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"Here we go Again..."

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"Here we go Again..." Empty "Here we go Again..."

Mensagem por * Naomi * Ter Abr 03, 2012 7:06 am


Título: "Here we go Again..."




"Here we go Again..." Brothers-damon-and-stefan-salvatore-18281180-800-600

Resumo: Jessica acabou de chegar em Mystic Falls. Sua tia mora ali, e depois da morte dos seus pais, ela tem de ficar com alguém que seja seu tutor legal, pelo menos durante os próximos dois meses - pois a partir daí terá 18 anos e será capaz de se aguentar sozinha. Toda a vida lhe disseram que Mystic Falls era uma terriola perdida no fim do mundo sem nada de interessante, mas assim que Jessica chega e se depara com os irmãos Salvatore, sua vida dá uma volta de 360º.
Damon e Stefan, os eternos inimigos no amor... primeiro Katherine, depois Elena... será Jessica a próxima vítima da guerra eterna entre eles?


Última edição por * Naomi * em Sex Abr 06, 2012 12:00 pm, editado 1 vez(es)
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"Here we go Again..." Empty Re: "Here we go Again..."

Mensagem por * Naomi * Ter Abr 03, 2012 7:07 am

Poooooois gente, ideia bem boba, peço desculpa...
mas ainda assim, se alguém quiser ler, me avisem sff, e eu posto aqui ^^
beijoos
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"Here we go Again..." Empty Re: "Here we go Again..."

Mensagem por LuanaNunees Ter Abr 03, 2012 6:26 pm

Quero ler. Soo avisando.
Amei o resumo. Posta logo.
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"Here we go Again..." Empty Re: "Here we go Again..."

Mensagem por * Naomi * Qua Abr 04, 2012 5:58 am

LuanaNunees escreveu:Quero ler. Soo avisando.
Amei o resumo. Posta logo.

Brigada Mamãe, por acompanhar mais uma fic minha!!
vou postar sim
essa fic até já está mais avançada que o outro livro, "Forbidden Love", então os capítulos vem mais rapidinho
espero que goste Smile
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"Here we go Again..." Empty Re: "Here we go Again..."

Mensagem por * Naomi * Qua Abr 04, 2012 6:08 am

Capítulo 1






"Mystic Falls? Mas que raio de conversa vem a ser essa agora, Jessica? Mystic Falls?! Onde é que isso fica? Ninguém sequer ouve falar desse fim do mundo! Qual é o teu interesse em ir para lá agora? A sério, não estou a compreender! Tu tens tudo que precisas aqui, todas as pessoas que conheces, não tens de ir para uma terriola qualquer perdida em nenhures para ficares bem. Podes continuar em minha casa se quiseres! Agora escusas de te armar em solitária veterana e fugir para o último sítio onde seria de esperar que tu, logo tu, fosses viver. Mystic Falls não tem nada de nada, não faz nada o teu género! Qual é a tua vontade súbita de ir viver para lá?!"
Essa tinha sido a resposta, num tom bastante contrariado e enervado, da minha melhor amiga Lily, quando lhe disse que me iria mudar de malas e bagagens para Mystic Falls, a "terriola qualquer perdida em nenhures", de onde a minha mãe tinha fugido há vinte anos atrás, para poder ter uma vida relativamente normal. Eu percebia completamente a aversão de Lily a deixar-me voltar para lá. Era mais que normal que a minha melhor amiga, conhecendo-me tão bem como conhecia, nem conseguisse suportar a ideia de 1º - me perder, e 2º - deixar-me voltar para o sítio de onde a minha mãe fugira no passado.
Mas era a minha única oportunidade de conhecer o que ainda restava da minha família. Sim, a minha mãe podia ter dado numa de "fugitiva rebelde", podia ter vindo para aqui, a solarenga Califórnia, para experimentar uma vida mais moderna e longe da calma sufocante de Mystic Falls, mas eu nunca lá tinha ido, nunca tinha visto com os meus olhos a terra onde a minha família vivera (e ainda vivia, pelo menos parte dela), nem sabia ao certo se todas as histórias que a minha mãe me contara, sobre aquilo não ter interesse algum, eram verdadeiras ou não.
Claro que não estava a fazer isto de completa e livre vontade. Se as coisas não tivessem acontecido, se eu não tivesse cometido aquele erro crasso, a esta hora não teria de estar a meter todas as minhas coisas em malas e malões, nem teria de estar a deixar a minha casa, a minha escola, os meus amigos…
Se eu não tivesse cometido aquele erro, a minha mãe ainda estaria viva.
Abanei a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos horrorosos da minha mente. Se não me impedisse, acabaria por voltar a ver as imagens do acidente, de como a minha mãe tinha morrido ao meu lado sem que eu pudesse fazer nada, acabaria por voltar a chorar, pela milésima vez, até perder as forças e quase desistir de me ir embora.
Não podia voltar a deixar-me ir abaixo. Não agora. O táxi devia estar quase a chegar e eu tinha de acabar de arrumar as coisas até lá. Apressei-me, arrumando as minhas roupas, acessórios e objetos pessoais dentro das várias malas e malões, e depois de ter guardado o telemóvel no bolso de trás dos jeans, assim como as chaves de casa e algum dinheiro, percorri a minha casa uma última vez, despedindo-me de cada divisão, andando para cá e para lá num misto de memórias, saudades e sorrisos tristes.
Eu tinha crescido ali a minha vida inteira. Os meus pais tinham sido felizes ali - pelo menos até há quatro anos atrás, altura em que ele tinha morrido de um violento ataque cardíaco, o que tirou grande parte da força e vitalidade à minha mãe também. Eles tinham vivido um casamento feliz, eram as almas gémeas um do outro, e eu não conseguia imaginar ninguém melhor para a minha mãe que o meu pai. Mas desde a morte dele que ela tinha estado tão diferente… como se lhe faltasse uma parte fundamental de si própria, e não conseguisse ser a mesma sem ela.
Eu sabia que ela nunca mais seria a mesma sem o meu pai.
Mas achei que a teria ao meu lado durante mais tempo, achei que ela viveria para sempre. Tal como o meu professor de Filosofia costumava dizer-nos, só percebemos a terrível verdade de que os nossos pais e amigos são mortais quando os perdemos realmente.
E eu tinha-a perdido, há menos de dois meses, e ainda hoje me custava tanto como se tivesse sido ontem. Mas o tempo de me "habituar à realidade" já tinha passado, pelo menos na cabeça da maioria das pessoas à minha volta. Estavam todas à espera que eu já fosse capaz de reconstruir a minha vida. até agora tinha vivido aqui, e tinham sido os pais da minha melhor amiga a tratar de tudo o que eu ainda não podia tratar, por ainda ser menor de idade, mas estava na altura de deixar de ser uma carga de trabalhos para eles. E por isso chegara o momento de seguir em frente.
Parei no corredor do hall, o olhar fixo no grande quadro pregado na parede mesmo à minha frente. Era uma fotografia em tamanho grande, de mim com os meus pais, e nela os nossos sorrisos eram tão intensos, tão verdadeiros, que fizeram os meus olhos encherem-se de lágrimas uma vez mais.
Ia ter saudades daquela casa, de tudo o que lá passara, ia ter saudades dos meus amigos, das pessoas com quem vivera toda a vida, mas estava na hora de seguir em frente. Se eu parasse, se eu deixasse de lutar, se eu me rendesse à dor, tudo seria cada vez pior. Eu não podia parar, não podia resignar-me. Tinha sido uma das lições mais preciosas que o meu pai me dera ao longo da vida: a nunca desistir de perseguir a felicidade, mesmo quando ela parece demasiado longe do nosso alcance.
Também tinha muitas saudades do meu pai. Mas de uma maneira estranha e incompreensível, sentia que ele estava orgulhoso de mim, do que eu estava a fazer, de não me estar a render à dor. De estar a seguir os seus conselhos.
Inspirei fundo, enchendo-me de coragem, e dirigi-me à saída. Desci do alpendre e avancei até à segunda casa à esquerda da minha. Tinha uma última coisa para fazer antes de me ir mesmo embora. Era lá que morava David, o meu melhor amigo desde a infância. Subi ao alpendre da sua casa, voltei a recuperar a coragem e toquei à campainha. Ele abriu pouco depois.
Vê-lo ali, com o seu ar tão normal, o mesmo rosto que eu via desde pequena, fez-me doer mais o coração do que tudo o resto. Era o meu David de sempre, e eu ia deixá-lo. Ia ter tantas saudades dele, tanta vontade de voltar para o seu lado… mas agora era tarde demais para voltar atrás na minha decisão.
- Ah, és tu Jessie… - Disse ele, em tom desconfortável.
Passou a mão pelos cabelos castanhos, e baixou o olhar para os pés. Respirei bem fundo, e tirei as chaves de casa do bolso dos meus jeans. Estendi-as na direção dele, e David voltou a levantar os olhos para mim, desconfiado.
- Fica com elas, ou dá-as aos teus pais. A casa agora é vossa. Não vou precisar mais dela, pelo menos durante os próximos tempos. - Comuniquei, tentando que a minha voz não falhasse.
David pestanejou, incrédulo, mas foi capaz de se recompor imediatamente. Com um ar determinado e confiante, pegou nas minhas chaves e dedicou-me o meu sorriso preferido.
- Boa-sorte em Mystic Falls, Jessie.
- Obrigada. - Murmurei, e dei um passo atrás.
Ia virar-me para me ir embora, lutando contra as forças dentro de mim que me obrigavam a ficar, que queriam fazer-me voltar atrás na minha direção, mas eu não podia deixar que elas levassem a melhor sobre mim. A minha partida para Mystic Falls era inadiável. Mas antes de poder descer do alpendre dele, David pegou-me no braço e prendeu-me, impedindo-me de continuar, e puxou-me para os seus braços.
Quando me abracei a ele, com todas as minhas forças, senti os meus olhos a encher-se de lágrimas uma vez mais. As saudades já começavam a tolher-me o coração, embora ainda nem sequer o tivesse deixado para trás. Era a simples ideia de ter de me separar dele que me estava a entristecer até ao mais profundo do meu ser.
- Sabes que vou ter muitas saudades tuas… não sabes? - Solucei, com o rosto escondido no ombro dele.
- Sei. Eu também vou ter saudades tuas. - Murmurou ao meu ouvido, abraçando-me com força.
Deixei-me ficar nos seus braços mais uns minutos, e depois ganhei coragem para me libertar deles. David segurou o meu rosto entre as suas mãos e dedicou-me um novo sorriso, desta vez encorajador e confiante.
- Vai correr tudo bem. Vais ser feliz lá, eu tenho a certeza.
- Ao menos que um de nós tenha, não é? - Respondi, em tom sarcástico, que o fez rir-se.
- Não sejas assim. Provavelmente vais gostar muito mais de Mystic Falls do que pensas.
- Quem sabe… mas vais ter de me prometer uma coisa.
- Tudo o que queiras. - Respondeu, e o sorriso alargou-se nos seus lábios belos e carnudos.
- Tens de me ir lá visitar. Tens de ir ver com os teus próprios olhos como aquilo é. Quando souber a minha morada fixa mando-ta para poderes lá ir, está bem?
- Claro. Mal posso esperar para ir conhecer a terriola da tua família. - Riu-se David, mas eu sabia que ele estava a falar a sério.
- Bem… está na hora de ir.
- Liga-me quando chegares. - Despediu-se, e antes que eu pudesse mesmo ir-me embora, encostou os lábios aos meus.
Fechei os olhos e correspondi ao seu beijo, aquele beijo de despedida que eu conseguira evitar tantas vezes ao longo dos anos que já tinham passado. David sempre fora uma figura imprescindível na minha vida, como os meus pais, e agora também o estava a deixar, mas de minha livre vontade, o que só podia ser um claro sinal de loucura, mas já tinha tomado a minha decisão, e não podia voltar atrás.
Os lábios de David afastaram-se dos meus e um sorriso desenhou-se neles, enquanto as lágrimas começavam a descer-me pelo rosto, sem que as conseguisse controlar. David sempre fora assim: muito capaz de me fazer perder o controlo.
- Vai lá, Jessie. Boa-sorte.
- Obrigada!
Virei-lhe costas rapidamente, antes que perdesse realmente a coragem para me ir embora, e desci do seu alpendre quase a correr. Não queria olhar para trás, ou acabaria por me render. Avancei a correr até minha casa, voltei a entrar, e menos de dois minutos depois ouvi a buzina do táxi a apitar. Eu tinha chamado o táxi para me levar e à minha bagagem até ao aeroporto, e tinha realmente chegado a hora.
Deitei um último olhar em redor da minha casa, e depois peguei nas minhas coisas e saí. Avancei para o táxi, cumprimentei o motorista e ele ajudou-me a colocar as várias malas e malões na bagageira. Entrei para o banco de trás do táxi, respirei fundo para reunir mais alguma coragem, e olhei uma última vez para a casa onde vivi toda a minha vida.
À medida que o táxi entrou em movimento e se afastou da rua da minha casa, senti que uma grande parte de mim ficava lá, era deixada para trás, e chorei em silêncio durante todo o caminho até ao aeroporto.
Era como se me estivesse realmente a despedir da antiga Jessica Summers. Ia deixar aquilo que tinha sido para trás. Estava na hora de partir, de começar do zero, de dar início a uma nova etapa da minha vida, sem os meus pais… e sem David. Estava na hora de me recompor, de tentar começar de novo. Se toda a gente o conseguia, eu também seria capaz de o fazer… certo?
Eu esperava realmente que sim. Talvez Mystic Falls se pudesse tornar realmente na minha nova casa. O meu novo lar.
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"Here we go Again..." Empty Re: "Here we go Again..."

Mensagem por * Naomi * Qua Abr 04, 2012 6:09 am

E aeee, espero que tenham gostado, quando quiserem mais é só pedir Smile
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 7:41 am

Oii gente, vou postar o 2º capítulo, espero que gostem desse tambem!
bjs
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 7:44 am

Capítulo 2






- Tem a certeza de que quer ficar aqui, menina? - Insistiu o taxista, com ar desconfiado.
Assenti com a cabeça e estendi-lhe o dinheiro do pagamento da viagem.
- Fique com o troco. Obrigada. - Respondi, e depois afastei-me da beira da estrada, para ele poder pôr o carro a andar e sair dali.
- Bem… boa-sorte. - Desejou ele, ainda um pouco apreensivo.
Fiquei a vê-lo ir-se embora pela estrada fora, e quando saiu do meu campo de visão, inspirei fundo e virei-me de frente para os grandes portões de ferro forjado, que tinham "Mystic Falls" escrito no ferro trabalhado e moldado ao centro, e reuni de novo coragem.
Já tinha caído a noite há algum tempo. A viagem de táxi até ao aeroporto, e depois de avião até aqui, e ainda a última viagem de táxi para esta estrada - visto que o aeroporto mais próximo ainda ficava bem longe da entrada de Mystic Falls - tinham demorado ao todo cerca de dez horas. Eu estava exausta, e com um jet lag tremendo, porque se estivesse na Califórnia ainda nem seriam cinco da tarde e aqui já eram quase nove. Mas apesar do cansaço, sentia também um nervosismo enorme.
Durante a viagem para cá tinha imaginado mil e um cenários, mas pelos vistos, Mystic Falls apresentava-se-me exatamente como a minha mãe me descrevera no passado: isolada, pacata e antiga demais.
«Bem, vamos a isto» pensei para comigo, e peguei em toda a minha bagagem.
Avancei para os grandes portões e passei-os. Depois andei durante imenso tempo ao longo daquela enorme estrada, que parecia atravessar o bosque, pois só se viam árvores e mais árvores de ambos os lados, até que finalmente avistei luz ao longe, e isso deu-me ânimo. Não ficaria nada bem para uma visitante chegar a meio da noite, mas eu não tinha dinheiro para ficar numa pensão qualquer aqui perto e só vir bater à porta dos meus tios de manhã, por isso tinha de ser mesmo hoje.
As luzes das casas estavam mais próximas. Eu estava exausta e cheia de sede, por isso assim que vi o letreiro a dizer "Mystic Grill" quase senti o sorriso a desenhar-se na minha cara. Devia ser um café ou restaurante qualquer, onde eu podia pedir uma bebida e descansar um bocado. Avancei mais depressa até lá, e quando parei em frente à porta, senti um novo assomo de energia e entusiasmo a inundar-me.
Estava na hora de começar realmente.
- Precisas de ajuda?
Mandei um pulo com o susto, e virei-me repentinamente para o lado, para ver quem me tinha falado. Era um rapaz, que não devia ser muito mais velho que eu, e que trazia duas grades vazias de cerveja nas mãos. Parou ao ver-me ali, com tantas malas à minha volta.
- Hum… obrigada. Eu acho que vou só entrar e beber qualquer coisa… estou a morrer de sede. - Respondi, em tom constrangido.
Ele olhou-me durante alguns segundos sem dizer nada, mas depois desatou a rir-se à gargalhada, e pousou as grades no chão, junto à parede e aos caixotes de lixo do bar.
- Onde é que está a graça? - Perguntei, desconfiada.
- Não é nada, desculpa… é que vais perceber que essa frase do "estou a morrer de sede" tem um significado muito especial por estas bandas. - E voltou a rir-se.
Fiquei sem perceber nada do que ele estava para ali a dizer, e ao ver que me estava a deixar desconfortável, avançou para mim e estendeu a mão, como se quisesse apertar a minha.
- Desculpa a minha falta de jeito a receber forasteiros. Não é comum recebermos pessoas de fora em Mystic Falls. Desculpa, mais uma vez…
Apertei a sua mão, e por uma alguma razão incompreensível, começava a engraçar com aquele rapaz.
- Não faz mal. - Respondi, sorrindo-lhe também.
- Porque não vens para dentro e me deixas pagar-te uma bebida? Fica por conta da casa.
- Isso era mesmo fantástico.
Antes que pudesse impedi-lo, pegou nas minhas malas e malões e arrastou-os para dentro do bar. Foi colocá-los na arrecadação, para não ficarem por ali a ponto de alguém os levar ou tropeçar neles, e depois levou-me consigo até ao balcão do bar. Adorei o ambiente, aquele sítio era mesmo agradável. O rapaz contornou o balcão e foi para o outro lado, começar a preparar-me qualquer coisa.
- Então… não me disseste como te chamavas. - Comentou, enquanto espremia uma metade de limão para dentro de um copo.
- Jessica. Jessica Summers, na verdade.
- Ah, estou a perceber de onde vem essa pele bronzeada. Ainda por cima chegaste na tua estação! - Riu-se ele, na típica alusão ao meu apelido.
Revirei os olhos, com um sorriso. Desde pequena que toda a gente brincava com o meu apelido (Summers = Verões) e com a minha pele e cabelo dourados. Parecia que até aqui, no fim do mundo, apanhavam essa piada.
- Como é que te chamas? - Perguntei, tentando saber mais sobre este anfitrião tão simpático.
- Matt Donovan. - Respondeu ele, no mesmo tom simpático. - Quer dizer… na verdade é Matt Donovan Júnior. É melhor dizer-te já, para não me confundires com o meu pai.
- Ah, tens o mesmo nome que ele?
- Pois. É uma daquelas tradições meio chatas de cidade pequena. - Respondeu, encolhendo os ombros. - Toma, espero que gostes.
Estendeu-me o copo da minha bebida, de um delicioso tom de amarelo garrido, que bebi sofregamente, e isso fê-lo rir-se.
- Estou a perceber que isso do "morrer de sede" é literal no teu caso.
- Vais explicar-me a piada disso hoje ou vou ter de esperar por amanhã? - Provoquei, de olhos semicerrados.
- Ah, acho que vais ter de esperar. Não é algo que eu possa explicar-te, só quem cá vive é que percebe.
- Então acho que vou acabar por entender daqui a pouco tempo. - Respondi, piscando-lhe o olho.
- A sério? Vais mudar-te para cá? - Perguntou, espantado.
- Claro. Para que achas que eram aquelas malas todas?
- Pensei que só viesses de férias. Sabes… férias de verão e assim… visitar a família…
- Estás certo, em parte… venho viver com os meus tios. - Respondi, e não fazia ideia do porquê de estar a falar tanto com ele, como se não conseguisse ficar calada.
Ele aproximou-se mais de mim, e reparei nesse momento nos seus intensos olhos azuis, muito bonitos. Aliás, ele era bem giro: alto, musculado, cabelo louro escuro e olhos azuis. O típico americano. Que maravilha haver um desses nesta terriola.
- Quem são os teus tios?
- A Maggie e o Jeremy Gilbert. - Respondi, dando mais um gole na bebida, que estava ótima.
Os olhos dele arregalaram-se de espanto.
- Uau, mais uma Gilbert?!
Não percebi ao início o seu espanto.
- Essa parte da minha família é assim tão grande?
- Não é bem isso… quer dizer, os Gilbert sempre estiveram ligados aos Donovan… os meus avós e os pais do teu tio conheciam-se desde pequenos, e o meu pai até chegou a namorar com a irmã do teu tio… que também era tua tia.
- Era? - Perguntei, curiosa. - Desculpa, é que não conheço muito bem essa parte da história.
- Não? Mas então… és uma Gilbert ou não? Parece que vamos ter conversa para o resto da noite. - Riu-se Matt, que embora estivesse a fazer os pedidos dos outros clientes e a limpar o balcão, parecia tão interessado na conversa como eu.
- Eu vou tentar explicar-te depressa… a minha mãe chamava-se Grace, e "fugiu" daqui há vinte anos atrás. Foi para a Califórnia e conheceu lá o meu pai, George, casaram e tiveram-me a mim, blá blá blá, vida perfeita e assim…
- Estás a falar no passado… os teus pais já morreram? - Perguntou Matt, inseguro em avançar para esse terreno.
- Já. A minha mãe morreu há 2 meses, e é por isso que eu vim viver com os meus tios. A minha tia Maggie é irmã mais nova da minha mãe. Por isso eu só sou aparentada dos Gilbert por casamento da minha tia.
- Ah, não tens sangue deles… - Concluiu Matt, e por alguma razão, pareceu desiludido com isso.
- Não. Eu sou mesmo uma Summers autêntica. - Ri-me, e acabei a minha bebida.
- Bem, espero que gostes de viver cá. Vais perceber depressa que toda a gente…
- … conhece toda a gente em Mystic Falls. - Interrompi-o, terminando a sua frase. - Já sei disso. A minha mãe dizia-me isso imensas vezes. Obrigada pelas boas-vindas… e pela bebida.
- De nada. Podes vir cá sempre que quiseres. Este bar agora é do meu pai, e eu trabalho cá todos os dias…
- Uau… que belas férias de verão que tu vais ter. - Comentei, em tom sarcástico, e rimo-nos à gargalhada.
- Podes crer…
- Podes dizer-me só onde é que vivem os meus tios? Ainda não sei qual é a casa deles.
- Claro… é esta aqui, toma. - Disse ele, e escrevinhou a morada num pedaço de papel, passando-mo.
- Obrigada.
- Bem, tem uma boa-noite Jessica!
Desci do balcão, fui buscar as minhas malas e malões à arrecadação do Mystic Grill, e acenei a Matt antes de sair do bar. Quando o frio típico da noite me tocou, fez-me arrepiar. Dentro do bar estava realmente mais quente. Olhei para o papel que ele me tinha dado e segui as instruções, até chegar à casa dos meus tios. Subi ao alpendre de madeira, respirei fundo para me encher de coragem, e toquei à campainha.
Foi o meu tio que veio abrir, e ficou no seu mais perfeito estado de choque ao ver-me ali.
- Jessica?! - Exclamou, de olhos arregalados.
- Olá tio Jeremy. Posso entrar?
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"Here we go Again..." Empty Re: "Here we go Again..."

Mensagem por LuanaNunees Qui Abr 05, 2012 9:10 am

* Naomi * escreveu: Despediu-se, e antes que eu pudesse mesmo ir-me embora, encostou os lábios aos meus.
Fechei os olhos e correspondi ao seu beijo, aquele beijo de despedida que eu conseguira evitar tantas vezes ao longo dos anos que já tinham passado. David sempre fora uma figura imprescindível na minha vida, como os meus pais, e agora também o estava a deixar, mas de minha livre vontade, o que só podia ser um claro sinal de loucura, mas já tinha tomado a minha decisão, e não podia voltar atrás.
Os lábios de David afastaram-se dos meus e um sorriso desenhou-se neles, enquanto as lágrimas começavam a descer-me pelo rosto, sem que as conseguisse controlar. David sempre fora assim: muito capaz de me fazer perder o controlo.
- Vai lá, Jessie. Boa-sorte.
- Obrigada!

Own que amoor.
Too amando a história. Taa fascinante.
Tadiinho do David, era pra ele ter ido com a Jessie.
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 9:17 am

LuanaNunees escreveu:
* Naomi * escreveu: Despediu-se, e antes que eu pudesse mesmo ir-me embora, encostou os lábios aos meus.
Fechei os olhos e correspondi ao seu beijo, aquele beijo de despedida que eu conseguira evitar tantas vezes ao longo dos anos que já tinham passado. David sempre fora uma figura imprescindível na minha vida, como os meus pais, e agora também o estava a deixar, mas de minha livre vontade, o que só podia ser um claro sinal de loucura, mas já tinha tomado a minha decisão, e não podia voltar atrás.
Os lábios de David afastaram-se dos meus e um sorriso desenhou-se neles, enquanto as lágrimas começavam a descer-me pelo rosto, sem que as conseguisse controlar. David sempre fora assim: muito capaz de me fazer perder o controlo.
- Vai lá, Jessie. Boa-sorte.
- Obrigada!

Own que amoor.
Too amando a história. Taa fascinante.
Tadiinho do David, era pra ele ter ido com a Jessie.



aii mamae, ja leu que maravilhaa!!
tou vendo que gosta das partes romanticas, então prepare-se que é o que nao vai faltar nessa historia!
e sim, foi mauzinho o David ter ficado para trás, mas faz parte do enredo, depois voce percebe Wink
quando quiser o novo cap eu posto
bjs!!
* Naomi *
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Mensagem por LuanaNunees Qui Abr 05, 2012 9:21 am

* Naomi * escreveu:
Ele olhou-me durante alguns segundos sem dizer nada, mas depois desatou a rir-se à gargalhada, e pousou as grades no chão, junto à parede e aos caixotes de lixo do bar.
- Onde é que está a graça? - Perguntei, desconfiada.
- Não é nada, desculpa… é que vais perceber que essa frase do "estou a morrer de sede" tem um significado muito especial por estas bandas. - E voltou a rir-se.

Amei o Cap. Ta ficando cada vez mais interessante.

-Risos- Relamente, Morrer de sede em um lugar com um longo historico de vampiros, é beem engraçado; kkkkkkk''

Posta mais loogo.
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 9:25 am

LuanaNunees escreveu:
* Naomi * escreveu:
Ele olhou-me durante alguns segundos sem dizer nada, mas depois desatou a rir-se à gargalhada, e pousou as grades no chão, junto à parede e aos caixotes de lixo do bar.
- Onde é que está a graça? - Perguntei, desconfiada.
- Não é nada, desculpa… é que vais perceber que essa frase do "estou a morrer de sede" tem um significado muito especial por estas bandas. - E voltou a rir-se.

Amei o Cap. Ta ficando cada vez mais interessante.

-Risos- Relamente, Morrer de sede em um lugar com um longo historico de vampiros, é beem engraçado; kkkkkkk''

Posta mais loogo.


hahushahusahsuuaah tambem gostou dessa tirada do Matt Júnior?? maravilhaaa, eu ri mt na hora de escrever isso hahahah
vou postar mais sim mamae
muito obrigada por tar lendo e comentando!!
bjss
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 9:34 am

Capítulo 3






O dia amanheceu frio e cinzento, o que não era nada sinal de boas-vindas. Talvez Mystic Falls não estivesse assim tão disposta a aceitar-me de imediato como nova moradora. Mas eu não me ia deixar vencer assim tão facilmente.
Levantei-me da cama e avancei para a janela, afastando os cortinados para olhar para o exterior. O céu exibia um tom cinzento carregado, as nuvens cobriam-no por completo, não deixando ver o sol, e eu podia estar muito enganada, mas quase podia jurar que ia chover. No entanto, não seria isso a prender-me em casa o resto do dia.
Peguei no meu casaco de malha e vesti-o por cima do pijama de alças e calções curtinhos de verão, e calcei os chinelos de casa. Depois saí do quarto, atravessei o corredor dos quartos no piso superior da casa, e dirigi-me às escadas em madeira, que desciam para o vestíbulo do meu novo lar. Apurei o sentido da audição, mas só consegui distinguir os barulhos de uma pessoa em casa, e estava na cozinha, por isso avancei até lá.
Na noite anterior, depois da minha aparição inesperada e chocante, os meus tios tinham-me recebido muito bem, ficado muito contentes por eu finalmente ter cedido ao seu pedido de vir morar com eles - embora lamentassem, claro, a morte da minha mãe - e puseram-me logo à vontade. Já tinham um quarto preparado para mim e tudo. Os meus tios ainda não tinham conseguido ter filhos, e por isso diziam que seria ótimo ter-me por ali para irem treinando um bocadinho.
O jantar que me prepararam estava delicioso, e depois de termos conversado um bocadinho, eu tinha subido para o quarto que eles tinham preparado para mim, arrumei todas as minhas coisas nos armários, liguei a David para ele se certificar de que eu estava viva e bem, e pude finalmente deitar-me. Assim que me aninhei nos cobertores e na almofada adormeci, e pela primeira vez em muito tempo, não tive nenhum pesadelo.
Mas agora estava na hora de começar um novo dia, e não havia maneira melhor do que conhecendo um pouco melhor o meu tio Jeremy, que já insistia que eu lhe chamasse apenas Jer, como os amigos e as pessoas mais chegadas. Optei por Tio Jer, e ele acabou por concordar comigo.
À primeira vista parecia-me uma boa pessoa. Tinha 36 anos - menos dois que a minha mãe, há dois meses atrás, quando tinha morrido - e era bem-parecido, cabelo e olhos escuros e pele branca, um sorriso simpático e uma voz contagiante. A minha tia Maggie era perturbantemente parecida com a minha mãe: também muito bonita, com cabelos louros e olhos azuis, um sorriso lindo e uma pele branca e perfeita.
Eu tinha-os visto algumas vezes ao longo da minha vida, pois embora a minha mãe se recusasse terminantemente a voltar a Mystic Falls, tinha demasiadas saudades da irmã e do cunhado para se separar de vez deles, e então os meus tios iam visitar-nos algumas vezes, principalmente na altura das festividades. Por isso não era como se eles fossem realmente figuras desconhecidas da minha vida, mas claro, nunca tinha passado tanto tempo com eles como agora. Era uma novidade para as duas partes, mas eu esperava que corresse bem.
- Bom-dia, Tio Jer! - Cumprimentei-o alegremente, quando entrei na cozinha.
- Ah, olá Jessica, bom-dia! - Disse ele, e veio dar-me um beijo na testa. - Tens fome? Estou a fazer torradas com compota, ouvi dizer que gostas muito.
- E gosto! Obrigada… onde está a Tia Maggie?
- Foi à praça comprar qualquer coisa. Senta-te aí, está à vontade… dormiste bem? Ou o colchão é desconfortável?
- Não, não, é bastante confortável. - Dediquei-lhe um sorriso de agradecimento. - E eu gosto muito do quarto. É bonito.
- Ainda bem que gostas… eu não sabia bem qual era o teu estilo, ou se ias gostar, mas ainda bem que estás de acordo, para não termos de o mudar todo…
- Ora, não seria preciso mudá-lo, esteja descansado.
- Bem, estão prontas. Espero que gostes… eu não tenho os dotes culinários da tua tia, mas parecem-me comestíveis. - Avisou, enquanto colocava o prato com as torradas à minha frente na mesa.
Peguei numa e dei uma dentada. Estavam mesmo boas.
- Eu acho que também cozinha muito bem, Tio Jer. Estão deliciosas.
- Obrigado. - Ele sorriu, orgulhoso do seu feito, e depois sentou-se na cadeira à minha frente. - Então, o que estás a pensar em fazer hoje? Estás de férias de verão…
- Pois é. Acho que vou apenas dar uma volta pela cidade… ontem conheci um rapaz bastante simpático, acho que vou voltar ao Mystic Grill para falar com ele.
- Ah, já conheces o Mystic Grill? Então o rapaz deve ser o Matt Donovan Júnior…
- Sim, por acaso é!
- Eu conheço-o bem. Um ótimo miúdo, acredita. Sou um dos melhores amigos dos pais dele, o Matt e a Sarah…
O meu tio calou-se durante uns momentos, como se tivesse ficado pensativo, e decidi que era a minha melhor oportunidade para arriscar. Dei mais uma dentada na torrada e depois pousei-a e encarei-o bem de frente.
- Tio Jer… eu e o Matt estivemos a falar um bocadinho ontem, e ele disse-me algumas coisas sobre Mystic Falls e as famílias de cá.
Os olhos sensatos e meigos do meu tio semicerraram-se de desconfiança.
- O que foi que ele te disse?
- Bem, que o tio tem uma irmã… chama-se Elena, não é? E que o pai dele, Matt Donovan, tinha sido muito amigo dela e até tinham namorado…
- Sim. É verdade que a Elena é minha irmã. Ou quer dizer… foi. Ela já morreu, Jessica. - Respondeu ele, num tom mais triste.
Arrependi-me imediatamente de ter tocado naquele assunto, porque vi que tinha percebido mal o que Matt tentara dizer-me, e que afinal a minha tia Elena não estava viva. E claro que agora custava ao tio Jeremy tocar no assunto. Como é que eu podia ter sido tão indelicada?
- Desculpe, Tio Jer… não queria fazê-lo sentir-se triste…
- Não faz mal. Tu não podias saber, afinal… e tens todo o direito a ter as tuas dúvidas e a receber as tuas respostas.
- Tenho pena de não a ter conhecido. Como é que ela era?
- Bem… - O tio Jeremy hesitou, como se estivesse à procura das palavras certas, e depois um sorriso de adoração desenhou-se nos seus lábios. - Ela era fantástica, Jessica. Realmente fantástica. Tinha uma força, uma coragem, um sentido de proteção e de justiça incríveis. Fazia tudo para ver os outros bem, para proteger as pessoas de que gostava. Mas tinha um coração grande demais para o que podia suportar, e foi isso que acabou por a matar.
- A tia Elena… suicidou-se? - Gaguejei, espantada.
- Sim. Mas vá, isto são assuntos muito tristes para o pequeno-almoço… não penses mais nisso. Já foi há muito tempo, há dezoito anos atrás.
- Lamento na mesma…
- Terias gostado de a conhecer. Não és muito parecida com ela fisicamente, mas… vejo algo dela em ti. - E o sorriso tornou-se novamente meigo. - Bem, eu tenho de ir trabalhar, mas espero que te portes bem e que aproveites o dia.
- Claro, vou fazer os possíveis… onde é que vou almoçar?
- Podes almoçar no Mystic Grill, pede para meterem o pagamento na minha conta, eles já sabem bem quem eu sou.
- OK… obrigada Tio Jer. E desculpe ter tocado no assunto, mais uma vez. Tenha um bom dia no trabalho. - Desejei, antes de me levantar da mesa e sair da cozinha.
Corri escadas acima de volta ao meu quarto, e fiz a cama enquanto pensava no que faria para ocupar esse dia. A imagem do rosto de Matt surgiu-me instantaneamente na cabeça, e um sorriso desenhou-se nos meus lábios. Além dos meus tios, ele era a única pessoa que eu já tinha conhecido por ali, por isso fazia sentido que quisesse ir falar com ele.
Tomei um duche rápido, vesti uns calções curtinhos de ganga e um top de alças preto, coloquei o meu colar por cima e juntei ao conjunto os meus ténis All Star todos brancos e o meu casaco de malha fina igualmente branco. Vi-me ao espelho, enquanto me penteava, e gostei do resultado. Estava pronta para o meu primeiro dia a sério em Mystic Falls.
Quando saí do quarto, desci as escadas e voltei à cozinha, esta já estava toda arrumada, e o tio Jeremy já não estava por ali. Tinha deixado as chaves de casa em cima do móvel da entrada, pelo que peguei nelas e saí para aquele dia cinzento e mais frio do que eu pensara. Mas não era um frio que me obrigasse a ir trocar os calções por umas calças, por isso decidi ir mesmo assim vestida.
Avancei pela rua fora, a observar as outras casas, e tentei não me perder enquanto me dirigia ao Mystic Grill. Consegui ir lá ter à primeira, e apercebi-me de que até era bastante fácil orientarmo-nos em Mystic Falls, por isso talvez não chegasse a perder-me.
Quando entrei no bar, estava mais quente e agradável, tal como na noite anterior. Avancei sem medos para o balcão, ao fundo da grande divisão, e assim que lá cheguei avistei Matt, virado para o balcão a preparar dois cafés.
- Bom-dia Matt! - Cumprimentei-o, sentando-me num dos bancos altos junto ao balcão.
Ele virou-se rapidamente, espantando por me ver ali, mas reconheceu-me de imediato, e sorriu-me alegremente.
- Olá Jessica! Bem, parece que gostaste mesmo do Mystic Grill!
- Sim, isto tem um ambiente agradável…
- Como passaste a noite? Conseguiste dormir bem?
- Consegui. A casa dos meus tios é confortável. Já entraste ao serviço há muito tempo? - Perguntei, olhando à minha volta, para o café já cheio de pessoas.
- Há algum. Mas não te preocupes, estava só à espera que tu chegasses. - Comunicou, num tom entusiasmado.
- Ai sim? Porquê? - Foi a minha vez de ser surpreendida.
Matt foi levar os dois cafés à mesa que tinha feito o pedido, e depois aproximou-se de mim e estendeu-me a mão, com o mesmo sorriso na cara.
- Vou ser o teu guia pessoal de Mystic Falls. Já disse ao meu pai e ele e a minha mãe tratam dos pedidos por aqui. Estás pronta?
- Estou! - Respondi de imediato, sentindo o entusiasmo a crescer dentro de mim.
- Ah, com que então esta é que é a bela Jessica Summers!
Virei-me para trás, para ver quem se vinha a dirigir a nós, e quase me arrepiei de ver um homem que era a cara chapada de Matt. Não havia qualquer dúvida possível de que era o pai dele, Matt Donovan. Aproximou-se de nós e parou à nossa frente, de braços cruzados e o mesmo sorriso de Matt na cara.
- Pai… - Murmurou Matt, corando até à raiz dos cabelos.
- Não faz mal! Olá, Sr. Donovan, prazer em conhecê-lo. - Respondi, e avancei para lhe apertar a mão.
- Bem-vinda a Mystic Falls querida. Espero que gostes de estar por cá. Já soube que o meu filho vai servir de teu guia turístico… divirtam-se! - Respondeu o Sr. Donovan, piscando-me o olho.
- Obrigada.
- Pronto pai, se já acabaste de me envergonhar, agradecia que me deixasses levar a Jessica na visita guiada, OK?
- Claro. Gostei de te conhecer, Jessica. - Despediu-se o Sr. Donovan, ainda com o mesmo sorriso simpático.
- Igualmente. Até logo! - Despedi-me, e depois segui atrás de Matt para fora do Mystic Grill.
- Desculpa lá o meu pai, ele adora envergonhar-me em frente às pessoas novas. - Riu-se Matt, revirando os olhos.
- Ora, não digas isso. Ele estava apenas a ser simpático! Bem, vais mostrar-me todos os recantos de Mystic Falls ou não?
- Claro. Prepara-te para conheceres a tua nova terra! - Disse Matt, e o sorriso aumentou nas nossas caras.
Saímos para a rua e preparei-me para embarcar naquela nova aventura. A companhia, naquele momento, não podia ser melhor.

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Mensagem por Luly_layla Qui Abr 05, 2012 10:53 am

oi irmã...olha não li ainda tá! Mas vou ler...adorei a idéia, daqui uns dias apareço por aqui dizendo o que achei! Mas tenho certeza que vou gostar.
bjinho.
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 2:44 pm

Luly_layla escreveu:oi irmã...olha não li ainda tá! Mas vou ler...adorei a idéia, daqui uns dias apareço por aqui dizendo o que achei! Mas tenho certeza que vou gostar.
bjinho.


ahh td bem mana, nao faz mal nao
quando tiver um tempinho passa
bjss
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Mensagem por sofiee.. Qui Abr 05, 2012 6:32 pm

to amando. posta mais!
sofiee..
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 7:00 pm

sofiee.. escreveu:to amando. posta mais!


oii sofie, que bom que esta gostando!!
vou postar mais sim!
bjoo
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Mensagem por * Naomi * Qui Abr 05, 2012 7:05 pm

Capítulo 4






- Então esta é a tua casa? - Perguntei, olhando para a casa diante dos meus olhos.
- Sim. Queres entrar? Acho que ainda tenho limonada no frigorífico. Aviso-te já que a minha mãe faz a melhor limonada de Mystic Falls. - Comunicou Matt, enquanto abria a porta e me dava passagem para dentro da sua casa.
Era quase hora do crepúsculo. Tinha passado o dia todo com ele, a andarmos de um lado para o outro em Mystic Falls, e ele tinha-me mostrado todos os sítios importantes, tudo o que eu precisava de saber, e até me apresentara a Ellie e Cassidy, as suas amigas de infância.
Tinha sido à hora de almoço, quando voltámos ao Mystic Grill para comermos, tal como o tio Jeremy me tinha dito que fizesse. Sentei-me numa das mesas com Matt, e almoçámos juntos, a continuar a conversa que estávamos a ter até aí, até que de repente se juntaram duas raparigas a nós.
Uma delas era absurdamente bonita, talvez demasiado até. Era loura, mas o cabelo dela ainda era mais claro e bonito que o meu, descendo-lhe pelas costas em ondas amorosas, tinha uns enormes olhos azuis acinzentados, uns lábios carnudos e bonitos e um rosto de anjo, e o corpo chamava a atenção de toda a gente por onde ela passasse. A outra tinha a pele mestiça, castanho-clara, o cabelo castanho-escuro liso como uma cortina de seda, e uns grandes olhos castanhos amendoados. Tinha um rosto também bonito, e um sorriso simpático, mas a outra conseguia superá-la.
Sentaram-se ao nosso lado e olharam espantadas para mim.
- Ora vejam só, deves ser a Jessica Summers! - Cantarolou a loura, em tom alegre.
- Sou… e tu és? - Respondi, olhando espantada para ela.
- Cassidy Forbes Lockwood. - Respondeu ela, num tom confiante e orgulhoso. - Presidente da Associação de Estudantes do liceu de Mystic Falls, Miss Mystic Falls, e Líder das Cheerleaders.
- Basicamente é o centro de tudo e mais alguma coisa por cá. - Respondeu Matt, revirando os olhos enquanto se ria.
- Eu sou a Ellie Bennett. Mais conhecida como braço-direito da Cassidy. Bem-vinda a Mystic Falls. - Cumprimentou-me a outra rapariga, também em tom simpático.
- Obrigada… - Respondi, ainda um pouco acanhada.
- A Jessica é meio aparentada dos Gilbert. É sobrinha do Jeremy por afeição. A tia direta dela é a Maggie Summers. - Disse Matt, para meter Cassidy e Ellie ao corrente da situação.
- Ah, uma Gilbert! Mas que maravilha! - Disse Cassidy, com os olhos a brilhar de satisfação.
- Não te preocupes. Não é nada de mal. - Segredou-me Ellie, para tentar deixar-me mais à vontade.
- Não me preocupo, está descansada. - Ri-me, e continuámos a comer e a conversar com elas.
Bastou-me aquela hora que passei na companhia delas para perceber que viria a dar-me bem com ambas. Cassidy era a mais alegre, a "alma da festa", e parecia saber tudo sobre tudo e toda a gente de Mystic Falls, como uma enciclopédia andante de factos e mexericos sobre toda a gente. Ellie, pelo contrário, era mais calma e menos exuberante, mas ambas tinham uma aura de mistério em volta delas, como se fossem algo mais do que aquilo que apenas aparentavam. Mas claro que não tive coragem de lhes perguntar mais, não queria armar-me em indiscreta.
Matt, pelo contrário, continuava a ser o tipo porreiro e normal que me recebera tão bem na noite anterior. E depois do almoço com Cassidy e Ellie, voltou a levar-me na visita guiada por Mystic Falls, que durou a tarde inteira.
Agora eu sentia-me mesmo cansada por ter andando tanto, mas estávamos a entrar em sua casa, por isso talvez eu pudesse sentar-me um bocadinho e descansar. Parecia-me estranho, estar a entrar assim na casa de um desconhecido, sem mais nem menos, mas parecia-me que isso era algo normal nesta terra onde toda a gente era demasiado hospitaleira para os visitantes.
- Vou buscar a limonada. Queres vir até à cozinha? - Sugeriu, encaminhando-se para lá.
Segui-o sem dizer nada, e quando entrámos na cozinha, sentei-me à mesa, e ele dirigiu-se ao frigorífico para ir buscar o jarro da limonada, que de seguida pousou sobre a mesa. Foi buscar dois copos e serviu um para si e outro para mim. Passou-mo com um sorriso encorajador.
- Espero que gostes. - Disse-me, piscando-me o olho.
Bebi um gole e o sabor espantou-me, por ser tão delicioso. Matt estava a dizer a verdade: era mesmo a melhor limonada do mundo!
- Uau… adoro! É deliciosa! - Comentei.
- Ainda bem que gostas.
- Então… o que vamos fazer agora? - Perguntei, e não sabia como ele estava a conseguir fazer-me sentir tão bem.
- Posso ir levar-te a casa, se quiseres… vai cair a noite não tarda, e ainda te perdes.
- Tenho a certeza que, com as tuas indicações, nunca me vou perder por cá. - Respondi, e rimo-nos juntos. - Mas podes levar-me a casa se quiseres. Já está quase na hora de jantar.
- Sim, tens razão. Então… vamos?
- Pode ser. Obrigada, Matt.
Deixámos a casa de Matt e fizemos o caminho até minha casa a conversar sobre como tinha sido esse dia, e o que faríamos no dia seguinte. Eu estava cada vez mais entusiasmada por estar em Mystic Falls. Parecia-me que acabaria mesmo por voltar a ser feliz aqui, que conseguiria refazer a minha vida neste lugar.
Não conseguia perceber porque teria a minha mãe fugido daqui, há 20 anos atrás. Devia estar maluca. Este lugar parecia-me maravilhoso para viver. Porque teria ela deixado isto tudo para trás? Teria assim tanta aversão à calma deste sítio? Talvez fosse apenas isso, a minha mãe nunca gostara muito de estar parada e sem aventuras novas para viver.
Quando chegámos à entrada da minha casa, virei-me para me despedir de Matt.
- Obrigada pelo dia de hoje, mais uma vez. Diverti-me imenso.
- Eu também. Amanhã se quiseres podes ir ter outra vez ao Mystic Grill. Eu, a Ellie e a Cassidy vamos estar por lá. Nunca temos grande coisa para fazer nas férias…
- Acho que vou aceitar o convite. - Respondi, e abri a porta de casa. - Então até amanhã!
- Até amanhã Jess!
Fiquei a vê-lo afastar-se da minha casa, e depois suspirei e entrei. Ouvi a minha tia na cozinha, e dirigi-me lá para falar com ela. Estava a fazer o jantar para nós.
- Olá Jessica! Como foi o dia? - Perguntou-me, ao ver-me chegar.
- Foi ótimo, Tia Maggie! Diverti-me imenso.
- Já soube que estiveste com o Matt Júnior. O que andaram a fazer? - Perguntou, enquanto colocava a louça na mesa para o jantar.
- Ele levou-me a todos os lugares importantes, explicou-me tudo o que eu precisava de saber, e explicou-me as ligações das várias pessoas de cá. Parece-me que toda a gente dá imensa importância às famílias e às linhagens…
- Sim… é um aspeto importante, por cá… - Disse a minha tia, mas pareceu-me que tinha ficado ligeiramente incomodada neste ponto.
Mas antes que pudesse perguntar-lhe mais alguma coisa, o meu tio entrou em casa. Ouvimo-lo fechar a porta, e depois ele veio dar um beijo à mulher e a mim, e sentar-se para comer connosco.
- Como foi o dia, tio? - Perguntei, enquanto a tia me servia do jantar.
- Correu bem. E já soube que tu te divertiste imenso. Estive a falar com o Matt, o pai do Matt Júnior.
- Eu conheci-o hoje. É tão parecido com o filho! É mesmo igual a ele, até me causou impressão. - Comentei, e os meus tios riram-se à gargalhada.
- É, alguns filhos saem mesmo aos pais…
O jantar continuou, falámos sobre as minhas descobertas desse dia, até que me lembrei subitamente de um pormenor que Matt não tinha sido capaz de me explicar por completo.
- Tio… o Matt andou a mostrar-me as casas todas de Mystic Falls, mas não me falou muito sobre esta. - Comentei, e mostrei-lhe uma fotografia que tinha da casa, no meu telemóvel, pois tinha-a tirado quando lá passámos.
Os olhos do meu tio revelaram-me que reconhecia de imediato a casa.
- Conhece-a, não conhece? - Perguntei, guardando de novo o telemóvel.
- Sim. É a casa onde cresci. Eu e a tua tia Elena.
Senti um baque no estômago quando ele disse aquilo. Então tinha sido por isso que Matt não soubera explicar-me muito bem, porque essa casa não devia estar habitada há muito tempo. Fazendo as coisas, se o tio Jeremy dizia que a tia Elena tinha morrido há dezoito anos atrás, então significava que a casa já não devia ser habitada desde essa altura, porque os meus tios estavam casados há mais de quinze anos.
- Ah… eu não fazia ideia…
- Porquê? Gostavas de ir lá vê-la? - Perguntou a tia Maggie, que parecia menos perturbada que o tio Jeremy ao tocar naquele assunto.
- Gostava muito. Só para ver como é por dentro… acham que há problema?
- Não, claro que não. Até podes ir lá depois do jantar. Mas não te demores, se faz favor… não queremos que andes fora de casa durante a noite, está bem?
- Claro, não me demoro nada. - Respondi, sentindo-me de novo entusiasmada.
Acabámos o jantar e depois a tia Maggie deu-me as chaves da antiga casa do tio Jeremy. Tinham ar de serem antigas e não serem usadas há muito tempo, mas quando as senti na minha mão, a adrenalina de mais uma descoberta voltou a inundar-me.
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Mensagem por * Naomi * Sex Abr 06, 2012 11:09 am

Poxaa , parece que ninguem gostou desse cap :/
triste aqui...
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Mensagem por sofiee.. Sex Abr 06, 2012 11:15 am

ai, que nada, eu gostei muito! voce escreve muito bem.
sofiee..
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Mensagem por * Naomi * Sex Abr 06, 2012 11:17 am

sofiee.. escreveu:ai, que nada, eu gostei muito! voce escreve muito bem.


ooouunnnn't brigada Sofiee
quando quiser mais eu posto Smile
bjs
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Mensagem por sofiee.. Sex Abr 06, 2012 11:18 am

eu ja quero srsr posta mais sim
sofiee..
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Mensagem por * Naomi * Sex Abr 06, 2012 11:23 am

sofiee.. escreveu:eu ja quero srsr posta mais sim

okkk, vou postar sim, espero que goste!
Aviso já que esse capítulo tem coisas importantes e uma grande revelação!! Twisted Evil
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Mensagem por * Naomi * Sex Abr 06, 2012 11:25 am

Capítulo 5







Peguei no meu casaco e na minha lanterna e saí de casa. Teria preferido fazer esta "descoberta" com Matt, mas achei que não devia impor-lhe novamente a minha presença, depois de ter passado o dia inteiro a aturar-me. Por isso fui sozinha até à casa onde o tio Jeremy e a tia Elena tinham crescido.
Quando ela apareceu diante dos meus olhos, pareceu-me tão normal como qualquer outra. Subi ao alpendre e meti a chave na fechadura. Tive alguma dificuldade em abrir a porta - tal como eu pensava, já não era aberta há muito tempo, e a porta estava um bocado perra - mas consegui finalmente abri-la. Esta desviou-se para trás com uma chiadeira típica dos filmes de terror, que em vez de me assustar, me fez apenas sentir mais entusiasmada.
Avancei para o interior, liguei a minha lanterna, e a luz dela iluminou as paredes, o teto e o chão, cheios de pó e teias de aranha, e os móveis e objetos decorativos que inundavam o hall de entrada. Tudo tinha um ar velho e desgastado. À medida que avançava até à sala de estar, sentia-me cada vez mais hesitante em continuar. Parecia não haver ali nada de interessante, e eu nunca tinha sido grande apreciadora de aranhas. Para me dar ainda mais vontade de me ir embora, passou um rato a correr ali perto, que me fez soltar um pequeno guincho de surpresa, antes de voltar a acalmar-me.
«Calma Jessica, não sejas medricas. Era apenas um rato» disse a minha consciência, e consegui recuperar a compostura.
Avancei para o móvel ao fundo da sala de estar, onde conseguia distinguir algumas molduras, e quis ver quais eram as fotografias que lá estavam.
O silêncio à minha volta era tão profundo que se tornava quase sufocante, e eu não gostava muito daquela escuridão toda, mas não me ia armar em medricas e sair dali a correr como uma criancinha assustada. Já cá estava dentro, agora só tinha de explorar o resto da casa.
Avancei para as molduras e peguei numa delas. Limpei a camada de pó que cobria o vidro, e depois iluminei a fotografia com a luz da lanterna. Identifiquei de imediato o meu tio Jeremy, mas em adolescente, devia ter a minha idade ou perto disso, e estava acompanhado por uma mulher que, pelo aspeto, devia ser mãe dele ou tia, ou algo parecido, com um rosto bonito, olhos castanhos e cabelo louro acastanhado. Fez-me alguma impressão ver o tio Jeremy tão novo. Não teria sido capaz de o imaginar assim, se tentasse sem a ajuda daquela fotografia.
Decidi levá-la comigo, para poder perguntar ao tio Jeremy se aquela mulher que estava com ele na fotografia era sua mãe. E passei para a moldura seguinte. Fiz o mesmo processo de limpar o pó e iluminar com a lanterna, e depois senti um baque no coração ao ver quem lá estava.
Era o tio Jeremy, uma vez mais, mas aqui ainda era mais pequeno. Aliás, não devia ter mais de dez anos. Tinha sido uma criança adorável, e estranhamente, as suas feições só tinham mudado um pouco ao longo dos anos, eu ainda era capaz de ver muito do tio Jeremy atual no rosto daquele rapazinho de dez anos. Ao seu lado estava um homem, com o braço em redor dos seus ombros, que devia ter sido o seu pai. Do outro lado do tio Jeremy estava uma rapariga, que embora também fosse criança parecia ser ligeiramente mais velha que ele, com um rosto muito bonito, também de pele branca e olhos e cabelos castanhos. O cabelo dela era liso como uma cortina, e brilhava com o sol que os iluminava na fotografia. Só podia ser a minha tia Elena, a que se tinha suicidado. Ao olhar para aquela fotografia ela parecia tão feliz… o que lhe teria acontecido? E do outro lado dela estava outra mulher, que não a mesma da fotografia anterior, agarrada aos miúdos e ao homem, pelo que percebi que aqueles deviam ser decididamente os pais do tio Jeremy e da tia Elena.
Decidi levar essa moldura também, para mostrar ao tio Jeremy, e parti para a seguinte. Nessa só estava a tia Elena, mais velha que na fotografia anterior, ou seja, com perto da minha idade atual. Tinha ficado ainda mais bonita com o passar dos anos. Tinha um sorriso contagiante, mas o rosto era praticamente o mesmo. Ao olhar para ela, tive subitamente a sensação de que ela devia ter sido uma pessoa boa, que não merecia ter morrido. E a curiosidade sobre a razão por que se teria suicidado aumentou ainda mais dentro de mim. O que lhe teria acontecido?
Mas as minhas divagações foram subitamente interrompidas ao ouvir aquele som repentino. Virei-me para trás de um salto, espantada, e quando apontei a luz da lanterna para a porta da sala de estar, quase soltei um grito ao ver um homem lá parado.
Tinha chegado tão silenciosamente que eu nem dera pela sua presença. O facto de me ter pregado um susto tão grande fez a minha pulsação acelerar, e a adrenalina e entusiasmo foram instantaneamente substituídos por medo e nervosismo.
- Quem… quem é você?! - Gaguejei, em tom assustado, e reparei como as minhas mãos tremiam de medo.
Ele avançou mais na minha direção, o que ainda me fez sentir mais assustada, e quando a luz da lanterna incidiu sobre o seu rosto, senti um novo baque no coração.
Ele era muito mais novo do que tinha parecido ao início. Na escuridão tinha parecido mais ameaçador. Mas agora, sob a luz da minha lanterna, eu podia ver como ele parecia ter a minha idade, e como era incrivelmente belo.
Era alto, musculado, e todo vestido de preto, tinha um ar misterioso que me fazia acelerar ainda mais o ritmo cardíaco. Tinha os maxilares fortes e pronunciados, que naquele momento estavam fortemente cerrados, assim como os seus lábios, belos e contraídos numa linha de tensão. Tinha um rosto de deus grego, umas maçãs-do-rosto elevadas e umas sobrancelhas grossas e firmes, sobre aqueles olhos intensos e profundos, do tom das folhas das árvores em pleno verão, verdes e hipnotizantes. Senti-me imediatamente presa no seu olhar, e isso ainda me assustou mais.
- O meu nome é Stefan Salvatore. E quero saber o que estás aqui a fazer. - Disse ele, e voltou a aproximar-se mais de mim, o que fez o meu coração falhar mais uma batida.
- Stefan Salvatore? - Repeti, ainda demasiado assustada para falar no meu tom normal, e com as mãos a tremer cada vez mais.
- Sim. Quem és tu, e o que fazes aqui? - Perguntou, numa voz rouca e profunda, que ainda me fez arrepiar mais.
- Sou a Jessica Summers… e peço desculpa, só vim ver como é a casa por dentro… já me ia embora… - Gaguejei, e comecei a afastar-me do móvel de madeira com as fotografias.
- Espera! Não te vás já embora… és nova em Mystic Falls, não és? - Perguntou, cada vez mais desconfiado, e voltou a aproximar-se um passo de mim.
Mas aquilo era demasiado para mim. Toda a vida tinha sido ensinada para não falar com estranhos, muito menos dos que nos apanham numa casa estranha e velha, completamente às escuras, e com ar ameaçador como este rapaz tinha. Por isso a minha mente começou instantaneamente à procura de uma maneira de me escapar dele, de conseguir fugir-lhe.
- Tem calma. Não te vou fazer mal. - Disse ele, levantando a mão em sinal de rendição, e pedindo-me para ter calma.
- Eu estava já de saída, peço desculpa… por favor, deixa-me ir embora…
- Claro que deixo, não precisas de estar assim. Diz-me só o que vieste cá fazer, e eu deixo-te ir embora sem qualquer problema.
- Esta é a antiga casa do meu tio, eu só vim cá ver como era, e buscar umas fotografias dele para lhe mostrar… não estava a fazer nada de mal, a sério! - Gaguejei, cada vez mais nervosa.
Mas assim que eu disse aquilo, Stefan perdeu o ar ameaçador e paralisou por completo, com os belos olhos arregalados de choque. Ficou imenso tempo em silêncio, sem ser capaz de dizer nada, e foi a minha vez de avançar para ele, mais desconfiada que assustada, o que me surpreendeu imenso.
- O que se passa? Disse alguma coisa de errado? - Perguntei, apertando melhor as fotografias contra o peito.
- Não… quer dizer… quem é o teu tio…? - Gaguejou ele, e a sua voz revelou-me a confusão que ia na sua cabeça.
- O Jeremy Gilbert. - Respondi rapidamente.
E o choque dentro dele aumentou ainda mais, revelando-se no seu rosto. Foi como se eu tivesse dito a coisa mais impossível do mundo. Peguei na moldura que tinha a fotografia do tio Jeremy em adolescente e estendi-a para Stefan poder ver. Não fazia ideia do que raio se estava a passar na minha cabeça para agir daquela maneira. Só podia estar doida.
- É este o meu tio, estás a ver? - Perguntei, e iluminei a fotografia para que Stefan pudesse vê-la melhor.
Os seus olhos ainda se arregalaram mais de horror, e quando voltou a olhar para mim, fez-me arrepiar. Parecia que ia desmaiar de choque a qualquer momento. O que se estaria a passar? O que teria o meu tio de tanto mal para o estar a deixar neste estado?
- Tu és… uma Gilbert… sobrinha do Jeremy Gilbert? - Gaguejou Stefan, num fio de voz atemorizado.
- Sou. - Respondi, simplesmente, pois iria demorar imenso tempo para lhe explicar a história toda da minha linhagem e de como estava ligada aos Gilbert.
Stefan voltou a ficar em silêncio, e pareceu-me que ele era demasiado estranho. De repente não quis ficar mais naquela sala com ele, e a ansiedade de me ir embora voltou a crescer dentro de mim.
- Olha, eu já estava mesmo de saída… vou-me embora… - Comuniquei, e avancei rapidamente para a porta de saída.
Stefan não disse nada, não tentou impedir-me. Pareceu-me que tinha ficado demasiado petrificado de choque para mexer um único músculo. Abanei a cabeça em negação e saí da antiga casa do tio Jeremy, levando as molduras, as chaves e a lanterna comigo, e desatei a correr o mais depressa que podia de volta à casa atual dos meus tios.
Mas o rosto de Stefan Salvatore não me saía da cabeça. Assim como o horror que lhe tinha provocado saber quem eu era.
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Mensagem por Le5 Sex Abr 06, 2012 11:31 am

Leitora nova.
To amando a fic.
bjs
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