapar-me com ele e com os cobertores. Descalcei-me, despi o casaco e entrei lá dentro. Tapei-me bem, já a começar a tremer de frio. Drake tornou a sentar-se no cadeirão, que ficava diretamente na minha linha de visão, e suspirei, fechando os olhos por uns momentos.
Estava tudo bem. Se eu não pensasse por uns momentos no que Drake se tinha tornado, e se imaginasse que estávamos no meu quarto, tê-lo-ia chamado para dormir ao meu lado. Mas isso não podia acontecer agora. Era melhor manter uma certa distância dele, não fosse o diabo tecê-las.
- Estás confortável? - Perguntou, numa voz baixa.
- Estou. - Sussurrei, ainda de olhos fechados.
Passámos muito tempo sem falar. Eu tinha medo de perguntar como ele arranjara esta casa, que embora fosse pequena, era o suficiente para ambos. Mais uma vez, ele adivinhou os meus pensamentos. Isso fez-me lembrar da sua capacidade tão forte quando era humano para fazer isso, e senti-me estranhamente confiante por isso não ter mudado. Ele ainda era, em parte, o meu Drake de antigamente.
- Tive de matar o dono desta casa para ficar com ela. Era um velho solitário, ninguém vai notar a falta dele.
OK, preferia que ele não tivesse dito nada.
Abri os olhos para os fixar nos seus. Drake mostrava-se impassível, como se tivesse acabado de dizer algo tão normal como "está a chover, não está?".
- Não te faz impressão falar na morte com tanto à-vontade? - Inquiri, com a voz cheia de sarcasmo.
O sorriso perverso que Drake me dedicou como resposta fez-me revirar os olhos.
- Não, Cass, e é bom que te habitues à minha maneira de ser porque já é tarde para mudar isso.
Ficámos mais uma eternidade sem falarmos, até eu arranjar coragem para continuar a falar.
- Quem foi o vampiro ou vampira que te fez isso? Alguém te deve ter atacado e morto para que te tornasses vampiro, não é? - Murmurei.
- Claro que estás certa. - Semicerrou os olhos com uma certa irritação por ter de tocar naquele assunto. - Eu não me lembro muito bem do momento em que morri, mas sei que foi um vampiro adulto que me apanhou. Devia querer alguém com quem partilhar esta maldição, de certeza. Mas não esperou que eu acordasse, deve ter pensado que eu tinha morrido. Na noite em que acordei, senti-me terrivelmente mal, e andei algumas horas sem rumo, sem saber o que devia fazer. Sentia-me estranho, cheio de sede, mas sentia que primeiro tinha de falar com alguém. Por isso procurei-te.
Senti um nó a formar-se na minha garganta. Ele tinha estado sozinho e atarantado e quando mais precisara do meu apoio eu virara-lhe costas. Era natural que estivesse tão furioso comigo ao início dessa noite.
- Desculpa a maneira como te tratei. Mas entrei em pânico. Não esperava que regressasses desta forma.
- Eu sei. E talvez tivesse sido melhor ir ter com o Alec ou a Mary, mas… esperei que tu compreendesses. Enganei-me a esse respeito.
- Ouve lá, se tivesses feito isso eles não teriam guardado o teu segredo, e teriam achado que estavam loucos. E hoje não estariam aqui ao teu lado! - Ralhei, em voz baixa.
Drake assentiu e continuou a contar o que tinha acontecido.
- Depois de reagires daquela maneira eu… bem, eu senti-me diferente. Tão cheio de raiva que nem era capaz de me controlar. A sede alastrava dentro de mim, eu sabia o que tinha de fazer mas tentei controlar-me, não queria descer tão baixo ao ponto de matar. Mas também sabia que não podia ficar no exterior durante o dia. Por isso andei a inspecionar as casas da aldeia e decidi-me por esta. E quando matei o velhote que cá morava… bem, nem te vou tentar explicar a sensação. - Baixou os olhos para o chão.
Respirei fundo para me manter calma, abracei o meu próprio corpo. Sentia ao mesmo tempo um medo descomunal de me aproximar dele e uma vontade irresistível de estar nos seus braços. Devia estar a enlouquecer. A experiência traumatizante da sua morte e do seu regresso como morto-vivo tinham dado cabo dos meus nervos de uma vez por todas.
- Então… o que fizeste… depois de matares o velho que morava aqui? O que fizeste ao… corpo? - Gaguejei, sem saber se devia mencionar aquilo ou não.
Drake sorriu de modo provocador.
- Está claro que o enterrei. Não sou assim tão diabólico ao ponto de não lhe dar um fim devido. Depois de ter bebido dele tudo o que podia cavei um buraco no cemitério da vila e mandei o corpo lá para dentro. Já sei que me achas um monstro por ter feito isso, mas achei que era mais decente do que deixá-lo aí caído numa vala qualquer, não achas?
Obriguei-me a não gritar com ele e não lhe chamar de monstro, porque era isso que me apetecia fazer naquele momento. Mas pensei que era melhor manter-me calma e ouvir com atenção o que ele dizia. Tinha de me lembrar que estava a meio de uma missão (Missão Impossível 4 ou 5, não me lembro qual foi o último filme) para recuperar a humanidade do meu melhor amigo.
- OK. Depois de teres feito esse funeral hediondo e sem cerimónia nenhuma… o que fizeste? - Murmurei, sem desviar os olhos dos seus.
- Bem, vim para aqui! O sol estava quase a nascer. Fiquei aqui fechado o dia todo, a dormir nesta poltrona. Devia ser nesse colchão que o velho dormia, não estou a ver mais nenhum sítio. Devia levar uma vida muito solitária. E depois, quando começou o anoitecer, já podia sair. Estava cheio de sede e… bem, sabes o que aconteceu com aquele condutor. - Encolheu os ombros como se não fosse nada de mais.
- Temos mesmo de mudar isso. Não vou deixar que continues a matar toda a gente da aldeia, entendido? - Reclamei, numa voz muito irritada e de sobrolho franzido. - Vou arranjar uma maneira de te ajudar se me prometeres que paras de dizimar os meus vizinhos.
Drake riu-se à gargalhada.
- Também são meus vizinhos, lembras-te?
- Se te preocupasses minimamente com eles não os terias morto! - Ralhei, cada vez mais indignada.
Drake calou-se e desviou o olhar do meu, fixando-o no chão, e ficando com um ar pensativo e triste. Aguardei durante mais de dez minutos pela sua resposta, mas ela nunca chegou. Por fim, contrariando a minha vontade interior e a minha consciência, saí do saco-cama e, a tremer por todos os lados, avancei até junto dele. Drake estava imóvel como uma estátua. Tinha medo de me mexer mais um milímetro que fosse na direção dele e que Drake se movesse subitamente e me pregasse um daqueles sustos muito próprios de filmes de terror. Por isso avancei devagarinho e ajoelhei-me à sua frente, pousando as mãos nos seus joelhos.
- Drake… desculpa. Não queria ter dito aquilo.
Ele não me respondeu. Suspirei e voltei a tentar.
- Ouve-me: eu vou ajudar-te. Vamos arranjar uma maneira. Mas tens de confiar em mim! Tal como eu confio em ti.
E finalmente ele olhou-me nos olhos, mas vi tanta dúvida e tanta mágoa neles que senti o meu estômago a contrair-se.
- Tu confias em mim? Será que confias mesmo?
A voz parecia ter congelado dentro de mim. Adoraria ter-lhe respondido que sim, porque isso iria deixá-lo mais descansado e voltaríamos a conversar; mas estaria a mentir-lhe, na verdade não sabia se confiava realmente nele ou não. O medo e o amor que sentia por ele naquele momento travavam uma batalha renhida no meu coração.
- Confio em ti. - Murmurei por fim, e não estava a mentir. - Confia em mim também.
Ficámos em silêncio durante o que me pareceu pelo menos uma hora. Não ousei mexer-me nem um milímetro, temendo que isso quebrasse o laço que se estava a criar entre mim e este novo Drake que, embora me fizesse tremer dos pés à cabeça com medo de morrer, era o meu melhor amigo, o meu irmão, para sempre.
- Eu confio em ti. Se não fosse assim, achas que te teria deixado viver depois de te explicar tudo isto? E ainda estás a respirar, não estás? Espero que encares isso como um sinal de confiança. - Respondeu.
Assenti e sorri-lhe docemente.
- O que vamos fazer? - Perguntei.
- Não faço a mais pálida ideia.
E depois desatámos a rir-nos à gargalhada como fazíamos tantas vezes antes de ele morrer. Rimos tanto que a barriga começou a doer-me. E as gargalhadas de Drake eram exatamente iguais às de antigamente, faziam-me sentir em casa e junto da pessoa que melhor me conhecia no mundo. Enquanto ele estava a rir não consegui entender como podia pensar que ele seria capaz de me magoar. Era tão estranho!
- Tens razão. Mas vamos encontrar uma solução, a sério. - Insisti, e depois levantei-me.
Drake assentiu e sorriu-me com tanta meiguice que não hesitei duas vezes antes de me lançar nos seus braços. Ele abraçou-me no seu colo e enterrou o rosto no meu cabelo.
- Devias ir dormir. Deves estar exausta.
- Não consigo dormir. Não tenho sono.
- Não mintas! Como se eu não te conhecesse! Anda lá. - Riu-se baixinho.
Levantou-se e levou-me de volta ao colchão e ao saco-cama. Deitou-me lá dentro como se eu fosse um bebé e aconchegou-me a roupa ao corpo para eu ficar mais quente. Mantive o olhar fixo no seu e não fui capaz de deixar de sorrir.
- Promete-me uma coisa. - Pedi, num sussurro.
- Ai ai, tu hoje estás demasiado exigente com as promessas!
- Por favor… a última. - Insisti, sem me deixar vencer.
- Diz lá. - Sussurrou Drake, fazendo-me festinhas no cabelo.
- Promete que não me matas enquanto estiver a dormir.
Ele sorriu, mas não era com maldade nem perversamente. Era um sorriso de verdadeira amizade e compreensão. Era o sorriso que eu mais amava no mundo todo.
- Prometo que não te mato. Nem hoje nem nunca. Confias em mim?
- Confio. - Fechei os olhos, o sono estava a levar a melhor sobre mim.
Drake inclinou-se para pousar os lábios frios na minha testa.
- Dorme bem. Vou estar aqui quando acordares. Prometo.
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Mensagem por JuhSalvatore Ter Jun 12, 2012 9:40 pm

awnnn Jess!
que fofura!
fico feliz que eles estejam se entendendo. ele foi mega sincero/fofo com ela, e merece esse voto de confiança.
quero só ver no que isso tudo vai dar...
eu acho tão linda essa amizade deles dois... quisera eu ter um amigo como ele *-*

Jess, perfeito, como sempre.
não me surpreendestes, sabia que ficaria perfeito. não deixou a desejar.
aliás, fiquei, como sempre, querendo mais *-*
amei amei amei.

Beijoos amora.
aguardando ansiosamente.
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Mensagem por Jess Silver Qua Jun 13, 2012 12:32 pm

JuhSalvatore escreveu:awnnn Jess!
que fofura!
fico feliz que eles estejam se entendendo. ele foi mega sincero/fofo com ela, e merece esse voto de confiança.
quero só ver no que isso tudo vai dar...
eu acho tão linda essa amizade deles dois... quisera eu ter um amigo como ele *-*

Jess, perfeito, como sempre.
não me surpreendestes, sabia que ficaria perfeito. não deixou a desejar.
aliás, fiquei, como sempre, querendo mais *-*
amei amei amei.

Beijoos amora.
aguardando ansiosamente.


e aqui está, o comentário que marca o final da primeira fase do meu concurso!
muito obrigada por todo o apoio Juh, bem que merece a fic de presentinho ^^
vou começar a escrever e a postar assim que puder, voce bem merece!!
beijinhoo e obrigada por tudo
Jess Silver
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Mensagem por JuhSalvatore Qua Jun 13, 2012 3:52 pm

Jess Silver escreveu:
JuhSalvatore escreveu:awnnn Jess!
que fofura!
fico feliz que eles estejam se entendendo. ele foi mega sincero/fofo com ela, e merece esse voto de confiança.
quero só ver no que isso tudo vai dar...
eu acho tão linda essa amizade deles dois... quisera eu ter um amigo como ele *-*

Jess, perfeito, como sempre.
não me surpreendestes, sabia que ficaria perfeito. não deixou a desejar.
aliás, fiquei, como sempre, querendo mais *-*
amei amei amei.

Beijoos amora.
aguardando ansiosamente.


e aqui está, o comentário que marca o final da primeira fase do meu concurso!
muito obrigada por todo o apoio Juh, bem que merece a fic de presentinho ^^
vou começar a escrever e a postar assim que puder, voce bem merece!!
beijinhoo e obrigada por tudo

Oing, sua coisa linda!
de nada amr, eu é que agradeço por postar esse livro incrivelmente maravilhoso para alegrar meus dias.
sempre que precisar, pode contar comigo, viu? e se caso eu sumir - volta e meia eu faço isso - pode contar que logo logo eu estou de volta.
beijoos amora, e mais uma vez, obrigada mesmo *-*
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Mensagem por Jess Silver Qua Jun 13, 2012 4:02 pm

Bem, vou postar aqui o proximo capitulo da história, mas aviso que ficou meio grande, peço desculpa :s
espero que gostem na mesma!!
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Mensagem por Jess Silver Qua Jun 13, 2012 4:13 pm

Capítulo 6


Cassidy




Quis dormir durante mais algum tempo. Enquanto me sentia a despertar, a voltar à realidade, lutei para me manter a dormir. Podia ter pensado que tudo aquilo não passara de um pesadelo e que, ao acordar, descobriria que estava tudo como dantes. Mas para quê mentalizar-me de algo que não era verdade? Não seria por eu desejar com todas as forças que Drake voltaria a ser humano, pois não? Mais valia conformar-me antes de abrir os olhos.
E quando o fiz, não me tinha enganado. E ele não me tinha enganado. A última parte do sonho era mesmo verdade. Sonho ou realidade? Acho que era um pouco de ambos.
Drake estava sentado na poltrona, na mesma posição que na noite anterior, como se nem se tivesse mexido um centímetro que fosse. Custava-me acreditar que ele conseguira ficar assim tão quieto o dia todo. Mas se calhar era verdade.
- Boa-tarde Cassie. - Sorriu, quando me viu a olhar para ele.
Pestanejei para focar a visão e passei a mão pelo cabelo, tirando-o da cara e esfregando os olhos. Sentia que tinha dormido mais que no último ano inteiro. Depois bocejei e voltei a olhar para Drake.
- Que horas são? - Indaguei.
- Seis da tarde. Dormiste quinze horas seguidas. - Respondeu calmamente.
- Oh… meu Deus! Tanto tempo?! - Então aquela sensação de descanso profundo sempre tinha alguma razão.
- Pois. Mas fez-te bem. - Levantou-se rapidamente e avançou até à zona da cozinha.
Eu não tinha reparado que havia uma cozinha. Devia estar mesmo mal na noite anterior. A cozinha era uma zona minúscula, apenas com um fogão, frigorífico, armários em madeira e balcão de pedra onde preparar os alimentos. Era esse balcão que estava atravessado a separar a zona da cozinha do resto da sala. Era mais ou menos uma espécie de T0 antiquado e minúsculo.
- Tu já saíste de casa? Ou ficaste aí a manhã toda a ver-me dormir? - Perguntei, olhando à minha volta um bocado atarantada.
-É óbvio que fiquei aqui! Como querias que tivesse saído? O Sol ainda não se pôs. - Respondeu, com a voz cheia de sarcasmo, como se achasse muito estúpida a minha pergunta.
Na verdade não era muito inteligente.
- Pois, claro… - Revirei os olhos e saí do saco-cama. - Mas isso tem um lado bom, sabes? Pelo menos ainda não mataste ninguém.
Drake riu-se e abanou a cabeça, a gozar comigo.
- Tens fome? Posso fazer-te o pequeno-almoço. E se quiseres tomar banho tens toalha, champô e gel de duche na casa de banho. Quanto à roupa vais ter de te contentar com a minha.
- Hum… acho que vou tomar banho. Depois como qualquer coisa. - Respondi, dirigindo-me à casa de banho.
Quando entrei, senti-me logo mais desanimada. Era minúscula, quase claustrofóbica, e enquanto me despia e entrava para a cabina de duche, comecei a pensar como é que o antigo proprietário daquela casa aguentara viver ali permanentemente. A portinhola era difícil de abrir e depois de fechada era precisa uma força monumental para voltar a abri-la. Suspirei, revoltada com aquela versão de banheira, e tentei não desatar a barafustar. Abri a torneira e meti-me debaixo da água, e só depois disso é que me apercebi que estava gelada, realmente gelada! Gritei com o susto e afastei o chuveiro do meu corpo, mas a cabina de duche era tão pequena que acabei por continuar a molhar-me e a gritar com o choque térmico que a água me estava a provocar. Virei-me freneticamente dentro da cabina de duche, a tentar abrir a portinhola daquela porcaria para me escapar à água gelada.
- Cass? Estás bem? - Perguntou Drake lá de fora, preocupado.
- NÃÃÃÃÃO! Preciso de sair daqui! - Berrei, a ficar realmente desesperada.
E depois percebi que bastava fechar a torneira. Foi isso que fiz e depois suspirei de alívio. Pronto. Aqueles minutos horrorosos tinham-me feito despertar por completo.
- O que se passa? - Indagou Drake, mais alto.
- A ÁGUA ESTÁ GELADA! - Gritei-lhe, enquanto me deixava escorregar até ao fundo da cabina de duche e ficava lá sentada a olhar para o teto da casa de banho.
- Ah, desculpa, esqueci-me de te dizer, mas não há água quente nesta casa. Vais ter de tomar banho de água fria.
«Não… deves estar a gozar comigo!» foi o meu pensamento imediato. Sim, ele estava a gozar com a minha cara. Não havia água quente?! Como é que ele esperava que eu tomasse banho de água gelada em novembro e quase ao fim da tarde? Estaria a tentar provocar-me uma pneumonia?!
- OK Cassidy, não te passes, vais ter de te controlar e portar como uma mulher adulta! - Murmurei para mim própria, embora em voz alta, enquanto me apoiava nas paredes de plástico da cabine do duche e me levantava.
Depois passei pela horrorosa experiência de tomar duche de água mesmo gelada. Tremia dos pés à cabeça, os meus dentes batiam uns contra os outros, e despachei-me o mais depressa que podia porque já não aguentava mais aquele inferno. Quando acabei de tomar banho saí daquela maldito cubículo e peguei na toalha branca que Drake deixara em cima do lavatório. Enrolei o corpo nela e mirei-me no espelho de rosto que estava por cima do mesmo.
Eu estava a ficar pálida e com os lábios arroxeados de tanto frio. Tinha de vestir roupa que me aquecesse depressa e beber algo bem quente para não congelar realmente.
- Drake? Onde me vou vestir? - Perguntei.
- A roupa está nesse armário branco de madeira, ao fundo da casa de banho. Estás a vê-lo? As duas primeiras gavetas estão cheias de roupa minha.
Olhei para a imitação de roupeiro (porque aquilo nem se podia chamar de cómoda, era tão pequeno e tosco que não serviria para grande coisa) e fui lá buscar umas calças de fato de treino, uma camisola de meia manga e outra de manga comprida que juntaria por cima, e as meias mais quentes que encontrei. E pior, a achar que aquilo era perfeitamente inconcebível, vesti um dos boxers de Drake. Vasculhei em ambas as gavetas à procura de um mero soutien que fosse, mas não encontrei nada. Suspirei, a sentir que não aguentaria aquilo durante muito mais tempo. Estava a chegar ao limite da minha carga de nervos.
Arrumei a casa de banho e depois saí. Drake recuou uns passos ao ver a minha cara de fúria.
- Hei, o que é que… - Começou a dizer, comigo a avançar colericamente na direção do colchão onde tinha dormido.
- Ao menos podias ter arranjado uma casa com água quente e roupa de mulher, não?! - Vociferei, enquanto pegava no meu casaco de flanela, que trouxera na noite anterior.
Drake pestanejou, confuso, e depois desatou a rir-se.
- Desculpa, eu sei que não tem graça mas… estás linda na mesma.
- Eu estou… LINDA?! Tenho os teus boxers e a tua roupa vestida Drake, como é que posso estar linda?! - Barafustei, enquanto enfiava o casaco pelos braços.
- Acalma-te. Vou buscar-te roupa a sério assim que o Sol se puser. Agora cala-te um bocado e vem comer, vá lá, isto vai fazer-te bem.
Revirei os olhos e sentei-me no sofá quando ele me passou uma taça de cereais e leite quente para as mãos. Comi em silêncio, a tentar amainar a irritação que me consumia. Enquanto eu tomava o… pequeno-almoço (embora a uma hora muito impensável) Drake foi à casa de banho trocar de roupa e depois voltou. Sentou-se ao meu lado no sofá e sorriu perversamente.
- De que te estás a rir? - Ralhei, em voz baixa.
- Já não me lembrava de como eras tão engraçada quando estavas zangada.
Respirei fundo e preparava-me para começar a barafustar com ele quando Drake desviou o olhar do meu.
- Como podes ter-te esquecido do meu lado patético quando estou zangada? - Ironizei, a tentar aligeirar o ambiente.
Drake virou-se de novo para mim e parecia… hesitante.
- Há muita coisa da qual me esqueci.
Aquilo era novo. Levei mais uma colher de cereais à boca e mantive o olhar fixo no seu, enquanto tentava absorver toda a informação que ele me estava a dar.
- Como o quê?
Drake revirou os olhos.
- Como por exemplo, "como não fazer com que a nossa melhor amiga humana se chateie connosco" ou "como é que se lida com o fato de não ter roupa feminina para emprestar à rapariga que vier dormir a nossa casa".
- Muito engraçadinho. - Resmunguei.
- Não, mas a sério, esqueci-me de certas coisas. Do que sentia e como sentia por algumas pessoas. Esqueci o nome de algumas, a sério. Há alturas em que até me esqueço de parecer humano.
Engoli em seco o nó que se estava a formar na minha garganta e dificultava a tarefa de engolir. Continuei a comer em silêncio e depois arranjei coragem para voltar a falar.
- Os teus pais andam tão mudados desde que… - E agora? De que maneira havia de designar a sua mudança tão radical? Morte, transformação?
- Desde a minha morte. - Respondeu Drake, com um aceno de cabeça.
- Pois, isso… - Respirei fundo antes de continuar. - Eles acham mesmo que morreste. Sim, eu já sei que estás morto e tal! Fogo, vais deixar-me continuar ou não? - Barafustei, quando ele se preparava para me contradizer, e consegui que ele continuasse calado. - Eles mudaram muito. Os meus pais continuam a dar-se com eles sempre que possível mas eles estão… quase tão mortos-vivos como tu.
Drake anuiu, visivelmente incomodado com o que eu tinha dito.
- Não queria fazê-los passar por isto… mas agora é tarde para voltar atrás.
- Não é não! Podemos explicar-lhes a situação, tenho a certeza que eles iam perceber e aceitar, nem que fosse só pelo fato de te ter de volta! - Insisti.
- Não. Ninguém vai saber disto! - Rosnou Drake, ameaçador.
Encolhi-me um bocado no meu canto do sofá. Quando ele me mirava com aquele olhar furioso eu sentia-me a encolher, a lembrar-me que ele ainda era uma potencial arma da morte.
- Desculpa. Não queria assustar-te. - Murmurou.
- Não faz mal, eu vou habituar-me.
Depois olhei para a janela tapada pelas tábuas de madeira e lembrei-me subitamente das horas que eram. Ali fechada com Drake, parecia que o mundo no exterior deixava de existir, que fazia tudo parte de uma realidade tão distante…
- Tenho de ir embora. - Disse-lhe.
Drake virou-se subitamente para mim, atarantado.
- O quê? Mas porquê?
- Porque deve andar toda a gente desesperada à minha procura. E porque não quero levar os meus pais ao estado extremo em que os teus estão.
Drake nem se atreveu a responder-me. Acabei de comer os cereais em silêncio e depois levei a taça para o lava-louça. Deixei-a lá e voltei para junto de Drake. Ele não se tinha mexido nem um milímetro.
- Hei, ouve. - Chamei-o, pousando as mãos nos seus ombros. - Não vou contar nada a ninguém. Prometi-te isso e sabes que cumpro as minhas promessas.
Drake assentiu, com o sobrolho franzido pela preocupação.
- O que se passa? - Inquiri.
- Vais embora. Não vais voltar. - Respondeu.
Fiquei a pensar se devia dizer-lhe que voltaria ou não. Aquela casa era um lugar seguro onde podia encontrá-lo. Talvez não fizesse mal voltar lá. Ele precisava da minha ajuda e eu não aguentava viver sem a sua presença, mesmo que estivesse tão diferente.
- Vou voltar sim. E tu também podes ir ter a minha casa.
Drake sorriu, os olhos semicerrados em jeito provocador.
- Vais deixar-me entrar?
Suspirei dramaticamente e fui até à porta de saída.
- É claro que vou. Já te deixei voltar para mim por isso de que vale manter-te afastado da minha casa?
E de um segundo para o outro, tão depressa que eu me assustei com o movimento, ele saltou da poltrona e veio para junto de mim, encurralando-me entre o seu corpo e a porta de madeira. Soltei um gritinho de surpresa e Drake fez-me ficar tão apertada contra si que não conseguia desviar o olhar do seu. Colocou as mãos de ambos os meus lados, na porta, e aproximou o rosto do meu a tal ponto que eu sentia a respiração fresca dele na minha cara.
- Não é uma decisão muito sensata deixar um vampiro entrar em nossa casa, sabias?
O meu coração martelava-me tão depressa no peito que se tornava perigoso, parecia que ia explodir. Drake assustava-me com aqueles movimentos bruscos e tão sinistros. Engoli em seco, obriguei-me a voltar a ficar calma.
- Tu não és um vampiro qualquer; e a minha casa sempre foi a tua casa.
- Mas agora deixou de o ser. Tens a capacidade para me manter longe do último lugar onde é seguro estares. Se me deixares entrar… tanto tu como os teus pais estarão à mercê da minha disposição e da minha sede. Sabes isso, certo? - Sussurrou junto ao meu ouvido.
Compreendia perfeitamente as suas palavras, elas deixavam-me com pele de galinha só de imaginar o que ele podia mesmo fazer. Mas não ia ficar a pensar nisso. Tinha tomado as minhas decisões e já não ia voltar atrás. Porque não era uma desistente.
- Não me vais fazer mal. E nem penses que me assustas com essas ameaças. E faz favor de parar de saltar assim para cima de mim como se fosses um predador gigante e eu uma presa indefesa, estás a ouvir?!
Drake riu-se à gargalhada e depois desviou-se e deu-me passagem para sair de sua casa.
- O Sol já se pôs? - Perguntei, receosa que, ao abrir a porta, a luz do Sol incidisse na pele dele e ele… bem… acho que posso acreditar que ele começaria literalmente a arder. Que nojo.
- Já. Podes ir. Eu também vou.
- Vens comigo? É que vou para minha casa.
- Não. - Depois um sorriso provocador desenhou-se nos lábios dele. - Vou caçar.
Aquilo fez-me estremecer.
- Oh não, não, nem penses nisso. - Empurrei-o para trás, em direção à poltrona, e obriguei-o a sentar-se lá.
- Mas tem de ser! - Insistiu, irritado.
- Não tem nada! Vais parar de matar os nossos vizinhos! Francamente Drake, eles vivem nesta terra há tanto tempo, conhecem-nos desde que nascemos! São a nossa família! Não vou deixar que continues a matá-los!
- Então como pretendes que eu controle a sede?! - Sibilou.
E fiquei sem resposta. Pois. O meu argumento tão fortemente defendido não tinha grande efeito nele. Como podia impedi-lo de caçar se essa era a única maneira de fazer com que ele não morresse mesmo? Agora o seu apelido combinava melhor que nunca com a sua personalidade. (Hunter = Caçador).
Agora tinha de escolher: ou deixava Drake morrer à sede ou deixava que ele matasse quem quisesse, incluindo as pessoas que eu conhecia e das quais gostava. Engoli em seco. Não havia grandes duvidas sobre qual o lado que eu escolheria, pois não?
- Ouve lá, tu consegues correr durante muito tempo sem que te cansares, não é? - Indaguei.
- Claro.
- Então já sei o que vais fazer. - Sorri perversamente. - Não te dou permissão para caçares dentro de Olliver's River. Daí para a frente acho que podes caçar.
Drake franziu o sobrolho, contrariado.
- Vais obrigar-me a ir caçar tão longe?
- Vou. - Declarei, e cruzei firmemente os braços.
Ele revirou os olhos e depois levantou-se comigo.
- OK, chefe. Eu vou caçar para lá de Olliver's River. Por isso vamos embora que ainda tenho muito que andar até arranjar sangue fresco.
Arrepiei-me com aquele comentário mauzinho e Drake riu-se à gargalhada enquanto me levava consigo para fora de casa. Quando ele abriu a porta e saímos, senti a rajada de ar gelado da noite a fazer-me estremecer. Estava um frio de morte!
- Uau, está mesmo frio hoje! - Exclamei.
- Não o sinto da mesma maneira que tu… para mim não está assim tão agreste. - Depois perscrutou as sombras que nos envolviam com os seus olhos e sentidos super apurados.
- Não me vais deixar aqui sozinha, pois não? Porque não sei o caminho para minha casa.
Drake voltou-se novamente para mim, duvidoso.
- Queres que te leve lá?
- Sim, se faz favor. Porque se me puser a andar aqui como uma maluca a meio da noite, de certezinha que acabo por me perder. Estou demasiado longe da aldeia para me saber orientar. - Expliquei, e tive de abraçar o meu corpo por causa da rajada de vento que me enregelou naquele instante.
- Tens razão. Anda daí, quero despachar-me. Não é seguro estares mais tempo junto a mim quando tenho… tanta fome. - Murmurou, e depois estendeu os braços na minha direção.
Suspirei, conformada, e subi para o seu abraço. Drake pegou-me ao colo enquanto eu envolvia o seu pescoço com os meus braços e a sua cintura com as minhas pernas. Sentia-me vagamente um koala agarrado ao tronco de uma árvore, mas tentei não pensar nisso. Drake envolveu o meu corpo com os seus braços fortes e musculados, mas manteve o rosto a uma distância segura do meu. E depois começou a correr.
Decidi manter os olhos fechados para não me sentir tonta durante a viagem. Tinha a certeza que Drake não se iria distrair e deixar-me cair ou chocar contra uma árvore. Era estranho - e, de certa maneira, quase psicótico - como eu começava a confiar e a sentir-me segura junto de alguém de quem devia fugir a sete pés. Talvez toda a experiência das últimas duas semanas tivesse mesmo dado comigo em doida.
- Cass… - Chamou Drake baixinho, a meio da viagem.
- Sim?
- Não vais mesmo contar a ninguém, pois não?
Engoli em seco a vontade que tinha de fazer o que era correto, que era pedir ajuda para ele e para mim, mas acabei por escolher a promessa que já lhe tinha feito na noite anterior.
- Não. Eu prometi-te que não falava com ninguém e é isso que vou fazer. A sério.
- Obrigado. - Sussurrou.
Dei-me ao privilégio de deitar a cabeça no ombro dele, encostá-la ao seu pescoço, e ele correu o resto da viagem sem me dizer mais nada. Pensei que fosse durar mais tempo, mas passados menos de quinze minutos já ele tinha chegado à sebe do jardim da minha casa.
- Já chegámos. - Murmurou, e a sua voz era sombria mas suave na escuridão que nos envolvia.
Assenti e abri os olhos. Drake ajudou-me a pôr-me de pé e depois de recuperar o equilíbrio nas pernas, olhei uma última vez para ele antes de o deixar ir.
- Toma cuidado. - Pedi num sussurro.
A gargalhada dele era mesmo maldosa, mas tentei não pensar muito nesse fato.
- Toma tu cuidado. Aqui o indestrutível sou eu.
E depois deu um passo atrás e, de um segundo para o outro, desapareceu. Pestanejei, para tentar perceber o que tinha acontecido, mas ele tinha simplesmente desaparecido, como se se tivesse desfeito no ar. Eu sabia que ele apenas recomeçara a correr, e à velocidade que ele atingia, não era difícil confundir os sentidos humanos.
Suspirei, conformada com a realidade de ter de voltar ao mundo normal, e virei-me para a minha casa. Enchendo-me de coragem, avancei até lá, com os braços em volta do meu corpo e a cabeça cheia de imagens das últimas 24 horas.
Mesmo que nunca tivesse sequer sonhado com isto, agora era a melhor amiga de um assassino.


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