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Nas Asas De Um Anjo...

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Nas Asas De Um Anjo... - Página 2 Empty Re: Nas Asas De Um Anjo...

Mensagem por Jess Silver Ter Ago 23, 2011 3:18 pm

Yukii escreveu:Banda Sonora de "Nas Asas De Um Anjo"
Adorei esse idéia ;p
Nunca tinha pensado nisso...
Ainda não li a "Jace"... mais ainda vou ler to sem tempo D:

Beeeijos :**


fico feliz que tenha gostado da ideia Yukii!
se souber de alguma musica que ache que fique bem é só dizer tah?
pode ser até que eu goste ^^
e nao se preocupe com o tempo, eu ja fico feliz de saber que vai ler kkk

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Nas Asas De Um Anjo... - Página 2 Empty Re: Nas Asas De Um Anjo...

Mensagem por Jess Silver Ter Ago 23, 2011 3:20 pm

pronto, então aqui vai a 2ª parte do capitulo do Jace, espero que gostem!!
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Mensagem por Jess Silver Ter Ago 23, 2011 3:28 pm

Capítulo 2 - 2ª Parte


Jace




Há oito anos atrás eu tinha recebido a missão mais importante da minha… carreira? Bem, poder-se-á melhor chamar mesmo vida. Porque era para isto que eu vivia, não era um complemento de existência mas sim a base da mesma.
Nos meus longos cem anos de vida, já andei por todo o mundo. Os primeiros quinze anos foram apenas para treino: andava acompanhado pelo meu mentor, que me incutia os princípios que eu tinha de seguir, me ensinava o que eu tinha de fazer e me preparava para cada situação que eu fosse enfrentar.
Passado o tempo de "estágio", começaram as minhas missões a sério. Era destacado para ir para um lugar, onde permanecia durante uns tempos, a tentar acalmar a população dessa zona depois de alguma ocasião que tivesse abalado a paz deles. Como na Segunda Guerra Mundial, na Guerra do Ultramar, na Guerra Civil em África, e em outras ocasiões do género. Ou então era chamado para consolar populações depois de uma catástrofe passar pela zona onde viviam: terramotos que matavam milhares de pessoas, tsunamis que levavam à frente casas e vidas sem dó nem piedade, erupções de vulcões que destruíam aldeias inteiras… eu já tinha lidado com esses cenários todos. O meu papel era tentar impor de novo a ordem e alguma paz.
Foi isso que fiz durante o último século. Claro que a maior parte das vezes não trabalhava sozinho: tinha o apoio dos meus irmãos, que tal como eu, eram destacados para me acompanhar nas várias missões. Alguns deles eram mais novos que eu, outros mais velhos, mas todos nos entendíamos bem e nos ajudávamos mutuamente porque todos queríamos o mesmo: a paz mundial.
Mas há cerca de oito anos atrás as coisas tinham mudado. Eu tinha terminado as minhas missões e chegara àquilo que muitos da minha raça chamam "a missão de ouro". Acontece quando nos fixam numa cidade ou terra qualquer, e nos dão a obrigação de a proteger, de zelar pelo bem-estar e pela paz dos seus habitantes, e de evitar conflitos entre eles. E quando me deram a notícia que viveria durante muito tempo em Bloom Fall's, eu não podia ter ficado mais radiante. Era uma ótima oportunidade para assentar, para estabelecer raízes num lugar e poder finalmente conviver mais seriamente com as pessoas, ao invés de apenas as proteger do cimo.
Agora eu era um deles. Um dos habitantes de Bloom Fall's. Conhecia cada metro quadrado daquela terra que aprendera a amar. Não estava arrependido de ter deixado a outra etapa mais agitada da minha vida. Estava feliz por me poder fixar aqui e criar verdadeiras amizades. Conhecia todas as pessoas, todos os seus hábitos, gostos e desgostos, e sabia sempre o que devia ou não devia dizer ou fazer para as deixar contentes ou insatisfeitas.
Era um novo jogo, mas desta vez, para além de saber todas as regras e deter o total controlo, ainda podia divertir-me e saborear realmente o jogo em si.
Estava a pensar nisto quando ultrapassei a esquina da Merkkin's Road e me deparei com o pequeno supermercado, onde havia de tudo um pouco. Era habitual ver gente a entrar e sair dele, na sua maioria senhoras com sacos das compras nas mãos, mas naquela tarde amena e agradável para se passear o burburinho era fora do comum.
- Sim, já olhaste bem para ela?
- Tem mesmo ar de menina fina, não acham?
- De onde será que ela veio afinal?
- O Cook disse que ela vem de Los Angeles…
- Ora vejam só, ainda por cima é jovem e rica!
- Para que se há-de ter mudado para aqui?
- Ela pode ter querido uma mudança na sua vida…
- Olharam bem para aquele corpinho? Não tem ar de quem consiga trabalhar no duro.
- Nem no campo! Afinal o que é que ela vai fazer aqui para se sustentar?
E os comentários continuavam, na voz sussurrada e provocante das maiores mexeriqueiras da cidade, Mrs. Swistter e as suas amigas. Tentei conter a vontade que tinha de lhes dizer que não fizessem comentários daqueles sobre Serena, se ainda nem a conheciam não tinham o direito de pôr e dispor na vida dela, mas sabia que nenhuma das senhoras me daria ouvidos se fizesse isso. Mas adivinhei logo que estariam a dizer isto por Serena se encontrar dentro do supermercado. Cada pessoa que saía de lá se ia juntar à conversa fiada.
Farto de tentar adivinhar o porquê da nossa nova vizinha estar a causar tanta sensação entre os outros aldeões, aproximei-me mais do supermercado. Instantaneamente todos os olhares se viraram para mim.
- Olá Jace! Como vais querido? - Perguntou Mrs. Thompson, com um largo sorriso.
- Vou bem, Mrs. Thompson, e a senhora? - Tentei manter o tom educado, apesar de estar com um pouco de pressa.
- Também se vai andando… vens para ver a nossa nova vizinha?
- Na verdade vinha comprar alfaces e coentros. Já não os tenho em casa e vou precisar para o jantar. - Respondi, e embora fosse mentira (e eu odiasse verdadeiramente mentir) não podia dizer-lhes que estava ali mesmo para ver Serena, senão nunca mais me deixariam sair dali.
- Ah, então está bem, vai lá à vontade. - Despediu-se Mrs. Thompson, antes de voltar para o seu grupo de amigas coscuvilheiras.
Cumprimentando toda a gente com um aceno de cabeça, entrei pela porta do supermercado e passei os olhos pela divisão inicial. Estava lá dentro quase metade da população de Bloom Fall's, mas nem sinal de Serena. Ao seguir os olhares da maioria das pessoas, descobri que ela devia estar num dos corredores ao fundo do supermercado, na secção dos produtos para a casa.
Tentando passar despercebido - o que nunca conseguia que acontecesse, porque para onde quer que fosse, havia sempre gente de olhos postos em mim - avancei pelo corredor inicial, até chegar àquele onde Serena estava.
Foi fácil identificá-la. Só estavam mais duas pessoas no corredor, e bastante afastadas dela: Mrs. Cook e o filho mais velho, Tyler. O rapaz já tinha dezanove anos, era bem-parecido, alto e forte, e deixava todas as raparigas da sua idade de queixo caído quando passava por elas. Mas agora os olhos dele estavam postos em Serena, que parecia muito entretida - e até um pouco confusa - a tentar escolher o melhor detergente.
Assim que dei um passo na direção dela Mrs. Cook virou-se e olhou-me com ar de espanto.
- Olá Jace! Como vais? - Perguntou, e se eu não a conhecesse tão bem, até acharia que ela não estava super interessada no mínimo movimento de Serena.
Ao menos ela tinha o descaramento de não olhar a rapariga sem rodeios e fixamente, como Tyler continuava a fazer. Tossi um pouco para lhe chamar a atenção e consegui que ele se virasse para mim, com um ar surpreso e também um pouco acanhado.
- Oi Jace. - Cumprimentou-me com um aceno de cabeça.
- Olá miúdo. Estavas a olhar para a nossa nova vizinha?
- Estava pois. Ela é bonita a valer. - Respondeu Tyler, com um grande sorriso, antes de levar uma cotovelada da mãe.
- Vamos Tyler, eu tenho compras para fazer, não vim ao supermercado para ficares feito parvo a olhar para a rapariga. Vem lá, já chamei! - Apressou-o Mrs. Cook, e puxando-o por um braço, levou-o para a caixa para fazerem o pagamento.
O que fez com que eu ficasse sozinho com Serena no corredor.
Ela olhou discretamente para mim, talvez só para averiguar se já me tinha visto antes, e quando os seus olhos se fixaram nos meus, descobri logo o porquê de toda a gente na vila falar dela com tanto entusiasmo.
Serena era… bem, linda. Mesmo muito bonita.
Tal como costumava acontecer quando via uma rapariga nova pela primeira vez, o meu lado quase humano era ativado, e eu conseguia reparar nela, dizer se era bonita ou não. Só que Serena ativou imenso esse lado, quase como Josie tinha feito da primeira vez que eu a vi. Não era que me sentisse cativado ao ponto de pensar sequer em ter alguma coisa com uma delas - isso estava-nos totalmente proibido. Nós sabíamos bem isso, tínhamos essa regra sempre em mente quando lidávamos com os humanos. Não podíamos envolver-nos demasiado… antes que se tornasse perigoso, para eles e para nós. Mas apesar disto, não consegui deixar de olhar para ela.
Serena era mais baixa que eu, mas ainda assim tinha uma boa altura para a idade, um corpo elegante e de curvas generosas e bem desenvolvidas, e um rosto quase angelical. Isso foi o que mais me surpreendeu. Eu sei tudo o que tenha a ver com angelical. E o rosto desta jovem rapariga era tão belo, delicado e sereno, que quase se parecia com uma das mulheres da minha raça.
O seu cabelo era castanho-claro, quase loiro, ondulado e bonito, a chegar-lhe até meio das costas. As bonitas sobrancelhas eram da mesma cor. Os lábios eram carnudos e sensuais, rosados mas sem qualquer toque de batom, porque não precisaria para os realçar. E os olhos… eram azuis, tão claros que se tornavam quase acinzentados, quase como o céu.
Os olhos eram a parte do seu rosto que mais me fazia pensar nas minhas amigas, naquelas que eram como eu. Porque Serena bem podia passar por uma de nós.
Devo tê-la olhado demasiado fixamente, porque ela desviou o olhar, corando imenso. Trazia uns jeans justos ao corpo e uma t-shirt de manga curta branca com decote em V, e umas sabrinas brancas nos pés. Estava tão simples, e ainda assim, tão enternecedora.
Tive de dar um abanão mental a mim próprio para não me deixar levar pela vontade de me aproximar mais, de começar uma longa conversa com ela. Acalmei-me, recuperei a compostura, mas decidi que seria de muito mau tom dar meia-volta e ir-me embora, agora que ela já se apercebera que eu tinha estado a olhar para ela. Devia-lhe pelo menos um "olá" e uma apresentação breve. Não podia fugir dali para fora a sete pés, senão ela pensaria que eu não queria dar-me com ela. E a verdade é que eu adoro dar-me bem com as pessoas. Porque não tentar dar-me bem com ela também?
Por isso ergui a cabeça e continuei na direção dela, sem me acobardar. Aquilo não podia ser tão complicado assim. Talvez até acabasse por simpatizar com ela… quem sabe?
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Mensagem por Laala_* Qua Ago 24, 2011 1:38 pm

Amoore, adoorei o capítulo pela perspectiva do Jace..
Ele é tão angelical, tão fofo *--*
O modo ansioso como ele preparou-se para falar com a Serena fora Genial!
E tambem gostei de uma breve descrição da "vida" dele antes de Bloom Falls
O que será que se tornará essa conversa eiin?
Curiosa aqui, amore
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Mensagem por Jess Silver Qua Ago 24, 2011 1:40 pm

Laala_* escreveu:Amoore, adoorei o capítulo pela perspectiva do Jace..
Ele é tão angelical, tão fofo *--*
O modo ansioso como ele preparou-se para falar com a Serena fora Genial!
E tambem gostei de uma breve descrição da "vida" dele antes de Bloom Falls
O que será que se tornará essa conversa eiin?
Curiosa aqui, amore


ahhh fofa, ainda bem que gostou!!
logo à noite (sim, porque eu hoje estarei aqui a noite inteira rsrrsrs)
eu posto o proximo cap ta bom??
beijoos
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Mensagem por Jess Silver Qua Ago 24, 2011 2:15 pm

Capítulo 3


Serena






Vi enquanto ele avançava para mim, e tentei não ceder e olhar descaradamente para ele. Não o conhecia de lado nenhum para me pôr a olhar fixamente, como aquele rapaz tinha feito há pouco. Tyler, era assim que ele se chamava.
E agora já não podia pensar mais porque o homem tinha acabado de parar ao meu lado, com um daqueles sorrisos tipo estrela de cinema, mas com um toque de bondade que lhe conferiam um ar amigável, quase meigo.
- Olá. - Cumprimentou-me. - O meu nome é Jace… é um prazer conhecê-la.
Virei-me de frente para ele e não consegui impedir-me de sorrir. Aqui estava uma novidade agradável. Alguém com coragem suficiente para pelo menos vir apresentar-se. Ainda ninguém tinha feito isso, além do simpático e sempre prestável Mr. Cook.
- Olá Jace. O prazer é meu. Chamo-me Serena. - Alarguei o sorriso para ele. - Mas isso já deve saber, não é?
- Pois, na verdade… - Respondeu ele, como se se quisesse desculpar pelo facto.
- Era de esperar. Devo ter-me tornado na nova atração de circo, para estar tanta gente ali parada a olhar para mim de queixo caído. Serei uma aberração assim tão grande? - Brinquei, em tom sarcástico.
Jace lançou um olhar de aviso às pessoas que continuavam especadas na entrada do supermercado a olhar para mim, e não sei bem como foi que ele conseguiu, mas de repente toda a gente desviou o olhar de mim, concentrando-se noutras tarefas ou saindo mesmo do supermercado. Isso fez-me sentir melhor.
- Está melhor assim? - Perguntou Jace, com um novo sorriso.
- Está. Obrigada. - Murmurei, assentido com a cabeça.
- Não leve a mal. Eles não a acham nenhuma aberração… nem eu.
Tornei a acenar com a cabeça, porque não sabia bem o que dizer quanto àquilo.
- Estamos apenas curiosos… é que não costumamos ter visitantes, e muito menos pessoas novas para vir morar aqui connosco. Eles estão apenas com a curiosidade inicial demasiado desperta.
- Ah, estou a ver… - Ri-me abafadamente.
Jace tornou a sorrir e depois olhou para as minhas mãos, e daí para a prateleira à minha frente.
- À procura de detergentes? - Riu-se baixinho.
- Sim. A minha casa nova precisa de uma limpeza geral bem forte. - Respondi, e depois decidi que ele podia ser mais experiente naquilo que eu, e talvez até me pudesse ajudar. - Não me pode dar uma ajuda?
- Com certeza… o que precisa?
- Bem, não existiam estas marcas na minha zona, por isso não sei quais são as melhores… preciso de algo que limpe mesmo. - Expliquei.
- Hum… sendo assim… leve este. E já que vai fazer limpezas a fundo, este também. E talvez um balde, esfregona, vassoura? - Disse Jace, enquanto me passava duas embalagens de detergente para as mãos.
- Sim, sim, obrigada!
- Então tome, estes produtos são bons. - Continuou ele.
E durante os cinco minutos seguintes andou comigo pelo supermercado à procura de todas as coisas que eu precisava. Quando já tínhamos a lista toda comprada, parámos quase à porta para que eu lhe agradecesse pela ajuda.
- Deixe-me ajudar com os sacos… são um pouco pesados. - Respondeu ele, e antes que pudesse travá-lo, tirou-me os sacos de plástico das mãos.
- Mas… não, não se incomode, a minha casa ainda é longe…
- Eu sei onde é. - Ele cortou-me a palavra, com outro sorriso intenso mas afável. - É a velha casa dos Rowell. Não se preocupe que eu acompanho-a lá, senão vai chegar lá morta se tiver de carregar estes sacos todos.
Ri-me com ele enquanto saíamos do supermercado, e só então reparei na quantidade realmente impressionante de gente que ali estava reunida. O silêncio instalou-se automaticamente quando eu saí da loja acompanhada por Jace. Senti todos os olhares pousados em nós e corei tanto que sentia a cara a arder. Estava habituada a que reparassem na minha presença, mas não assim tanto. Fazia-me sentir quase constrangida.
- Venha Serena. - Chamou Jace, e passou pela multidão com um ar de confiança, até uma certa altivez no andar, carregando os meus sacos.
Fui obedientemente ao lado dele, e deixando para trás as pessoas que continuavam a olhar para nós, continuámos a andar na direção da minha casa.
- Eles ficaram mesmo chocados de me ver sair consigo. - Alertei, contendo a vontade de olhar por cima do ombro para me certificar se ainda estavam a olhar ou não.
- Deixe lá, amanhã já lhes passa. - O sorriso daquele gajo parecia mesmo inabalável, tal como a sua boa-disposição.
Só nesse instante reparei seriamente nele.
Jace devia ter entre vinte e vinte e cinco anos, de certeza. Era mais alto que eu, musculado na medida certa - nem demasiado magricela nem demasiado musculado do tipo Action Men - e com um andar determinado, passos largos e cabeça erguida, que lhe davam um porte confiante e realmente atraente.
E o rosto… bem, esse deixou-me mesmo deslumbrada, mesmo que eu não o fosse admitir a ninguém. Tinha maxilares retos, uns lábios carnudos e sensuais, um nariz perfeito, maçãs-do-rosto elevadas, cabelo preto como a noite mais sombria, desgrenhado mas incrivelmente sexy, e uns olhos que eram como poderosas pedras preciosas, ainda mais claros que os meus, acinzentados. Tive de desviar rapidamente o olhar para que ele não se apercebesse que eu estava a olhar para ele com tanta intensidade, ainda levava a mal.
- Então diga-me Serena… gostou da casa?
- Adorei-a! É perfeita. E quando a mobilar vai ficar ainda melhor.
Para minha surpresa, ele acompanhou-me na gargalhada.
- Sabe quem morava lá antes de eu vir para aqui? Ouvi dizer que não é habitada há mais de sete anos.
- Sim, eu conhecia o anterior proprietário. - Respondeu Jace, mas reparei como a voz dele se ensombrava um pouco ao tocar no assunto.
Podia ter sido educada e gentil e não aprofundar mais a questão, mas nunca foi da minha natureza deixar a curiosidade de lado pelo bem-estar dos outros. Sempre quis saber tudo, mesmo que fosse desconfortável para as outras pessoas. E como ainda não conhecia Jace assim tão bem, podia arriscar, não tinha nada a perder.
- Era seu amigo?
- Não bem… quer dizer, eu dou-me bem com toda a gente na vila… mas conhecia Mr. Rowell relativamente bem. Ele morreu cerca de nove meses depois de eu me ter mudado para cá.
Senti os meus olhos a arregalar-se quando ele disse aquilo.
- De que é que ele morreu?
- Um AVC demasiado forte. - Jace suspirou, como se as memórias o deixassem deprimido de alguma maneira.
- Desculpe ter tocado no assunto.
Ele fixou os olhos nos meus, e senti-me a encolher um pouco perante o poder deles. Talvez ele me estivesse a censurar, do género "primeiro escavas e procuras até saberes tudo, e depois pedes desculpa pela intromissão?". Bem, ele estava certo. Eu era sempre assim.
- Bem, mudando de assunto… sabe se alguém precisa de empregada ou ajudante em algum trabalho? Preciso urgentemente de arranjar um emprego qualquer. - Tagarelei alegremente.
O sorriso voltou ao rosto dele.
- Por acaso Mrs. Erin está a precisar de ajuda na sua loja…
- Ah sim? É uma loja de quê?
- Cosméticos e Produtos de Beleza. - Respondeu Jace, com um sorriso divertido.
- Oh, perfeito! - Exclamei, contentíssima.
Aquilo era fantástico! Eu sabia imenso sobre produtos de beleza, e aquele emprego era ótimo para eu poder começar. Tinha mesmo muita sorte por Mrs. Erin estar a precisar de uma empregada. Parecia que a vida me ia mesmo correr bem ali.
- Gosta da ideia? - Perguntou Jace.
- Claro! Quando tiver a casa limpa e arrumada vou à vila para ver a loja de Mrs. Erin e candidatar-me ao emprego. - Respondi, e tinha noção de que estava a sorrir que nem uma maluca, mas sentia-me mesmo feliz.
- Não precisa de se candidatar. Chega lá e ela contrata-a logo. Aqui em Bloom Fall's não há ninguém desempregado. O que não temos é gente suficiente para todos os trabalhos. De certeza que fica com o lugar. - Explicou Jace.
- Ah, estou a ver… bem, deixe-me que lhe diga que me deu uma enorme ajuda. Parece ser o emprego ideal.
- Realmente parece estar a correr-lhe tudo bem. O emprego ideal… e a casa ideal. - Disse Jace, e depois parámos em frente ao alpendre da minha nova habitação.
Virei-me para o meu ajudante, e senti de repente uma vontade enorme de não o deixar ir já embora. «Deves estar maluca. Nem penses em convidá-lo para entrar. Não o conheces assim tão bem e ele ainda pensa que és uma abusadora» aconselhou a minha consciência.
No entanto, eu pensava de outra maneira. Jace parecia tão simpático e prestável, e era a única pessoa com quem eu tinha falado (além de Mr. Cook claro) desde que viera para este lugar onde não conhecia ninguém. Seria bom fazer amigos…
- Bem, talvez esteja na hora de ir embora. - Comentou Jace, depois de deixar os sacos das compras no meu alpendre.
A minha consciência estava mais satisfeita agora.
- Ah… pois, claro… bem, obrigada pela ajuda. - Respondi.
Jace sorriu docemente e começou a afastar-se.
- Se precisar de alguma coisa é só pedir, sim? Estarei na vila. - Alertou, e depois enfiou as mãos nos bolsos dos jeans.
- OK. Obrigada! - Acenei-lhe em despedida.
Depois fui sentar-me num dos degraus de madeira e comecei a tirar as várias embalagens de detergente, lixívia e coisas do género para fora dos sacos, e a ler as instruções para que superfície devia usar cada um. Mas antes de começar a "missão de limpeza profunda", tinha de preparar-me para tal.
Entrei em casa e aproximei-me do maior dos malões, cheios até cima com a minha roupa. Estavam os cinco (malões e malas) no hall de entrada, porque eu não tivera paciência de os levar para o piso de cima. Abri a mala e tirei de lá uns calções de desporto pretos e um top de alças branco. Troquei de roupa ali mesmo no corredor de entrada, deixando a minha roupa suja de lado, e depois disso apanhei o cabelo num rabo-de-cavalo desajeitado e voltei a fechar a mala. Fui buscar o meu Ipod e meti os auriculares nos ouvidos, pondo a tocar uma das minhas músicas preferidas.
Agora sim, estava pronta.
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Mensagem por Laala_* Qua Ago 24, 2011 6:02 pm

Jess, finalmente eu lii!
Bem corajoso o Jace, eiin, foi diretoo falar com a Serena ' rsrs Ela mesma estranhou, já que pessoa nenhuma nessa cidade viera falar com ela, somente olhavam.. Sempre é assim em cidades pequenas, coitada da garota , estava a ficar constrangida! Ainda bem que apareceu o Jace para ajudá-la com os produtos de limpeza... Ela ia chegar tão cansada com os pesos em casa, que nem ia aguentar faxinar..
Huum, Serena já com vontade de chamá-lo para entrar neh ' rsrsrs Tá, tudo bem, ela queria fazer amizade! Mas com certeza aí a amizade ja ta feitaa ' hehehe ' e talvez, futuramente, mais que isso!
Bem, eu faço faxina assim como ela, com os fones no ouvido e toda desajeitada ' hehehehe
Continuaa luga minha mais nova cunhada Wink
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Mensagem por Jess Silver Qua Ago 24, 2011 6:03 pm

Laala_* escreveu:Jess, finalmente eu lii!
Bem corajoso o Jace, eiin, foi diretoo falar com a Serena ' rsrs Ela mesma estranhou, já que pessoa nenhuma nessa cidade viera falar com ela, somente olhavam.. Sempre é assim em cidades pequenas, coitada da garota , estava a ficar constrangida! Ainda bem que apareceu o Jace para ajudá-la com os produtos de limpeza... Ela ia chegar tão cansada com os pesos em casa, que nem ia aguentar faxinar..
Huum, Serena já com vontade de chamá-lo para entrar neh ' rsrsrs Tá, tudo bem, ela queria fazer amizade! Mas com certeza aí a amizade ja ta feitaa ' hehehe ' e talvez, futuramente, mais que isso!
Bem, eu faço faxina assim como ela, com os fones no ouvido e toda desajeitada ' hehehehe
Continuaa luga minha mais nova cunhada Wink


mais um comment maravilhoso lindaa
brigada
amanha eu posto mais uma parte, promisse **
ainda bem que gostou!
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Mensagem por Jess Silver Qui Ago 25, 2011 7:19 am

Bem, como vou estar fora a tarde toda e a noite tbm, vou postar agora o capítulo de hoje. este vem por inteiro porque vou estar fora, então vão ter muito pra ler, espero que gostem!!
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Mensagem por Jess Silver Qui Ago 25, 2011 7:28 am

Capítulo 3 - 2ª Parte


Serena





Arrastei toda a minha bagagem para fora do corredor, deixando-a no alpendre de madeira, e depois fui buscar a vassoura e comecei a varrer. Varri todo o piso de baixo, sempre a dançar ao som da música que vinha do meu Ipod e a cantar a altos berros (felizmente toda a gente dizia que eu não cantava muito mal, o que era bom de se ouvir) enquanto limpava tudo.
Depois de varrer fui buscar o detergente e os panos e comecei a esfregar e lavar todas as paredes e o tecto (tinha descoberto um escadote velho no sótão, e agora dava jeito usá-lo para chegar ao tecto) e quando terminei isso lavei o chão todo. Quando dei o piso inferior como terminado já eram quase horas de jantar, e eu estava faminta porque não comia nada desde o almoço no comboio, que tinha sido tudo menos satisfatório.
Com a barriga a dar horas, dirigi-me para a cozinha, ainda a ouvir música e a cantar, e abri o frigorífico, esquecendo-me que ele estava vazio porque eu ainda não tinha comprado comida nenhuma. Fiquei a olhar para o frigorífico vazio e o meu estômago roncou.
«Oh boa. E agora? O que vais jantar, bolachas?»
Pois, teria de ser. De certeza que o supermercado da vila já tinha fechado a esta hora. O Sol já se estava a pôr e tudo. Conformada com a minha sorte para esse dia, fui a uma das minhas mochilas buscar um pacote de bolachas (que, por um acaso do destino, tinha comprado na saída do aeroporto) e que serviria de meu jantar nesse dia.
Tinha acabado de fechar a mala e abrir o pacote das bolachas quando senti aquela mão no meu ombro. Mandei um salto com o susto e soltei um grito de horror, enquanto me virava para enfrentar o que quer que ali estivesse à minha espera.
Fiquei tão aliviada quando reconheci Jace que as minhas pernas me falharam e caí de joelhos à frente dele, completamente em choque e toda arrepiada com o susto que ele me tinha pregado.
Era mesmo ele. O meu vizinho extremamente prestável. Tinha entrado sem pedir licença, e estava ali à minha frente com…
Oh meu Deus, aquilo era um saco com comida acaba de fazer?!
- Desculpe… não queria assustá-la, está bem? - Perguntou Jace, e estendeu a mão para me ajudar a levantar.
Mas eu ainda tinha os olhos fixos no saco da comida, que cheirava tão bem que me fazia crescer água na boca, e só depois consegui dar atenção a quem mo trouxera.
Jace tinha um ar super preocupado, e fitava-me fixamente como se estivesse à espera que eu caísse para o lado outra vez.
- Nunca lhe disseram… que não se entra assim… na casa das outras pessoas?! - Gaguejei, ainda com dificuldade em respirar com normalidade.
- Mas eu bati à porta. Três vezes. E depois fiquei desconfiado e decidi entrar. Estava a cantar. Agora já percebi porque é que não me ouviu. - Respondeu, e depois, muito calmamente, tirou-me os auriculares dos ouvidos.
A música que eu estava a ouvir, "Shadow of the Day" dos Linkin Park, parou de repente. Agora eu só conseguia prestar atenção a Jace, quase que esquecia a fome.
Ele tinha de novo o seu sorriso bem-disposto e absolutamente encantador. Sentia-me ainda estranha, por tê-lo ali em casa, ainda mais quando nem sabia o que lhe dizer, mas então ele quebrou aquele silêncio constrangedor com a melhor coisa que podia ter dito:
- Pensei que pudesse ter fome… porque não a vi comprar nada de comida há bocado. Quer jantar? - Sugeriu, erguendo o saco com a comida.
- Podes crer que sim…mas por favor pára de me tratar por você porque ainda não tenho cinquenta anos.
- OK, pode ser.
Jace soltou uma gargalhada entusiástica que me contagiou de imediato. Podíamos ter ido comer para a mesa da sala de esta/sala de jantar, mas como a divisão ainda estava tão vazia que fazia um eco horrível (e também porque ainda cheirava um pouco a lixívia) decidi que comer ao ar livre seria muito melhor.
- Vem daí, estou a morrer de fome. - Brinquei, e ele seguiu-me até ao exterior.
Enquanto nos sentávamos nos degraus de madeira do meu alpendre, reparei melhor em Jace. Ele parecia absolutamente normal - apenas um vizinho a dar as boas-vindas à nova moradora da sua vila. Claro que em Los Angeles ninguém fazia isto - entrar nas nossas casas com sacos de comida e perguntar se tínhamos fome. E surpreendeu-me por me deixar tão feliz, por ser tão agradável. Dei por mim a querer que Jace fizesse aquilo mais vezes (principalmente para eu não ter de mexer no fogão, porque nunca tive muito jeito).
- Trouxe peixe frito, batatas fritas e duas cervejas. Achas que chega?
- Claro que chega. É perfeito. - Respondi.
Jace sorriu-me novamente antes de tirar a minha comida do saco e ma passar para as mãos. Durante os primeiros minutos não dissemos nada, deixei-me apenas saborear a comida tão boa, e ele fez o mesmo. Mas depois a minha curiosidade foi demasiado incontrolável, como na maior parte das vezes.
- Hummm… não me disseste o que fazias. - Comecei.
- Ah não? Bem, não é assim tão interessante… sou médico.
- Médico? A sério? Mas não reparei em nenhuma clínica médica a caminho daqui… ou haverá alguma na vila e eu não reparei? - Comentei, bebendo mais um gole da minha cerveja, soube-me mesmo bem.
- Não, não… eu sou médico ao domicílio. Na verdade eu sei um pouco de tudo… e quando deteto um caso mais grave acompanho a pessoa até ao hospital mais próximo, claro, mas o que conseguir tratar em casa das próprias pessoas, é mais fácil.
- Uau… és a primeira pessoa que conheço que faz isso. - Não resisti a sorrir-lhe com admiração.
- Eu era mesmo necessário quando me mudei para cá. O médico anterior já era muito velho e morreu pouco tempo depois de eu chegar, por isso toda a gente achou uma bênção eu ter vindo para cá.
- Hum… há quantos anos estás cá? - Perguntei, e não conseguia conter-me e não fazer mais perguntas, era simplesmente demasiado fácil deixar-me levar.
- Há oito. E tu viveste em Los Angeles toda a tua vida?
- Pois. Vinte anos também não é assim tanto tempo… eu nasci lá, e apesar de já ter ido a muitos lugares, acabava sempre por voltar para casa com o meu pai. Mas agora quis mudar-me para aqui.
O sorriso deslumbrante de Jace tornou a contagiar-me, e enquanto olhava para as árvores que rodeavam a minha casa, sorri também. Aquele lugar era mágico.
- Gostas disto. - Afirmou ele, sem qualquer dúvida.
- Gosto. Acho que vou ser feliz aqui.
Jace concordou comigo, e depois acabámos de comer em silêncio. Quando ele amarrotou o saco onde trouxera a comida e se levantou, percebi que era a sua deixa de saída.
- Está na hora de ir andando. - Disse ele.
- Pois… acho que te vejo amanhã, não é?
- Podes crer. Aqui toda a gente se vê todos os dias. - Riu-se Jace.
- Então pronto. Quando vires alguém a comprar tinta de paredes, já sabes que me encontraste. Mesmo que eu não te ouça a chamar por ter os auriculares nos ouvidos.
Rimo-nos juntos e depois Jace despediu-se com um simples "boa-noite" e foi-se embora. Fiquei a vê-lo afastar-se até ao bosque e entrar nas árvores, seguindo o trilho que dava acesso direto à vila lá em baixo, e só quando ele saiu mesmo do meu campo de visão é que me levantei para voltar para dentro de casa.
Como não havia cama, eu teria de dormir no saco-cama que tinha trazido comigo. Tirei-o de uma das mochilas e estendi-o no corredor da entrada, porque não me achava capaz de dormir numa das outras divisões, tão grandes e vazias que até metiam medo. Quando me enrosquei no saco-cama, com a música a tocar nos meus ouvidos e tudo escuro à minha volta, senti subitamente uma paz enorme.
Estava bem ali. Estava a ambientar-me àquele lugar, e ia tornar aquela casa minha, poder chamar-lhe lar. Quando o meu pai me viesse visitar - fosse isso quando fosse - iria adorar ver o que eu tinha feito sozinha, os meus progressos.
Tinha saudades dele - até de lhe dar as boas-noites enquanto ele ainda estava a ver o noticiário da noite na noite na televisão sala. Tinha saudades das conversas com ele, de tudo… mas tinha de me ambientar à distância agora. Tinha sido uma decisão minha.
Amanhã começavam as pinturas da minha casa, e eu esperava que corresse tudo bem. Mas em vez de estar a pensar nisso quando adormeci, era Jace que preenchia os meus pensamentos.
Jace e aquele seu sorriso sempre meigo e gentil, tão fora do comum, mas tão encantador.
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Mensagem por Laala_* Qui Ago 25, 2011 2:27 pm

Amooore, o Jace sempre tão atenciooso..
Soube até mesmo quando a Serena estava cheia de fome, para levar-lhe comida.. muito fofo..
E pelo que posso perceber a Serena já está começando a se apaixonar pelo Jace.. Tambem, do jeito que ele ée, é muito dificil não apaixonar Wink
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Mensagem por Jess Silver Sex Ago 26, 2011 12:08 pm

Laala_* escreveu:Amooore, o Jace sempre tão atenciooso..
Soube até mesmo quando a Serena estava cheia de fome, para levar-lhe comida.. muito fofo..
E pelo que posso perceber a Serena já está começando a se apaixonar pelo Jace.. Tambem, do jeito que ele ée, é muito dificil não apaixonar Wink

é mesmo, eles ficam mt fofos
quem sabe nao superam a Jess e o James de Apocalypse kkkk
bem, vou postar mais agorinha!!
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Mensagem por Jess Silver Seg Ago 29, 2011 2:28 pm

Capítulo 4


Jace





O dia amanheceu sem problemas, mas realmente mais quente que o normal para a época. Estamos em finais de Setembro e estava tanto calor como se estivéssemos a meio de Julho.
Arranjei-me rapidamente e depois saí de casa, determinado a saber se estava tudo bem pela vila, ou se tinha havido algum incidente, alguma coisa de mal que eu pudesse ajudar a resolver. Enquanto atravessava o bosque - na zona que separava a minha casa da vila não era muito cerrado, apenas um aglomerado de árvores e arbustos, através dos quais se podia caminhar com bastante facilidade - apreciava a temperatura elevada e o canto dos pássaros, que se elevava cada vez mais. O céu estava perfeito: azul-bebé, sem nenhuma nuvem para o ensombrar.
Assim que entrei na praça principal da vila, comecei logo a ouvir os cumprimentos das pessoas, que eu ia retribuindo. Dirigi-me ao café dos Baker para tomar o meu habitual pequeno-almoço. Lá dentro ainda estava mais abafado que no exterior, por isso a maioria das senhoras, sentadas na mesa do canto, abanava-se calmamente com os seus leques floridos. Cumprimentei-as com um aceno de cabeça, recebendo vários sorrisos como resposta, e depois dirigi-me ao balcão e sentei-me ao lado de uma Josie tagarela e bem-disposta como sempre.
- Jace! - Guinchou quando me viu chegar, enquanto me lançava os braços em volta do pescoço. - Como estás?
- Ótimo Josie, e tu?
- Também estou ótima. Vá, senta-te e começa a contar-me tudo sobre o que aconteceu ontem, estou ansiosa por saber as novidades!
Eu já esperava isto. Pedi a habitual torrada com manteiga, acompanhada de uma caneca de café com leite, a Mrs. Baker e preparei-me para o interrogatório eminente das minhas duas companheiras das refeições.
- O que foi que viste, Josie, sua coscuvilheira? - Ralhou Mrs. Baker, mas tinha um sorriso divertido nos lábios.
- Bem, então foi assim: aqui o nosso solteirão mais teimoso de sempre arranjou mesmo coragem para ir falar com a nova menina de Bloom Fall's. E depois ainda lhe levou os sacos das compras do supermercado a casa! Deixa-me que te diga Jace, foste muito prestável e querido para ela ao fazeres isso. E pronto, isto foi o que eu e o resto da vila vimos. - Tagarelou Josie, super contente por ter um mexerico novo para partilhar com Mrs. Baker.
- Eram muitos sacos e ela não conseguia certamente levá-los todos sozinha. - Tentei desculpar-me com um encolher de ombros.
- Oh pois, mas mesmo assim concordo com a Josie: foi muito simpático da tua parte. E depois disso? Vieste-te logo embora ou entraste em casa dela?
- Só entrei mais tarde. - Respondi, e arrependi-me logo a seguir de não ter inventado qualquer outra coisa.
Josie fitou-me com os belos olhos arregalados de espanto, e Mrs. Baker quase deixava cair ao chão uma torre de chávenas de café que levava nas mãos.
- Mais tarde? Como assim? Vais ter de me contar tudo! - Exclamou Josie, quase em êxtase com a novidade.
Suspirei, conformado com a situação, e contei-lhes por alto o que tinha acontecido na noite anterior, acerca de ter levado o jantar a casa de Serena e ter comido com ela. No fim Josie estava praticamente a ponto de saltar da cadeira e começar a dançar e a saltitar de alegria à minha volta.
- Oh, isto é fantástico! Ela já está no ponto! Eu vou mesmo ter de a conhecer agora. - Cantarolou ela, com um sorriso enorme.
- Sim Jace, tens de a trazer aqui e apresentá-la ao resto dos vizinhos! Senão a rapariga ainda pensa que és o único simpático cá na vila. - Concordou Mrs. Baker, tão deliciada com a novidade como Josie.
Preparava-me para argumentar que talvez ainda fosse cedo demais para isso, quando todo o café ficou subitamente em silêncio. Foi tão repentino que me espantou, mas depois reparei que toda a gente estava a olhar para a porta, e quando me virei para ver quem vinha a entrar, compreendi o motivo do espanto.
Era Serena.
Podia ter mostrado um ar tímido, até encolhida de constrangimento, mas em vez disso ela entrou altiva e confiante, queixo erguido e sorriso incrivelmente simpático, e tão bonita como no dia anterior. Trazia uns mini calções pretos, um top de alças branco e umas sandálias brancas de salto alto. O cabelo solto, a cair-lhe às ondas pelas costas, parecia brilhar com o Sol a iluminá-lo por trás. Serena parecia uma aparição divina no café dos Baker, e não devo ter sido o único a pensar isso, porque todos os homens presentes no espaço estavam de queixo caído a olhar para ela.
- Bom-dia! - Disse Serena, sorrindo a toda a gente.
Aquilo espantou-me realmente. Ela não tinha mesmo medo de chegar a um lugar e se apresentar. Será que era sempre assim tão decidida e confiante de si mesma? Fosse como fosse, Josie parecia estar a adorá-la logo à primeira vista. Agora que eu reparava, elas eram bastante parecidas em feitio. Pronto, talvez Josie fosse um pouco mais exagerada.
Serena, finalmente, pareceu dar pela minha presença, e isso fez com que atravessasse o café até chegar ao balcão.
- Olá Jace. - Sorriu docemente.
Pelo canto do olho vi como Josie e Mrs. Baker trocavam um olhar de conspiração. Serena, felizmente, pareceu não notar.
- Bom-dia Serena. Vens tomar o pequeno-almoço?
- Sim… ainda não tenho comida nenhuma em casa. - E depois virou-se para a dona do café com um sorriso doce. - Pode ser, não pode?
- Pois com certeza menina, sente-se e diga-me o que vai querer.
Serena sentou-se ao meu lado, mas Josie não podia deixar de aproveitar a oportunidade, e por isso saltou do banco abaixo e correu para ir apresentar-se à nova vizinha.
- Olá Serena. O meu nome é Josie, prazer em conhecer-te.
- Olá Josie… o prazer é todo meu. - E dedicou-lhe outro sorriso adorável.
- Já tínhamos ouvido falar de ti, e estávamos ansiosas por te conhecer. - Comentou Josie, e Mrs. Baker acenou com a cabeça a concordar com ela.
- Ah sim? - Serena lançou-me um olhar divertido. - Espero que tenham sido só coisas boas.
- Podes crer que sim, aqui o Jace é um anjo, nunca fala mal de ninguém. - Riu-se Josie.
Há algum tempo que me habituara a não reagir quando alguém dizia "o Jace é um anjo", como Josie fizera agora. Acontecia por diversas vezes. No início, quando alguém fazia menção ao meu segredo, eu quase entrava em pânico. Sentia os músculos todos do meu corpo a retesarem-se de medo de ser descoberto. Mas depois tinha começado a perceber que as pessoas diziam isso no sentido figurado, e deixara de lhe dar importância.
- Um anjo, hein? Bem me tinha parecido. - Serena alinhou na brincadeira e riu-se com Josie.
Sorri a ambas, sem me deixar levar como fazia dantes, e depois de Serena ter pedido uma sandes de fiambre e uma Coca-Cola, voltou à conversa com Josie. Decidi que podia dar uma ajudinha.
- A Serena quer trabalhar na loja de Mrs. Erin. - Comentei, num tom bastante desprovido de emoção.
- A sério?! Isso é o máximo! As raparigas daqui matavam por esse emprego! - Exclamou Josie, realmente impressionada.
- Ai sim? O que é que tu fazes?
- Sou professora na única escola de Bloom Fall's. - Respondeu Josie, com um revirar de olhos. - Que coisa mais entusiasmante…
- Olha, eu enquanto era criança queria ser professora! Que disciplina é que tu ensinas? - Perguntou Serena, que parecia realmente interessada em Josie.
- Inglês, Espanhol, História e Geografia. - Perante o ar espantado de Serena, Josie riu-se e apressou-se a explicar. - É que são poucos alunos e poucos professores, por isso os que lá estão têm de dar para várias turmas e várias disciplinas. Mas até me safo bem.
- A Josie é a professora preferida de toda a gente. - Comentei.
- Ora querido, não exageres. - Josie encolheu os ombros, mas corou um pouco, porque sabia que o elogio era verdadeiro.
- Acredito no que o Jace diz… bem, eu preciso mesmo de arranjar um emprego, e como esse na loja de cosméticos está livre, acho que me vou candidatar.
- Candidatar? - Josie soltou uma gargalhada. - Se chegares lá e disseres a Mrs. Erin que precisas do emprego, ela contrata-te na hora! Não sei se o Jace já te explicou como as coisas funcionam aqui com os empregos.
- Já, já…
- Então pronto, prepara-te porque a partir do momento em que entres naquela loja, Mrs. Erin já não te deixa sair.
E a conversa continuou animada como até aí. Para ser sincero, era impossível não gostar de Josie. Ela era um autêntico "animal social", sempre animada, extrovertida e capaz de animar quem quer que fosse, por isso era natural que já tivesse conquistado Serena, que ouvia tudo o que ela dizia com um entusiasmo enorme. Adivinhei logo que elas acabariam por se dar bem.
Quando acabei de comer deixei o dinheiro em cima do balcão para Mrs. Baker e desci do banco.
- Bem meninas, está na hora de eu ir andando.
- Para quê a pressa, Jace? Vais passar o dia sem fazer nada, como de costume. Podias fazer companhia à Serena, ela disse que tinha de comprar as tintas para pintar a casa. - Comentou Josie, mas eu via bem nos seus olhos que o que ela queria dizer na verdade era algo como "acompanha a Serena a casa senão arranco-te a cabeça, não te atrevas a deixá-la aqui sozinha".
- Hum… não sei se…
- Então pronto! - Interrompeu-me Josie, nem me dando tempo para acabar, e virou-se outra vez para Serena. - Ele ajuda-te. Tal como eu disse, ele é um anjo.
Tornei a sorrir. Josie não fazia as coisas por mal. Era simplesmente a natureza dela, e há oito anos que eu a via crescer e tornar-se assim, conhecia-a quase melhor que ela própria. E sabia, no mais profundo do seu ser, que Josie era boa. Uma pessoa que, por mais mazinha que pudesse ser com quem lhe fazia mal ou a irritava, no fundo era capaz de amar verdadeiramente quem lhe fazia bem. Como eu.
E ela só me estava literalmente a empurrar para cima de Serena por achar que era o melhor para ambos.
- Acho que vou mesmo precisar de ajudar. - Comentou Serena, olhando de seguida para mim. - Mas só se quiseres ajudar, claro…
- Sim, eu ajudo. Na verdade não tenho nada melhor para fazer. - Encolhi os ombros, despreocupado.
- Ótimo, ótimo! Agora tenho de ir andando, as aulas começam daqui a menos de meia hora e eu ainda tenho de ir a casa buscar as coisas que preciso. Boa sorte com as pinturas da tua casa Serena! E até logo Jace! - Despediu-se Josie.
Pagou o pequeno-almoço a Mrs. Baker, e depois saltou do banco e deu-me um beijo na cara antes de pegar na sua pomposa mala de mão da Louis Vuitton (era a única coisa dessa marca que Josie tinha, e era única em Bloom Fall's, porque a maior parte das pessoas nem tinha ouvido falar na marca antes de Josie a apresentar) e sair quase a correr do café.
Serena riu-se baixinho e pagou também o seu pequeno-almoço.
- Qual é a piada? - Perguntei.
- Gostei da Josie. Ela é fantástica. Acho que nos vamos dar muito bem. - Comentou, enquanto descia do banco onde estivera sentada.
- Tenho a mesma opinião. Vamos?
- Claro, claro… prepara-te porque se estás disposto a ajudar-me, vai ser um dia super atarefado.
- O trabalho não é problema para mim.
- Que maravilha. - Sorriu Serena, e saímos juntos do café, para aquele dia que ainda agora estava a começar mas já se apresentava como uma boa aventura.
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Mensagem por Laala_* Seg Ago 29, 2011 5:33 pm

Jess amoore, finalmente estou aqui.
Bem, como acabei de dizer-te no msn, eu adoro a Josie.
Ela eé super animada, e amiga. E ainda mais toda essa historia de professora, fiquei a imaginar aqui ;s
Quando será que todos vão parar de encarar a Serena ou silenciarem-se quando ela entrar, ein ;s coitadinha dela. O bom é que ela é tão decidida e desencanada que nem mesmo se importa!
E agora ela tem o Jace ao seu lado para ajudá-la, oh meu deus. Com todas essas jogadas da Josie, agora que o Jace não sai mais do lado da Serena meeeeeeeeeeesmo.
Quero só ver no que essa historia de pintar a casa vai dar 'kkkkk
Ameei, minha escritora favorita Wink
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Mensagem por Jess Silver Seg Ago 29, 2011 5:36 pm

Laala_* escreveu:Jess amoore, finalmente estou aqui.
Bem, como acabei de dizer-te no msn, eu adoro a Josie.
Ela eé super animada, e amiga. E ainda mais toda essa historia de professora, fiquei a imaginar aqui ;s
Quando será que todos vão parar de encarar a Serena ou silenciarem-se quando ela entrar, ein ;s coitadinha dela. O bom é que ela é tão decidida e desencanada que nem mesmo se importa!
E agora ela tem o Jace ao seu lado para ajudá-la, oh meu deus. Com todas essas jogadas da Josie, agora que o Jace não sai mais do lado da Serena meeeeeeeeeeesmo.
Quero só ver no que essa historia de pintar a casa vai dar 'kkkkk
Ameei, minha escritora favorita Wink


miiiiiil obrigadas Laala
fico mesmo feliz que tenha gostado!!
a Josie é mesmo adoravel kkkk
e as pinturas na casa vao ser... surpreendentes kkk
mas o resto so vem amanha!
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Mensagem por Jess Silver Qui Set 01, 2011 3:42 pm

Beeeem, cá vamos nós com mais um capítulo, espero que esteja bom!!
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Mensagem por Jess Silver Qui Set 01, 2011 3:47 pm

Capítulo 4 - 2ª Parte

Jace





Serena queria pintar as paredes da sua casa.
Por isso acompanhei-a até à loja de Mr. Pecann, que vendia tintas para tudo e mais alguma coisa: para paredes, para móveis, para pintar carros, e as outras normais: tinta de acrílico, aguarelas, guaches, e tintas normais para desenhar e pintar. A sua loja chamava-se mesmo "Mundo de Cor". Quando se entrava lá dentro sentia-se sempre o cheiro intenso de todas aquelas tintas misturadas. Mas Serena nem ligou a isso, encantada com a paleta tão diversa de tons que podia escolher para a sua casa.
Passámos mais de uma hora na loja de Mr. Pecann, a escolher os tons que ela usaria nas paredes do corredor, da sala de estar, dos quartos, da cozinha…
- Achas que leve este? Acho que combina com o tom do chão… - Comentou ela, observando uma lata grande de tinta creme.
- Sim, acho que ficaria lá bem. - Concordei.
- Pronto, e para a zona da cozinha quero verde-claro. A sério, adoro cozinhas com tons verdes. - Continuou, à procura do tom certo.
Podia ter-me cansado, até desistido da ideia de procurar tintas com ela, mas aquilo estava-se a revelar curioso. Conhecer as preferências de Serena, saber o que ela queria e sentir que estava a ser útil, que a estava a ajudar, fazia-me sentir bem.
Era estranho, mas ela era realmente cativante. Mais que as outras pessoas, o que não era normal de encontrar. Josie cativava-me pela boa-disposição, pela maneira sempre divertida como lidava com as situações, mas Serena era mais que isso. Serena era quase um íman, mesmo para as pessoas como eu.
Seria isso uma coisa má? Era quase como se me fizesse lembrar da…
- Jace, ouviste o que eu disse? - A sua voz chamou-me de volta à realidade.
- Ah, não desculpa, estava a pensar numas coisas…
- Isto está mesmo a aborrecer-te, não está? - Perguntou Serena, com ar preocupado por me estar a maçar.
- Não! Não, a sério, estou a gostar de ajudar.
Ela sorriu como se se desculpasse.
- Acho que já tenho tudo, podemos ir embora.
- Ah… OK, então vamos levar as coisas para a caixa.
Ajudei-a a transportar as grandes latas de tinta até à caixa, onde pagámos a Mr. Percann e ele nos deu grandes sacos para levarmos as tintas para casa. E mal falei com Serena durante todo o caminho, mas assim que chegámos em frente ao alpendre da sua casa e pousámos as latas no chão, ela suspirou de alívio e virou-se para mim.
- Pronto, parece que já está a parte mais complicada. - Comentou.
- Se fosse a ti não pensava assim. - Ri-me, e pousei as tintas que trouxera em cima do alpendre.
- Ai não?
- Não. Espera só até começares a pintar o tecto e as paredes e vais ver se isso não cansa mais.
Serena soltou uma gargalhada antes de entrar em casa. Como fiquei parado no exterior, ela virou-se para olhar para mim.
- Não vens? - Perguntou.
Sorri-lhe, contente por me ter convidado realmente a entrar, e segui-a para dentro da sua casa. Não era como se eu fosse vampiro nem nada disso, mas gostava que as pessoas me convidassem, me dessem permissão para entrar, em vez de o fazer contra a vontade delas.
- Sabes, ainda não limpei o andar de cima, por isso acho que vou começar por aí. - Comentou Serena, dirigindo-se às escadas.
- Queres ajuda?
Ela virou-se para trás a meio das escadas e tinha um ar mesmo divertido, como se lhe tivesse passado uma ideia estranha mas engraçada pela cabeça.
- A sério? Queres mesmo ficar encharcado e cheio de detergente em cima de ti só para ajudares uma estranha a lavar as paredes da sua nova casa?
Também tive de me rir nessa altura, quando a imagem me passou pela cabeça. Era realmente um quadro promissor.
- Podes crer que não me importo.
Serena riu-se e subimos o resto das escadas. Entrámos na primeira porta logo ao início do corredor, e deparámo-nos com uma divisão grande, mas completamente vazia, e cheia de pó, teias de aranha e com ar de não ser usada há muito, muito tempo.
- Aqui vai ser o meu quarto. - Disse Serena, com satisfação.
- Porquê este? Acho que há outro na outra ponta do corredor.
- Sim, mas não tem esta vista magnífica. - Explicou ela, e avançou para a grande janela, a única na divisão.
Aproximei-me também para olhar através dela. Dali via-se o bosque, que circundava toda a vila de Bloom Fall's. Como a casa de Serena era uma das mais afastadas, o mato era mais cerrado ali. A paisagem era deslumbrante, e via-se o céu até perder de vista. Agora compreendia porque é que Serena queria ficar ali: acordar de manhã e ver aquilo devia ser mesmo fantástico.
- A tua casa não tem uma vista destas? - Perguntou Serena, virando-se para ficar de frente para mim.
- Por acaso tem. Acho que, de uma maneira ou de outra, todas as casas têm vista para o bosque e o horizonte. - Respondi, arrancando-lhe outra gargalhada.
Comecei a reparar que gostava de a ver sorrir, de a ouvir rir. Serena tinha um riso contagiante e agradável de ouvir. Dei por mim a querer que ela risse o dia todo, só para eu saber que ela estava feliz. Fosse eu outra pessoa - e um homem humano normal - e teria achado que estava a começar a gostar de Serena, mas não era esse o caso. Tal como com toda a gente em Bloom Fall's, eu olhava para ela apenas como mais uma pessoa que tinha de conhecer e proteger.
Afinal de contas, eu sou o Guardião da cidade. Essa é a minha missão de vida, e não posso distrair-me com outras coisas.
- Eu adoro isto. Quero acordar todos os dias e olhar para esta maravilha. - Comentou Serena, desviando o olhar de mim para olhar outra vez pela janela.
- Fazes bem.
E depois deixámo-nos ficar em silêncio durante uns instantes, até ela decidir que estava na hora de começar as limpezas.
- Vou buscar a lixívia, os detergentes e os esfregões. Prepara-te porque vai demorar algum tempo; ontem demorei a tarde toda a limpar o andar de baixo.
- Não te preocupes; temos tempo.
Ela ainda estava a sorrir quando saiu do quarto. Voltou pouco depois com tudo o que era preciso para começarmos as limpezas.
- Importaste muito que ligue a música? Não consigo limpar sem música. - Pediu Serena, depois de pousar os produtos de limpeza no chão do quarto.
- Estás à vontade, afinal a casa é tua.
- Ah boa. - Respondeu ela, e depois pousou o Ipod em cima do parapeito da janela e ligou-o.
Fiquei espantado por reconhecer a voz inconfundível de Axel Rose a sair do Ipod dela. Serena começou logo a dançar um pouco, enquanto pegava na vassoura e começava a varrer o chão todo.
- Guns N' Roses? - Perguntei, surpreendido.
- Adoro! Tu não gostas? - Inquiriu, com um sorriso de orelha a orelha.
- Também gosto.
- Boa! Então canta comigo!
Olhei para ela, sem saber se estava a falar a sério ou não, mas Serena começou logo a cantar "Sweet Child O' Mine", e a voz dela era tão impressionante que dei por mim paralisado a olhar para ela, sem saber o que dizer ou fazer.
Ninguém me tinha dito que Serena cantava tão bem.
O quadro era realmente encantador: Serena parecia a gata borralheira, com a vassoura na mão e a cantarolar de olhos quase fechados. Nem me mexi do meu lugar, apenas a olhar para ela e apreciar a música. Serena sabia a letra toda de cor e salteado, mas às tantas apercebeu-se que eu não estava a cantar com ela e abriu os olhos, olhando-me com ar quase ofendido.
- Disseste que gostavas da banda. Vais-me dizer que não conheces a letra de cor ou que não gostas de me ouvir cantar?
- Não, não é nada disso. - E avancei direito a ela, mesmo sem saber o porquê de o estar a fazer. - É que tu cantas mesmo muito bem.
Ela corou tanto que as bochechas ficaram quase da cor dos lábios, e isso fez-me sorrir. Ela era tão bonita… tinha mesmo qualquer coisa de angelical, embora eu não soubesse apontar ao certo o que seria.
- Pronto, então se achas que canto bem também quero ver do que és capaz. E toma lá uma vassoura, disseste que me ajudavas a limpar!
Ri-me da maneira quase autoritária como ela falava, mas peguei na vassoura que me estendeu e comecei a varrer com ela, e a cantar o refrão de "Sweet Child O' Mine". Quando olhei para Serena, para ver o que ela achava, ela tinha um sorriso lindo na cara, e olhava-me com os olhos a cintilar de entusiasmo. Ah sim, ela também estava a gostar.
- Não me tinhas dito que cantavas tão bem! Pelos vistos fazemos uma dupla fantástica. - Riu-se, e recomeçou a varrer também.
Ri-me com ela, apreciando o comentário, e as limpezas continuaram durante o resto da manhã, sempre acompanhados pela música dos Guns N' Roses. Serena devia ser mesmo fã deles, porque tinha mais de doze músicas no Ipod, que foram tocando enquanto varríamos o chão, lavávamos o tecto e as paredes e limpávamos todas as divisões do piso superior da sua casa. A vassoura de Serena até chegava a fazer de microfone quando ela a agarrava e começava a cantar o refrão das músicas, sem se enganar num único tom. Era fantástico de ver, e apeteceu-me ficar ali para sempre a assistir àquela pequena demonstração de karaoke.
Quando acabámos essa tarefa já passava (e muito) da hora de almoço e estávamos estafados. Serena chegou mesmo ao ponto de se deitar de costas no chão do corredor dos quartos, a olhar para o tecto. Decidi que não fazia mal acompanhá-la no momento de descanso, e por isso deitei-me ao lado dela, também a recuperar do cansaço. Estávamos os dois encharcados por causa das limpezas, e Serena tinha o cabelo a pingar sem parar, mas nunca a tinha visto não satisfeita.
- Se não tivesse a tua ajuda, a esta hora ainda nem ia a meio nas limpezas. - Comentou, com um sorriso de agradecimento.
- Ora essa, assim foi mais fácil, e não me importo mesmo de ajudar.
- Obrigada Jace. - E depois teve uma ideia qualquer porque se virou para mim com um ar mais animado. - Queres ir almoçar?
- Aqui? Não tens comida em casa.
- Não, mas podemos ir buscar qualquer coisa rápida para fazer. - Comentou, e levantou-se de um salto. - Anda daí, estou a morrer de fome.
Estendeu a mão, puxando-me consigo, e correu escadas abaixo até ao corredor de entrada, onde as suas malas todas ainda estavam encostadas à parede. Foi buscar uma delas e tirou de lá de dentro a carteira.
- Pronto, podemos ir.
- Eu podia ir buscar a comida e tu ias pondo a mesa. Prometo que não demoro nada.
- A sério? Bem… acho que pode ser…
- O que queres comer?
- Escolhe tu. Com a fome com que estou como qualquer coisa… até peixe cozido se quiseres. - E depois passou-me a carteira para as mãos e riu-se novamente. - Mas por favor não tragas isso, odeio peixe cozido.
- OK, eu trago bifes e batatas fritas, pode ser?
- Perfeito! - Respondeu ela.
Saí de sua casa, desci do alpendre e caminhei até à vila, a pensar em como essa manhã e tarde estavam a ser fantásticas. Era surpreendente como, mesmo que só a conhecesse há dois dias, já conseguisse gostar tanto de estar com ela.
Mas era sempre assim em Bloom Fall's: a vila era tão pequena e as distrações eram tão escassas que as pessoas acabavam por se aproximar muito mais depressa umas das outras do que se estivessem numa grande cidade. Era por isso que eu gostava de aqui viver: havia muito mais proximidade entre as pessoas.
E Serena era um ótimo exemplo disso.
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Mensagem por Laala_* Qui Set 01, 2011 5:15 pm

Aii, adoro capítulos do Jace! Ele é tão fofo.
Bem, o pensamento dele estava mesmo vagando enquanto a Serena escolhia as tintas ' hehe
E depois essa super limpeza foi demais, ainda mais ao som do Guns, que eu adoro! Acho que vou entrar na onda e cantar com eles tambem Wink
O jace ja estava se apaixonando por ela, só ele que não percebe ' hahahaha Apoosto que a Josie ja sabe disso mt bem e ja percebeu!
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Mensagem por Jess Silver Qui Set 01, 2011 5:18 pm

Laala_* escreveu:Aii, adoro capítulos do Jace! Ele é tão fofo.
Bem, o pensamento dele estava mesmo vagando enquanto a Serena escolhia as tintas ' hehe
E depois essa super limpeza foi demais, ainda mais ao som do Guns, que eu adoro! Acho que vou entrar na onda e cantar com eles tambem Wink
O jace ja estava se apaixonando por ela, só ele que não percebe ' hahahaha Apoosto que a Josie ja sabe disso mt bem e ja percebeu!


oooouuuunt' amore
ainda bem que gostou, fico mesmo feliz!!
é, eles vão-se apaixonar um pelo outro e nem dão por isso, coitados xD
amanha eu posto mais ta bom??
obrigada pelo apoio!!
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Mensagem por Jess Silver Ter Set 06, 2011 5:17 pm

Bem eu vou postar mais Laala, espero que goste!!
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Mensagem por Jess Silver Ter Set 06, 2011 5:21 pm

Capítulo 5


Serena






Jace voltou com os sacos do supermercado pouco menos de quinze minutos depois de ter saído para ir comprar o nosso almoço. Quando o vi subir os degraus do alpendre e entrar na minha casa, tive de reprimir o sorriso que se quis formar nos meus lábios. Não fazia ideia do que se estava a passar comigo, mas era bom e não ia sequer pensar e afastar-me dele, porque Jace estava a revelar-se uma ótima companhia.
- Trouxe o que pediste. - Declarou, e seguiu-me até à cozinha.
Pousou os sacos em cima do balcão e foi-se sentar numa das cadeiras junto à mesa, enquanto eu tirava a comida das embalagens e metia os bifes na frigideira e as batatas na fritadeira. Já estava tudo quente à espera de fritar a comida, por isso não ia demorar muito tempo.
- Esta tarde tenho mesmo de ir ao supermercado comprar comida para o resto da semana. Não posso obrigar-te a trazer comida para mim todos os dias. - Brinquei, enquanto cozinhava e observava Jace, sentado de braços cruzados numa das minhas cadeiras.
Era tão estranho, mas eu olhava para ele ali sentado e parecia-me… certo. Como se ele pertencesse a esta casa, talvez até mais do que eu. Afinal de contas, ele tinha ali passado a maior parte do tempo comigo desde que eu chegara a Bloom Fall's, e já custava imaginar a casa sem a presença dele.
Quando a comida ficou pronta coloquei-a nos pratos e levei-os para a mesa, já previamente posta à espera de Jace para o almoço, e sentei-me em frente a ele a comer.
- Uau, está mesmo bom. - Elogiou ele, quando provou o bife.
- Não é nada de especial, são só bifes com batatas fritas.
- É a primeira coisa que cozinhas e que eu provo, por isso tinha de comentar. A sério que está bom.
- Obrigada. - Respondi, sentindo-me contente com o comentário.
Comemos em silêncio durante os minutos seguintes, até Jace voltar a falar.
- Vamos começar a pintar as paredes durante a tarde?
- Sim… mas tens a certeza que não tens nada melhor para fazer? Vais acabar por te cansar de mim se estiveres sempre aqui em casa.
- Não acho que isso seja possível.
Rimo-nos juntos. Ele era fantástico, a sua companhia deixava-me sempre mais bem-disposta que o normal. o que será que estava a acontecer comigo? Mal o conhecia e ele já era capaz de me afetar desta maneira? Era de loucos.
Depois de acabarmos o almoço levei a louça suja para o lava-louça, sem paciência nem vontade de a lavar agora, e Jace ajudou-me a levantar a mesa. De seguida olhou para mim, como se me desafiasse a colocar alguma oposição, pelo que acabei por encolher os ombros.
- Tu é que sabes. Mas se fosse a ti trocava de roupa para não estragares essa. A tinta dá mesmo cabo da roupa. - Alertei, e dirigi-me à minha mala da roupa mais velha e que se podia sujar.
Tirei uma camisola largueirona, cinzenta e com o símbolo da Universidade de York (tinha-me sido dada por uma amiga minha, embora nenhuma de nós tivesse andando em York ou tivesse intenção de ir para lá). Vesti-a e depois apanhei o cabelo, ainda meio molhado, num rabo-de-cavalo e preparei-me para ficar cheia de tinta.
- Vamos a isto? - Perguntei quando entrei no meu quarto.
Mas fiquei logo sem palavras quando olhei para Jace.
Ele estava em tronco nu, com um rolo daqueles de pintar paredes na mão, já molhado com a tinta escolhida para as paredes daquela divisão. Quando se levantou para olhar para mim, reparei nos seus abdominais tão trabalhados, naqueles músculos todos proeminentes… era de cortar a respiração. Engoli em seco e tive de fazer um grande esforço para afastar os olhos do corpo dele, antes que Jace pensasse que era má educação minha.
- Preparada para as pinturas?
- Claro, vamos a isso.
Peguei num rolo de tinta e comecei a pintar a parede atrás de mim. Estava entretida com isso, e a conversar com Jace, por isso o tempo passou bem. Pintar paredes até que era divertido - fora os salpicos de tinta que pingavam para a minha roupa, mas pronto. E foi assim que passámos o que restava da tarde: a pintar as paredes das divisões do piso superior da minha casa.
Quando começou a ficar mais escuro à nossa volta - o que indicava que a noite estava a surgir lá fora - decidi que estava cansada demais para continuar com aquilo. E já tínhamos adiantado muito trabalho por hoje.
- Queres que vá buscar o jantar? - Sugeriu Jace, enquanto voltava a vestir a sua t-shirt.
- Não, deixa estar… acho que vou jantar ao café de Mrs. Baker e depois venho para aqui e vou adormecer logo. Estou exausta.
- Nota-se. - Riu-se Jace, e dedicou-me outro dos seus sorrisos de estrela de cinema. - Então até amanhã.
- Até amanhã.
Despediu-se com um aceno e fiquei a vê-lo descer as escadas e sair de minha casa. Suspirei, contente com os resultados do trabalho, e fui buscar a minha carteira. Estava na hora de ir comer qualquer coisa antes que caísse para o lado com fome.
Peguei no meu telemóvel, a desejar que tivesse rede telefónica suficientemente boa para poder ligar para o meu pai, pelo menos para ouvir a voz dele e dizer-lhe que ainda estava viva e estava a correr tudo bem, mas não tinha rede. Pois, já se esperava, num fim do mundo como este era difícil estabelecer comunicação por telemóveis. Conformada com a minha triste sorte, voltei a guardar o telemóvel e saí de casa.
Fui jantar ao café de Mrs. Baker, que me serviu um prato de arroz de pato simplesmente delicioso, capaz de me fazer desejar voltar ali mais vezes para provar as iguarias dela, e depois fiz o caminho de regresso a casa, abri o saco-cama e enfiei-me lá dentro, sem sequer trocar de roupa, e adormeci instantaneamente, cansada como estava.
E mais uma vez, foi a pensar em Jace que deslizei para a incosciência.


Jace


Essa noite demorou realmente a passar.
Não conseguia adormecer, porque havia qualquer coisa dentro de mim que não me deixava dormir. Era como se sentisse que alguém precisava da minha ajuda, ou então que estava a pensar em mim, mas não conseguia saber quem era. Mas a sensação era tão forte que não me deixou adormecer durante mais de quatro horas seguidas.
Será que alguém estava em apuros? A precisar da minha ajuda? Aquela sensação vinha sempre que alguém estava em sarilhos ou então a pensar muito em mim, o que acontecia raramente, por isso eu dava mais atenção ao pressentimento porque podia ser o sinal de que alguém precisava de ajuda.
Começava sempre assim: o sangue acelerava-me nas veias, a ansiedade a crescer em conjunto com a preocupação, e era quase sufocante não ir a correr saber o que se passava. E foi o que aconteceu nessa noite: acabei por ceder, uma vez mais, ao hábito e saltei da cama para fora, vesti-me e corri para fora de casa.
Há praticamente dois anos que não voava. Custava-me não o fazer, claro, mas a última vez que tinha mostrado as minhas asas um humano vira. E o choque de entender o que eu era tinha-lhe provocado um ataque de pânico tão grande que o levara a ter um ataque cardíaco e morrera. E eu nunca mais esqueceria o ar de pânico na cara dele.
Voar era algo que eu fazia com um prazer enorme, porque era quase tão fácil como respirar. Soltar as minhas asas, elevar-me no céu e deixar-me ir com a brisa ou o vento nocturno… era simplesmente maravilhoso. Mas ali era demasiado arriscado fazer isso. Podia andar alguém a passear pelo bosque durante a noite, e se calhassem a ver-me, não demoraria nem um dia até que toda a vila soubesse a verdade. E eu tinha de evitar isso, a todo o custo.
Tinha de evitar que o meu segredo fosse descoberto, porque caso isso acontecesse, eu teria de partir. Tal como já acontecera uma vez no passado. E eu odiava ser obrigado a deixar uma terra à qual já me afeiçoara, só porque as pessoas descobriam aquilo que eu era na verdade, e ficavam tão horrorizadas que praticamente fugiam de mim a sete pés.
Por isso eu não podia voar. Quando precisava mesmo, quando a necessidade era tão forte, fechava-me no meu quarto e soltava as minhas asas, só para sentir aquela satisfação incrível, o sabor de as ter livres. Mas depois tinha de as recolher de novo, tinha de proteger a minha identidade. Ninguém poderia saber.
Corri para fora de casa, fechando a porta e embrenhando-me no bosque. Estava mais fresco agora, e correr sabia-me quase tão bem como voar. Expandi os meus sentidos, à procura da fonte daquela pressão tão forte, e deixei-me guiar pelo Poder que me chamava. Algures naquela noite agradável alguém precisava de mim.
Mas foi com uma surpresa enorme que dei por mim a correr na direção da casa de Serena.
E quanto mais me aproximava, mais tinha a certeza que era ela quem estava a pensar em mim. Mas porquê com aquela intensidade toda? Ou talvez ela não soubesse que estava a pensar em mim…
Foi isso que constatei quando cheguei à casa dela e espreitei por uma das janelas. Olhei para o interior, para o corredor de entrada da sua casa, e vi-a a dormir dentro do seu saco-cama. A dormir… e a sonhar. Era inconfundível, a maneira como se agitava dentro do saco-cama, como franzia a testa e parecia dizer coisas sem sentido, mas tão baixo que eu não entendia o que eram.
Sabia apenas que eram sobre mim.
Os pensamentos - ou melhor, o sonho - de Serena era tão forte que quase me puxava para ela, para junto dela. Sentia o meu corpo a ser levado para junto dela, como acontecia sempre que alguém precisava de ajuda e me "chamava". Só que isto nunca tinha acontecido antes: ninguém tinha sido capaz de me "chamar" daquela maneira, através de um sonho. Fosse com o que quer que fosse que Serena estava a sonhar, era mesmo muito forte.
Ela virou-se novamente no saco-cama e desta vez compreendi que tinha dito o meu nome enquanto dormia. E assim que a ouvi dizer aquilo, senti um baque no meu coração que quase me fez cambalear.
Não. Aquilo não.
Não podia deixar que isto acontecesse. Não com Serena.
Devia ter-me apercebido que as coisas estavam a fugir ao controlo. Devia ter-me apercebido que me estava a envolver demasiado com ela, e não o podia fazer. Agora ela até já sonhava comigo, e isso não podia acontecer mais vezes, senão eu nunca mais teria paz durante as noites, sempre com vontade de vir para junto dela.
Encostei-me à parede da sua casa e suspirei, sem tirar os olhos dela. Não queria ter de me afastar dela, quando nos estávamos a dar tão bem, mas não podia permitir que ela se aproximasse mais de mim. Se ficássemos demasiado próximos… se eu me deixasse levar pelos seus encantos de humana…
Não. Não seria mais um anjo caído, como tantos que eu conhecera, que se tinham deixado levar pelo amor, terreno, que tinham deixado as suas asas e os seus Poderes para ficar ao lado dos humanos. Não ia cometer esse erro, por muito que Serena me cativasse desta maneira.
Não iria ser como Aryah.
Deixei Serena a dormir em sua casa e voltei para a minha. Quando entrei bati com a porta, tentando afastar aquela sensação de precisar de voltar para junto dela. Tinha de me afastar; era o melhor a fazer agora, antes que as coisas ficassem demasiado descontroladas e ela acabasse por se tornar demasiado dependente de mim.
Fui-me deitar novamente, e consegui, com grande custo, adormecer. Mas o facto de ter adormecido com o rosto de Serena na minha mente não ajudou nada a acalmar aquela sensação de que as coisas iam mesmo correr mal entre nós.


Serena


Na manhã seguinte, acordei cheia de energia para continuar o trabalho. Tomei um duche rápido, vesti roupa lavada e depois de me ter arranjado como devia de ser fui ao café de Mrs. Baker tomar o pequeno-almoço. Encontrei lá Josie, tão bem-disposta como na manhã anterior.
- Olá Serena, que bom ver-te aqui outra vez! - Cumprimentou-me com um grande sorriso.
- Olá Josie. Bom-dia Mrs. Baker. - Respondi, enquanto subia para um dos bancos altos do café.
- Como estão a correr as pinturas em tua casa? Ouvi dizer que tinhas ido comprar as tintas à loja de Mr. Pecann. - Comentou Josie.
- Sim, está a correr tudo bem… o Jace deu-me uma grande ajuda com as limpezas e as pinturas. Foi divertido. - Continuei, e depois pedi o pequeno-almoço a Mrs. Baker.
- O Jace? Ah… ele esteve lá em tua casa outra vez? Se fosse a ti tinha cuidado, ainda se muda para lá de vez. - Riu-se Josie.
- Ora, ele estava apenas a ser prestável… mas divertimo-nos imenso, para dizer a verdade.
- Ainda bem. fico feliz por ti.
E continuámos a comer e a conversar. Josie falou-me sobre os seus alunos e os trabalhos que eles tinham feito, alguns mesmo muito hilariantes, pelo que nos fartámos de rir. Eu gostava mesmo dela, Josie era uma pessoa divertida e eu nunca conseguia estar ao lado dela sem que me fizesse rir.
Mas quando estávamos a meio do pequeno-almoço, ela calhou a olhar para a porta do café e parou de rir, limitando-se a sorrir e a acenar para quem quer que viesse a entrar.
Virei-me também para ver quem era, e apercebi-me que se tratava de Jace.
Mas em vez de entrar, ele limitava-se a olhar para mim, de cenho franzido e lábios cerrados. Achei estranha aquela atitude, e a maneira como me olhava quase me deixou com pele de galinha. Era quase… fria. Josie parou de lhe acenar, quando entendeu o que se estava a passar, e depois Jace deu meia-volta e saiu do café, indo-se embora.
Fiquei a olhar para a porta, sem perceber nada do que se tinha ali passado. Aquilo tinha mesmo acontecido? Jace fora-se embora do café só por me ver cá dentro?
O que é que eu tinha feito? Nada, eu nem tivera tempo de dizer nada! Bastou aquele olhar dele para eu saber que algo estava mal. Virei-me para a frente no banco e respirei fundo.
- Uau, o que se passou? Não me digam que estão chateados! - Disse Josie, espantada.
- Eu pensava que não estávamos… não entendi o que se passou agora. - Respondi, num murmúrio.
Nem Josie nem Mrs. Baker foram capazes de arranjar uma explicação lógica para a atitude de Jace. Mas eu fiquei com a sensação que tinha sido algo que eu tivesse feito que ele não tivesse gostado. A sentir-me mesmo confusa - e até um bocadinho constrangida - acabei de comer e saí do café.
Se ele queria ser assim, tudo bem. Eu tinha a consciência tranquila e não ia andar atrás dele a perguntar-lhe o que se passava. Quando ele decidisse vir ter comigo, e explicar-me o porquê daquela reação, a porta estaria aberta.
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Mensagem por Laala_* Ter Set 06, 2011 5:55 pm

Jess, adorei o capítulo, principalmente porque foi intercalado entre Jace e Serena!
O momento de pintar a casa foi mt legal, super divertido e até o tempo passou rápido. Mas então, a Serena tinha que sonhar com o Jace, e sussurrar o nome dele enquanto ele via? :/
Vão lá começar as birras e as caras viradas, já estou até vendo! Essa atitude do café não é nada de Jace. Ele deve estar mesmo desesperado de medo de estar apaixonado pela Serena, para ter agido dessa forma. Até a Josie estranhou!
Coitada da Serena :/
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Mensagem por Jess Silver Ter Set 06, 2011 5:56 pm

Laala_* escreveu:Jess, adorei o capítulo, principalmente porque foi intercalado entre Jace e Serena!
O momento de pintar a casa foi mt legal, super divertido e até o tempo passou rápido. Mas então, a Serena tinha que sonhar com o Jace, e sussurrar o nome dele enquanto ele via? :/
Vão lá começar as birras e as caras viradas, já estou até vendo! Essa atitude do café não é nada de Jace. Ele deve estar mesmo desesperado de medo de estar apaixonado pela Serena, para ter agido dessa forma. Até a Josie estranhou!
Coitada da Serena :/

pois, realmente ele não agiu muito bem, mas está assustado coitado
a ideia de se apaixonar nao o faz sentir muito bem hahahah
e quanto à Serena coitada, ficou toda atarantada com a situação
vamos ver o que vem a seguir..
vou postar o proximo agora
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Mensagem por Jess Silver Sáb Set 10, 2011 5:06 pm

Capítulo 6


Serena






Eu não entendia o porquê daquilo estar a acontecer.
Tinham-se passado três dias desde que Jace falara comigo a última vez, e desde aquela manhã em que ele olhara para mim daquela maneira tão distante no café de Mrs. Baker, como se nem suportasse estar na mesma divisão que eu.
Desde essa altura eu não voltara a pôr-lhe os olhos em cima. Tinha estado ocupada com as minhas coisas, a tentar não pensar nele, e na sua mudança de ideias tão repentina. Primeiro tinha-se mostrado tão simpático e prestável, ajudara-me a tratar da minha casa, divertira-se comigo, fizera-me sentir bem na sua companhia, achar que nos estávamos a tornar amigos e tudo.
E depois mudava de repente de opinião? Desaparecia assim, sem dar nenhuma explicação para o sucedido?
Decidi que não ia pensar mais nele. Não ia deixar que isto me abalasse. Estava em Bloom Fall's para viver a minha vidinha sossegada, tratar da minha casa e arranjar um novo emprego, não para me preocupar com gajos parvos como Jace.
Por isso, durante esses três dias, acabei as pinturas em minha casa e comecei à procura dos móveis que ia comprar para lá. Estava um bocado farta de dormir dentro de um saco-cama num corredor vazio. Estava na hora de comprar mobília para decorar a minha casa e começar a olhar para ela como um verdadeiro lar, e não apenas uma quantidade de divisões vazias (ainda que agora estivessem pintadas e limpinhas) que continuavam a fazer aquele eco de solidão.
Também comprei toda a comida que precisava para cozinhar em casa, e agora só raramente ia ao café de Mrs. Baker, e se passava lá tentava que não fosse à hora das refeições, para evitar cruzar-me com Jace. Pelo que Josie me dissera, ele comia ali a todas as refeições, e por isso que queria que ele tivesse paz e sossego quando ali fosse comer, evitando-lhe o sofrimento de ter de me ver outra vez.
Pois. A verdade é que aquilo me estava a incomodar e muito.
Tirei os auriculares do meu Ipod dos ouvidos. Estava quase a chegar a casa, vinda da vila, e não me apetecia ouvir mais música deprimente que só me fazia pensar ainda mais na maneira tão anti-social como Jace me tratara.
Mas quando estava a chegar à minha casa, fiquei paralisada em frente ao alpendre, sem saber como reagir àquilo.
Jace estava sentado nos degraus de madeira da minha casa.
Ao início limitei-me a olhar para ele, sem saber se havia de o mandar embora ou simplesmente ignorar que ele ali estivesse. Mas não conseguia simplesmente ignorá-lo, até porque ele estava sentado de maneira a barrar-me a passagem se eu tentasse subir para entrar em casa. Respirei fundo para me preparar para a inevitável conversa que aí vinha, e avancei sem medos em direção ao alpendre.
Jace levantou-se quando eu parei à frente dele, e durante os primeiros momentos não dissemos nada, limitando-nos a olhar um para o outro. Mas depois não consegui controlar-me e tive de falar.
- O que estás aqui a fazer? - Perguntei, numa voz quase irritada.
- Vim ver-te.
A sua resposta não me apanhou de surpresa, mas soava inocente demais. Ele estava a gozar comigo?! Será que se tinha esquecido do que me tinha feito?
- Olha, não estou com disposição para brincadeiras, por isso ou vais direito ao assunto ou sugiro que te vás embora. - Resmunguei, cruzando os braços.
Jace parecia mais hesitante em falar agora. Passou a mão pelos cabelos, negros como a noite, mas sem desviar os olhos dos meus.
- Desculpa o que aconteceu. Não queria… ter-te magoado.
- Não me magoaste.
- Não me mintas.
Cerrei os lábios. Ele era bom a manter-se por cima nas discussões. Jace deu mais um passo na minha direção, e agora estava tão próximo que eu tinha de levantar um pouco o rosto para olhar para ele.
- Porque achas que estou a mentir? O que te leva a pensar que me tenhas mesmo magoado? Não és assim tão importante ao ponto de me magoares. - Respondi, mas sabia que estava a mentir.
E pelos vistos ele também sabia.
- Não devia ter-me afastado daquela maneira. Peço desculpa por isso. Acredites ou não, é mesmo para isso que estou aqui: para pedir desculpa.
- Pois, mas quem te disse que agora eu estou interessada em ti, e em tentar ser tua amiga? Porque era só isso que eu estava a tentar fazer, sabes? Estava só a tentar ser tua amiga. Mas ao que parece, não devo ser suficientemente boa para estar ao teu lado, não é?
Não sei se foi o meu tom, tão intenso e tão ofendido ao mesmo tempo - mesmo que eu não quisesse mostrar que estava ofendida - que fez com que Jace se afastasse. Recuou um passo e virou-me costas, e vi como os ombros dele ficavam tensos. Ele estava mesmo… a controlar-se? A tentar acalmar-se? Será que as minhas palavras o tinham deixado assim tão abalado?
- Eu não tenho grande jeito para as relações. Nem mesmo para as amizades, Serena. - Murmurou, ainda de costas para mim.
- Bem, já deu para ver. Por isso se só vieste pedir desculpas já te podes ir embora. - Respondi, e contornando-o, dirigi-me aos degraus do alpendre.
Mas Jace prendeu-me pelo pulso, impedindo-me de continuar a andar. Puxou-me de volta para junto de si, e olhei-o espantada por ele se dar à ousadia de me fazer aquilo.
- Por favor Serena… dá-me outra oportunidade. Eu prometo que tento ser mais… ponderado nas minhas ações. Prometo que vou tentar que corra melhor que da última vez.
Dei por mim a querer acreditar nele, dar-lhe outra oportunidade. Dei por mim a desejar que ele estivesse a dizer a verdade para que eu pudesse confiar nele, porque na verdade sentia saudades da sua companhia. Era um bocado estúpido pensar desta maneira, ainda por cima quando só o conhecia há cinco dias, mas era a verdade.
Jace tinha sido a primeira pessoa com quem eu falara e me dera bem desde que chegara a Bloom Fall's. E mesmo que agora eu e Josie já nos déssemos muito bem, e quase todos os dias nos víssemos e conversássemos, não era a mesma coisa com Jace. Ele era… diferente.
- Estás a dizer que queres tentar ser meu amigo? - Perguntei, receosa do que ele fosse dizer.
Sentia-me como uma miúda na primária, mas tudo bem.
- Sim. Dás-me uma oportunidade para tentar?
Não consegui resistir mais. Custava muito estar chateada com as pessoas - eu nunca tinha muito jeito para amuar com as pessoas, mesmo que elas me tivessem magoado, como Jace, eu continuava a querer a companhia delas. Ou sou mesmo masoquista, ou então super burra, mas é a minha natureza.
- Pronto… acho que podemos tentar.
- E desculpa. - O sorriso dele quase me fez sorrir também. - E já agora, a tua casa está mesmo bonita. Fizeste um bom trabalho.
Assenti, concordando com ele, e depois soltei-me da sua mão.
- Anda, vamos beber qualquer coisa.
Jace seguiu-me sem deixar o sorriso encantador esmorecer. Fui ao frigorífico buscar duas cervejas e abri-as, passando uma a Jace. Depois voltámos ao alpendre e ficámos lá sentados a conversar sobre o resultado da minha casa, e a beber calmamente. Era a altura do crepúsculo e estava-se tão bem no exterior que eu não tinha vontade nenhuma de ficar encafuada em casa.
- Quando chega a tua mobília? - Perguntou Jace, bebendo mais um gole da sua cerveja.
- Amanhã, se correr tudo bem, deve chegar a mobília toda. Tenho andando a ver os móveis que quero e o proprietário da loja disse-me que amanhã vinha uma carrinha entregar-me os móveis todos.
- Pareces mesmo aliviada com isso.
- Podes crer! Estou farta de dormir no saco-cama. Eu até que gosto de acampar, mas por sistema tornar-se… desconfortável.
- Compreendo. Parece que amanhã se acaba o problema.
- Graças a Deus.
- E quanto ao trabalho?
- Vou amanhã falar com Mrs. Erin. - Respondi, e sorri de novo. - Estou mesmo ansiosa por começar. O dinheiro não estica eternamente.
- Pois… de certeza que vais gostar do trabalho. E se entretanto quiseres fazer outra coisa hás-de arranjar outro trabalho. O que não falta aqui é gente a precisar de empregados.
Rimo-nos e bebemos o que restava das cervejas. Levei as garrafas vazias para o lixo, na cozinha, e quando me voltei para a porta, para ir perguntar a Jace se ele queria jantar, dei com ele parado atrás de mim.
- Ah, hum… jantas cá hoje? - Perguntei, passando a mão pelo cabelo para o tirar da cara.
- Na verdade já tirei comida para fora e já está descongelada. Vai-se estragar se não comer. Mas se o que queres é companhia… porque não vens dar um passeio comigo amanhã?
- Parece-me bem. Depois do almoço, OK?
- Sim, está bem assim. - Disse Jace, com outro dos seus sorrisos capazes de nos deixar com a cabeça à roda. - Acho que está na hora de ir andando.
- OK… até amanhã.
- Até amanhã Serena… e bons sonhos para logo à noite.
Sorri, acenando-lhe quando ele desceu do meu alpendre para se ir embora, e senti que, de alguma maneira estranha e inacreditável, Jace soubera que eu sonhara com ele naquela noite.
Mas como é que ele podia saber?
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Mensagem por Laala_* Sáb Set 10, 2011 5:20 pm

Oba, Jace!
A casa da Serena está mesmo ficando mt bonita!
E chegar em casa assim e dar de casa com um Jace te esperando é msm fascinante! Mt bom!
E enfim fizeram as pazes, já não era poor vez! Acho que o Jace enfim está se entregando aos sentimentos!
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