Awakening - O Despertar (+18)
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Awakening - O Despertar (+18)
Não somos uma fantasia criada para filmes de Hollywood ou para embaraçantes livros de romance adolescente. A verdade é que vampiros existem. Eu sei, eu sei, Crepúsculo, True Blood, Vampire Diaries e meus favoritos as Crônicas Vampirescas e Dracula já disseram isso. Blade, Buffy, Underworld e Blood já mostraram diversas facetas deste dito mito.
Vampiros são um modismo e fazem parte da cultura pop mundial. Livros, filmes, músicas, histórias, jogos, conspirações, alucinações... Você já leu, ouviu, viu e sonhou conosco. As pessoas tem tantas histórias e teorias sobre o que somos, quem somos, como surgimos. Algumas nos fazem rir, outras são uma versão tão parecida com a nossa realidade que nos assustamos.
A verdade é que não podemos contar a ninguém quem somos, ou o que somos. Primeiro porque pessoas nunca desconfiam do que realmente somos, humanos são egocêntricos demais, assustados demais, ferozes demais e sádicos demais. Eles não se adaptam, eles destroem o que não conseguem controlar, o que não conseguem entender ... Eles destroem o que os assusta. E eles nos assustam. Em segundo lugar porque quando renascemos como vampiros, somos destinados a levar o juramento de sangue que os nossos antepassados fizeram. Somos então obrigados a guardar este segredo em nosso sangue, e não poderíamos nunca e nunca conseguiríamos revelar para qualquer humano o que realmente somos. No entanto há uma brecha neste juramento, uma brecha que nenhum original poderia ter previsto. O meu nascimento.
Vampiros são um modismo e fazem parte da cultura pop mundial. Livros, filmes, músicas, histórias, jogos, conspirações, alucinações... Você já leu, ouviu, viu e sonhou conosco. As pessoas tem tantas histórias e teorias sobre o que somos, quem somos, como surgimos. Algumas nos fazem rir, outras são uma versão tão parecida com a nossa realidade que nos assustamos.
A verdade é que não podemos contar a ninguém quem somos, ou o que somos. Primeiro porque pessoas nunca desconfiam do que realmente somos, humanos são egocêntricos demais, assustados demais, ferozes demais e sádicos demais. Eles não se adaptam, eles destroem o que não conseguem controlar, o que não conseguem entender ... Eles destroem o que os assusta. E eles nos assustam. Em segundo lugar porque quando renascemos como vampiros, somos destinados a levar o juramento de sangue que os nossos antepassados fizeram. Somos então obrigados a guardar este segredo em nosso sangue, e não poderíamos nunca e nunca conseguiríamos revelar para qualquer humano o que realmente somos. No entanto há uma brecha neste juramento, uma brecha que nenhum original poderia ter previsto. O meu nascimento.
Última edição por stardust777 em Qua Jul 04, 2012 11:28 am, editado 1 vez(es)
Origens I
Meus pais contam que após criar o universo, a Terra e os primeiros humanos, Deus entrou em um estado de hibernação. No entanto, a alta hierarquia angélica sabia que isso eventualmente aconteceria, pois já haviam sido avisados, eles deveriam cuidar de Adão e Lillith, a primeira mulher antes de Eva, e guia-los durante toda a eternidade. Adão e Lillith viveram no Éden por centenas de anos, os dois únicos e muito preciosos humanos, cuidavam de todas as formas de vida e um do outro. Os anjos regularmente visitavam ambos, guiando-os em seu caminho e certificando-se que eles o estavam seguindo. Rebelando-se contra a lei dos anjos e cobiçando o poder dos mesmos, Lillith exigiu que o criador a elevasse ao nível de poder dos anjos. Os anjos da alta hierarquia ofendidos pelo orgulho da mesma unira-se e a expulsaram do Éden em nome do Criador, neste momento, houve a rebelião do céu, onde vários anjos questionaram a decisão do Criador e ignorantes sobre o estado do mesmo, exigiram que ele executasse a sentença de Lillith, quando o mesmo não se posicionou sobre o ocorrido, muitos amedrontados e outros tantos enciumados se viraram uns contra os outros.
O primeiro anjo caído, uniu-se a Lillith seduzindo a acreditar que poderiam juntos eleva-la ao nível dos anjos e assim dominariam a Terra e o Céu.
Após vários anos de solidão, Adão submisso às leis dos anjos, implorou a eles por outra companhia humana, incapazes de criar vida como o Criador, os anjos se uniram novamente e usaram a costela de Adão e assim fizeram uma segunda mulher, ao qual deram o nome de Eva. Adão e Eva viveram no Éden até serem enganados pela serpente e assim, como Lillith foram expulsos. Cépticos e decepcionados com raça humana, os anjos resolveram abandona-los. No entanto, quando descobriram que Eva tinha o poder de gerar vida, eles prometeram cuidar para que os futuros homens, não cometessem os mesmos erros que seus pais, e os protegeriam por toda eternidade.
Quando Caim cometeu o primeiro assassinato, os anjos o exilaram. Lillith e Lúcifer, o primeiro anjo caído, o resgataram. Piedosos, a Alta Hierarquia enviou a Caim três anjos, que lhe ofereceram o perdão divino, se Caim se arrependesse de seus pecados. O primeiro anjo, Miguel, levava consigo a chama sagrada, e quando Caim recusou sua oferta, este e todo seu legado foram amaldiçoados com o temor e destruição pelas chamas. O segundo anjo, Rafael, levava consigo a luz do sol, quando foi recusado, amaldiçoou Caim e seus descendentes ao temor e destruição pela luz solar. O terceiro anjo Uriel, ao ser recusado, condena Caim e seus futuros filhos a dependerem de sangue humano para sua sobrevivência, levando consigo a marca da morte. Misericordioso, o anjo Gabriel tomou a frente e ofereceu a Caim e seus descendentes a eternidade para buscarem a salvação.
Com o tempo Caim, o vampiro original criou vários outros. Estes, são chamados anciões. Por muitos anos humanos e vampiros caminharam juntos, respeitando uns aos outros. Até jovens vampiros orgulhosos e rebeldes se unirem para dominar a raça humana. Os primeiros vampiros, assim como Caim foram ensinados por Lillith, e possuíam poderes, habilidades e sabedoria há muito perdidos por nossa raça hoje, os jovens no entanto, possuíam as habilidades, os poderes e a arrogância. Já cansado e muito mais sábio, Caim se uniu aos anciões e exterminou todos os jovens rebeldes. Os sobreviventes uniram-se a diversos anjos caídos e geraram abominações diversas.
Caim então com a sabedoria conquistada ao longo de centenas de anos, uniu-se aos anciões e fizeram um juramento de sangue. Não mais os jovens poderiam se multiplicar, não mais os vampiros poderiam cruzar com outras raças, e não mais os humanos poderiam saber da nossa existência, ou o vampiro que assim o fizesse seria exterminado. O juramento, feito com magia antiga e sangue sagrado não poderia nunca ser quebrado. E não foi, por milhares de anos.
Origens II
Vampiros são tão antigos quanto à humanidade, mas ao contrario dos homens, aprendemos com nossos erros. E não os esquecemos. Assistimos aos homens em várias guerras, lutas sem sentido por sexo, poder, ouro, dominação, crença. Assistimos as mentiras contadas e as verdades escondidas. Assistimos a evolução da ciência e o declínio da compaixão humana. Assistimos quando as máquinas dominaram a emoção e eventualmente escravizaram psicologicamente os humanos. Aprendemos a manipular as mesmas armas e como aperfeiçoa-las, aprendemos a utilizar as mesmas máquinas e como domina-las, somos predadores, mas também sobreviventes.
Assim como os humanos, também estamos em guerra. Híbridos e abominações nascidos de relacionamentos ilegais, invejosos e desgostados com a caça e extermínio de sua raça por vampiros puros, finalmente se uniram e resolveram se vingar; modificações genéticas feitas por próprios irmãos vampiros, são usadas para caçar os recém-criados e captura-los; todos somos caçados por anjos que desejam manter a humanidade segura e por demônios que desejam nos usar como uma peça importante para uma guerra final que se aproxima. E existem os humanos, descendentes dos primeiros homens, que ainda não se esqueceram do tempo em que homens e vampiros compartilhavam a terra, e não se esqueceram do medo, tortura e morte que trouxemos aos seus antepassados, estes querem nosso sangue, procuram vingança e justiça.
Nossos anciões e Pai que possuem o poder de nos proteger a muito desapareceram, uns dizem que estão mortos, outros afirmam que escondidos, e ainda poucos que se envergonharam de suas criações e se exilaram, mas lendas mais antigas afirmam que se Caim for morto, todos nascidos de seu sangue seriam exterminados, pois sem o pai, a marca da morte se tornaria mortal, e seus descendentes enviados ao inferno para pagar pelo pecado de seus antecessores.
Os vampiros que acreditam nisso, estão a procurar do pai e dos Anciões nos confins do mundo e do submundo. Antigos, ainda possuem um pouco da sabedoria dos primeiros e acreditam que Caim, assim como o Criador, está hibernando, a espera de algo para então acordar. Solitários, eles estão à procura da esperança, mas estão sendo exterminados.
Todos conseguimos sentir, a guerra final se aproxima, vampiros estão enlouquecendo virando-se contra os seus próprios irmãos como no inicio, os híbridos estão se fortalecendo, os Antigos começam a desaparecer, os humanos cada vez mais perto da verdade que pode trazer morte a uma das raças... O futuro está chegando rápido demais, o mundo mudando rápido demais, a esperança de sobrevivência das várias raças que compartilham deste mundo começa a rarear...
Por isso meus pais resolveram que esta era a hora certa para me despertar.
Re: Awakening - O Despertar (+18)
Belo texto.
Deixei-me ser levado pela ótima leitura que ele nos oferece. Não gosto tanto de coisas sobre vampiros, mas abro exceções para alguns, como para o seu e Crepúsculo
Abraços!
Deixei-me ser levado pela ótima leitura que ele nos oferece. Não gosto tanto de coisas sobre vampiros, mas abro exceções para alguns, como para o seu e Crepúsculo
Abraços!
FilipeJF- Mensagens : 7
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Re: Awakening - O Despertar (+18)
Obrigada Felipe, eu sou super fã de vampiros, mas não sou fã de Crepúsculo , eu comecei a escrever Awakening ontem a noite, depois de ter assistido Anjos da Noite - Despertar (dai saiu o nome), mas a história não tem nada haver com a história da Anjos da Noite, eu só me lembrei o quanto vampiros são legais!! A história de Awakening já está quaaaaaaaase completa na minha cabeça, é bom saber que alguem vai seguir, assim, pode me ajudar com os erros ou com o caminhar da história. Espero que você ajude , ou que eu consiga ajuda de algum Beta reader.... Isso está me preocupando, porque eu divago muito nas histórias e ai vai acabar com o clima...
Mas muito, muito obrigada pelo recado!
mais tarde eu posto o que eu consegui escrever hoje!!!!!!!
Mas muito, muito obrigada pelo recado!
mais tarde eu posto o que eu consegui escrever hoje!!!!!!!
Origens III
Notas do Autor: Origens é um grande capitulo dividido em vários pequenos "capítulos" nomeados de I, II, III e IV. São todos contados pela personagem principal, mas foram divididos porque ainda estão sendo revisados e reescritos. E na verdade, eu não consegui manter uma linha de raciocino que ligava uma página na outra, as informações que eu estou passando de um mini capitulo para outro são muito diferentes, mas explicam parte da história, por isso, resolvi dividir este capitulo em quatro partes.
Espero que entendam, gostem e principalmente tenham paciência.
Espero que entendam, gostem e principalmente tenham paciência.
Meu mundo é diferente, maior do que você pode imaginar, e cheio de segredos.
Nasci em uma época diferente, humanos sabiam da existência de vampiros e o contato entre eles não era proibido. Mas o meu nascimento deu inicio a uma nova era, eu fui a primeira e única nascida do amor entre um amaldiçoado e um divino, e isso, era contra as regras.
Os primeiros vampiros escolheram viver como Caim, muitos pela fome de poder, outros pela curiosidade, mas alguns poucos foram transformados como castigo pelos pecados praticados quando ainda eram humanos.
Mas antes disso, por vários anos Caim viveu sozinho entre os demônios. Dominado pela ira e guiado por Lillith e Lucifer, ele se afastou da humanidade e passou dezenas de anos no submundo. Lá ele aprendeu sobre o Criador, sobre os anjos, sobre Lillith e a criação, sobre seu pai Adão e sobre as leis que regiam a Terra. Dizem que ele aprendeu sobre a humanidade e seus futuros erros, pois Lucifer, A estrela da manhã, havia ensinado a Lillith sobre a magia que rege o universo, e esta, ensinou a Caim em troca de seu poderoso sangue.
Caim aprendeu sobre a rebelião do céu e o que aconteceu com os anjos caídos. As escolhas que fizeram, e instruiu-se sobre anjos e seus pontos fracos, demônios e a verdade por trás deles, por anos e anos estudou a humanidade e o submundo, e este conhecimento, ficou guardado, em seu sangue.
Quando decidiu finalmente abandonar Lillith, Lucifer e o submundo, o ódio que Caim sentia pela humanidade era quase tão terrível quanto o que ele sentia pelos anjos, mas intrigado pelos caídos que escolheram não se unir a Lúcifer, e sedento por conhecimento Caim foi ao seu encalço.
Por anos, o nosso Pai procurou os nomeados Annunaki, anjos caídos que não se uniram a Lúcifer, os anjos que vivem na Terra como humanos, escondidos, lutando por sobrevivência, mas ele nunca os encontrou, talvez os Annunaki fossem apenas uma lenda. Mas em sua procura, Caim percebeu o quanto a raça humana havia crescido e mudado.
Uma humana curiosa acerca das lendas que rodeavam nosso Pai, uniu-se a ele. Com o passar do tempo, curiosidade se transformou em amor, e Caim compartilhou pela primeira vez o seu sangue com um humano. A mulher transformada em vampira não mais amava o Pai, e foi consumida pela sede de sangue e por todo o ódio que havia herdado com o sangue de Caim, a loucura a tomou por completo, e ele com certo pesar a sacrificou.
Nem todos os humanos podem se transformar em vampiros. Não sabemos exatamente como isso acontece, mas a maioria enlouquece. Eles não conseguem controlar a sua sede, e os conhecimentos e história adquiridos pelo sangue do Pai e passados para todos nós quando nos transformamos é também um fator complicador, pois as informações podem acabar com o restante da humanidade do renascido, transformando-o finalmente em um monstro assassino quase impossível de ser parado.
Temos uma teoria sobre isso, alguns vampiros afirmam que estes humanos possuem uma singular capacidade de entender verdadeiramente a maldição. É um boato entre nossa raça, que alguns destes lunáticos conseguiram sobreviver, e com o passar o tempo, controlar sua sede, estes possuem um poder psíquico temível, e sabem toda a verdade sobre o sangue do Pai que nem mesmo ele conhece. É um boato entre nossa raça, mas boatos sempre tem uma verdade por trás deles.
Conformado, o Pai vagou novamente pela Terra, certo que a solidão fazia parte do castigo eterno, até encontrar Selene, dita filha dos Deuses da Lua e Morte, uma mestiça com sangue mortal e divino e toma-la como nossa primeira Mãe.
Selene era filha de uma mortal e um Celestial, concebida sob os poderes e proteção da Lua, especial entre os mortais, bela e corajosa, nobre e bondosa. Possuía os poderes da cura e da magia, conseguia ver o que havia por trás da maldição do Pai e sabia como conseguir a salvação do mesmo. Selene implorou ao Pai que procurasse salvação, com medo do que o sangue poderia trazer no futuro, ele orgulhoso, recusou a oferta e a abandonou sem saber que ela levava consigo o primeiro dos muitos filhos de Caim.
Selene morreu durante o parto e a primeira criança vampiro nasceu. Crianças vampiro crescem normalmente como crianças mortais, a única diferença é que elas não são alimentadas. Com exceção dos primeiros, que já nasceram vampiros, e param de envelhecer quando matam seu primeiro humano, as crianças vampiro quando adquirem a idade necessária para entender sua própria existência, elas podem escolher, experimentar o sangue ou não. Se experimentarem, passaram por uma transformação completa, irão se transformar em um vampiro, não irão envelhecer, não mais poderão ver o sol, terão os poderes e fraquezas da nossa raça. Se elas escolhem não experimentar, são banidas para o submundo, aonde irão se acasalar com os demônios, criando assim uma nova raça de vampiros-híbridos.
A nossa história conta que Caim teve 7 filhos, 4 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, estes são os Originais, Anciões, Os Primeiros. Cada um com uma mulher diferente, algumas por escolha própria, outras um presente, e ainda outras sequestradas e estupradas. Cada mulher de uma raça diferente. Hibrida, Anjo, Demônio, Humana, Vampira e dizem que até mesmo uma Annunaki, mas como ele a encontrou, e se isso é verdade, não posso dizer ainda. Mas o sétimo filho, este, não se sabe de onde veio.
Os filhos de Caim possuíam todos os poderes do Pai, a sabedoria, e o que o sangue de sua mãe lhes proporcionou. Diferentes entre si, com habilidades únicas e especiais, os filhos de Caim fariam de tudo para orgulhar o Pai.
Nasci em uma época diferente, humanos sabiam da existência de vampiros e o contato entre eles não era proibido. Mas o meu nascimento deu inicio a uma nova era, eu fui a primeira e única nascida do amor entre um amaldiçoado e um divino, e isso, era contra as regras.
Os primeiros vampiros escolheram viver como Caim, muitos pela fome de poder, outros pela curiosidade, mas alguns poucos foram transformados como castigo pelos pecados praticados quando ainda eram humanos.
Mas antes disso, por vários anos Caim viveu sozinho entre os demônios. Dominado pela ira e guiado por Lillith e Lucifer, ele se afastou da humanidade e passou dezenas de anos no submundo. Lá ele aprendeu sobre o Criador, sobre os anjos, sobre Lillith e a criação, sobre seu pai Adão e sobre as leis que regiam a Terra. Dizem que ele aprendeu sobre a humanidade e seus futuros erros, pois Lucifer, A estrela da manhã, havia ensinado a Lillith sobre a magia que rege o universo, e esta, ensinou a Caim em troca de seu poderoso sangue.
Caim aprendeu sobre a rebelião do céu e o que aconteceu com os anjos caídos. As escolhas que fizeram, e instruiu-se sobre anjos e seus pontos fracos, demônios e a verdade por trás deles, por anos e anos estudou a humanidade e o submundo, e este conhecimento, ficou guardado, em seu sangue.
Quando decidiu finalmente abandonar Lillith, Lucifer e o submundo, o ódio que Caim sentia pela humanidade era quase tão terrível quanto o que ele sentia pelos anjos, mas intrigado pelos caídos que escolheram não se unir a Lúcifer, e sedento por conhecimento Caim foi ao seu encalço.
Por anos, o nosso Pai procurou os nomeados Annunaki, anjos caídos que não se uniram a Lúcifer, os anjos que vivem na Terra como humanos, escondidos, lutando por sobrevivência, mas ele nunca os encontrou, talvez os Annunaki fossem apenas uma lenda. Mas em sua procura, Caim percebeu o quanto a raça humana havia crescido e mudado.
Uma humana curiosa acerca das lendas que rodeavam nosso Pai, uniu-se a ele. Com o passar do tempo, curiosidade se transformou em amor, e Caim compartilhou pela primeira vez o seu sangue com um humano. A mulher transformada em vampira não mais amava o Pai, e foi consumida pela sede de sangue e por todo o ódio que havia herdado com o sangue de Caim, a loucura a tomou por completo, e ele com certo pesar a sacrificou.
Nem todos os humanos podem se transformar em vampiros. Não sabemos exatamente como isso acontece, mas a maioria enlouquece. Eles não conseguem controlar a sua sede, e os conhecimentos e história adquiridos pelo sangue do Pai e passados para todos nós quando nos transformamos é também um fator complicador, pois as informações podem acabar com o restante da humanidade do renascido, transformando-o finalmente em um monstro assassino quase impossível de ser parado.
Temos uma teoria sobre isso, alguns vampiros afirmam que estes humanos possuem uma singular capacidade de entender verdadeiramente a maldição. É um boato entre nossa raça, que alguns destes lunáticos conseguiram sobreviver, e com o passar o tempo, controlar sua sede, estes possuem um poder psíquico temível, e sabem toda a verdade sobre o sangue do Pai que nem mesmo ele conhece. É um boato entre nossa raça, mas boatos sempre tem uma verdade por trás deles.
Conformado, o Pai vagou novamente pela Terra, certo que a solidão fazia parte do castigo eterno, até encontrar Selene, dita filha dos Deuses da Lua e Morte, uma mestiça com sangue mortal e divino e toma-la como nossa primeira Mãe.
Selene era filha de uma mortal e um Celestial, concebida sob os poderes e proteção da Lua, especial entre os mortais, bela e corajosa, nobre e bondosa. Possuía os poderes da cura e da magia, conseguia ver o que havia por trás da maldição do Pai e sabia como conseguir a salvação do mesmo. Selene implorou ao Pai que procurasse salvação, com medo do que o sangue poderia trazer no futuro, ele orgulhoso, recusou a oferta e a abandonou sem saber que ela levava consigo o primeiro dos muitos filhos de Caim.
Selene morreu durante o parto e a primeira criança vampiro nasceu. Crianças vampiro crescem normalmente como crianças mortais, a única diferença é que elas não são alimentadas. Com exceção dos primeiros, que já nasceram vampiros, e param de envelhecer quando matam seu primeiro humano, as crianças vampiro quando adquirem a idade necessária para entender sua própria existência, elas podem escolher, experimentar o sangue ou não. Se experimentarem, passaram por uma transformação completa, irão se transformar em um vampiro, não irão envelhecer, não mais poderão ver o sol, terão os poderes e fraquezas da nossa raça. Se elas escolhem não experimentar, são banidas para o submundo, aonde irão se acasalar com os demônios, criando assim uma nova raça de vampiros-híbridos.
A nossa história conta que Caim teve 7 filhos, 4 do sexo feminino e 3 do sexo masculino, estes são os Originais, Anciões, Os Primeiros. Cada um com uma mulher diferente, algumas por escolha própria, outras um presente, e ainda outras sequestradas e estupradas. Cada mulher de uma raça diferente. Hibrida, Anjo, Demônio, Humana, Vampira e dizem que até mesmo uma Annunaki, mas como ele a encontrou, e se isso é verdade, não posso dizer ainda. Mas o sétimo filho, este, não se sabe de onde veio.
Os filhos de Caim possuíam todos os poderes do Pai, a sabedoria, e o que o sangue de sua mãe lhes proporcionou. Diferentes entre si, com habilidades únicas e especiais, os filhos de Caim fariam de tudo para orgulhar o Pai.
Última edição por stardust777 em Qui Jul 05, 2012 8:05 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : Faltavam informações)
Origens IV
Notas da Autora
Origens é um grande capitulo dividido em vários pequenos "capítulos" nomeados de I, II, III e IV. São todos contados pela personagem principal, e possuem importantes informações que finalmente explicam grande parte da origem da história.
Espero que entendam, gostem e principalmente tenham paciência, é a minha primeira fanfic
Obs: sobre a parte IV, fiz modificações na parte III para complementa-la e fazer todo o sentido do mundo. Então por favor, mesmo que você já tenha lido a III, se tiver dúvidas sobre a IV releia, ou questione! Obrigada
Melek foi o filho de Selene. O primeiro. Tinha um olho azul e um olho negro, especial, podia ver a alma dos humanos e seus medos, podia curar feridas como sua mãe e sabia o que ela sabia sobre a maldição, isso o entristecia profundamente, ele possuía um coração humano, era conhecido por sua misericórdia e bondade, o que era considerado uma fraqueza entre alguns dos seus irmãos. Viveu longos anos solitários com o Pai, foi o primeiro a partir após a revolta e castigo dos jovens. Deixou para trás apenas uma filha. Matou o primeiro humano aos 17 anos, e não mais envelheceu.
Azrael foi filho de uma vampira, uma guerreira transformada pelo Pai, enlouquecida foi aprisionada foi torturada por ele, por muitos anos, até engravidar. Azrael nasceu como uma criança normal, era belo, com grandes olhos castanhos e pele escura. Mortal, e perigoso herdou da mãe a loucura, sendo em Azrael controlável, mas existente. Todos os seus descendentes herdariam a loucura humana, em alguns mais fortes do que em outros. Azrael possuía uma sabedoria invejável, e sabia de coisas contidas no sangue que nenhum de seus irmãos sabia. Todos, até mesmo seu pai, o temiam. Os seus filhos deram inicio a revolta dos jovens. Azrael parou de envelhecer aos 19 anos, quando matou seu primeiro humano.
Tara filha de uma humana oferecida ao Pai, quando nasceu matou a mãe mortal no mesmo instante. Tara possuía uma beleza única, com longos cabelos da cor do fogo, inteligência e uma absurda curiosidade. Foi leal ao Pai até se apaixonar por um humano que foi morto por um vampiro. Cheia de ódio, matou muitos durante a revolta dos jovens e se exilou no submundo onde teve um filho. Não se sabe se do humano, ou de algum demônio ou caído. Apesar de ter matado o seu primeiro humano ao nascer, Tara parou de envelhecer aos 15 anos.
Kali foi a filha de Lillith com Caim, era uma cópia exata da mãe, odiava os anjos, vampiros e os humanos e tinha o poder da sedução e magia. Diferente dos outros irmãos, Kali não se uniu ao pai por vontade própria. Muitos dizem que Kali matou o Pai na revolta dos jovens. E todos os seus filhos conseguiram se salvar. Kali se alimentava da carne humana, e do sangue de outros vampiros. Matou o seu primeiro humano aos 18 anos, mas passou toda a infância os torturando por puro prazer.
Dizem que Saemedi foi filho de Caim e uma Annunaki. Saemedi podia se transformar em animais e humanos de todas as idades e sexo e seus descendentes herdaram esse poder é a única coisa que sabemos sobre ele. Saemedi matou seu primeiro humano com 11 anos, mas sua forma favorita para se tomar era uma versão idêntica ao pai, a única diferença era a cor dos olhos. Caim possuía olhos avermelhados, Saemedi possuía olhos azuis.
Ninguém sabem de onde veio Astarte ou seus poderes. E não sabemos sobre seus descendentes, mas dizem à lenda que eles uma vez no ano, podem caminhar durante o dia. Uma vez no ano, eles são humanos novamente.
Por ultimo nasceu Daenea, minha avô. Ela não sabe quem foi sua mãe, ou como como ela nasceu, mas ela possui o que os nascidos anjos possuem, os olhos azuis, ela pode levitar, ler pensamentos, e entender várias línguas, ela também tinha sonhos proféticos, e isso somente os anjos da Hierarquia mais alta podem passar aos seus descendentes. Minha avó e mãe dizem ser idênticas. Não sei como minha mãe nasceu ou quando, mas sei que foi uma das primeiras anciãs.
Minha mãe se chama Alyliah, e sim, ela ainda está viva. Ela tem grandes olhos azuis, quase completamente violeta e o brilho violeta é ainda mais forte quando ela sente sede. Longos cabelos loiros e pele muito, muito alva é uma guerreira. Eu ainda não me lembro completamente do meu pai, mas sei que a minha mãe o amou e ainda ama. Mas foi um amor proibido. E sei que ambos estão em perigo pois estão juntos novamente, por mim.
Quando eu nasci, Daenea previu o que aconteceria se eu continuasse viva. Eu era nascida do amor, e vampiros não deveriam amar, isso é um privilegio dos humanos. Anjos não deveriam amar outro ser além do Criador. Eu era uma dupla afronta. Um duplo sacrilégio, e um duplo problema. Não existia, e não existe entre os vampiros o amor. Vampiros sentem sede, ódio, compaixão, desgosto, mas não, nunca amor. O erro talvez estivesse no sangue angelical que a minha mãe possuía, mas Daenea viu, eu era diferente, e eu iria fazer a diferença quando tivesse idade o suficiente.
Caim e todos os outros aprenderam com o tempo a ouvi-la e sempre seguir seus conselhos e proibiu que seus descendentes se relacionassem com anjos puros. Anjos ao descobrirem sobre a minha existência exigiram minha morte. Daenea exigiu o mesmo, pois minhas escolhas poderiam trazer a morte a todos, ela nunca disse o que aconteceria, a profecia vista por ela e pelos Celestiais nunca foi compartilhada com os outros, mas todos concordaram que a minha morte era necessária.
Minha mãe implorou que eu fosse poupada, mas nenhum, anjo, demônio, vampiro, ser sobrenatural, ninguém queria me proteger, ninguém queria que eu sobrevivesse. Ninguém, exceto Melek.
Ele se uniu a minha mãe e pediu para fosse poupada, eles me dariam 16 anos, o tempo exato para que eu pudesse escolher, seria uma vampira ou seria exilada. Se eu fosse exilada, a profecia não poderia se realizar. Eles tinham 16 anos, para me preparar e descobrir qual era o meu destino.
Melek percorreu o mundo a procura de respostas, e não conseguiu nada. Daenea me criou, me treinou, e talvez tenha me amado. Com o passar dos anos ela se arrependeu do que havia feito, e disse que a profecia devia acontecer, eu deveria ser protegida, se este era para ser o futuro de todos, que fosse.
Nesse tempo, Lillith já a conhecia. Ela sabia o que eu era, o que eu poderia fazer, e se eu fosse exilada para o submundo, ela me queria. Anjos, Demônios e Vampiros cada um tinha uma opinião sobre a minha vida. Cada um dizia algo sobre o meu futuro e o quanto eu era perigosa para todos, ou que eu era a esperança de todos. Eu era uma arma, uma afronta, uma deusa, a esperança, a escolhida, eu era tudo e nada. Eu deveria viver, eu deveria morrer, eu não deveria existir. Enquanto os anos passavam, eu passei a compreender o que acontecia e o meu desespero aumentava. Meu tempo estava no fim, e Melek, Daenea e minha mãe tentavam de todas as formas me salvar.
Melek conseguiu, descobriu onde estava os Annunaki.
Diferente do que vocês imaginam anjos caídos e os Annunaki são bem diferentes ente si. Anjos caídos, os que se uniram a Lucifer não possuem nenhuma semelhança com a imagem conhecida dos demônios. Os demônios na verdade são híbridos, e possuem a forma conhecida, pois para se diferenciarem dos anjos, caídos e dos Annunaki, eles se mutilaram, escolheram a modificação física para exteriorizar a raiva, medo, angustia, terror, sadismo, maldade que sentiam dentro de si.
Os caídos na verdade não perdem a sua beleza angelical quando chegam a terra, mas se distinguem dos anjos em apenas um detalhe físico. A cor dos olhos. Anjos possuem um brilho violeta nos olhos, é inconfundível, pois este espectro especial, este tom de violeta, não existe em nenhum lugar da terra.
Os caídos, os Annunaki que escolheram não se juntar a Lucifer, perdem esse brilho, mas todos possuem olhos azuis, um azul tão límpido que é invejado por seres humanos, mas quando estes ousam utilizar algum poder sobrenatural na terra, manchas violeta aparecem nos olhos.
Cada vez que um caído ou seus descendentes utilizam seus poderes, a mancha aumenta até ambos os olhos se tornarem totalmente violeta, quando isso acontece, eles perdem a única proteção que possuem, e podem ser descobertos, por demônios ou por anjos, e assim exterminados. O mesmo acontece com os descendentes de anjos, na terra chamados Nephilins, e também acontece com os descendentes de Daenea.
Os anjos que se uniram a Lúcifer tem olhos negros. E podem manipular humanos quando estes se perdem na imensidão negra e suas almas são tragadas por eles. Mas somente pessoas com o coração puramente cruel podem ser tragadas, as outras são apenas influenciadas por eles.
Melek descobriu que descendentes dos Annunaki ou párias, podem tomar forma de outros seres. Mas nenhum dos outros Originais, O Pai, os Primeiros, Os Demônios e os Celestiais, nenhum deles seria facilmente enganado...
Minha mãe e meu pai me levaram para longe, onde Melek nos esperava. Lá encontramos a filha de uma Annunaki, uma pária. Ela sabia da profecia, ela sabiam quem nós éramos. E ela ajudaria.
Na época eu tinha 14 anos. Eles me obrigaram a mata-la, me obrigaram a tomar lhe a vida, e então dividir meu sangue com ela. Ela renasceria como minha filha, minha progênie. Antes dela renascer, ele executaram um ritual, onde minha alma hibernaria, e meu corpo assim como ela dormiria até que eles se unissem novamente e me acordassem. Foi assustador, mas aprendi com a minha avó a ser forte e sabia que minha mãe nunca me machucaria.
Meu coração foi arrancado do meu corpo, e eu me lembro da dor. Foi a ultima coisa que me lembro após entrar em um mundo escuro e solitário por mais de 2 mil anos.
Origens é um grande capitulo dividido em vários pequenos "capítulos" nomeados de I, II, III e IV. São todos contados pela personagem principal, e possuem importantes informações que finalmente explicam grande parte da origem da história.
Espero que entendam, gostem e principalmente tenham paciência, é a minha primeira fanfic
Obs: sobre a parte IV, fiz modificações na parte III para complementa-la e fazer todo o sentido do mundo. Então por favor, mesmo que você já tenha lido a III, se tiver dúvidas sobre a IV releia, ou questione! Obrigada
Melek foi o filho de Selene. O primeiro. Tinha um olho azul e um olho negro, especial, podia ver a alma dos humanos e seus medos, podia curar feridas como sua mãe e sabia o que ela sabia sobre a maldição, isso o entristecia profundamente, ele possuía um coração humano, era conhecido por sua misericórdia e bondade, o que era considerado uma fraqueza entre alguns dos seus irmãos. Viveu longos anos solitários com o Pai, foi o primeiro a partir após a revolta e castigo dos jovens. Deixou para trás apenas uma filha. Matou o primeiro humano aos 17 anos, e não mais envelheceu.
Azrael foi filho de uma vampira, uma guerreira transformada pelo Pai, enlouquecida foi aprisionada foi torturada por ele, por muitos anos, até engravidar. Azrael nasceu como uma criança normal, era belo, com grandes olhos castanhos e pele escura. Mortal, e perigoso herdou da mãe a loucura, sendo em Azrael controlável, mas existente. Todos os seus descendentes herdariam a loucura humana, em alguns mais fortes do que em outros. Azrael possuía uma sabedoria invejável, e sabia de coisas contidas no sangue que nenhum de seus irmãos sabia. Todos, até mesmo seu pai, o temiam. Os seus filhos deram inicio a revolta dos jovens. Azrael parou de envelhecer aos 19 anos, quando matou seu primeiro humano.
Tara filha de uma humana oferecida ao Pai, quando nasceu matou a mãe mortal no mesmo instante. Tara possuía uma beleza única, com longos cabelos da cor do fogo, inteligência e uma absurda curiosidade. Foi leal ao Pai até se apaixonar por um humano que foi morto por um vampiro. Cheia de ódio, matou muitos durante a revolta dos jovens e se exilou no submundo onde teve um filho. Não se sabe se do humano, ou de algum demônio ou caído. Apesar de ter matado o seu primeiro humano ao nascer, Tara parou de envelhecer aos 15 anos.
Kali foi a filha de Lillith com Caim, era uma cópia exata da mãe, odiava os anjos, vampiros e os humanos e tinha o poder da sedução e magia. Diferente dos outros irmãos, Kali não se uniu ao pai por vontade própria. Muitos dizem que Kali matou o Pai na revolta dos jovens. E todos os seus filhos conseguiram se salvar. Kali se alimentava da carne humana, e do sangue de outros vampiros. Matou o seu primeiro humano aos 18 anos, mas passou toda a infância os torturando por puro prazer.
Dizem que Saemedi foi filho de Caim e uma Annunaki. Saemedi podia se transformar em animais e humanos de todas as idades e sexo e seus descendentes herdaram esse poder é a única coisa que sabemos sobre ele. Saemedi matou seu primeiro humano com 11 anos, mas sua forma favorita para se tomar era uma versão idêntica ao pai, a única diferença era a cor dos olhos. Caim possuía olhos avermelhados, Saemedi possuía olhos azuis.
Ninguém sabem de onde veio Astarte ou seus poderes. E não sabemos sobre seus descendentes, mas dizem à lenda que eles uma vez no ano, podem caminhar durante o dia. Uma vez no ano, eles são humanos novamente.
Por ultimo nasceu Daenea, minha avô. Ela não sabe quem foi sua mãe, ou como como ela nasceu, mas ela possui o que os nascidos anjos possuem, os olhos azuis, ela pode levitar, ler pensamentos, e entender várias línguas, ela também tinha sonhos proféticos, e isso somente os anjos da Hierarquia mais alta podem passar aos seus descendentes. Minha avó e mãe dizem ser idênticas. Não sei como minha mãe nasceu ou quando, mas sei que foi uma das primeiras anciãs.
Minha mãe se chama Alyliah, e sim, ela ainda está viva. Ela tem grandes olhos azuis, quase completamente violeta e o brilho violeta é ainda mais forte quando ela sente sede. Longos cabelos loiros e pele muito, muito alva é uma guerreira. Eu ainda não me lembro completamente do meu pai, mas sei que a minha mãe o amou e ainda ama. Mas foi um amor proibido. E sei que ambos estão em perigo pois estão juntos novamente, por mim.
Quando eu nasci, Daenea previu o que aconteceria se eu continuasse viva. Eu era nascida do amor, e vampiros não deveriam amar, isso é um privilegio dos humanos. Anjos não deveriam amar outro ser além do Criador. Eu era uma dupla afronta. Um duplo sacrilégio, e um duplo problema. Não existia, e não existe entre os vampiros o amor. Vampiros sentem sede, ódio, compaixão, desgosto, mas não, nunca amor. O erro talvez estivesse no sangue angelical que a minha mãe possuía, mas Daenea viu, eu era diferente, e eu iria fazer a diferença quando tivesse idade o suficiente.
Caim e todos os outros aprenderam com o tempo a ouvi-la e sempre seguir seus conselhos e proibiu que seus descendentes se relacionassem com anjos puros. Anjos ao descobrirem sobre a minha existência exigiram minha morte. Daenea exigiu o mesmo, pois minhas escolhas poderiam trazer a morte a todos, ela nunca disse o que aconteceria, a profecia vista por ela e pelos Celestiais nunca foi compartilhada com os outros, mas todos concordaram que a minha morte era necessária.
Minha mãe implorou que eu fosse poupada, mas nenhum, anjo, demônio, vampiro, ser sobrenatural, ninguém queria me proteger, ninguém queria que eu sobrevivesse. Ninguém, exceto Melek.
Ele se uniu a minha mãe e pediu para fosse poupada, eles me dariam 16 anos, o tempo exato para que eu pudesse escolher, seria uma vampira ou seria exilada. Se eu fosse exilada, a profecia não poderia se realizar. Eles tinham 16 anos, para me preparar e descobrir qual era o meu destino.
Melek percorreu o mundo a procura de respostas, e não conseguiu nada. Daenea me criou, me treinou, e talvez tenha me amado. Com o passar dos anos ela se arrependeu do que havia feito, e disse que a profecia devia acontecer, eu deveria ser protegida, se este era para ser o futuro de todos, que fosse.
Nesse tempo, Lillith já a conhecia. Ela sabia o que eu era, o que eu poderia fazer, e se eu fosse exilada para o submundo, ela me queria. Anjos, Demônios e Vampiros cada um tinha uma opinião sobre a minha vida. Cada um dizia algo sobre o meu futuro e o quanto eu era perigosa para todos, ou que eu era a esperança de todos. Eu era uma arma, uma afronta, uma deusa, a esperança, a escolhida, eu era tudo e nada. Eu deveria viver, eu deveria morrer, eu não deveria existir. Enquanto os anos passavam, eu passei a compreender o que acontecia e o meu desespero aumentava. Meu tempo estava no fim, e Melek, Daenea e minha mãe tentavam de todas as formas me salvar.
Melek conseguiu, descobriu onde estava os Annunaki.
Diferente do que vocês imaginam anjos caídos e os Annunaki são bem diferentes ente si. Anjos caídos, os que se uniram a Lucifer não possuem nenhuma semelhança com a imagem conhecida dos demônios. Os demônios na verdade são híbridos, e possuem a forma conhecida, pois para se diferenciarem dos anjos, caídos e dos Annunaki, eles se mutilaram, escolheram a modificação física para exteriorizar a raiva, medo, angustia, terror, sadismo, maldade que sentiam dentro de si.
Os caídos na verdade não perdem a sua beleza angelical quando chegam a terra, mas se distinguem dos anjos em apenas um detalhe físico. A cor dos olhos. Anjos possuem um brilho violeta nos olhos, é inconfundível, pois este espectro especial, este tom de violeta, não existe em nenhum lugar da terra.
Os caídos, os Annunaki que escolheram não se juntar a Lucifer, perdem esse brilho, mas todos possuem olhos azuis, um azul tão límpido que é invejado por seres humanos, mas quando estes ousam utilizar algum poder sobrenatural na terra, manchas violeta aparecem nos olhos.
Cada vez que um caído ou seus descendentes utilizam seus poderes, a mancha aumenta até ambos os olhos se tornarem totalmente violeta, quando isso acontece, eles perdem a única proteção que possuem, e podem ser descobertos, por demônios ou por anjos, e assim exterminados. O mesmo acontece com os descendentes de anjos, na terra chamados Nephilins, e também acontece com os descendentes de Daenea.
Os anjos que se uniram a Lúcifer tem olhos negros. E podem manipular humanos quando estes se perdem na imensidão negra e suas almas são tragadas por eles. Mas somente pessoas com o coração puramente cruel podem ser tragadas, as outras são apenas influenciadas por eles.
Melek descobriu que descendentes dos Annunaki ou párias, podem tomar forma de outros seres. Mas nenhum dos outros Originais, O Pai, os Primeiros, Os Demônios e os Celestiais, nenhum deles seria facilmente enganado...
Minha mãe e meu pai me levaram para longe, onde Melek nos esperava. Lá encontramos a filha de uma Annunaki, uma pária. Ela sabia da profecia, ela sabiam quem nós éramos. E ela ajudaria.
Na época eu tinha 14 anos. Eles me obrigaram a mata-la, me obrigaram a tomar lhe a vida, e então dividir meu sangue com ela. Ela renasceria como minha filha, minha progênie. Antes dela renascer, ele executaram um ritual, onde minha alma hibernaria, e meu corpo assim como ela dormiria até que eles se unissem novamente e me acordassem. Foi assustador, mas aprendi com a minha avó a ser forte e sabia que minha mãe nunca me machucaria.
Meu coração foi arrancado do meu corpo, e eu me lembro da dor. Foi a ultima coisa que me lembro após entrar em um mundo escuro e solitário por mais de 2 mil anos.
Re: Awakening - O Despertar (+18)
Agora sim está ficando interessante. Um dúvida: a história é sua ou ela existe realmente? Está muito interessante.
Abraços!
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FilipeJF- Mensagens : 7
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Re: Awakening - O Despertar (+18)
FilipeJF escreveu:Agora sim está ficando interessante. Um dúvida: a história é sua ou ela existe realmente? Está muito interessante.
Abraços!
A maior inspiração e fonte de informação sobre a origem dos vampiros baseada na história de Caim veio do RPG Vampiro - A máscara . Mas, todo o resto eu inventei (colocar anjos, demônios, hibridos, amor e os filhos de Caim da maneira que eu os criei ). Os nomes eu dei uma pesquisada, são todos baseados em antigos Deuses da Morte e da Lua de várias civilizações antigas. O nome Annukaki por exemplo é um dos nomes dos conhecidos Nephilins, mas com algumas diferenças . Essa coisa das cores do olho, eu inventei, a loucura, eu pensei que faria algum sentido, você humano se transformar em vampiro e enlouquecer pela sede e toda a transformação física e psicológica da coisa, sem contar que em Vampiro - A Máscara (V-AM) existe um clã de vampiros loucos que são meus favoritos, eles tinham que entrar nessa história! Já a parte dos demônios e de Lillith eu também inventei ( que particularmente me arrependi depois, porque eu li em um livro algumas informações que deixariam a história mais interessante se eu tivesse lido antes de começar... )
A história toda tem sim, uma pesquisa por trás, acho que por isso estou tendo tanta dificuldade em continuar, a idéia eu já sei como será, mas as informações que eu preciso para monta-la de maneira coesa, caraaaaaaa... Tá de mais de conseguir, porque eu não quero inventar "do nada".
V - Morta
O tempo não passou.
Não pude assisti ao último pôr do sol, ou o meu último amanhecer, não senti as gotas de chuva na minha pele, não senti o frio do inverno e não vi as flores desabrochando na primavera. Não me despedi da lua.
A túnica era de seda branca, uma manga apenas, costurada com linha de ouro, bordada por toda extensão da abertura , os padrões do bordado eram os meu favoritos, misteriosos, lindos e únicos, me lembrava os olhos de Astarte, dourados. Minha mãe a escolheu, a túnica favorita dela. Ela possuía um cinto feito com ouro trançado, estava amarrado em minha cintura e caia fluido até o chão, era finalizado com uma ponta afiada, mais afiada do que qualquer lâmina que eu pudesse carregar, a saia tinha várias camadas, e uma longa abertura que permitia agilidade e graça durante uma luta, era perfeito para a noite de caça. Obediente o vesti. A noite tinha chegado.
Ela me vestiu então com uma longa capa, tão negra quanto à noite, pesada, feita de lã, mas os punhos e o capuz eram revestidos com uma bonita e muito rara pele de pantera negra, o capuz escondia meu rosto. Daenea apareceu com seu amuleto favorito, uma Ank feita com ouro negro e diamantes, onde o nome de Anput gravado, brilhava em finas linhas de ouro amarelo. Da cruz vinha um doce aroma de seu sangue e damas da noite, um aroma, que eu sabia, esconderia o meu cheiro dos outros. Ela colocou o pesado amuleto em meu pescoço. Anput era sua imortal favorita, adorada e temida pelos mortais, chamada de Deusa da Morte, uma entre tantas. Ela me abraçou gentilmente e deslizou a mão até encontrar a minha, apertou com força, mal consegui sentir se estava fria naquela noite, e me puxou sem dizer uma palavra. Meus pés automaticamente a seguiram para fora da torre. As tochas estavam acesas, eram inúteis para nós, mas estavam ali para os humanos que nos acompanhavam. Caminhamos até o estabulo, estranhamente naquela noite estava vazio, todo o caminho da Torre até o estabulo, estava muito quieto e muito vazio. Nenhum humano, nenhum imortal. Guerra, minha égua me esperava pronta. Cavalos normalmente temem os vampiros, pois conseguem sentir a morte. Mas nossos cavalos eram diferentes, especiais e únicos. Imortais como também éramos.
Pela primeira vez, vi medo nos olhos de Daenea, ela sabia o que estava para acontecer, eu temi por ela. Ela então soltou minha mão e sorriu. Virou-se sem dizer uma palavra e me deixou ali, sozinha com Guerra. Abracei a égua como sempre fazia, que relinchou, eu tomei as rédeas e montei. Não foi preciso dizer nada, Guerra sabia para onde deveríamos ir.
Mais rápida que cavalos normais ela atravessou o pátio em galope, atravessou a ponte se dirigiu diretamente para a floresta. Escura, quieta e perigosa para qualquer um, mas para mim, naquele momento, a floresta era especialmente mortal. Eu teria pouco mais de uma hora antes que os humanos percebessem que eu não estava em meu aposentos e não havia me dirigido até o salão principal. Hoje era dia de caça, e todos estariam a minha espera.
Guerra era a mais rápida das éguas do castelo, só perdia para o garanhão de Caim, o de Melek e Azrael. E ele, em especial ficaria feliz em me caçar.
O cheiro de sangue do amuleto era forte demais, e todos os predadores da floresta poderiam sentir há milhares de quilômetros, e se eu não soubesse melhor, teria largado ele na floresta e seguido caminho tentando esconder meu rastro. Um longo uivo perto, perto demais para eu me sentir confortável, poderia ser só um lobo, poderia ser um hibrido, poderia ser Saemedi. Guerra então escolhe sair do caminho mais rápido e se esgueira por entre as altas e centenárias arvores que ocultam nosso esconderijo. Se Guerra conseguir sair da floresta antes de notarem minha ausência, talvez eu tenha alguma chance. Eu me inclino para frente e esporo a égua que relincha alto em desacordo. Sussurro um “Me desculpe” pouco convincente e ela segue em zigue-zague por um caminho que eu não estou familiarizada com ele.
O meu maior medo naquele momento é me perder na floresta com Guerra e sermos mortas. Guerra parece sentir o medo vindo de mim e se apressa mais e mais a cada quilometro percorrido. Meu coração bate ao ritmo do galope de Guerra. A floresta se torna mais e mais densa, fazendo com que o nosso ritmo diminua assustadoramente, e o meu medo aumenta... Não muito longe para mim, mas um humano normal não conseguiria ver, percebo que há uma fogueira acessa, um pouco tarde demais, percebo que Guerra está indo de encontro a ela. Esse não era o combinado, a floresta se torna mais e mais densa, a luz da fogueira mais e mais perto, e eu consigo sentir o cheiro do calor, meu coração dispara enquanto puxo as rédeas de Guerra tento obriga-la a tomar outro caminho. As arvores começam a diminuir e eu consigo ver os poucos quilômetros de distancia que estamos da fogueira, essa rodeada de humanos. Meu desespero aumenta na mesma proporção que a distancia entre eu e a fogueira diminui. Agarro o cinto de ouro, pronta para usa-lo como uma arma. Guerra diminuiu gradualmente e trota até a fogueira.
Consigo ouvir o barulho, é inconfundível, uma flecha sendo disparada. Seria muito azar do humano que tentasse me parar com uma flecha. Eu sorri enquanto via em câmera lenta a ponta de ferro se aproximando. Levantei os braços até os olhos para afastar a flecha, naquele dia, minha mãe me presenteou com novos braceletes de ouro, eles protegiam parte do meu braço, e a flecha mal deixaria uma marca quando acertasse. Para minha surpresa a flecha não parou, ela perfurou o metal e minha pele, Guerra assustada empinou, eu assustada com aquela reviravolta soltei as rédeas. Enquanto caia eu pude sentir tarde demais, aquele cheiro inconfundível, era o cheiro da minha morte.
Não pude assisti ao último pôr do sol, ou o meu último amanhecer, não senti as gotas de chuva na minha pele, não senti o frio do inverno e não vi as flores desabrochando na primavera. Não me despedi da lua.
A túnica era de seda branca, uma manga apenas, costurada com linha de ouro, bordada por toda extensão da abertura , os padrões do bordado eram os meu favoritos, misteriosos, lindos e únicos, me lembrava os olhos de Astarte, dourados. Minha mãe a escolheu, a túnica favorita dela. Ela possuía um cinto feito com ouro trançado, estava amarrado em minha cintura e caia fluido até o chão, era finalizado com uma ponta afiada, mais afiada do que qualquer lâmina que eu pudesse carregar, a saia tinha várias camadas, e uma longa abertura que permitia agilidade e graça durante uma luta, era perfeito para a noite de caça. Obediente o vesti. A noite tinha chegado.
Ela me vestiu então com uma longa capa, tão negra quanto à noite, pesada, feita de lã, mas os punhos e o capuz eram revestidos com uma bonita e muito rara pele de pantera negra, o capuz escondia meu rosto. Daenea apareceu com seu amuleto favorito, uma Ank feita com ouro negro e diamantes, onde o nome de Anput gravado, brilhava em finas linhas de ouro amarelo. Da cruz vinha um doce aroma de seu sangue e damas da noite, um aroma, que eu sabia, esconderia o meu cheiro dos outros. Ela colocou o pesado amuleto em meu pescoço. Anput era sua imortal favorita, adorada e temida pelos mortais, chamada de Deusa da Morte, uma entre tantas. Ela me abraçou gentilmente e deslizou a mão até encontrar a minha, apertou com força, mal consegui sentir se estava fria naquela noite, e me puxou sem dizer uma palavra. Meus pés automaticamente a seguiram para fora da torre. As tochas estavam acesas, eram inúteis para nós, mas estavam ali para os humanos que nos acompanhavam. Caminhamos até o estabulo, estranhamente naquela noite estava vazio, todo o caminho da Torre até o estabulo, estava muito quieto e muito vazio. Nenhum humano, nenhum imortal. Guerra, minha égua me esperava pronta. Cavalos normalmente temem os vampiros, pois conseguem sentir a morte. Mas nossos cavalos eram diferentes, especiais e únicos. Imortais como também éramos.
Pela primeira vez, vi medo nos olhos de Daenea, ela sabia o que estava para acontecer, eu temi por ela. Ela então soltou minha mão e sorriu. Virou-se sem dizer uma palavra e me deixou ali, sozinha com Guerra. Abracei a égua como sempre fazia, que relinchou, eu tomei as rédeas e montei. Não foi preciso dizer nada, Guerra sabia para onde deveríamos ir.
Mais rápida que cavalos normais ela atravessou o pátio em galope, atravessou a ponte se dirigiu diretamente para a floresta. Escura, quieta e perigosa para qualquer um, mas para mim, naquele momento, a floresta era especialmente mortal. Eu teria pouco mais de uma hora antes que os humanos percebessem que eu não estava em meu aposentos e não havia me dirigido até o salão principal. Hoje era dia de caça, e todos estariam a minha espera.
Guerra era a mais rápida das éguas do castelo, só perdia para o garanhão de Caim, o de Melek e Azrael. E ele, em especial ficaria feliz em me caçar.
O cheiro de sangue do amuleto era forte demais, e todos os predadores da floresta poderiam sentir há milhares de quilômetros, e se eu não soubesse melhor, teria largado ele na floresta e seguido caminho tentando esconder meu rastro. Um longo uivo perto, perto demais para eu me sentir confortável, poderia ser só um lobo, poderia ser um hibrido, poderia ser Saemedi. Guerra então escolhe sair do caminho mais rápido e se esgueira por entre as altas e centenárias arvores que ocultam nosso esconderijo. Se Guerra conseguir sair da floresta antes de notarem minha ausência, talvez eu tenha alguma chance. Eu me inclino para frente e esporo a égua que relincha alto em desacordo. Sussurro um “Me desculpe” pouco convincente e ela segue em zigue-zague por um caminho que eu não estou familiarizada com ele.
O meu maior medo naquele momento é me perder na floresta com Guerra e sermos mortas. Guerra parece sentir o medo vindo de mim e se apressa mais e mais a cada quilometro percorrido. Meu coração bate ao ritmo do galope de Guerra. A floresta se torna mais e mais densa, fazendo com que o nosso ritmo diminua assustadoramente, e o meu medo aumenta... Não muito longe para mim, mas um humano normal não conseguiria ver, percebo que há uma fogueira acessa, um pouco tarde demais, percebo que Guerra está indo de encontro a ela. Esse não era o combinado, a floresta se torna mais e mais densa, a luz da fogueira mais e mais perto, e eu consigo sentir o cheiro do calor, meu coração dispara enquanto puxo as rédeas de Guerra tento obriga-la a tomar outro caminho. As arvores começam a diminuir e eu consigo ver os poucos quilômetros de distancia que estamos da fogueira, essa rodeada de humanos. Meu desespero aumenta na mesma proporção que a distancia entre eu e a fogueira diminui. Agarro o cinto de ouro, pronta para usa-lo como uma arma. Guerra diminuiu gradualmente e trota até a fogueira.
Consigo ouvir o barulho, é inconfundível, uma flecha sendo disparada. Seria muito azar do humano que tentasse me parar com uma flecha. Eu sorri enquanto via em câmera lenta a ponta de ferro se aproximando. Levantei os braços até os olhos para afastar a flecha, naquele dia, minha mãe me presenteou com novos braceletes de ouro, eles protegiam parte do meu braço, e a flecha mal deixaria uma marca quando acertasse. Para minha surpresa a flecha não parou, ela perfurou o metal e minha pele, Guerra assustada empinou, eu assustada com aquela reviravolta soltei as rédeas. Enquanto caia eu pude sentir tarde demais, aquele cheiro inconfundível, era o cheiro da minha morte.
Fogueira
A queda só durou um segundo, agradeci mentalmente pelos reflexos rápidos que a genética me proporcionou, girei o corpo rapidamente ainda no ar, e consegui aterrissar com os dois pés firmes no chão. A mão esquerda segurava a corda feita de ouro que servia como cinto, e a mão direita já estava segurando as rédeas de Guerra muito firmemente. Incrédula, levantei o braço até a altura do olho, e lá estava ela, aparentemente normal, uma flecha de madeira com a ponta de algo que parecia e cheirava a ferro, com um estranho símbolo gravado nela. Meu cérebro ainda confuso se recusava a acreditar. Arranquei a flecha do braço com rispidez, e a joguei no chão, soltei um som parecido com rosnado. O buraco no bracelete estava lá, mas o da pele já havia fechado. E só uma cicatriz arredondada, de um tom rosado muito claro, era a única prova da perfuração daquela estranha flecha.
Soltei as rédeas de Guerra e lhe dei um tapa um pouco mais forte do que deveria, com a pretensão de espanta-la para dentro da floresta e longe do perigo. A égua, mais teimosa do que eu gostaria apenas relinchou e foi de encontro a fogueira que naquele momento estava vazia. Nenhum cheiro, nenhum rastro, nenhum som, eu estava no meio da floresta que provavelmente era assombrada, em uma clareira desconhecida com uma égua que ia acabar nos matando. Peguei novamente as rédeas e lhe lancei um olhar repreensivo que ela ignorou.
“Você não está pronta”. A voz era grave, um sussurro monótono que vinha de alguma parte não identificada da clareira, e o pior, eu não a reconheci. Não conseguia captar cheiro algum, e a sensação de estar presa em uma armadilha me deixava desconfortável.
Girei o corpo em todas as direções, tentando captar o cheiro de ou do que estava ali comigo. Nenhum cheiro, nenhum rastro, nenhum som. Segurei mais firme a corda de ouro, inicialmente balançando-a de um lado para o outro, em pequenos círculos, que gradativamente aumentavam. Sussurei para Guerra se afastar, enquanto o movimento se tornava mais rápido e perigoso. O único som que eu conseguia ouvir era o da corda criando um grande circulo dourado onde o meu corpo se encontrava no meio e Guerra, fielmente ao meu lado.
A ponta de ouro do cinto, batia nas cascas daquelas enormes e centenárias arvores e abriam profundas fendas validando a afirmação sobre o quanto essa arma era afiada . Uma risada sinistra ecoou pelas folhas, ainda sem cheiro, ainda sem rastro. Sem motivo aparente, a corda parou, como se houvesse batido em algo que não estava ali, a ponta afiada, enrolada em algo invisível, bem na minha frente, e começava a me puxar em direção ao nada. Neste momento guerra relinchou, empinou alto e seu pescoço se abriu em um profundo corte, o sangue espirrava para todos os lados, não consegui gritar, eu não podia gritar, nenhuma arma mortal mataria guerra, ela tinha sangue imortal. Só vampiros tinham o poder de mata-la e vampiros não podiam esconder seu cheiro de outros vampiros, podiam mascara-lo com outro sangue, mas nunca esconder, não podia ser um vampiro. O que matou Guerra, me tinha em suas mãos, e pelo visto, não havia nada que eu pudesse fazer.
Os olhos dourados de Astarte me encararam por um segundo antes de desaparecer, apesar do brilho dourado, eram frios e mortais.
Ela se movia rápido, um humano nunca conseguiria vê-la, um vampiro, mesmo um bem treinado, teria dificuldade em pega-la. Do alto da torre, eu assistia ela treinar. Era assustador, ela se movia como vento, e seus golpes ressoavam como trovão. Scarlet, sua filha, não tinha chance. E mais uma vez Astarte lhe feriu. Ela era implacável.
Scarlet naqueles dias tinha menos de 7 anos, seus cabelos eram longos, da cor de palha e não dourados como o da mãe. O rosto estava vermelho, ensanguentado, com tantos cortes quanto poderiam ter, feito pelas mãos da própria mãe. Seus olhos se moviam rápido, mas não o suficiente para prever os golpes de Astarte e a vampira rasgava-lhe a pele sem piedade. Quando vinha para o ultimo golpe, o golpe que mataria Scarlet, a pequena a viu, talvez não quisesse realmente mata-la, ou talvez o credito fosse da pequena, mas ela pulou na hora certa, evaporando no ar, fazendo com que os punhos da mãe, batessem diretamente na parede de pedra. Quando voltou a aparecer, agora no chão, o vestido branco de seda, estava vermelho e a pequena, quase não conseguia se manter em pé. Ela girou o corpo no momento exato e se esgueirou pela sombra da própria mãe, rápida, apanhou uma pequena adaga negra do chão, perto de onde estava uma fogueira, Scarlet encheu uma das mãos com cinzas, e se apressou para atacar a mãe. Astarte assim como Scarlet havia feito anteriormente, sumiu no ar. A pequena soprou a cinza em volta de si, foi ai que a percebi a silhueta de Astarte escondida nas cinzas. Scarlet se apressou no golpe. Seu erro. Ataques frontais não funcionavam em Astarte, Scarlet caiu, pequena e inofensiva, com a adaga presa no pescoço e os olhos cheios de lágrimas. Astarte retirou a adaga de seu pescoço, e deixou a pequena lá, sem ajuda do sangue imortal da mãe, sangraria até morrer...
Ela morreu poucas horas depois.
Era só o que eu podia tentar, não havia mais nada a se fazer, quem quer que estivesse me puxando era obviamente mais forte que eu, e eu não conseguia me livrar do cinto. Me apressei para frente, e o cinto afrouxou, enrolei parte dele em ambas as mãos, com pouco esforço me joguei para o alto, em um salto perfeito, meus pés tocaram o chão ao lado da fogueira, me ajoelhei e apanhei um punhado de cinzas, o cinto se soltou. Quem estava me puxando finalmente soltou, naquele momento eu consegui escutar, a respiração vinda da minha direita, rápida, ele estava correndo, me levantei e dei outro salto para frente, soltando no ar toda a cinza que havia pego na fogueira.
Foi quando eu o vi, reluzente e sorrindo em meio as cinzas que caiam lentamente até o chão. Ao lado da fogueira em pé estava o meu pai.
Soltei as rédeas de Guerra e lhe dei um tapa um pouco mais forte do que deveria, com a pretensão de espanta-la para dentro da floresta e longe do perigo. A égua, mais teimosa do que eu gostaria apenas relinchou e foi de encontro a fogueira que naquele momento estava vazia. Nenhum cheiro, nenhum rastro, nenhum som, eu estava no meio da floresta que provavelmente era assombrada, em uma clareira desconhecida com uma égua que ia acabar nos matando. Peguei novamente as rédeas e lhe lancei um olhar repreensivo que ela ignorou.
“Você não está pronta”. A voz era grave, um sussurro monótono que vinha de alguma parte não identificada da clareira, e o pior, eu não a reconheci. Não conseguia captar cheiro algum, e a sensação de estar presa em uma armadilha me deixava desconfortável.
Girei o corpo em todas as direções, tentando captar o cheiro de ou do que estava ali comigo. Nenhum cheiro, nenhum rastro, nenhum som. Segurei mais firme a corda de ouro, inicialmente balançando-a de um lado para o outro, em pequenos círculos, que gradativamente aumentavam. Sussurei para Guerra se afastar, enquanto o movimento se tornava mais rápido e perigoso. O único som que eu conseguia ouvir era o da corda criando um grande circulo dourado onde o meu corpo se encontrava no meio e Guerra, fielmente ao meu lado.
A ponta de ouro do cinto, batia nas cascas daquelas enormes e centenárias arvores e abriam profundas fendas validando a afirmação sobre o quanto essa arma era afiada . Uma risada sinistra ecoou pelas folhas, ainda sem cheiro, ainda sem rastro. Sem motivo aparente, a corda parou, como se houvesse batido em algo que não estava ali, a ponta afiada, enrolada em algo invisível, bem na minha frente, e começava a me puxar em direção ao nada. Neste momento guerra relinchou, empinou alto e seu pescoço se abriu em um profundo corte, o sangue espirrava para todos os lados, não consegui gritar, eu não podia gritar, nenhuma arma mortal mataria guerra, ela tinha sangue imortal. Só vampiros tinham o poder de mata-la e vampiros não podiam esconder seu cheiro de outros vampiros, podiam mascara-lo com outro sangue, mas nunca esconder, não podia ser um vampiro. O que matou Guerra, me tinha em suas mãos, e pelo visto, não havia nada que eu pudesse fazer.
Os olhos dourados de Astarte me encararam por um segundo antes de desaparecer, apesar do brilho dourado, eram frios e mortais.
Ela se movia rápido, um humano nunca conseguiria vê-la, um vampiro, mesmo um bem treinado, teria dificuldade em pega-la. Do alto da torre, eu assistia ela treinar. Era assustador, ela se movia como vento, e seus golpes ressoavam como trovão. Scarlet, sua filha, não tinha chance. E mais uma vez Astarte lhe feriu. Ela era implacável.
Scarlet naqueles dias tinha menos de 7 anos, seus cabelos eram longos, da cor de palha e não dourados como o da mãe. O rosto estava vermelho, ensanguentado, com tantos cortes quanto poderiam ter, feito pelas mãos da própria mãe. Seus olhos se moviam rápido, mas não o suficiente para prever os golpes de Astarte e a vampira rasgava-lhe a pele sem piedade. Quando vinha para o ultimo golpe, o golpe que mataria Scarlet, a pequena a viu, talvez não quisesse realmente mata-la, ou talvez o credito fosse da pequena, mas ela pulou na hora certa, evaporando no ar, fazendo com que os punhos da mãe, batessem diretamente na parede de pedra. Quando voltou a aparecer, agora no chão, o vestido branco de seda, estava vermelho e a pequena, quase não conseguia se manter em pé. Ela girou o corpo no momento exato e se esgueirou pela sombra da própria mãe, rápida, apanhou uma pequena adaga negra do chão, perto de onde estava uma fogueira, Scarlet encheu uma das mãos com cinzas, e se apressou para atacar a mãe. Astarte assim como Scarlet havia feito anteriormente, sumiu no ar. A pequena soprou a cinza em volta de si, foi ai que a percebi a silhueta de Astarte escondida nas cinzas. Scarlet se apressou no golpe. Seu erro. Ataques frontais não funcionavam em Astarte, Scarlet caiu, pequena e inofensiva, com a adaga presa no pescoço e os olhos cheios de lágrimas. Astarte retirou a adaga de seu pescoço, e deixou a pequena lá, sem ajuda do sangue imortal da mãe, sangraria até morrer...
Ela morreu poucas horas depois.
Era só o que eu podia tentar, não havia mais nada a se fazer, quem quer que estivesse me puxando era obviamente mais forte que eu, e eu não conseguia me livrar do cinto. Me apressei para frente, e o cinto afrouxou, enrolei parte dele em ambas as mãos, com pouco esforço me joguei para o alto, em um salto perfeito, meus pés tocaram o chão ao lado da fogueira, me ajoelhei e apanhei um punhado de cinzas, o cinto se soltou. Quem estava me puxando finalmente soltou, naquele momento eu consegui escutar, a respiração vinda da minha direita, rápida, ele estava correndo, me levantei e dei outro salto para frente, soltando no ar toda a cinza que havia pego na fogueira.
Foi quando eu o vi, reluzente e sorrindo em meio as cinzas que caiam lentamente até o chão. Ao lado da fogueira em pé estava o meu pai.
Flesh and Blood
“Você não está pronta Anouk, você ainda é uma criança descuidada!”
A voz dele era ríspida, vergonha fez meu rosto arder, como eu pude ser tão tola e não reconhecer meu próprio pai? Ele usou uma simples camuflagem, que qualquer caído sabia usar, e eu deveria me lembrar de como quebra-la facilmente. Lágrimas ardiam em meus olhos, mas não podia deixar que ele as visse. Meu pai era um Celestial da alta Hierarquia. As cicatrizes em seu corpo mostravam isso. Ele era muito alto e tinha os olhos de um violeta muito bonito, o que significava que ele estava em extremo perigo por estar ali, já que não era um caído. Os cabelos escuros caiam pesados até os ombros. Naquele dia ele usava simples calças de couro desbotadas, uma bonita bota brilhante e sua armadura estava desmontada ao lado da fogueira. Era de um prateado brilhante que deixaria até mesmo a lua envergonhada. Os símbolos angelicais marcados em sua extensão diziam que ele já havia participado de várias guerras e ganhado todas.
Agora ele se sentava em frente a fogueira, sujo com o sangue de Guerra, e eu assustada demais para emitir algum som. Eu continuava a encarar aquele estranho que eu só conhecia em meus sonhos. O nosso contato era mais que perigoso, mas ali estava ele, eu sabia, ele se importava, ele se importava, mas ele se importava com o que? Esse encontro não era como nos sonhos, nos sonhos não ele não era ríspido, ele não era um guerreiro, ele era... Meu pai, e estava ali para mim, por mim. Eu não conseguiria esconder o tamanho da minha decepção. A apatia me machucava. E novamente meu corpo pesava mais do que eu conseguia suportar. Toda aquela situação pesava mais do que eu conseguia suportar, e eu estava sozinha. Porque eu me sentia tão sozinha? Porque todos estavam fazendo aquilo? Porque eu não poderia morrer? O que eu era?
“Você é a minha filha”
A voz dele me pegou de surpresa, ele não levantou os olhos da fogueira, e mas eu vi seus lábios se mexerem. Ele não me encarou. Continuou a encarar a fogueira como se algo precioso estivesse ali. O brilho violeta dos seus olhos se tornaram ainda mais bonitos quando ele me encarou, mas não havia nada ali, nem amor, nem decepção, nem ódio, nada... Ele me encarou como se estivesse vendo uma estranha. Ele então se levantou devagar, eu podia ver a ar saindo se sua boca enquanto ele chegava mais perto, e eu não conseguia desviar os olhos dele, naquele momento havia algo quente e reconfortante, como se já o tivesse visto por toda a minha vida. Meus olhos vacilaram, abaixei o rosto enquanto as lágrimas queimavam novamente. Ele podia ser meu pai, mas aquilo não me fazia sua filha. Eu não conhecia e não podia gostar daquele ser. Mas o medo era tão grande, que finalmente eu cedi. Era pesado demais, e eu não podia suportar sozinha. Meus joelhos então bateram no chão, minhas mãos fechadas bateram com força no chão de folhas velhas e amarronzadas. As lágrimas caiam sem parar, eu mal conseguia sugar o ar para dentro do meu corpo, minha garganta doía, e eu estava com medo de começar a gritar e não conseguir parar. Talvez eu devesse...
Meu pai não me pegou no colo, não me abraçou, não disse palavras confortantes, ele ficou parado ao meu lado, ele sabia e podia ver tudo que eu pensava naquele momento, e ele sabia que eu precisava dele, mas acima de tudo, eu precisava de ajuda.
As lágrimas não paravam, e o ar se tornava mais denso e difícil de respirar. Como um anjo podia ser tão frio e sem coração? Como ele podia dizer que me amava? Como eu poderia me salvar? Ele deveria me matar. Eu me sentei no chão, abraçando os joelhos com a cabeça encostada neles e não conseguia parar de chorar.
“Você precisa ser minha filha Anouk, precisa ter coragem e confiança agora, nós amamos você e estamos tentando apenas te proteger...”
Foi mais forte que eu, as palavras saiam sem que eu pudesse para-las, não que eu quisesse.
“Eu não quero ser forte, eu não quero ser sua filha, eu não sei quem é você, eu não sei por que tudo isso está acontecendo... Porque eu preciso me esconder?”
“Você é especial Anouk, tem algo especial no seu sangue, e isso tem um grande significado. Você é diferente, e todos tem medo do que é diferente. Mas acima de tudo, você é minha filha, e precisa ser corajosa agora. Você consegue?”
Meu pai se ajoelhou na minha frente, com muita delicadeza, aquelas mãos enormes e cheias de cicatrizes tocaram meu braço, desentrelaçando os meus dedos, ele tocou meu joelho e levantou o meu rosto. Seus olhos de um violeta que eu nunca havia visto na vida, seus lábios se abriram como se ele fosse dizer algo, mas antes que pudesse continuar, seus olhos se desviaram do meu rosto, e encaram um ponto na floresta, suas mão me apertaram um pouco mais forte, e ele se levantou subitamente. Foi então que eu ouvi um barulho vindo da mesma direção que ele. Mas não havia cheiro, não havia nada. Só a escuridão e as arvores.
Melek se materializou do nosso lado, meu pai não se assustou, e continuou a encarar o mesmo ponto onde o barulho tinha vindo.
“É Alyliah tentando despistar os outros, ela já vai chegar aqui.”
Melek era alto, com cabelos pretos que desciam até a cintura, a pele era tão branca quanto a de minha mãe. Quando me viu sentada ali, ele sorriu, seus lábios eram finos, quase um pequeno risco no rosto. Seus olhos, um azul e um negro, me encararam com curiosidade. Então novamente deu um sorriso triste parecendo entender o que havia acontecido. Naquela noite usava uma túnica muito branca, de seda, com detalhes dourados e um broche de ouro no ombro direito, com um estranho formato. Ao seu lado, lá estava ela, uma velha estranha, possuía os olhos violeta, de um tom opaco e sem vida, e uma pequena mancha azul. Ela trajava vestes simples de algodão tingido de preto. Seus cabelos eram muito brancos e longos se arrastavam no chão em uma longa trança. Ela sorriu para mim, seus dentes eram perfeitos e muito brancos, seus lábios finos e enrugados, sua pele era de um tom esverdeado estranho, com várias manchas que eram o símbolo da velhice. A pele parecia pegajosa e brilhava como se estivesse suando por todos os poros.
Foi tão rápido que nem percebi acontecer, mas de repente minha mãe estava ali. Linda, com os longos cabelos loiros presos no alto da cabeça, os olhos muito azuis encarando meu pai, e um sorriso que eu nunca havia visto em seu rosto antes. Seu rosto estava corado, ela tinha acabado de se alimentar. Usava uma manta escura, com capuz idêntica a minha, escura como a noite.
Meu pai e ela ficaram se encarando por vários segundos, até que desviou os olhos para mim. Ela não sorriu, ela não veio ao meu encontro, ela se manteve em pé, como uma estátua de uma deusa qualquer, e seus olhos não mais eram calorosos e acolhedores. Eles se pareciam com os olhos do meu pai.
Nenhum deles trocou uma palavra se quer, ficaram em volta daquela fogueira por vários minutos, um encarando o outro, e eu sentada no chão, observando tudo aqui, meu coração parecia uma bomba relógio prestes a explodir, mas ninguém prestava atenção em mim, era como se eu não estivesse ali. Foi então que Melek se aproximou sorrindo, pegou a minha mão e me levantou. A velha que estava ao seu lado havia desaparecido, no lugar dela havia uma bela jovem nua de longos cabelos negros e grandes olhos violeta, magra, com a pela muito branca e lábios finos. Naquele momento ela se parecia muito comigo. Mas não era idêntica.
Melek então me disse que eu deveria vestir a capa, minha mãe então se desfez da dela e enrolou a velha, que sorriu de forma amigável para ela, com os dentes muito brancos. Nenhuma olhou para mim, apenas seguiram em frente caminhando até desaparecerem na floresta que nos cercava.
Melek então segurando minhas mãos me levou até onde minha mãe e a velha haviam desaparecido. E meu pai, vinha logo atrás.
Caminhamos por alguns minutos até chegar em uma caverna escura. Sem dificuldades para enxergar bem no escuro, soltei a mão de Melek e segui em frente ao seu lado. A caverna era maior do que parecia. Depois de longos minutos, chegamos a uma câmara muito escura e úmida, com um pequeno lago escondido perto de onde já havia uma fogueira acessa, e minha mãe estava em pé, ao lado da jovem-velha, que agora estava sem a manta. O lugar possuía grandes buracos na parede, provavelmente passagens que levavam a outros lugares da caverna.
Foi então que a minha mãe me encarou, seus olhos possuíam aquela frieza que eu havia visto em pai anteriormente. Ela não sorriu para mim.
“Anouk, é aqui que você vai ficar. Essa caverna é um lugar sagrado, um cemitério muito antigo que é protegido de todos os seres imortais.” Sua voz era fria e firme. Eu acenei a cabeça enquanto as lagrimas teimavam em retornar.
“No entanto, para proteger você, precisamos do seu sangue. Precisamos que você transforme Eris em sua progênie. Assim, ela vai carregar o seu sangue, e talvez possamos esconder dos outros onde você está.”
Minha primeira reação foi dizer “não”, mas eles não estavam ali para discutir, era algo que eu tinha que fazer, e sem objeções sem eu quisesse sobreviver.
Mas eu sabia que ao criar um novo vampiro, você se torna responsável por ele, pois ele passa a compartilhar do seu sangue. Seus segredos, suas caçadas, seu cheiro, suas memorias, absolutamente tudo. Principalmente seu cheiro e o gosto do seu sangue. Mas só os primeiros transformados possuem isso. Se a sua progênie criar um novo vampiro, o seu sangue e o que existe nele, não será assim tão forte. E a cada novo vampiro, seu sangue é misturado e o seu sangue nunca vai desaparecer por completo, mas seu poder sobre os outros vampiros é menor.
Sugar um humano é mais difícil do que se imagina. Não matar um humano é uma tarefa difícil, porque quando o coração dele começa a bater mais devagar a sua ânsia pela morte e o sangue do mesmo é enorme. Sugar um imortal é ainda mais difícil. Porque se você não fizer certo, ele não vai morrer. Mas é proibido sugar de outros imortais. Seja anjos, vampiros, demônios ou seus descendentes.
O sangue imortal é viciante, e o vampiro que o toma se torna uma besta que matará qualquer outro imortal em busca do prazer que o sangue lhe proporciona. Eu não hesitei apesar do medo, eu nunca havia matado ninguém antes. Matar estava em meu sangue, mas deixar vivo, não.
O sangue de um nephilim é ainda melhor que o sangue humano, o êxtase e prazer proporcionado são indescritíveis. A jovem se deitou nua ao lado da fogueira com os olhos fechados, eu me aproximei devagar, como se eu a estivesse caçando. Meus dedos deslizaram até a parte interior de sua coxa esquerda, era meu lugar favorito, o sangue fluía muito bem ali. Seu corpo estremeceu com meu toque, aquilo era excitante. Afastei as pernas dela com as duas mãos, e beijei onde havia a veia, o sangue era quente e delicioso. Eu conseguia ver, sentir, viver toda a vida daquela mulher, conseguia sentir a dor, viver os amores e ver seus segredos. E tinha algo a mais naquele sangue, um segredo sobre mim, algo que o sangue dela guardava. Mas eu não conseguia entender, agarrei então sua coxa puxando-a mais forte, sugando mais forte, tentando adquirir aquele segredo que ela sabia, sobre mim, mas ele parecia tão longe, e seu coração já batia tão fraco, se eu continuasse naquele ritmo, ela morreria logo.
Meu pai, Melek e minha mãe conversavam algo que eu não conseguia entender. Podia ouvir alguém chorando e o medo na voz deles.
“Algo pode dar errado” A voz trovejou e ecoou por todos os lados no escuro.
“É a minha filha!”
“É o único jeito!”
“Se ela morrer, é o fim!”
Eu não podia parar, eu não queria parar, eu não conseguia parar, o sangue ainda fluía para dentro de mim, e o segredo agora estava tão perto. O coração tão fraco. E o meu medo dispersado. As vozes mais e mais indistinguíveis, as formas, sons, brilhos, nada fazia sentido. As vozes se misturavam a batida do coração que diminuía.
“Amor”
“Salvação”
“Minha filha”
“Eu não vou me arrepender, eu não posso”
"O laço está no sangue"
“Ela precisa de respostas”
“Ela está sozinha”
“Ela nunca vai estar sozinha”
“Ele vai esperar por ela aqui!”
“Asas”
“Anjos”
“Demônios”
“Guerra”
“Salvação”
“Tem que ser agora, eles estão perto demais!”
“Eu amo você...”
Ouvi o arrastar do metal no chão da câmara. O fogo se apagou subitamente, meus instintos me diziam para sair dali naquele instante, mas eu não conseguia largar a mulher. Sugava mais forte e ela começou a chorar baixo. O coração mais fraco...
“Ela é minha...”
“Ela é minha...”
Até que ele parou, e eu soltei um urro de dor que ecoou por toda a câmara, dando a ela um aspecto mais assustador. Aquele coração era o meu ou o dela?
“Você é minha carne e o meu sangue” foram as ultimas palavras que eu ouvi.
A voz dele era ríspida, vergonha fez meu rosto arder, como eu pude ser tão tola e não reconhecer meu próprio pai? Ele usou uma simples camuflagem, que qualquer caído sabia usar, e eu deveria me lembrar de como quebra-la facilmente. Lágrimas ardiam em meus olhos, mas não podia deixar que ele as visse. Meu pai era um Celestial da alta Hierarquia. As cicatrizes em seu corpo mostravam isso. Ele era muito alto e tinha os olhos de um violeta muito bonito, o que significava que ele estava em extremo perigo por estar ali, já que não era um caído. Os cabelos escuros caiam pesados até os ombros. Naquele dia ele usava simples calças de couro desbotadas, uma bonita bota brilhante e sua armadura estava desmontada ao lado da fogueira. Era de um prateado brilhante que deixaria até mesmo a lua envergonhada. Os símbolos angelicais marcados em sua extensão diziam que ele já havia participado de várias guerras e ganhado todas.
Agora ele se sentava em frente a fogueira, sujo com o sangue de Guerra, e eu assustada demais para emitir algum som. Eu continuava a encarar aquele estranho que eu só conhecia em meus sonhos. O nosso contato era mais que perigoso, mas ali estava ele, eu sabia, ele se importava, ele se importava, mas ele se importava com o que? Esse encontro não era como nos sonhos, nos sonhos não ele não era ríspido, ele não era um guerreiro, ele era... Meu pai, e estava ali para mim, por mim. Eu não conseguiria esconder o tamanho da minha decepção. A apatia me machucava. E novamente meu corpo pesava mais do que eu conseguia suportar. Toda aquela situação pesava mais do que eu conseguia suportar, e eu estava sozinha. Porque eu me sentia tão sozinha? Porque todos estavam fazendo aquilo? Porque eu não poderia morrer? O que eu era?
“Você é a minha filha”
A voz dele me pegou de surpresa, ele não levantou os olhos da fogueira, e mas eu vi seus lábios se mexerem. Ele não me encarou. Continuou a encarar a fogueira como se algo precioso estivesse ali. O brilho violeta dos seus olhos se tornaram ainda mais bonitos quando ele me encarou, mas não havia nada ali, nem amor, nem decepção, nem ódio, nada... Ele me encarou como se estivesse vendo uma estranha. Ele então se levantou devagar, eu podia ver a ar saindo se sua boca enquanto ele chegava mais perto, e eu não conseguia desviar os olhos dele, naquele momento havia algo quente e reconfortante, como se já o tivesse visto por toda a minha vida. Meus olhos vacilaram, abaixei o rosto enquanto as lágrimas queimavam novamente. Ele podia ser meu pai, mas aquilo não me fazia sua filha. Eu não conhecia e não podia gostar daquele ser. Mas o medo era tão grande, que finalmente eu cedi. Era pesado demais, e eu não podia suportar sozinha. Meus joelhos então bateram no chão, minhas mãos fechadas bateram com força no chão de folhas velhas e amarronzadas. As lágrimas caiam sem parar, eu mal conseguia sugar o ar para dentro do meu corpo, minha garganta doía, e eu estava com medo de começar a gritar e não conseguir parar. Talvez eu devesse...
Meu pai não me pegou no colo, não me abraçou, não disse palavras confortantes, ele ficou parado ao meu lado, ele sabia e podia ver tudo que eu pensava naquele momento, e ele sabia que eu precisava dele, mas acima de tudo, eu precisava de ajuda.
As lágrimas não paravam, e o ar se tornava mais denso e difícil de respirar. Como um anjo podia ser tão frio e sem coração? Como ele podia dizer que me amava? Como eu poderia me salvar? Ele deveria me matar. Eu me sentei no chão, abraçando os joelhos com a cabeça encostada neles e não conseguia parar de chorar.
“Você precisa ser minha filha Anouk, precisa ter coragem e confiança agora, nós amamos você e estamos tentando apenas te proteger...”
Foi mais forte que eu, as palavras saiam sem que eu pudesse para-las, não que eu quisesse.
“Eu não quero ser forte, eu não quero ser sua filha, eu não sei quem é você, eu não sei por que tudo isso está acontecendo... Porque eu preciso me esconder?”
“Você é especial Anouk, tem algo especial no seu sangue, e isso tem um grande significado. Você é diferente, e todos tem medo do que é diferente. Mas acima de tudo, você é minha filha, e precisa ser corajosa agora. Você consegue?”
Meu pai se ajoelhou na minha frente, com muita delicadeza, aquelas mãos enormes e cheias de cicatrizes tocaram meu braço, desentrelaçando os meus dedos, ele tocou meu joelho e levantou o meu rosto. Seus olhos de um violeta que eu nunca havia visto na vida, seus lábios se abriram como se ele fosse dizer algo, mas antes que pudesse continuar, seus olhos se desviaram do meu rosto, e encaram um ponto na floresta, suas mão me apertaram um pouco mais forte, e ele se levantou subitamente. Foi então que eu ouvi um barulho vindo da mesma direção que ele. Mas não havia cheiro, não havia nada. Só a escuridão e as arvores.
Melek se materializou do nosso lado, meu pai não se assustou, e continuou a encarar o mesmo ponto onde o barulho tinha vindo.
“É Alyliah tentando despistar os outros, ela já vai chegar aqui.”
Melek era alto, com cabelos pretos que desciam até a cintura, a pele era tão branca quanto a de minha mãe. Quando me viu sentada ali, ele sorriu, seus lábios eram finos, quase um pequeno risco no rosto. Seus olhos, um azul e um negro, me encararam com curiosidade. Então novamente deu um sorriso triste parecendo entender o que havia acontecido. Naquela noite usava uma túnica muito branca, de seda, com detalhes dourados e um broche de ouro no ombro direito, com um estranho formato. Ao seu lado, lá estava ela, uma velha estranha, possuía os olhos violeta, de um tom opaco e sem vida, e uma pequena mancha azul. Ela trajava vestes simples de algodão tingido de preto. Seus cabelos eram muito brancos e longos se arrastavam no chão em uma longa trança. Ela sorriu para mim, seus dentes eram perfeitos e muito brancos, seus lábios finos e enrugados, sua pele era de um tom esverdeado estranho, com várias manchas que eram o símbolo da velhice. A pele parecia pegajosa e brilhava como se estivesse suando por todos os poros.
Foi tão rápido que nem percebi acontecer, mas de repente minha mãe estava ali. Linda, com os longos cabelos loiros presos no alto da cabeça, os olhos muito azuis encarando meu pai, e um sorriso que eu nunca havia visto em seu rosto antes. Seu rosto estava corado, ela tinha acabado de se alimentar. Usava uma manta escura, com capuz idêntica a minha, escura como a noite.
Meu pai e ela ficaram se encarando por vários segundos, até que desviou os olhos para mim. Ela não sorriu, ela não veio ao meu encontro, ela se manteve em pé, como uma estátua de uma deusa qualquer, e seus olhos não mais eram calorosos e acolhedores. Eles se pareciam com os olhos do meu pai.
Nenhum deles trocou uma palavra se quer, ficaram em volta daquela fogueira por vários minutos, um encarando o outro, e eu sentada no chão, observando tudo aqui, meu coração parecia uma bomba relógio prestes a explodir, mas ninguém prestava atenção em mim, era como se eu não estivesse ali. Foi então que Melek se aproximou sorrindo, pegou a minha mão e me levantou. A velha que estava ao seu lado havia desaparecido, no lugar dela havia uma bela jovem nua de longos cabelos negros e grandes olhos violeta, magra, com a pela muito branca e lábios finos. Naquele momento ela se parecia muito comigo. Mas não era idêntica.
Melek então me disse que eu deveria vestir a capa, minha mãe então se desfez da dela e enrolou a velha, que sorriu de forma amigável para ela, com os dentes muito brancos. Nenhuma olhou para mim, apenas seguiram em frente caminhando até desaparecerem na floresta que nos cercava.
Melek então segurando minhas mãos me levou até onde minha mãe e a velha haviam desaparecido. E meu pai, vinha logo atrás.
Caminhamos por alguns minutos até chegar em uma caverna escura. Sem dificuldades para enxergar bem no escuro, soltei a mão de Melek e segui em frente ao seu lado. A caverna era maior do que parecia. Depois de longos minutos, chegamos a uma câmara muito escura e úmida, com um pequeno lago escondido perto de onde já havia uma fogueira acessa, e minha mãe estava em pé, ao lado da jovem-velha, que agora estava sem a manta. O lugar possuía grandes buracos na parede, provavelmente passagens que levavam a outros lugares da caverna.
Foi então que a minha mãe me encarou, seus olhos possuíam aquela frieza que eu havia visto em pai anteriormente. Ela não sorriu para mim.
“Anouk, é aqui que você vai ficar. Essa caverna é um lugar sagrado, um cemitério muito antigo que é protegido de todos os seres imortais.” Sua voz era fria e firme. Eu acenei a cabeça enquanto as lagrimas teimavam em retornar.
“No entanto, para proteger você, precisamos do seu sangue. Precisamos que você transforme Eris em sua progênie. Assim, ela vai carregar o seu sangue, e talvez possamos esconder dos outros onde você está.”
Minha primeira reação foi dizer “não”, mas eles não estavam ali para discutir, era algo que eu tinha que fazer, e sem objeções sem eu quisesse sobreviver.
Mas eu sabia que ao criar um novo vampiro, você se torna responsável por ele, pois ele passa a compartilhar do seu sangue. Seus segredos, suas caçadas, seu cheiro, suas memorias, absolutamente tudo. Principalmente seu cheiro e o gosto do seu sangue. Mas só os primeiros transformados possuem isso. Se a sua progênie criar um novo vampiro, o seu sangue e o que existe nele, não será assim tão forte. E a cada novo vampiro, seu sangue é misturado e o seu sangue nunca vai desaparecer por completo, mas seu poder sobre os outros vampiros é menor.
Sugar um humano é mais difícil do que se imagina. Não matar um humano é uma tarefa difícil, porque quando o coração dele começa a bater mais devagar a sua ânsia pela morte e o sangue do mesmo é enorme. Sugar um imortal é ainda mais difícil. Porque se você não fizer certo, ele não vai morrer. Mas é proibido sugar de outros imortais. Seja anjos, vampiros, demônios ou seus descendentes.
O sangue imortal é viciante, e o vampiro que o toma se torna uma besta que matará qualquer outro imortal em busca do prazer que o sangue lhe proporciona. Eu não hesitei apesar do medo, eu nunca havia matado ninguém antes. Matar estava em meu sangue, mas deixar vivo, não.
O sangue de um nephilim é ainda melhor que o sangue humano, o êxtase e prazer proporcionado são indescritíveis. A jovem se deitou nua ao lado da fogueira com os olhos fechados, eu me aproximei devagar, como se eu a estivesse caçando. Meus dedos deslizaram até a parte interior de sua coxa esquerda, era meu lugar favorito, o sangue fluía muito bem ali. Seu corpo estremeceu com meu toque, aquilo era excitante. Afastei as pernas dela com as duas mãos, e beijei onde havia a veia, o sangue era quente e delicioso. Eu conseguia ver, sentir, viver toda a vida daquela mulher, conseguia sentir a dor, viver os amores e ver seus segredos. E tinha algo a mais naquele sangue, um segredo sobre mim, algo que o sangue dela guardava. Mas eu não conseguia entender, agarrei então sua coxa puxando-a mais forte, sugando mais forte, tentando adquirir aquele segredo que ela sabia, sobre mim, mas ele parecia tão longe, e seu coração já batia tão fraco, se eu continuasse naquele ritmo, ela morreria logo.
Meu pai, Melek e minha mãe conversavam algo que eu não conseguia entender. Podia ouvir alguém chorando e o medo na voz deles.
“Algo pode dar errado” A voz trovejou e ecoou por todos os lados no escuro.
“É a minha filha!”
“É o único jeito!”
“Se ela morrer, é o fim!”
Eu não podia parar, eu não queria parar, eu não conseguia parar, o sangue ainda fluía para dentro de mim, e o segredo agora estava tão perto. O coração tão fraco. E o meu medo dispersado. As vozes mais e mais indistinguíveis, as formas, sons, brilhos, nada fazia sentido. As vozes se misturavam a batida do coração que diminuía.
“Amor”
“Salvação”
“Minha filha”
“Eu não vou me arrepender, eu não posso”
"O laço está no sangue"
“Ela precisa de respostas”
“Ela está sozinha”
“Ela nunca vai estar sozinha”
“Ele vai esperar por ela aqui!”
“Asas”
“Anjos”
“Demônios”
“Guerra”
“Salvação”
“Tem que ser agora, eles estão perto demais!”
“Eu amo você...”
Ouvi o arrastar do metal no chão da câmara. O fogo se apagou subitamente, meus instintos me diziam para sair dali naquele instante, mas eu não conseguia largar a mulher. Sugava mais forte e ela começou a chorar baixo. O coração mais fraco...
“Ela é minha...”
“Ela é minha...”
Até que ele parou, e eu soltei um urro de dor que ecoou por toda a câmara, dando a ela um aspecto mais assustador. Aquele coração era o meu ou o dela?
“Você é minha carne e o meu sangue” foram as ultimas palavras que eu ouvi.
A Procura - Prévia
Notas da Autora
Este não é continuação do capítulo anterior, mas por falta de melhor idéia, resolvi nomear de Fleash and Blood II, voltei atrás e mudei o nome.
Este é na verdade uma prévia do próximo capítulo, eu devia isso a Anouk, ela demorou tanto tempo a realmente aparecer e ser ela, que dois mil anos calada ela merecia uma prévia.
Este não é continuação do capítulo anterior, mas por falta de melhor idéia, resolvi nomear de Fleash and Blood II, voltei atrás e mudei o nome.
Este é na verdade uma prévia do próximo capítulo, eu devia isso a Anouk, ela demorou tanto tempo a realmente aparecer e ser ela, que dois mil anos calada ela merecia uma prévia.
Você pode viver sem estar viva? Isso é, se alguém estiver vivendo em seu lugar. Se alguém morrer em seu lugar, você morre? Ou parte de você morre? Eu nunca havia me perguntado isso antes.
A luz doeu, e eu não me lembrava do que era dor, então foi algo excruciante e indescritível. Talvez nascer seja assim.
Sentir.
Quando o ar entrou em meus pulmões depois de tanto tempo, eu consegui me lembrar de tudo, e todos. E no mesmo instante, me lembrei da dor no meu coração. A minha primeira reação, foi levar as mãos até onde ele deveria estar, mas elas não se mexeram, eu estava fraca demais. Eu não conseguia me mexer, tente ficar parado por dois dias e me diga como é quando tentar se mexer. Fique dois mil anos presa em uma catacumba escura e sem coração e depois me diga como é voltar a vida literalmente.
Não vou me prolongar em tentar explicar algo que eu não presenciei, mas tentarei explicar o que aconteceu nesse meio tempo. O ritual que meus pais tiveram que fazer, prenderam parte da minha alma na minha cria, para isso, eu teria que entrar em um estado de hibernação. Muito Harry Potter para vocês? O fato dela ser minha cria, já dava a ela meu sangue, minhas memorias, meu cheiro, e muitas das minhas habilidades. Obviamente era diferente eu era a original, mas a partir do momento que eu “morresse” ou no caso hibernasse, o sangue dela se tornaria forte, pois não mais o meu sangue teria influencia sobre o dela. Dessa forma eles pensaram que talvez conseguiriam enganar os mais velhos, e todos finalmente teriam a sua recompensa.
Minha morte.
Mas quando minha cria finalmente morresse, eles teriam que manter aquela parte da minha alma em algum lugar, e se essa parte fosse perdida, eu nunca acordaria. A parte mais estranha é que alma só se manteria viva, se estivesse ligada a algo vivo. É bem lógico, mas manter alguém vivo por tempo suficiente, para que eles se esquecessem de mim e da profecia e não levantar suspeitas, seria a parte difícil. Meus pais tomaram uma decisão difícil. Essa parte viveria dentro de um deles. E quando fosse o momento certo, um deles teria que morrer.
Nesse tempo aconteceu algo que ninguém esperava, a revolta dos jovens. A guerra que eles começaram contra os humanos e contra os vampiros conseguiu ofuscar a importância da minha morte. Quando a minha cria foi então morta, não houve perguntas ou investigações sobre a legitimidade do ato. Eles tinham uma jovem cria morta, e uma guerra a caminho. Quando a guerra acabou, os originais estavam tão descontentes com suas escolhas que se uniram a Caim e se isolaram. Séculos depois alguns retornaram, com seus filhos e os filhos de seus filhos, outros, assim como o Pai, envergonhados ou cansados demais, resolveram que não havia motivo para voltar.
Séculos e dois milênios se passaram. Da minha época. E agora o ar tinha um sabor diferente, e a luz podia ser mortal. Eu teria escolhas a fazer e histórias a ouvir, e acima de tudo, o que eu mais queria depois de tantos anos, era a verdade...
Porque alguém tomou meu lugar? Porque me protegeram por tanto tempo? O que existe no meu sangue? Porque tanto medo? Porque tanta dor? Porque me abandonaram? Porque nunca me explicaram nada? Porque dois mil anos? Porque eu me sentia tão diferente? Porque eu sentia tanta raiva? Porque nenhuma resposta? Porque tantas mentiras?
Se essa verdade estava mesmo no sangue, eu estava decidida, muitos iriam sangrar por ela.
Última edição por stardust777 em Qui Jul 19, 2012 2:54 pm, editado 1 vez(es) (Motivo da edição : erros, muitos erros)
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