Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
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Mothers monsters
Emma Grint Somerhalder
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Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Nome da fanfic: Diários do Vampiro: O Despertar-Versão Harry Potter
Classificação: Fic para leitores a partir de 16 anos
Tipo: Romance e terror
Shipper: Rony Weasley e Hermione Granger / Harry Potter e Hermione Granger
Restrições : Colocarei as restrições ao longo da fic.
Resumo: Esta é a minha primeira fic de Harry Potter e Rony/Hermione.Ela vai ser baseada totalmente no 1o livro da serie de VD.Vai também ocorrer algumas mudanças,como sobrenomes de personagens e tal.Aqui está o ''elenco'' da fic:
-Elena Gilbert=Hermione Granger
-Stefan Salvatore=Rony Weasley
-Damon Salvatore=Harry Potter(Nota: Isso vai ser ótimo, já q nos livros eu sou Stelena, XD )
-Katherine Petrova=Lindsay Stark(OCC criada por mim)
-Matt Honneycutt=Cedrico Diggory
-Bonnie McCullough=Gina Weasley
-Meredith Sulez=Fleur Delacour
-Caroline Forbes=Lilá Brown
-Tyler Lockwood=Draco Malfoy
-Dick Carter= Vitor Krum
-Vickie Bennet=Parvati Patil
-Tia Judith= Ninfadora Tonks
-Margaret Gilbert=Rose (N/A:na fic, Mione e Rose são irmãs)
-Professor de História que aparece no segundo capitulo=Snape
-Giuseppe Salvatore=James Potter
Previa da fic:
Nota da autora: O que acharam do resumo?Ficou bom, não?Ah, estou também com problemas em deixar o nome do Rony ''Weasley'' ou ''Potter'', porque na fic o sobrenome da Gina vai ser Weasley.Qual fica melhor?Ah, queria também que alguém fizesse uma capa pra a minha fic!Até o primeiro capitulo!
Classificação: Fic para leitores a partir de 16 anos
Tipo: Romance e terror
Shipper: Rony Weasley e Hermione Granger / Harry Potter e Hermione Granger
Restrições : Colocarei as restrições ao longo da fic.
Resumo: Esta é a minha primeira fic de Harry Potter e Rony/Hermione.Ela vai ser baseada totalmente no 1o livro da serie de VD.Vai também ocorrer algumas mudanças,como sobrenomes de personagens e tal.Aqui está o ''elenco'' da fic:
-Elena Gilbert=Hermione Granger
-Stefan Salvatore=Rony Weasley
-Damon Salvatore=Harry Potter(Nota: Isso vai ser ótimo, já q nos livros eu sou Stelena, XD )
-Katherine Petrova=Lindsay Stark(OCC criada por mim)
-Matt Honneycutt=Cedrico Diggory
-Bonnie McCullough=Gina Weasley
-Meredith Sulez=Fleur Delacour
-Caroline Forbes=Lilá Brown
-Tyler Lockwood=Draco Malfoy
-Dick Carter= Vitor Krum
-Vickie Bennet=Parvati Patil
-Tia Judith= Ninfadora Tonks
-Margaret Gilbert=Rose (N/A:na fic, Mione e Rose são irmãs)
-Professor de História que aparece no segundo capitulo=Snape
-Giuseppe Salvatore=James Potter
Previa da fic:
Ronald ''Rony'' Potter é imortal.E está condenado.
Há seculos ele procura redenção e paz,até que
chega a pequena cidade de Oxford e conhece Hermione...
Mesmo sendo a garota mais popular e adorada
da escola, Hermione se sente sozinha, até encontrar
sua alma gêmea, Rony, um vampiro perseguido pelo irmão, Harry...
Um vampiro sexy e misterioso,Harry quer
vingança a qualquer custo e não medira esforços
para conseguir o que deseja.
Há seculos ele procura redenção e paz,até que
chega a pequena cidade de Oxford e conhece Hermione...
Mesmo sendo a garota mais popular e adorada
da escola, Hermione se sente sozinha, até encontrar
sua alma gêmea, Rony, um vampiro perseguido pelo irmão, Harry...
Um vampiro sexy e misterioso,Harry quer
vingança a qualquer custo e não medira esforços
para conseguir o que deseja.
Nota da autora: O que acharam do resumo?Ficou bom, não?Ah, estou também com problemas em deixar o nome do Rony ''Weasley'' ou ''Potter'', porque na fic o sobrenome da Gina vai ser Weasley.Qual fica melhor?Ah, queria também que alguém fizesse uma capa pra a minha fic!Até o primeiro capitulo!
Última edição por Emma Grint Somerhalder em Sex Jan 20, 2012 4:04 pm, editado 4 vez(es)
Emma Grint Somerhalder- Mensagens : 80
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Movida para Várias Sagas
Mothers monsters- Admin
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Capitulo 1
Querido Diário
Alguma coisa horrível vai acontecer hoje. Não sei porque estou escrevendo isso.É loucura. Não há motivos para eu estar aborrecida e todos os motivos para eu ficar feliz,mas...
Mas aqui estou eu,ás cinco e meia da manhã,acordada e apavorada.fico dizendo a mim mesma que é só porque estou totalmente confusa com a diferença de fuso horário entre a França e aqui.Mas isso não explica porque estou tão assustada.Porque estou tão perdida.
Dois dias atrás, quando tia Tonks, Rose e eu estávamos voltando de carro do aeroporto, tive uma sensação estranha. Quando entramos na nossa rua, de repente pensei: '' Mamãe e papai estão em casa esperando por nós. Aposto que estão na varanda da frente ou da sala, olhando pela janela. Eles devem estar sentindo muito a minha falta.''
Eu sei,isso é totalmente maluco.
Mas mesmo quando vi a casa e a varanda vazias, ainda senti isso.Corri pela escada e tentei abrir a porta, até bati a aldrava.E quando Tia Tonks destrancou a porta, eu explodi para dentro e fiquei no corredor escutando, esperando ouvir minha mãe descer a escada ou meu pai chamando do gabinete dele.
Foi ai que Tia Tonks deixou a mala cair no chão com um estrondo, soltou um suspiro imenso e disse: ''Estamos em casa.'' Depois, Rose riu.E me veio a sensação mais terrrível que tive em toda a minha vida. nunca me senti tão completamente perdida.
Casa.Estou em casa. Porque isso parece ser uma mentira?
Eu nasci aqui, em Oxford.Sempre morei nesta casa, sempre.Este é o meu velho quarto de sempre, com a marca de queimadura no piso de madeira, de quando Lilá e eu tentamos fumar escondido no quinto ano e quase nos sufocamos. Posso olhar pela janela e ver o grande marmeleiro, que Cedrico e os meninos escalaram para invadir a festa do pijama do meu aniversário, há dois anos.Esta é a minha cama,minha cadeira, minha comoda.
Mas nesse momento tudo me pareceu estranho,como se esse não fosse meu lugar.Eu é que estou deslocada.E o pior é que sinto que pertenço a algum lugar, mas não consigo descobrir qual é.
Ontem eu estava cansada demais para ir ao primeiro dia de aula.Fleur pegou o horário para mim, eu não tive vontade de falar com ela ao telefone.Tia Tonks disse a todos que eu estava com jet lag e dormindo, mas ela me olhava de um jeito estranho no jantar.
Mas hoje vou ter que ver o pessoal.Temos que nos encontrar no estacionamento antes da aula.Sera que é por isso que estou assustada?Sera que tenho medo deles?
Hermione Granger parou de escrever.Olhou a ultima frase que escrevera e sacudiu a cabeça, a caneta pairando sobre o pequeno caderno de veludo azul.Depois, com um gesto repentino, ela levantou a cabeça e atirou caneta e caderno na grande janela da sacada, onde eles quicaram e caíram suavemente no assento acolchoado.
Era tudo tao completamente ridículo.
Desde quando ela,Hermione Granger, tinha medo de encontrar alguém?Desde quando tinha medo de alguma coisa? Ela se levantou e passou os bracos com raiva num quimono de seda vermelha.Nem olhou para o elaborado espelho vitoriano acima da comoda de cerejeira: sabia o que veria ali.Hermione Granger, descolada, cabelos castanhos e ondulados e magra, a que lançava moda, a veterana do Ensino Médio, a garota que todo menino queria ter e toda menina queria ser.Que agora tinha uma careta incomum na cara e a boca num biquinho.
Um banho quente e um café e vou me acalmar,pensou Hermione.O ritual matinal de se lavar e se vestir era tranquilizador e ela se demorou bastante nele, vasculhando as roupas novas de Paris. Por fim, escolheu um top rosa claro e um short branco de linho que a deixavam parecida com um sundae de chocolate com morango.Dá vontade de comer,pensou Hermione , e o espelho mostrou uma garota com um sorriso secreto.Seus temores anteriores derreteram, esquecidos.
-Hermione!Onde você esta?Vai se atrasar para a escola!-A voz veio fraquinha do primeiro andar.
Hermione passou a escova mais uma vez pelo cabelo ondulado e o prendeu atrás com uma fita rosa escuro.Depois pegou a mochila e desceu a escada.
Na cozinha, Rose, de 4 anos comia cereais á mesa e Tia Tonks queimava alguma coisa no fogão. Tia Tonks era o tipo de mulher que sempre parecia meio atrapalhada; tinha um rosto em forma de coração e meigo, e o cabelo roxo e curto.Hermione lhe plantou um beijo no rosto.
-Bom dia a todo mundo.Desculpe por não ter tempo para o café da manhã.
-Mas Hermione, você não pode sair sem comer nada.Precisa de proteína...
-Vou comprar um donut antes da aula-disse Hermione alegremente.Ela deu um beijo na cabeça de Rose e se virou para sair.
-E e provável que eu vá para a casa de Gina ou de Fleur depois da aula, então não me espere para o jantar.Tchau!
-Hermione...
Hermione já estava na porta da frente.Ela a fechou depois de passar,interrompendo os protestos distantes de Tia Tonks , e foi para a varanda.
E parou.
Todas as sensações ruins da manha tomaram-na de novo.A ansiedade, o medo.E a certeza de que algo horrível estava prestes a acontecer.
A Mapple Street estava deserta.As altas casas vitorianas pareciam estranhas e silenciosas, como se todas estivessem desocupadas, como as casas de um set abandonado.Todas davam a impressão de não conter gente ,mas sim, coisas estranhas que a observavam.
Era isso, alguma coisa a observava.O céu não estava azul,mas leitoso e opaco, como uma tigela gigante virada de cabeça para baixo.O ar era abafado e Hermione tinha certeza de que alguém a olhava.Ela teve um vislumbre de alguma coisa escura nos galhos do velho marmeleiro na frente da casa.
Era um corvo, empoleirado imóvel nas folhas amareladas.E era aquilo que a observava.
Ela tentou dizer a si mesma que isso era ridículo, mas de algum modo ela entendeu .Era o maior corvo que vira na vida, roliço e lustroso, com um arco-iris cintilando nas penas do dorso.Ela podia ver cada detalhe dele com clareza: as garras escuras e avidas, o bico afiado, um olho verde reluzindo.
Estava tao imóvel que podia ser um modelo de cera de uma ave pousada ali.Mas enquanto o olhava, Hermione sentiu corar aos poucos, o calor vindo em ondas pelo pescoço e as bochechas. Porque ele...olhava para ela.Da mesma maneira que os meninos olhavam quando ela usava um biquíni ou uma blusa transparente.Como se a estivesse despindo com os olhos.
Antes que percebesse o que fazia,ela largou a mochila e pegou uma pedra ao lado da entrada da casa.
-Sai daqui-disse ela, e ouviu a raiva tremer em sua voz.-Sai!Sai daqui!-Com a ultima palavra, ela atirou a pedra.
Houve uma explosão de folhas , mas o corvo voou sem se ferir.Suas asas eram imensas e o barulho que faziam parecia o de um bando inteiro de corvos.Hermione se agachou, de repente em panico, enquanto ele voava diretamente para sua cabeça, o vento das asas agitando seu cabelo castanho.
Mas ele subiu de novo e circulou, uma silhueta preta contra o céu branco como papel.Depois, com um grasnido áspero, voou para o bosque.
Hermione endireitou o corpo lentamente, depois olhou em volta, constrangida. Não acreditava no que acabara de fazer.Mas agora a ave se fora e o céu já parecia estar normal de novo.As folhas tremularam com uma brisa e Hermione respirou fundo.na rua, uma porta se abriu e varias crianças saíram, aos risos.
Ela sorriu para elas e respirou fundo de novo,o alivio dominando-a como a luz do sol.Como podia ter sido tao boba?Era um lindo dia,cheio de promessas, e nada de ruim ia acontecer.
Nada de ruim ia acontecer-exceto que ela ia chegar atrasada a escola,O pessoal todo estaria esperando por ela no estacionamento.
Eu posso muito bem dizer a todos que parei para atirar pedras num pervertido que andava me espionando,pensou ela e quase riu.ora essa, isso teria dado o que pensar.
Sem olhar para o marmeleiro que ficava para trás, Hermione começou a andar pela rua o mais rápido que pode.
O corvo se chocou com o alto de um carvalho imenso e a cabeça de Rony se voltou repentinamente por reflexo.Quando viu que era só um pássaro, relaxou.
Seus olhos voltaram para a forma branca e flácida em suas mãos e ele sentiu o rosto contorcer de arrependimento.Ele não pretendia mata-lo.Teria caçado alguma coisa maior do que um coelho se soubesse que estava com tanta fome.Mas e claro que isso que o assustava: jamais saberia a intensidade de sua fome ,ou o que poderia fazer para aplaca-la.Ele teve sorte por,desta vez, ter matado apenas um coelho.
Ele estava embaixo dos antigos carvalhos, a luz do sol infiltrando-se ate o cabelo alaranjado.De jeans e camiseta,Rony Potter parecia exatamente um aluno normal do Ensino Médio.
Mas não era.
Imerso no bosque, onde ninguém poderia vê-lo, ele foi se alimentar.Agora lambia meticulosamente as gengivas e os lábios,para se assegurar de não ter deixado nenhuma mancha.Ele não queria se arriscar.Este embute já seria difícil o suficiente sem isso.
Por um momento, ele se perguntou mais uma vez se devia desistir de tudo.talvez devesse voltar a Nova York, seu esconderijo.O que o fazia pensar que ele podia voltar ao mundo da luz do dia?
Mas ele estava cansado de viver nas sombras.Estava cansado da escuridão e das coisas que viviam nela.Acima de tudo, estava cansado de ficar só.
Ele não tinha certeza do motivo para ter escolhido Oxford, em Londres.Era uma cidade nova, pelos padrões dele;os prédios mais antigos haviam sido construídos apenas ha um ano e meio.Mas as lembranças e os fantasmas da Guerra Civil ainda viviam ali, tao reais quanto os supermercados e as lanchonetes.
Rony apreciava o respeito pelo passado.Pensou que talvez poderia vir a gostar das pessoas de Oxford.E talvez-só talvez-pudesse encontrar um lugar entre elas.
É claro que ele nunca seria completamente aceito.Um sorriso amargurado curvou seus lábios com essa ideia.Ele sabia muito bem que não havia esperança para isso.Nunca haveria um lugar onde ele pusesse se sentir inteiramente a vontade,onde pudesse ser verdadeiramente ele mesmo.
A não ser que ele escolhesse pertencer as sombras...
Ele afugentou essa ideia.havia renunciado a escuridão;deixara as sombras para trás.Estava riscando todos aqueles longos anos e com ecando do zero hoje.
Rony percebeu que ainda segurava o coelho.Delicadamente, depositou-o no leito das folhas marrons do carvalho.Ao longe, distante demais para os ouvidos humanos captarem, ele reconheceu os ruídos de uma raposa.
Venha,irmã caçadora,pensou ele com tristeza.Seu café da manhã a espera.
Enquanto pendurava o casaco no ombro,ele percebeu o corvo que o perturbara mais cedo.Ainda estava empoleirado no carvalho e parecia observá-lo.Havia algo de errado nisso.
Rony começou a se concentrar,examinando a ave, mas se deteve.lembre-se de sua promessa,pensou.Não use os Poderes a não ser que seja absolutamente necessário.A não ser que não aja alternativa.
Movendo-se quase em silencio em meio as folhas mortas e galhos secos, ele chegou a beira do bosque.Seu carro estava estacionado ali.Ele olhou para trás, uma vez, e viu que o corvo havia deixado os galhos e descera ate o coelho.
Havia alguma coisa sinistra no modo como ele abria as asas sobre o corpo flácido e branco,algo funesto e triunfante.Rony hesitou por um instante e quase correu para afugentar o pássaro.Ainda assim,a ave tinha tanto o direito de comer quanto a raposa,lembrou a si mesmo.
Tanto direito quanto ele próprio.
Se ele encontrasse a ave de novo,olharia em sua mente,decidiu. Então, Rony tirou os olhos do corvo e correu pelo bosque, com o queixo empinado. Não queria se atrasar para as aulas na Hogwarts High School.
Nota da autora: Bom,primeiro capitulo esta ai!Nossa, o Rony ficou bem legal sendo o Stefan, não foi?E putz, mal o Harry já apareceu(ainda que em forma de corvo) e já ta mostrando o seu lado pervo na fic...Vai me doer tanto mudar o sobrenome do nosso ruivinho,mimimi...Bom, ate o próximo capitulo!
4 de setembro
Querido Diário
Mas aqui estou eu,ás cinco e meia da manhã,acordada e apavorada.fico dizendo a mim mesma que é só porque estou totalmente confusa com a diferença de fuso horário entre a França e aqui.Mas isso não explica porque estou tão assustada.Porque estou tão perdida.
Dois dias atrás, quando tia Tonks, Rose e eu estávamos voltando de carro do aeroporto, tive uma sensação estranha. Quando entramos na nossa rua, de repente pensei: '' Mamãe e papai estão em casa esperando por nós. Aposto que estão na varanda da frente ou da sala, olhando pela janela. Eles devem estar sentindo muito a minha falta.''
Eu sei,isso é totalmente maluco.
Mas mesmo quando vi a casa e a varanda vazias, ainda senti isso.Corri pela escada e tentei abrir a porta, até bati a aldrava.E quando Tia Tonks destrancou a porta, eu explodi para dentro e fiquei no corredor escutando, esperando ouvir minha mãe descer a escada ou meu pai chamando do gabinete dele.
Foi ai que Tia Tonks deixou a mala cair no chão com um estrondo, soltou um suspiro imenso e disse: ''Estamos em casa.'' Depois, Rose riu.E me veio a sensação mais terrrível que tive em toda a minha vida. nunca me senti tão completamente perdida.
Casa.Estou em casa. Porque isso parece ser uma mentira?
Eu nasci aqui, em Oxford.Sempre morei nesta casa, sempre.Este é o meu velho quarto de sempre, com a marca de queimadura no piso de madeira, de quando Lilá e eu tentamos fumar escondido no quinto ano e quase nos sufocamos. Posso olhar pela janela e ver o grande marmeleiro, que Cedrico e os meninos escalaram para invadir a festa do pijama do meu aniversário, há dois anos.Esta é a minha cama,minha cadeira, minha comoda.
Mas nesse momento tudo me pareceu estranho,como se esse não fosse meu lugar.Eu é que estou deslocada.E o pior é que sinto que pertenço a algum lugar, mas não consigo descobrir qual é.
Ontem eu estava cansada demais para ir ao primeiro dia de aula.Fleur pegou o horário para mim, eu não tive vontade de falar com ela ao telefone.Tia Tonks disse a todos que eu estava com jet lag e dormindo, mas ela me olhava de um jeito estranho no jantar.
Mas hoje vou ter que ver o pessoal.Temos que nos encontrar no estacionamento antes da aula.Sera que é por isso que estou assustada?Sera que tenho medo deles?
Hermione Granger parou de escrever.Olhou a ultima frase que escrevera e sacudiu a cabeça, a caneta pairando sobre o pequeno caderno de veludo azul.Depois, com um gesto repentino, ela levantou a cabeça e atirou caneta e caderno na grande janela da sacada, onde eles quicaram e caíram suavemente no assento acolchoado.
Era tudo tao completamente ridículo.
Desde quando ela,Hermione Granger, tinha medo de encontrar alguém?Desde quando tinha medo de alguma coisa? Ela se levantou e passou os bracos com raiva num quimono de seda vermelha.Nem olhou para o elaborado espelho vitoriano acima da comoda de cerejeira: sabia o que veria ali.Hermione Granger, descolada, cabelos castanhos e ondulados e magra, a que lançava moda, a veterana do Ensino Médio, a garota que todo menino queria ter e toda menina queria ser.Que agora tinha uma careta incomum na cara e a boca num biquinho.
Um banho quente e um café e vou me acalmar,pensou Hermione.O ritual matinal de se lavar e se vestir era tranquilizador e ela se demorou bastante nele, vasculhando as roupas novas de Paris. Por fim, escolheu um top rosa claro e um short branco de linho que a deixavam parecida com um sundae de chocolate com morango.Dá vontade de comer,pensou Hermione , e o espelho mostrou uma garota com um sorriso secreto.Seus temores anteriores derreteram, esquecidos.
-Hermione!Onde você esta?Vai se atrasar para a escola!-A voz veio fraquinha do primeiro andar.
Hermione passou a escova mais uma vez pelo cabelo ondulado e o prendeu atrás com uma fita rosa escuro.Depois pegou a mochila e desceu a escada.
Na cozinha, Rose, de 4 anos comia cereais á mesa e Tia Tonks queimava alguma coisa no fogão. Tia Tonks era o tipo de mulher que sempre parecia meio atrapalhada; tinha um rosto em forma de coração e meigo, e o cabelo roxo e curto.Hermione lhe plantou um beijo no rosto.
-Bom dia a todo mundo.Desculpe por não ter tempo para o café da manhã.
-Mas Hermione, você não pode sair sem comer nada.Precisa de proteína...
-Vou comprar um donut antes da aula-disse Hermione alegremente.Ela deu um beijo na cabeça de Rose e se virou para sair.
-E e provável que eu vá para a casa de Gina ou de Fleur depois da aula, então não me espere para o jantar.Tchau!
-Hermione...
Hermione já estava na porta da frente.Ela a fechou depois de passar,interrompendo os protestos distantes de Tia Tonks , e foi para a varanda.
E parou.
Todas as sensações ruins da manha tomaram-na de novo.A ansiedade, o medo.E a certeza de que algo horrível estava prestes a acontecer.
A Mapple Street estava deserta.As altas casas vitorianas pareciam estranhas e silenciosas, como se todas estivessem desocupadas, como as casas de um set abandonado.Todas davam a impressão de não conter gente ,mas sim, coisas estranhas que a observavam.
Era isso, alguma coisa a observava.O céu não estava azul,mas leitoso e opaco, como uma tigela gigante virada de cabeça para baixo.O ar era abafado e Hermione tinha certeza de que alguém a olhava.Ela teve um vislumbre de alguma coisa escura nos galhos do velho marmeleiro na frente da casa.
Era um corvo, empoleirado imóvel nas folhas amareladas.E era aquilo que a observava.
Ela tentou dizer a si mesma que isso era ridículo, mas de algum modo ela entendeu .Era o maior corvo que vira na vida, roliço e lustroso, com um arco-iris cintilando nas penas do dorso.Ela podia ver cada detalhe dele com clareza: as garras escuras e avidas, o bico afiado, um olho verde reluzindo.
Estava tao imóvel que podia ser um modelo de cera de uma ave pousada ali.Mas enquanto o olhava, Hermione sentiu corar aos poucos, o calor vindo em ondas pelo pescoço e as bochechas. Porque ele...olhava para ela.Da mesma maneira que os meninos olhavam quando ela usava um biquíni ou uma blusa transparente.Como se a estivesse despindo com os olhos.
Antes que percebesse o que fazia,ela largou a mochila e pegou uma pedra ao lado da entrada da casa.
-Sai daqui-disse ela, e ouviu a raiva tremer em sua voz.-Sai!Sai daqui!-Com a ultima palavra, ela atirou a pedra.
Houve uma explosão de folhas , mas o corvo voou sem se ferir.Suas asas eram imensas e o barulho que faziam parecia o de um bando inteiro de corvos.Hermione se agachou, de repente em panico, enquanto ele voava diretamente para sua cabeça, o vento das asas agitando seu cabelo castanho.
Mas ele subiu de novo e circulou, uma silhueta preta contra o céu branco como papel.Depois, com um grasnido áspero, voou para o bosque.
Hermione endireitou o corpo lentamente, depois olhou em volta, constrangida. Não acreditava no que acabara de fazer.Mas agora a ave se fora e o céu já parecia estar normal de novo.As folhas tremularam com uma brisa e Hermione respirou fundo.na rua, uma porta se abriu e varias crianças saíram, aos risos.
Ela sorriu para elas e respirou fundo de novo,o alivio dominando-a como a luz do sol.Como podia ter sido tao boba?Era um lindo dia,cheio de promessas, e nada de ruim ia acontecer.
Nada de ruim ia acontecer-exceto que ela ia chegar atrasada a escola,O pessoal todo estaria esperando por ela no estacionamento.
Eu posso muito bem dizer a todos que parei para atirar pedras num pervertido que andava me espionando,pensou ela e quase riu.ora essa, isso teria dado o que pensar.
Sem olhar para o marmeleiro que ficava para trás, Hermione começou a andar pela rua o mais rápido que pode.
O corvo se chocou com o alto de um carvalho imenso e a cabeça de Rony se voltou repentinamente por reflexo.Quando viu que era só um pássaro, relaxou.
Seus olhos voltaram para a forma branca e flácida em suas mãos e ele sentiu o rosto contorcer de arrependimento.Ele não pretendia mata-lo.Teria caçado alguma coisa maior do que um coelho se soubesse que estava com tanta fome.Mas e claro que isso que o assustava: jamais saberia a intensidade de sua fome ,ou o que poderia fazer para aplaca-la.Ele teve sorte por,desta vez, ter matado apenas um coelho.
Ele estava embaixo dos antigos carvalhos, a luz do sol infiltrando-se ate o cabelo alaranjado.De jeans e camiseta,Rony Potter parecia exatamente um aluno normal do Ensino Médio.
Mas não era.
Imerso no bosque, onde ninguém poderia vê-lo, ele foi se alimentar.Agora lambia meticulosamente as gengivas e os lábios,para se assegurar de não ter deixado nenhuma mancha.Ele não queria se arriscar.Este embute já seria difícil o suficiente sem isso.
Por um momento, ele se perguntou mais uma vez se devia desistir de tudo.talvez devesse voltar a Nova York, seu esconderijo.O que o fazia pensar que ele podia voltar ao mundo da luz do dia?
Mas ele estava cansado de viver nas sombras.Estava cansado da escuridão e das coisas que viviam nela.Acima de tudo, estava cansado de ficar só.
Ele não tinha certeza do motivo para ter escolhido Oxford, em Londres.Era uma cidade nova, pelos padrões dele;os prédios mais antigos haviam sido construídos apenas ha um ano e meio.Mas as lembranças e os fantasmas da Guerra Civil ainda viviam ali, tao reais quanto os supermercados e as lanchonetes.
Rony apreciava o respeito pelo passado.Pensou que talvez poderia vir a gostar das pessoas de Oxford.E talvez-só talvez-pudesse encontrar um lugar entre elas.
É claro que ele nunca seria completamente aceito.Um sorriso amargurado curvou seus lábios com essa ideia.Ele sabia muito bem que não havia esperança para isso.Nunca haveria um lugar onde ele pusesse se sentir inteiramente a vontade,onde pudesse ser verdadeiramente ele mesmo.
A não ser que ele escolhesse pertencer as sombras...
Ele afugentou essa ideia.havia renunciado a escuridão;deixara as sombras para trás.Estava riscando todos aqueles longos anos e com ecando do zero hoje.
Rony percebeu que ainda segurava o coelho.Delicadamente, depositou-o no leito das folhas marrons do carvalho.Ao longe, distante demais para os ouvidos humanos captarem, ele reconheceu os ruídos de uma raposa.
Venha,irmã caçadora,pensou ele com tristeza.Seu café da manhã a espera.
Enquanto pendurava o casaco no ombro,ele percebeu o corvo que o perturbara mais cedo.Ainda estava empoleirado no carvalho e parecia observá-lo.Havia algo de errado nisso.
Rony começou a se concentrar,examinando a ave, mas se deteve.lembre-se de sua promessa,pensou.Não use os Poderes a não ser que seja absolutamente necessário.A não ser que não aja alternativa.
Movendo-se quase em silencio em meio as folhas mortas e galhos secos, ele chegou a beira do bosque.Seu carro estava estacionado ali.Ele olhou para trás, uma vez, e viu que o corvo havia deixado os galhos e descera ate o coelho.
Havia alguma coisa sinistra no modo como ele abria as asas sobre o corpo flácido e branco,algo funesto e triunfante.Rony hesitou por um instante e quase correu para afugentar o pássaro.Ainda assim,a ave tinha tanto o direito de comer quanto a raposa,lembrou a si mesmo.
Tanto direito quanto ele próprio.
Se ele encontrasse a ave de novo,olharia em sua mente,decidiu. Então, Rony tirou os olhos do corvo e correu pelo bosque, com o queixo empinado. Não queria se atrasar para as aulas na Hogwarts High School.
Nota da autora: Bom,primeiro capitulo esta ai!Nossa, o Rony ficou bem legal sendo o Stefan, não foi?E putz, mal o Harry já apareceu(ainda que em forma de corvo) e já ta mostrando o seu lado pervo na fic...Vai me doer tanto mudar o sobrenome do nosso ruivinho,mimimi...Bom, ate o próximo capitulo!
Última edição por Emma Grint Somerhalder em Qui Nov 10, 2011 3:13 pm, editado 2 vez(es)
Emma Grint Somerhalder- Mensagens : 80
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Idade : 34
Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Aii Emma eu amei o cap!!!
O Rony como o Stefan , o Harry como o Damon e a Hermione como a Elena ficaram perfeitos!!!
Amei sua ideia de juntar HP com DV!!!Afinal amo os dois hehehe
Enfim...Qndo tem mais??
Bjokass
O Rony como o Stefan , o Harry como o Damon e a Hermione como a Elena ficaram perfeitos!!!
Amei sua ideia de juntar HP com DV!!!Afinal amo os dois hehehe
Enfim...Qndo tem mais??
Bjokass
JúhSalvatore:)- Mensagens : 63
Pontos : 4929
Data de inscrição : 11/10/2011
Idade : 25
Localização : Lá na placa: "Volte, fim do mundo"
Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Que bom que gostou,Juh *_*Acho q esse final de semana(no máximo sábado) eu posto o novo cap!Bjos!
Emma Grint Somerhalder- Mensagens : 80
Pontos : 4999
Data de inscrição : 11/08/2011
Idade : 34
Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Olá será que para contribuir com a organização do fórum poderia colocar em que Status se encontra a sua Fanfic na frente ou no *subtitulo do tópico?
Por Exemplo:[Em Andamento]Organização.
Assim ajuda a fazer com que seus leitores possam ficar mais informados em que modo está a Fanfic.Obrigada ^^
*Quanso me refiro a Subtitulo é parte onde se encontra escrito Descrição na criação do tópico
Por Exemplo:[Em Andamento]Organização.
Assim ajuda a fazer com que seus leitores possam ficar mais informados em que modo está a Fanfic.Obrigada ^^
*Quanso me refiro a Subtitulo é parte onde se encontra escrito Descrição na criação do tópico
Nanda- Admin
- Mensagens : 1014
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Data de inscrição : 13/07/2011
Idade : 27
Localização : S.H.I.E.L.D
Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Se sua fic está no lugar errado (Andamento, Paradas, Concluidas, ou Short Fic), peço desculpas, e, por favor, peço que me mande uma MP pedindo para mudar de lugar. Obrigada^^
Eloo- Admin
- Mensagens : 2414
Pontos : 9881
Data de inscrição : 11/07/2011
Idade : 27
Localização : Nárnia :B
Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Capitulo 2
Hermione foi cercada no instante em que entrou no estacionamento da escola.Todos estavam ali,toda a turma que ela não via desde julho,alem de quatro ou cinco seguidoras que tinham a esperança de adquirir popularidade por associação.Ela aceitou um por um os abraços de boas-vindas de seu grupo.
Lilá tinha crescido pelo menos uns 3 centímetros e estava mais magra e mais parecida com uma modelo da Vogue do que nunca.Ela cumprimentou Hermione friamente e recuou de novo, com os olhos castanhos estreitos.
Gina não tinha crescido nada, e seu cabelo ruivo e levemente ondulado teve que ser afastado para trás, enquanto ela atirava os bracos para abracar a amiga.Perai um minutinho-ondas?,pensou Hermione.Ela empurrou a menina mais baixa.
-Gina!O que você fez com o seu cabelo?
-Gostou?Acho que me deixa mais alta-Gina colocou uma mecha do cabelo atras da orelha e sorriu,os olhos castanhos cintilando de empolgação,a cara iluminada.
Hermione se afastou.
-Fleur. Você não mudou nada.
Esse abraco foi igualmente caloroso,de ambas as partes.Ela sentiu falta de Fleur mais do que qualquer outra pessoa,pensou Hermione,olhando a menina alta.Fleur nunca usava maquiagem nenhuma,mas com a pele clara perfeita e os cílios claros e leves,ela não precisava.Agora tinha uma elegante sobrancelha erguida ao examinar Hermione.
-Bom,seu cabelo esta dois tons mais escuros do que o normal...mas cade o bronzeado?Pensei que você tivesse ficado em Nova York.
-Você sabe que eu nunca me bronzeio.-Hermione ergueu as mãos para sua própria inspeção.A pele era morena, como castanha, mas quase tao morena quanto a de Gina.
-Perai,isso me lembra uma coisa-intrometeu-se Gina,pegando a mão de Hermione.-Adivinha só o que meu primo me ensinou neste verão?-Antes que alguém pudesse falar,ela informou,triunfante:-Leitura das mãos!
Houve grunhidos e alguns risos.
-Podem rir a vontade-disse Gina,sem se deixar perturbar.-Meu primo disse que eu sou sensitiva.Agora vamos ver...-ela olhou a palma da mão de Hermione.
-Rápido, ou vamos chegar atrasadas-disse Hermione, com certa impaciência.
-Tudo bem,tudo bem.Agora,esta e a linha da sua vida..Ou sera a linha do coração?-No grupo, alguém deu uma risadinha.-Silencio,estou alcançando o vazio.Eu vejo,eu vejo...-De repente,Gina ficou pálida,como se tivesse se assustado.Seus olhos castanhos se arregalaram,mas ela não parecia mais estar olhando a mão de Hermione.Era como se olhasse através dela-para alguma coisa apavorante.
-Vai conhecer um estrangeiro alto e moreno-murmurou Fleur atras dela.Houve uma explosão de risadas.
-Estrangeiro,sim, mas de altura mediana e com cabelos alaranjados,meio ruivos.
A voz de Gina era rouca e distante.
-Mas-continuou ela depois de um momento, parecendo confusa-,antigamente ele era de altura mediana.-Seus olhos castanhos arregalados ergueram-se para Hermione,assombrados.-Mas isso é impossível...não é?-Ela largou a mão de Hermione, quase atirando-a longe.-Não quero ver mais nada.
-Tudo bem,acabou o show,vamos-disse Hermione as outras,vagamente irritada.Ela sempre achava que os truques de paranormal eram isso: truques. Então porque ficara aborrecida?So porque esta manhã ela mesma quase teve um ataque de panico...
As meninas partiram para o prédio da escola,mas o ronco de um motor bem regulado as fez parar.
-Uau!-disse Lilá,olhando.-Um carro e tanto.
-Um Porsche e tanto-corrigiu-a Fleur,secamente.
O 911 turbo preto e reluzente ronronou pelo estacionamento,procurando uma vaga,movendo-se com a indolência de uma pantera aproximando-se da presa.
Quando o carrou parou, a porta se abriu e elas olharam para o motorista.
-Ai,meu Deus-sussurrou Lilá.
-Ai meu Deus mesmo-cochichou Gina.
De onde estava, Hermione podia ver um corpo nem muito magro e nem muito musculoso.Jeans desbotados eque ele provavelmen te tinha de tirar a noite,camiseta apertada e uma jaqueta de couro,de corte incomum.O cabelo era curto,meio cacheado,meio liso e de um alaranjado,quase ruivo.
Mas ele não era alto.Tinha altura mediana.
Hermione soltou a respiração.
-Quem é esse mascarado?-disse Fleur.
E a observação era correta-oculos de sol cobriam totalmente os olhos do rapaz,ocultando-os como uma mascara.
-Esse estranho mascarado-disse outra pessoa, e um tagarelar de vozes se elevou.
-Viu a jaqueta?E americana, de Nova York.
-Como você sabe?Nunca na vida você foi alem de Paris, na França.
-Epa.Hermione esta com aquele olhar de novo.O olhar da caçadora.
-E melhor que o Alto-Moreno-e-Bonito tenha cuidado.
-Ele não e baixo;e perfeito!
Em meio a tagarelice, a voz de Lilá de repente se destacou.
-Ah,da um tempo,Hermione. Você já tem o Cedrico.O que mais você quer?O que pode fazer com os dois que não pode fazer com um?
-A mesma coisa...So que por mais tempo-disse Fleur, numa voz arrastada e o grupo se dissolveu em risos.
O menino tinha trancado o carro e andava para a escola.Despreocupadamente,Hermione partiu atras dele, as outras meninas em seu encalço num grupo estreito.Por um instante, a irritação borbulhou dentro dela.Sera que não podia ir a lugar nenhum sem um desfile em seus calcanhares?Mas Fleur pegou o olhar dela e ela sorriu a contragosto.
-Noblesse oblige-disse Fleur delicadamente.
-Como e?
-Se quiser ser a rainha da escola, tem que aguentar as consequências.
A declaração fez Hermione franzir a testa enquanto elas entravam no prédio.Um longo corredor se estendia a frente e uma figura de jeans e jaqueta de couro desaparecia por uma porta a frente.Hermione reduziu o passo ao seguir para a secretaria,finalmente parando para olhar pensativamente as mensagens no quadro de cortiça ao lado da porta.Havia uma grande janela ali, através da qual toda a sala ficava visível.
As meninas olhavam abertamente a janela e riam.
-Bela visão de trás.
-Isso definitivamente é uma jaqueta Armani.
-Acham que ele é de outro estado?
Hermione aguçava os ouvidos, tentando escutar o nome do menino.Parecia haver uma especie de problema ali: a Sra.Minerva, a secretaria de admissão,olhava a lista e sacudia a cabeça.O menino disse alguma coisa e a Sra.Minerva ergueu as mãos num gesto de ''O que eu posso fazer?''Ela passou o dedo pela lista e sacudiu a cabeça de novo, conclusivamente.O menino começou a se virar,depois voltou.E quando a Sra.Minerva olhou para ele de novo,sua expressão se transformou.
Agora os óculos de sol estavam nas mãos do garoto.A Sra.Minerva pareceu se assustar com alguma coisa; Hermione a viu piscar varias vezes.Seus lábios se abriram e se fecharam como se ela tentasse falar.
Hermione queria poder ver mais do que a parte de trás da cabeça do menino.A Sra.Minerva remexia em pilhas de papeis, parecendo confusa.Por fim, encontrou uma especie de formulário e escreveu nele,depois o virou e empurrou para o garoto.
O menino escreveu brevemente no formulário-assinando, provavelmente-e o devolveu.A Sra,Minerva fitou o papel por um segundo, depois remexeu em outra pilha de papeis,passando-lhe por fim o que parecia ser um horario de aulas.Os olhos dela não desgrudavam do menino,enquanto ele o pegava,inclinava a cabeça para agradecer e se virava para a porta.
Hermione agora estava louca de curiosidade.O que tinha acontecido ali.E como seria a cara desse estranho?Mas enquanto saia da sala, ele recolocou os oculos escuros.A decepção a acossou.
Ainda assim, ela podia ver o resto de seu rosto enquanto ele parava a porta.Os cabelos alaranjados,meio ruivos emolduravam feições tao elegantes que pareciam ter sido extraídas de uma moeda: macas do rosto altas, nariz um tanto grande,mas ainda assim reto e clássico...E uma boca de tirar o sono da gente a noite,pensou Hermione.O lábio superior era meio sensível, muito sensual.A tagarelice das meninas no corredor parou,como se alguém tivesse desligado um interruptor.
A maioria agora se afastava dele,olhando para todo canto,menos para sua direção.Hermione manteve-se perto da janela, e atirou um pouco a cabeça,puxando o elástico do cabelo,para que ele caísse solto nos ombros.
Sem olhar para os lados, o menino andou pelo corredor.Um coro de suspiros e cochichos irrompeu no momento que ele não podia ouvir mais nada.
Hermione não escutou nada disso.
Ele passou direto por ela,pensou pasma.Passou direto,sem nem olhar.
Vagam ente,ela percebeu que o sinal estava tocando.Fleur puxava seu braço.
-Que foi?
-Eu disse,aqui esta o seu horário.Temos trigonometria no segundo andar agora.Vamos!
Hermione deixou que Fleur a empurrasse pelo corredor,subindo a escada e entrando na sala de aula.Ela deslizou automaticamente para uma cadeira vaga e fixou os olhos na professora,sem realmente vê-la na frente da sala.O choque ainda não havia passado.
Ele passou direto.Sem nem olhar.Ela não conseguia se lembrar ha quanto tempo um menino tinha feito isso.Todos eles olhavam,no minimo.Alguns assoviavam.Alguns paravam para falar.Outros só encaravam
E tudo sempre esteve muito bem para Hermione.
Afinal,o que era mais importante do que os meninos?Eles eram o ponto de referencia de sua popularidade,de sua beleza.E eles podiam ser uteis para todo o tipo de coisa.As vezes eles eram excitantes,mas em geral isso não durava muito.As vezes eles davam calafrios desde o inicio.
A maioria dos meninos,pensou Hermione,eram como filhotinhos de cachorro.lindos,mas dispensáveis.Muito poucos podiam ser mais do que isso,podiam ser amigos de verdade.Como Cedrico.
Ah,Cedrico.No ano anterior,ela tinha esperança de que ele fosse o cara que procurava,o menino que podia faze-la sentir...Bom, alguma coisa a mais.Mais do que o prazer que vinha do triunfo ao realizar uma conquista,o orgulho de mostrar sua nova aquisição para as outras meninas.E Hermione passara mesmo a sentir um forte afeto por Cedrico.Mas no verão, quando ela teve tempo para pensar,percebeu que o afeto era de uma prima ou irmã.
A Sra.Trelawney entregava os livros de trigonometria.Hermione pegou o dela mecanicamente e escreveu o nome no interior,ainda imersa em pensamentos.
Ela gostava mais de Cedrico do que qualquer outro menino que conhecia.E era por isso que ia ter que dizer a ele que acabara.
Ela não soube como lhe dizer isso por carta. não sabia como dizer a ele agora. Não era medo de que ele desse um ataque;ele simplesmente não entenderia.Ela mesma não entendia direito.
Era como se Hermione sempre estivesse procurando...alguma coisa.So que quando ela pensava ter conseguido, não era aquilo.Nao foi com Cedrico, nem com nenhum dos meninos que teve.
E depois tinha que começar tudo de novo.Felizmente,sempre havia material novo.Nenhum menino ate agora resistira a ela,e nenhum menino a ignorara.Até agora.
Até agora.Lembrando o menino no corredor, Hermione descobriu que seus dedos estavam agarrados a caneta.Ela ainda não acreditava que ele havia a esnobado daquela maneira.
O sinal tocou e todos saíram da sala,mas Hermione parou na porta.Mordeu o lábio,olhando o rio de alunos que fluía pelo corredor.Depois localizou uma das seguidoras do estacionamento.
-Luna!Vem cá!
Luna se aproximou ansiosamente,a cara iluminando-se.
-Olha,Luna,se lembra daquele menino hoje de manhã?
-Com o Porsche e aquele...er... patrimônio todo?Como eu poderia esquecer?
-Bom,eu quero o horário de aulas dele.Pegue na secretaria,se puder,ou copie dele,se for preciso.Mas consiga!
Luna pareceu surpresa por um momento,depois sorriu e disse:
-Tudo bem,Hermione,vou tentar.Encontro você no almoço, se conseguir alguma coisa.
-Obrigada.-Hermione viu a menina ir embora.
-Sabe de uma coisa, você é mesmo maluca-disse a voz de Fleur no ouvido dela.
-Para que serve ser rainha da escola se eu não puder usar uma súdita de vez em quando?-respondeu Hermione calmamente.-Aonde eu vou agora?
-Conhecimentos gerais.Tome,pegue você mesma.-Fleur empurrou um horário para ela-Tenho que correr para a aula de química.Até mais!
A aula de conhecimentos gerais e o resto da manhã passaram num borrão.Hermione esperava ter outro vislumbre do novo aluno,mas ele não estava em nenhuma de suas turmas.Cedrico estava em uma delas e ela sentiu uma agonia quando os olhos castanhos dele encontraram os dela com um sorriso.
Depois do sinal do almoço, ela olhava para a direita e a esquerda, cumprimentando quem passava por ela a caminho do refeitório.Lilá estava do lado de fora,numa pose despreocupada, junto a uma parede,de queixo erguido,os ombros para trás,os quadris para a frente.Os dois meninos com quem ela falava se calaram e se cutucaram, ao ver Hermione se aproximar.
-Oi-disse hermione brevemente aos meninos,e para Lilá:-Pronta para ir comer?
Os olhos castanhos de Lilá mal se voltaram para Hermione e ela tirou o cabelo castanho e brilhante do rosto.
-Onde,na mesa real?-disse ela.
Hermione tomou um susto.Ela e Lilá eram amigas desde o jardim de infância e elas sempre competiam de bom humor.Mas ultimamente alguma coisa acontecera com Lilá.Ela começara a levar a rivalidade cada vez mais a serio.E agora hermione estava surpresa com a amargura na voz da menina.
-Bom, não seria assim se você fosse um a plebeia-disse ela alegremente.
-Ah,nisso você tem razão-disse Lilá ,voltando-se para encarar Hermione.Aqueles olhos castanhos estavam semicerrados e enevoados e Hermione ficou chocada com a hostilidade que viu ali.Os dois meninos sorriam inquietos e se afastaram.
Lilá não pareceu perceber.
-Muita coisa mudou enquanto você esteve fora neste verão,Hermione-continuou ela.-E talvez sua época no trono tenha passado.
Hermione corou;podia sentir.Ela lutou para manter a voz estável.
-Talvez-disse ela-mas se eu fosse você, eu ainda não compraria um cetro,Lilá.-Ela se virou e foi para o refeitório.
Foi um alivio ver Fleur e Gina e Luna ao lado delas.hermione sentiu o rosto esfriar enquanto escolhia o almoço e ia se juntar as meninas.Ela não ia deixar que Lilá a perturbasse; não ia pensar em Lilá em momento algum.
-Consegui-disse Luna,agitando uma folha de papel enquanto Hermione se sentava.
-E eu tenho informações quentes-disse Gina,cheia de importância.-Hermione,ouve só isso.Ele esta na minha turma de biologia e me sentei bem de frente para ele.O nome dele é Rony,Rony Potter,e ele é de Nova York,e esta hospedado com a velha Sra.Umbridge nos limites da cidade.-Ela suspirou.-Ele é tao romantico.Lilá deixou cair os livros e ele os pegou para ela.
Hermione franziu a testa.
-Mas que falta de jeito de Lilá.O que mais aconteceu?
-Bom,foi só isso.Ele não chegou a falar com ela.Ele e muuuuuito misterioso,entendeu?A Sra.Vector,minha professora de biologia, tentou fazer com que ele tirasse os óculos,mas ele não tirou.Ele tem um problema de saúde.
-Que problema de saúde?
-Eunão sei.Talvez seja terminal e os dias dele sejam contados.Isso não seria romântico?
-Ah,muito-disse Fleur.
Hermione olhava a folha de papel de Luna,mordendo o labio.
-Ele esta no meu setimo tempo,historia europeia.Alguem mais esta nessa turma?
-Eu-disse Gina-E acho que a Lilá também.Ah, e talvez o Cedrico;ele disse alguma coisa ontem sobre a sote que tinha,pegando o Sr.Snape.
Maravilhoso,pensou Hermione,pegando um garfo e apunhalando o purê de batatas.parecia que o sétimo tempo ia ser extrememente interessante.
Rony estava feliz porque o dia de aula estava terminando.Ele queria sair daquelas salas e corredores apinhados, só por alguns minutos.
tantas mentes.A pressão de tantos padrões de pensamento,tantas vozes mentais que o cercavam,deixava-o atordoado.Ja fazia anos em que ele estivera em um enxame de gente como esse.
Uma mente em particular se destacava das outras.Estava entre aquelas que o olharam no corredor principal do prédio da escola.Ele não sabia como ela era,mas sua personalidade era poderosa.Rony tinha certeza de que a reconheceria.
Até agora,pelo menos, ele sobrevivera ao primeiro dia de embuste.Tinha usado os Poderes duas vezes,e com parcimônia.Mas estava cansado, e admitiu com tristeza,faminto.O coelho não fora suficiente.
Preocupe-se com isso depois.Ele encontrou sua ultima sala de aula e se sentou.E de imediato sentiu a presença daquela mente de novo.
Ela brilhava a beira da sua consciência,uma luz dourada,suave e no minimo,vibrante.E,pela primeira vez, ele pode focalizar a menina de onde vinha a luz.Estava sentada bem na frente dele.
No instante em que Rony pensava nisso,ela se virou e ele viu seu rosto.Foi uma luta para Rony não ofegar de choque.
Cho!Mas e claro que não podia ser.Cho estava morta; ninguém sabia disso melhor que ele.
Ainda assim,a semelhança era sobrenatural.Aquele cabelo castanho,mas tão marrom,que o fazia pensar em chocolate ou avelã,.Aquela pele cremosa, que o fazia pensar em cisnes , ou ainda em alabastro,corando num rosa fraco acima das maçãs do rosto.E os olhos.Os olhos de Cho tinham uma cor que ele nunca vira antes,mais escuro do que o mais delicioso dos chocolates que já comera, ou ainda saturados com o pedras-do-sol em sua tiara de joias na cabeça.Essa menina tinha os mesmos olhos.
E estavam fixos nele,enquanto ela sorria.
Ele baixou a cabeca e se desviou do sorriso rapidamente.De todas as coisas, não queria pensar em Cho. Não queria olhar para aquela,que o lembrava dela, e não queria sentir mais a presença dela.Ele manteve os olhos na mesa,bloqueando sua mente com a maior intensidade que pode.E por fim,lentamente,ela se virou de novo.
Ela estava magoada.Mesmo através do bloqueio,ele podia sentir isso.Ele não se importava.na realidade,Rony ficou feliz e teve esperanças de que isso a mantivesse afastada dele.Alem dessa esperança,ele não tinha nenhum sentimento por ela.
Ele ficou dizendo isso a si mesmo enquanto estava sentado, o zunido da voz do professor derramando-se nele,sem ser ouvida.Mas ele podia sentir um toque sutil de perfume-violetas,pensou ele.E o pescoço magro e moreno da menina estava curvado sobre o livro, o cabelo castanho caindo de lado.
Com raiva e frustração,ele reconheceu a sensação tentadora em seus dentes- mais uma coceira ou um formigamento do que uma dor.Era uma fome, uma fome especifica.E não era uma fome que ele estava disposto a ceder.
O professor andava pela sala como um morcegão gigante,fazendo perguntas,e Rony deliberadamente fixou sua atenção no homem.De inicio,ele ficou confuso,porque embora nenhum dos alunos soubesse as respostas,as perguntas continuavam sendo feitas.Depois ele percebeu que este era o proposito do homem.Envergonhar os alunos com o que eles não sabiam.
Agora ele tinha encontrado outra vitima, uma menina baixinha, de cabelos ruivos levemente ondulados e um rosto comum,mas ainda assim,bonito.Rony olhou com desprazer,enquanto o professor a metralhava de perguntas.Ela parecia infeliz quando ele se afastava dela para se voltar para toda a turma.
-Entenderam o que eu quis dizer?Vocês acham que são o máximo; vocês agora que estão no ultimo ano,se preparando para a formatura.Bem,posso lhes dizer que alguns não estão preparados.nem para o jardim de infância.Como esta aqui!-ele gesticulou para a menina ruiva.-Não faz ideia do que foi a Revolução Francesa.Acha que Maria Antonieta era uma estrela de filme mudo.
Os alunos em volta de Rony se remexiam,pouco a vontade.Ele podia sentir o ressentimento em suas mentes,e a humilhação.E o medo.Todos temiam aquele cara alto e magro, com olhos negros feito besouros,até os rapazes musculosos,que eram mais altos do que ele.
-Muito bem,vamos tentar outra época-O professor voltou a mesma menina que estava interrogando-Durante o Renascimento...-Ele se interrompeu.-Voce sabe o que é o Renascimento, não sabe?O período entre os seculos XIII e XVII,em que a Europa descobriu as grandes ideias da Grécia e da Roma antigas?O período em que gerou tantos dos maiores artistas e pensadores da Europa?-Quando a menina assentiu confusa,ele continuou.-Durante o Renascimento, o que os estudantes da sua idade faziam na escola?E então?Alguma ideia?Algum chute?
A menina engoliu em seco.Com um sorriso amarelo,disse:
-Jogavam futebol?
As gargalhadas que se seguiram,a cara do professor escureceu.
-Dificilmente!-rebateu ele e a turma se aquietou.-Voce acha que isso é uma piada?Bem,naquele tempo,os estudantes de sua idade já eram proficientes em varias línguas. Também dominavam a logica,a matemática,a astronomia,a filosofia e a gramatica.Eles estavam prontos para ir para a universidade,em que cada curso era ministrado em latim.Futebol seria a ultima coisa em...
-Com licença.
A voz baixa interrompeu o professor no meio de sua arenga.Todos se voltaram para Rony.
-O que?O que você disse?
-Eu disse com licença-repetiu Rony, tirando os óculos e se levantando.-Mas o senhor esta enganado.Os estudantes do Renascimento eram estimulados a participar de jogos.Eles aprendiam que um corpo saudável acompanha uma mente saudável.E eles certamente participavam de esportes de equipe,como o críquete, o tênis...e ate o futebol.-Ele se virou para a ruiva e ela retribuiu o sorriso,agradecida.-Mas as coisas mais importantes que eles aprendiam eram boas maneiras e cortesia.Tenho certeza que seu livro lhe dirá isso.
Os alunos sorriram.A cara do professor estava vermelha feito sangue e seus olhos soltavam faíscas.Mas Rony continuou olhando fixo para ele,e depois de mais um minuto foi o professor que teve que virar a cara.
O sinal tocou.
Rony recolocou os óculos e rapidamente pegou os seus livros.Ja atraíra mais atenção para si do que devia e não teria que ver a menina castanha de novo.Alem disso,ele precisava sair dali rapidamente;havia uma ardência conhecida em suas veias.
Ao chegar a porta, alguém gritou:
-Ei!Eles jogavam futebol mesmo naquela época?
Ele não pode deixar de lançar um sorriso por sobre o ombro.
-Ah,sim.As vezes com cabeças decepadas de prisioneiros de guerra.
Hermione o olhou partir.Ele deliberadamente a evitara.Ele a esnobara de proposito ,e na frente de Lilá,que ficou olhando como um falcão.Lagrimas ardiam em seus olhos,mas no momento só uma ideia ardia em sua mente.
Ela o teria,mesmo que isso a matasse.Mesmo que matando os dois,ele seria dela.
Nota da autora:Mais um capitulo pronto*_*Nossa, agora sim,e oficial: o nosso ruivinho ficou divino sendo o Stef, não*_________*?E mal posso esperar pra começar a escrever o próximo cap, que e o primeiro que o Harry aparece como o Damon*_________________*Ate la!
Hermione foi cercada no instante em que entrou no estacionamento da escola.Todos estavam ali,toda a turma que ela não via desde julho,alem de quatro ou cinco seguidoras que tinham a esperança de adquirir popularidade por associação.Ela aceitou um por um os abraços de boas-vindas de seu grupo.
Lilá tinha crescido pelo menos uns 3 centímetros e estava mais magra e mais parecida com uma modelo da Vogue do que nunca.Ela cumprimentou Hermione friamente e recuou de novo, com os olhos castanhos estreitos.
Gina não tinha crescido nada, e seu cabelo ruivo e levemente ondulado teve que ser afastado para trás, enquanto ela atirava os bracos para abracar a amiga.Perai um minutinho-ondas?,pensou Hermione.Ela empurrou a menina mais baixa.
-Gina!O que você fez com o seu cabelo?
-Gostou?Acho que me deixa mais alta-Gina colocou uma mecha do cabelo atras da orelha e sorriu,os olhos castanhos cintilando de empolgação,a cara iluminada.
Hermione se afastou.
-Fleur. Você não mudou nada.
Esse abraco foi igualmente caloroso,de ambas as partes.Ela sentiu falta de Fleur mais do que qualquer outra pessoa,pensou Hermione,olhando a menina alta.Fleur nunca usava maquiagem nenhuma,mas com a pele clara perfeita e os cílios claros e leves,ela não precisava.Agora tinha uma elegante sobrancelha erguida ao examinar Hermione.
-Bom,seu cabelo esta dois tons mais escuros do que o normal...mas cade o bronzeado?Pensei que você tivesse ficado em Nova York.
-Você sabe que eu nunca me bronzeio.-Hermione ergueu as mãos para sua própria inspeção.A pele era morena, como castanha, mas quase tao morena quanto a de Gina.
-Perai,isso me lembra uma coisa-intrometeu-se Gina,pegando a mão de Hermione.-Adivinha só o que meu primo me ensinou neste verão?-Antes que alguém pudesse falar,ela informou,triunfante:-Leitura das mãos!
Houve grunhidos e alguns risos.
-Podem rir a vontade-disse Gina,sem se deixar perturbar.-Meu primo disse que eu sou sensitiva.Agora vamos ver...-ela olhou a palma da mão de Hermione.
-Rápido, ou vamos chegar atrasadas-disse Hermione, com certa impaciência.
-Tudo bem,tudo bem.Agora,esta e a linha da sua vida..Ou sera a linha do coração?-No grupo, alguém deu uma risadinha.-Silencio,estou alcançando o vazio.Eu vejo,eu vejo...-De repente,Gina ficou pálida,como se tivesse se assustado.Seus olhos castanhos se arregalaram,mas ela não parecia mais estar olhando a mão de Hermione.Era como se olhasse através dela-para alguma coisa apavorante.
-Vai conhecer um estrangeiro alto e moreno-murmurou Fleur atras dela.Houve uma explosão de risadas.
-Estrangeiro,sim, mas de altura mediana e com cabelos alaranjados,meio ruivos.
A voz de Gina era rouca e distante.
-Mas-continuou ela depois de um momento, parecendo confusa-,antigamente ele era de altura mediana.-Seus olhos castanhos arregalados ergueram-se para Hermione,assombrados.-Mas isso é impossível...não é?-Ela largou a mão de Hermione, quase atirando-a longe.-Não quero ver mais nada.
-Tudo bem,acabou o show,vamos-disse Hermione as outras,vagamente irritada.Ela sempre achava que os truques de paranormal eram isso: truques. Então porque ficara aborrecida?So porque esta manhã ela mesma quase teve um ataque de panico...
As meninas partiram para o prédio da escola,mas o ronco de um motor bem regulado as fez parar.
-Uau!-disse Lilá,olhando.-Um carro e tanto.
-Um Porsche e tanto-corrigiu-a Fleur,secamente.
O 911 turbo preto e reluzente ronronou pelo estacionamento,procurando uma vaga,movendo-se com a indolência de uma pantera aproximando-se da presa.
Quando o carrou parou, a porta se abriu e elas olharam para o motorista.
-Ai,meu Deus-sussurrou Lilá.
-Ai meu Deus mesmo-cochichou Gina.
De onde estava, Hermione podia ver um corpo nem muito magro e nem muito musculoso.Jeans desbotados eque ele provavelmen te tinha de tirar a noite,camiseta apertada e uma jaqueta de couro,de corte incomum.O cabelo era curto,meio cacheado,meio liso e de um alaranjado,quase ruivo.
Mas ele não era alto.Tinha altura mediana.
Hermione soltou a respiração.
-Quem é esse mascarado?-disse Fleur.
E a observação era correta-oculos de sol cobriam totalmente os olhos do rapaz,ocultando-os como uma mascara.
-Esse estranho mascarado-disse outra pessoa, e um tagarelar de vozes se elevou.
-Viu a jaqueta?E americana, de Nova York.
-Como você sabe?Nunca na vida você foi alem de Paris, na França.
-Epa.Hermione esta com aquele olhar de novo.O olhar da caçadora.
-E melhor que o Alto-Moreno-e-Bonito tenha cuidado.
-Ele não e baixo;e perfeito!
Em meio a tagarelice, a voz de Lilá de repente se destacou.
-Ah,da um tempo,Hermione. Você já tem o Cedrico.O que mais você quer?O que pode fazer com os dois que não pode fazer com um?
-A mesma coisa...So que por mais tempo-disse Fleur, numa voz arrastada e o grupo se dissolveu em risos.
O menino tinha trancado o carro e andava para a escola.Despreocupadamente,Hermione partiu atras dele, as outras meninas em seu encalço num grupo estreito.Por um instante, a irritação borbulhou dentro dela.Sera que não podia ir a lugar nenhum sem um desfile em seus calcanhares?Mas Fleur pegou o olhar dela e ela sorriu a contragosto.
-Noblesse oblige-disse Fleur delicadamente.
-Como e?
-Se quiser ser a rainha da escola, tem que aguentar as consequências.
A declaração fez Hermione franzir a testa enquanto elas entravam no prédio.Um longo corredor se estendia a frente e uma figura de jeans e jaqueta de couro desaparecia por uma porta a frente.Hermione reduziu o passo ao seguir para a secretaria,finalmente parando para olhar pensativamente as mensagens no quadro de cortiça ao lado da porta.Havia uma grande janela ali, através da qual toda a sala ficava visível.
As meninas olhavam abertamente a janela e riam.
-Bela visão de trás.
-Isso definitivamente é uma jaqueta Armani.
-Acham que ele é de outro estado?
Hermione aguçava os ouvidos, tentando escutar o nome do menino.Parecia haver uma especie de problema ali: a Sra.Minerva, a secretaria de admissão,olhava a lista e sacudia a cabeça.O menino disse alguma coisa e a Sra.Minerva ergueu as mãos num gesto de ''O que eu posso fazer?''Ela passou o dedo pela lista e sacudiu a cabeça de novo, conclusivamente.O menino começou a se virar,depois voltou.E quando a Sra.Minerva olhou para ele de novo,sua expressão se transformou.
Agora os óculos de sol estavam nas mãos do garoto.A Sra.Minerva pareceu se assustar com alguma coisa; Hermione a viu piscar varias vezes.Seus lábios se abriram e se fecharam como se ela tentasse falar.
Hermione queria poder ver mais do que a parte de trás da cabeça do menino.A Sra.Minerva remexia em pilhas de papeis, parecendo confusa.Por fim, encontrou uma especie de formulário e escreveu nele,depois o virou e empurrou para o garoto.
O menino escreveu brevemente no formulário-assinando, provavelmente-e o devolveu.A Sra,Minerva fitou o papel por um segundo, depois remexeu em outra pilha de papeis,passando-lhe por fim o que parecia ser um horario de aulas.Os olhos dela não desgrudavam do menino,enquanto ele o pegava,inclinava a cabeça para agradecer e se virava para a porta.
Hermione agora estava louca de curiosidade.O que tinha acontecido ali.E como seria a cara desse estranho?Mas enquanto saia da sala, ele recolocou os oculos escuros.A decepção a acossou.
Ainda assim, ela podia ver o resto de seu rosto enquanto ele parava a porta.Os cabelos alaranjados,meio ruivos emolduravam feições tao elegantes que pareciam ter sido extraídas de uma moeda: macas do rosto altas, nariz um tanto grande,mas ainda assim reto e clássico...E uma boca de tirar o sono da gente a noite,pensou Hermione.O lábio superior era meio sensível, muito sensual.A tagarelice das meninas no corredor parou,como se alguém tivesse desligado um interruptor.
A maioria agora se afastava dele,olhando para todo canto,menos para sua direção.Hermione manteve-se perto da janela, e atirou um pouco a cabeça,puxando o elástico do cabelo,para que ele caísse solto nos ombros.
Sem olhar para os lados, o menino andou pelo corredor.Um coro de suspiros e cochichos irrompeu no momento que ele não podia ouvir mais nada.
Hermione não escutou nada disso.
Ele passou direto por ela,pensou pasma.Passou direto,sem nem olhar.
Vagam ente,ela percebeu que o sinal estava tocando.Fleur puxava seu braço.
-Que foi?
-Eu disse,aqui esta o seu horário.Temos trigonometria no segundo andar agora.Vamos!
Hermione deixou que Fleur a empurrasse pelo corredor,subindo a escada e entrando na sala de aula.Ela deslizou automaticamente para uma cadeira vaga e fixou os olhos na professora,sem realmente vê-la na frente da sala.O choque ainda não havia passado.
Ele passou direto.Sem nem olhar.Ela não conseguia se lembrar ha quanto tempo um menino tinha feito isso.Todos eles olhavam,no minimo.Alguns assoviavam.Alguns paravam para falar.Outros só encaravam
E tudo sempre esteve muito bem para Hermione.
Afinal,o que era mais importante do que os meninos?Eles eram o ponto de referencia de sua popularidade,de sua beleza.E eles podiam ser uteis para todo o tipo de coisa.As vezes eles eram excitantes,mas em geral isso não durava muito.As vezes eles davam calafrios desde o inicio.
A maioria dos meninos,pensou Hermione,eram como filhotinhos de cachorro.lindos,mas dispensáveis.Muito poucos podiam ser mais do que isso,podiam ser amigos de verdade.Como Cedrico.
Ah,Cedrico.No ano anterior,ela tinha esperança de que ele fosse o cara que procurava,o menino que podia faze-la sentir...Bom, alguma coisa a mais.Mais do que o prazer que vinha do triunfo ao realizar uma conquista,o orgulho de mostrar sua nova aquisição para as outras meninas.E Hermione passara mesmo a sentir um forte afeto por Cedrico.Mas no verão, quando ela teve tempo para pensar,percebeu que o afeto era de uma prima ou irmã.
A Sra.Trelawney entregava os livros de trigonometria.Hermione pegou o dela mecanicamente e escreveu o nome no interior,ainda imersa em pensamentos.
Ela gostava mais de Cedrico do que qualquer outro menino que conhecia.E era por isso que ia ter que dizer a ele que acabara.
Ela não soube como lhe dizer isso por carta. não sabia como dizer a ele agora. Não era medo de que ele desse um ataque;ele simplesmente não entenderia.Ela mesma não entendia direito.
Era como se Hermione sempre estivesse procurando...alguma coisa.So que quando ela pensava ter conseguido, não era aquilo.Nao foi com Cedrico, nem com nenhum dos meninos que teve.
E depois tinha que começar tudo de novo.Felizmente,sempre havia material novo.Nenhum menino ate agora resistira a ela,e nenhum menino a ignorara.Até agora.
Até agora.Lembrando o menino no corredor, Hermione descobriu que seus dedos estavam agarrados a caneta.Ela ainda não acreditava que ele havia a esnobado daquela maneira.
O sinal tocou e todos saíram da sala,mas Hermione parou na porta.Mordeu o lábio,olhando o rio de alunos que fluía pelo corredor.Depois localizou uma das seguidoras do estacionamento.
-Luna!Vem cá!
Luna se aproximou ansiosamente,a cara iluminando-se.
-Olha,Luna,se lembra daquele menino hoje de manhã?
-Com o Porsche e aquele...er... patrimônio todo?Como eu poderia esquecer?
-Bom,eu quero o horário de aulas dele.Pegue na secretaria,se puder,ou copie dele,se for preciso.Mas consiga!
Luna pareceu surpresa por um momento,depois sorriu e disse:
-Tudo bem,Hermione,vou tentar.Encontro você no almoço, se conseguir alguma coisa.
-Obrigada.-Hermione viu a menina ir embora.
-Sabe de uma coisa, você é mesmo maluca-disse a voz de Fleur no ouvido dela.
-Para que serve ser rainha da escola se eu não puder usar uma súdita de vez em quando?-respondeu Hermione calmamente.-Aonde eu vou agora?
-Conhecimentos gerais.Tome,pegue você mesma.-Fleur empurrou um horário para ela-Tenho que correr para a aula de química.Até mais!
A aula de conhecimentos gerais e o resto da manhã passaram num borrão.Hermione esperava ter outro vislumbre do novo aluno,mas ele não estava em nenhuma de suas turmas.Cedrico estava em uma delas e ela sentiu uma agonia quando os olhos castanhos dele encontraram os dela com um sorriso.
Depois do sinal do almoço, ela olhava para a direita e a esquerda, cumprimentando quem passava por ela a caminho do refeitório.Lilá estava do lado de fora,numa pose despreocupada, junto a uma parede,de queixo erguido,os ombros para trás,os quadris para a frente.Os dois meninos com quem ela falava se calaram e se cutucaram, ao ver Hermione se aproximar.
-Oi-disse hermione brevemente aos meninos,e para Lilá:-Pronta para ir comer?
Os olhos castanhos de Lilá mal se voltaram para Hermione e ela tirou o cabelo castanho e brilhante do rosto.
-Onde,na mesa real?-disse ela.
Hermione tomou um susto.Ela e Lilá eram amigas desde o jardim de infância e elas sempre competiam de bom humor.Mas ultimamente alguma coisa acontecera com Lilá.Ela começara a levar a rivalidade cada vez mais a serio.E agora hermione estava surpresa com a amargura na voz da menina.
-Bom, não seria assim se você fosse um a plebeia-disse ela alegremente.
-Ah,nisso você tem razão-disse Lilá ,voltando-se para encarar Hermione.Aqueles olhos castanhos estavam semicerrados e enevoados e Hermione ficou chocada com a hostilidade que viu ali.Os dois meninos sorriam inquietos e se afastaram.
Lilá não pareceu perceber.
-Muita coisa mudou enquanto você esteve fora neste verão,Hermione-continuou ela.-E talvez sua época no trono tenha passado.
Hermione corou;podia sentir.Ela lutou para manter a voz estável.
-Talvez-disse ela-mas se eu fosse você, eu ainda não compraria um cetro,Lilá.-Ela se virou e foi para o refeitório.
Foi um alivio ver Fleur e Gina e Luna ao lado delas.hermione sentiu o rosto esfriar enquanto escolhia o almoço e ia se juntar as meninas.Ela não ia deixar que Lilá a perturbasse; não ia pensar em Lilá em momento algum.
-Consegui-disse Luna,agitando uma folha de papel enquanto Hermione se sentava.
-E eu tenho informações quentes-disse Gina,cheia de importância.-Hermione,ouve só isso.Ele esta na minha turma de biologia e me sentei bem de frente para ele.O nome dele é Rony,Rony Potter,e ele é de Nova York,e esta hospedado com a velha Sra.Umbridge nos limites da cidade.-Ela suspirou.-Ele é tao romantico.Lilá deixou cair os livros e ele os pegou para ela.
Hermione franziu a testa.
-Mas que falta de jeito de Lilá.O que mais aconteceu?
-Bom,foi só isso.Ele não chegou a falar com ela.Ele e muuuuuito misterioso,entendeu?A Sra.Vector,minha professora de biologia, tentou fazer com que ele tirasse os óculos,mas ele não tirou.Ele tem um problema de saúde.
-Que problema de saúde?
-Eunão sei.Talvez seja terminal e os dias dele sejam contados.Isso não seria romântico?
-Ah,muito-disse Fleur.
Hermione olhava a folha de papel de Luna,mordendo o labio.
-Ele esta no meu setimo tempo,historia europeia.Alguem mais esta nessa turma?
-Eu-disse Gina-E acho que a Lilá também.Ah, e talvez o Cedrico;ele disse alguma coisa ontem sobre a sote que tinha,pegando o Sr.Snape.
Maravilhoso,pensou Hermione,pegando um garfo e apunhalando o purê de batatas.parecia que o sétimo tempo ia ser extrememente interessante.
Rony estava feliz porque o dia de aula estava terminando.Ele queria sair daquelas salas e corredores apinhados, só por alguns minutos.
tantas mentes.A pressão de tantos padrões de pensamento,tantas vozes mentais que o cercavam,deixava-o atordoado.Ja fazia anos em que ele estivera em um enxame de gente como esse.
Uma mente em particular se destacava das outras.Estava entre aquelas que o olharam no corredor principal do prédio da escola.Ele não sabia como ela era,mas sua personalidade era poderosa.Rony tinha certeza de que a reconheceria.
Até agora,pelo menos, ele sobrevivera ao primeiro dia de embuste.Tinha usado os Poderes duas vezes,e com parcimônia.Mas estava cansado, e admitiu com tristeza,faminto.O coelho não fora suficiente.
Preocupe-se com isso depois.Ele encontrou sua ultima sala de aula e se sentou.E de imediato sentiu a presença daquela mente de novo.
Ela brilhava a beira da sua consciência,uma luz dourada,suave e no minimo,vibrante.E,pela primeira vez, ele pode focalizar a menina de onde vinha a luz.Estava sentada bem na frente dele.
No instante em que Rony pensava nisso,ela se virou e ele viu seu rosto.Foi uma luta para Rony não ofegar de choque.
Cho!Mas e claro que não podia ser.Cho estava morta; ninguém sabia disso melhor que ele.
Ainda assim,a semelhança era sobrenatural.Aquele cabelo castanho,mas tão marrom,que o fazia pensar em chocolate ou avelã,.Aquela pele cremosa, que o fazia pensar em cisnes , ou ainda em alabastro,corando num rosa fraco acima das maçãs do rosto.E os olhos.Os olhos de Cho tinham uma cor que ele nunca vira antes,mais escuro do que o mais delicioso dos chocolates que já comera, ou ainda saturados com o pedras-do-sol em sua tiara de joias na cabeça.Essa menina tinha os mesmos olhos.
E estavam fixos nele,enquanto ela sorria.
Ele baixou a cabeca e se desviou do sorriso rapidamente.De todas as coisas, não queria pensar em Cho. Não queria olhar para aquela,que o lembrava dela, e não queria sentir mais a presença dela.Ele manteve os olhos na mesa,bloqueando sua mente com a maior intensidade que pode.E por fim,lentamente,ela se virou de novo.
Ela estava magoada.Mesmo através do bloqueio,ele podia sentir isso.Ele não se importava.na realidade,Rony ficou feliz e teve esperanças de que isso a mantivesse afastada dele.Alem dessa esperança,ele não tinha nenhum sentimento por ela.
Ele ficou dizendo isso a si mesmo enquanto estava sentado, o zunido da voz do professor derramando-se nele,sem ser ouvida.Mas ele podia sentir um toque sutil de perfume-violetas,pensou ele.E o pescoço magro e moreno da menina estava curvado sobre o livro, o cabelo castanho caindo de lado.
Com raiva e frustração,ele reconheceu a sensação tentadora em seus dentes- mais uma coceira ou um formigamento do que uma dor.Era uma fome, uma fome especifica.E não era uma fome que ele estava disposto a ceder.
O professor andava pela sala como um morcegão gigante,fazendo perguntas,e Rony deliberadamente fixou sua atenção no homem.De inicio,ele ficou confuso,porque embora nenhum dos alunos soubesse as respostas,as perguntas continuavam sendo feitas.Depois ele percebeu que este era o proposito do homem.Envergonhar os alunos com o que eles não sabiam.
Agora ele tinha encontrado outra vitima, uma menina baixinha, de cabelos ruivos levemente ondulados e um rosto comum,mas ainda assim,bonito.Rony olhou com desprazer,enquanto o professor a metralhava de perguntas.Ela parecia infeliz quando ele se afastava dela para se voltar para toda a turma.
-Entenderam o que eu quis dizer?Vocês acham que são o máximo; vocês agora que estão no ultimo ano,se preparando para a formatura.Bem,posso lhes dizer que alguns não estão preparados.nem para o jardim de infância.Como esta aqui!-ele gesticulou para a menina ruiva.-Não faz ideia do que foi a Revolução Francesa.Acha que Maria Antonieta era uma estrela de filme mudo.
Os alunos em volta de Rony se remexiam,pouco a vontade.Ele podia sentir o ressentimento em suas mentes,e a humilhação.E o medo.Todos temiam aquele cara alto e magro, com olhos negros feito besouros,até os rapazes musculosos,que eram mais altos do que ele.
-Muito bem,vamos tentar outra época-O professor voltou a mesma menina que estava interrogando-Durante o Renascimento...-Ele se interrompeu.-Voce sabe o que é o Renascimento, não sabe?O período entre os seculos XIII e XVII,em que a Europa descobriu as grandes ideias da Grécia e da Roma antigas?O período em que gerou tantos dos maiores artistas e pensadores da Europa?-Quando a menina assentiu confusa,ele continuou.-Durante o Renascimento, o que os estudantes da sua idade faziam na escola?E então?Alguma ideia?Algum chute?
A menina engoliu em seco.Com um sorriso amarelo,disse:
-Jogavam futebol?
As gargalhadas que se seguiram,a cara do professor escureceu.
-Dificilmente!-rebateu ele e a turma se aquietou.-Voce acha que isso é uma piada?Bem,naquele tempo,os estudantes de sua idade já eram proficientes em varias línguas. Também dominavam a logica,a matemática,a astronomia,a filosofia e a gramatica.Eles estavam prontos para ir para a universidade,em que cada curso era ministrado em latim.Futebol seria a ultima coisa em...
-Com licença.
A voz baixa interrompeu o professor no meio de sua arenga.Todos se voltaram para Rony.
-O que?O que você disse?
-Eu disse com licença-repetiu Rony, tirando os óculos e se levantando.-Mas o senhor esta enganado.Os estudantes do Renascimento eram estimulados a participar de jogos.Eles aprendiam que um corpo saudável acompanha uma mente saudável.E eles certamente participavam de esportes de equipe,como o críquete, o tênis...e ate o futebol.-Ele se virou para a ruiva e ela retribuiu o sorriso,agradecida.-Mas as coisas mais importantes que eles aprendiam eram boas maneiras e cortesia.Tenho certeza que seu livro lhe dirá isso.
Os alunos sorriram.A cara do professor estava vermelha feito sangue e seus olhos soltavam faíscas.Mas Rony continuou olhando fixo para ele,e depois de mais um minuto foi o professor que teve que virar a cara.
O sinal tocou.
Rony recolocou os óculos e rapidamente pegou os seus livros.Ja atraíra mais atenção para si do que devia e não teria que ver a menina castanha de novo.Alem disso,ele precisava sair dali rapidamente;havia uma ardência conhecida em suas veias.
Ao chegar a porta, alguém gritou:
-Ei!Eles jogavam futebol mesmo naquela época?
Ele não pode deixar de lançar um sorriso por sobre o ombro.
-Ah,sim.As vezes com cabeças decepadas de prisioneiros de guerra.
Hermione o olhou partir.Ele deliberadamente a evitara.Ele a esnobara de proposito ,e na frente de Lilá,que ficou olhando como um falcão.Lagrimas ardiam em seus olhos,mas no momento só uma ideia ardia em sua mente.
Ela o teria,mesmo que isso a matasse.Mesmo que matando os dois,ele seria dela.
Nota da autora:Mais um capitulo pronto*_*Nossa, agora sim,e oficial: o nosso ruivinho ficou divino sendo o Stef, não*_________*?E mal posso esperar pra começar a escrever o próximo cap, que e o primeiro que o Harry aparece como o Damon*_________________*Ate la!
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Ps: Desculpem-me o post duplo,mas enquanto olhava se no Google tinha alguma imagem do Rup de camisa preta e de óculos escuros,eis que eu acho isso:http://www.sunglassesshop.com/FileRepository/images/SunglassesPhotos/celebrityphotos/September-2011/enlarge/Rupert-Grint-02.jpg
Ah,fala serio, né*________________*?Se tirasse essa estampa de olho,ficaria perfeito*_____________*
Ah,fala serio, né*________________*?Se tirasse essa estampa de olho,ficaria perfeito*_____________*
Emma Grint Somerhalder- Mensagens : 80
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Capitulo 3
As primeiras luzes do amanhecer raiava a noite de rosa e de um verde muito claro. Rony olhava da janela do seu quarto, na pensão. Ele tinha alugado especificamente esse quarto, porque o alçapão ficava no teto, um alçapão que se abria para uma janela onde você poderia andar sobre o telhado. Agora a porta estava aberta e um vento frio e úmido soprava pela escada. Rony estava totalmente vestido, mas não era por que ele tinha levantado cedo. Ele não dormira nada.
Ele apenas voltou para a floresta, onde as poucas folhas úmidas grudavam do lado de sua bota. Ele as limpou com todo o cuidado. Não lhe escaparam os comentários dos alunos na véspera e ele sabia que eles estavam reparando nas roupas dele. Ele sempre vestia o melhor, não por simples vaidade, mas por que era coisa certa a se fazer. Seu perceptor costumava dizer: Um aristocrata deve se vestir de acordo com a sua posição. Se ele não fizer isso, mostrara desdem pelos outros.
Qualquer pessoa tinha um lugar no mundo e o lugar dele antigamente era entre a nobreza.Antigamente..
Por que ele ruminava essas coisas? Ele devia ter percebido que fazer o papel de estudante podia trazer de volta os tempos de aluno.. Agora as lembranças vinham densas e rápidas, como se ele tivesse deslizando pelas paginas de um diário, seus olhos pegando uma entrada aqui e outra ali. Uma delas faiscou diante dele nitidamente: O rosto de seu pai quando Harry anunciou que tinha estava abandonado a universidade. Ele nunca iria esquecer isso. Nunca vira o pai tão furioso...
-O que você quer dizer com não vai voltar?- James era normalmente um homem agradável, mas tinha um gênio forte e filho mais velho incitara a violência nele.
Agora este filho tocou levemente nos lábios com um lenço de seda cor de açafrão.
-Eu pensei que o senhor compreenderia uma frase tao simples,pai.Ou devo repeti-la em Latim para o Senhor?
-Harry....- Rony começou rigidamente, apavorado com a falta de respeito. Mas seu pai interrompeu.
-Você está me dizendo que eu, James, conde de Potter, vou ter que olhar para os meus amigos sabendo que o meu filho é um preguiçoso que não contribui em nada para a Irlanda?- Os criados recuavam a medida que James se enfurecia.
Harry nem piscou.
-Aparentemente sim.Se estiver chamando de amigos os que o adulam na esperança de que o senhor lhes emprestará dinheiro de seus amigos.
-Porco parasita! -gritou James,levantando-se da cadeira.-Isto já não é ruim o suficiente quando você estava na escola, desperdiçando seu tempo e meu dinheiro? Ah sim,eu sei tudo sobre a jogatina,as justas,as mulheres. E eu sei que se não fosse pelos seus secretários e seus perceptores, você teria fracassado em cada curso. Mas agora quer desgraçar-me completamente. Por quê? Por quê? As largas mãos dele agarraram o queixo de Harry. -Para poder voltar a suas caçadas e sua falcoaria?
Rony tinha que dar créditos ao seu irmão; Harry não pestanejou. Ficou parado, quase descansando no aperto de seu pai,em cada centímetro,o aristocrata,de chapéu elegante na cabeça escura,ao manto debruado de arminho e os sapatos de couro macio. Seu lábio superior estava curvado numa linha de pura arrogância.(N/A:Ui,q sexy q o Harry tá aqui ne,meninas? )
Desta vez você levou isso, pensou Rony, vendo os dois homens que se encaravam fixamente. Desta vez,nem você sera capaz de usar o charme para escapar.
Mas então ouve um barulho no escritório e a porta do corredor abriu-se. Virando-se, Rony ficou deslumbrado com os olhos cor de chocolate, moldurados por longos cilios castanhos. Era Lindsay. O pai dela, o barão Stark, tinha trazido-a das frias terras dos principiados alemães para o interior de Dublin, esperando poder ajudá-la a se recuperar de uma longa enfermidade. E desde o dia que ela voltou tudo tinha mudado para Rony.
-Eu peço o seu perdão. Eu não quis ser intrometida-. A voz dela era suave e clara. Ela fez um leve movimento de quem vai se retirar.
-Não, não vá. Fique.”-Rony disse rapidamente. Ele queria dizer mais ,pegar a mão dela ,mas não se atreveu a isso. Não na presença do pai.. Tudo que ele poderia fazer foi olhar em seus olhos negros,erguidos para ele.
-Sim, fique.- James disse. E Rony viu a expressão ameaçadora do pai se atenuara e ele soltara Harry . Ele andou para frente, endireitando seu longo e pesado casaco de pele.-Seu pai deve retornar dos negócios na cidade hoje, ele ficara feliz em vê você. Mas suas bochechas estão pálidas, pequena Lindsay. Você não está doente de novo, eu espero?
-Você sabe que eu sou sempre pálida, Senhor. Eu não uso ruge como as suas ousadas mulheres irlandesas.
-Você não precisa disso.- Rony disse antes que pudesse deter-se e Lindsay sorriu para ele. Ela era tão linda. Uma dor começou em seu peito.
O pai continuou:
-E eu a vejo tão pouco durante o dia. Você raramente nos dar o prazer da sua companhia antes do anoitecer.
-Eu tenho os meus estudos e devoções em meus aposentos, Senhor. Lindsay disse calmamente,baixando os cilios.Rony sabia que isto não era verdade, mas ele não diria nada; Ele nunca revelaria o segredo de Lindsay. Ela olhou para o pai dele de novo -Mas estou aqui agora, Senhor.
-Sim, sim, isso é verdade. E eu tenho que providenciar uma refeição especial pelo retorno do seu pai. Harry... conversaremos mais tarde-.Enquanto James gesticulava para um criado e saia, Rony virou-se para Lindsay, encantado. Eles mal podiam se falar sem a presença de seu pai ou de Guinevere,a impassível criada germânica de Lindsay.
Mas então o que Rony viu lhe pareceu um murro no estomago. Lindsay sorria – aquele sorrisinho secreto que ela em geral compartilhava com ele. Mas ela não estava olhando para Rony. Ela estava olhando para Harry.
Rony odiou o irmão naquele momento, odiou a beleza morena e a graça e sensualidade de Harry, que atraia mulheres como mariposas a uma chama. Naquele instante,ele queria golpear Harry, estilhaçar aquela beleza.Em vez disso,teve de ficar parado e olhar Lindsay mover-se lentamente na direção do seu irmão, passo a passo,o vestido de brocado dourado sussurrando no piso ladrilhado..
E enquanto olhava, Harry estendeu a mão para Lindsay e abriu seu cruel sorriso de triunfo...
Rony virou-se para a janela.
Por que ele estava reabrindo velhas feridas? Mas enquanto pensava nisso ele sacou a fina corrente de ouro que trazia sob a camisa. Seu polegar e o indicador acariciavam o anel que nela pendia, então ele o ergueu contra a luz.
O pequeno aro era primorosamente trabalhado em ouro e cinco seculos não conseguiam apagar seu trabalho. Tinha uma unica pedra engastada, do tamanho da unha de seu dedo minimo. Rony olhou para ela ,depois para o pesado anel de prata, também com uma pedra azul engastado,em sua própria mão.E em seu peito, tinha um familiar desconforto.
Ele não poderia esquecer o passado, e ele realmente não desejava isso. Apesar de tudo que havia acontecido, ele preservava as lembranças de Lindsay. Mas havia uma única lembrança que ele realmente não queria desenterrar uma página de diário que ele não abriu. Se ele tivesse que reviver esse horror, essa... maldade, ele enlouqueceria. Como no dia, no ultimo dia, quando ele deixou seu controle.
Rony encostou-se na janela,a testa comprimida em sua frieza. Seu perceptor costumava dizer: O mal nunca encontra a paz. Ele pode triunfar, mas ele nunca encontra a paz.
Por que ele tinha que ter vindo paraOxford?
Ele tinha esperança de encontrar a paz aqui, mas isto estava sendo impossível. Ele nunca seria aceito, ele nunca teria descanso. Por que ele era cruel. Ele não tinha como mudar o que ele era.
Hermione levantou-se mais cedo que o normal. Ela poderia ouvir Tia Tonks andando em seu quarto, preparando-se para o banho. Rose continuava dormindo, enroscada como um ratinho na sua cama. Hermione passou por sua irmã caçula entreabrindo a porta sem fazer ruido e continuou descendo pelo corredor ate sair de casa.
O ar estava fresco e claro;o marmeleiro habitado apenas pelos gaios e pardais de sempre. Hermione, que tinha ido par a cama com a cabeça latejando de dor, olhou para o céu azul e limpo e respirou fundo
Sentiu-se muito melhor do que na véspera. Ela prometeu encontrar Cedrico antes da aula e,embora não ansiasse por isso, mas ela tinha certeza que tudo iria dar certo.
Cedrico morava à duas quadras de escola. Era uma casa simples, como as outras da rua, exceto talvez pelo balanço na varanda, que estava um pouco mais gasto, a tinta estava descascando um pouco. Cedrico já estava na frente da casa e por um momento o coração dela palpitou em vê-lo.
Ele era mesmo bonito. Não havia duvidas quanto a isso.Cedrico Diggory era o tipico garoto britânico. Seu cabelo castanho era cortado curto para a temporada de futebol e sua pele era um pouco bronzeada. Seus olhos chocolates eram doces e honestos. E hoje, quando ele a abraçou gentilmente, eles estavam um pouco tristes.
-Você não gostaria de entrar?
-Não. Vamos dar uma caminhada-. Hermione disse. Eles andaram lado a lado,sem se tocar.Bordos e nogueiras escuras ladeavam a rua e o ar ainda tinha um silencio matinal. Hermione olhava para os seus pés na calçada molhada, sentindo-se de repente incerta. Ela não sabia como começar agora, depois de tudo.
“Então você não vai me contar sobre a Irlanda”. Ele disse.
“Oh, lá é maravilhoso”. Disse Hermione. Ela olhou rapidamente para ele. Cedrico olhava para a calçada . “Tudo lá é maravilhoso”. Ela continuou tentando por algum entusiasmo na voz. “As pessoas, a comida, tudo é simplesmente...” A voz dela parou e ela riu de nervoso.
“Sim, eu sei. Maravilhoso”. Ele terminou para ela. Ele parou e olhou os tênis surrados de Cedrico. Hermione os reconheceu do ano passado. A família de Cedrico mal conseguia se sustentar, talvez não pudesse se dar ao luxo de comprar sapatos novos. Ela olhou para cima para encontrar os olhos azuis dele no seu rosto.
-Sabe de uma coisa, você é que esta ótima agora.-disse ele. .
Hermione abriu a boca espantada, mas ele começou a falar novamente.
-E acho que você tenha algo para me dizer.
Ela aproximou-se dele e ele sorriu, um sorriso torto e pesaroso. Depois ele estendeu os braços novamente.
Oh Cedrico- Ela disse, abraçando-o fortemente. Ela recuou olhando para o rosto dele.- Matt, você é a melhor pessoa que eu já conheci. Eu não mereço você.
-Oh, então é por isso que você está me largando”. Cedrico disse quando eles começaram a andar de novo.-Porque eu sou muito bom para você. Eu deveria ter percebido isso antes.
Ela lhe deu um soco no braço.
-Não, não é está a razão e eu não estou largando você. Vamos ser amigos, certo?
-Oh claro. Absolutamente.
-Porque é isso que eu deveria ter notado que nos somos-. Ela parou e encarou-o novamente.-Bons amigos. Seja honesto, agora, Cedrico. Não é só isso que você realmente sente por mim?
Ele olhou para ela e então rolou os olhos dramaticamente.
- Posso apelar a meu direito de ficar calado?- perguntou Cedrico. O queixo de Hermione caiu e ele adicionou, -Isso não tem nada haver com o garoto novo, não é?.
-Não-. Hermione disse depois de hesitar um minuto e então adicionou rapidamente, -Eu ainda não conheço ele. Não sei quem é ele.
-Mas você quer. Não, não diga isso.- Ele colocou os braços envolta dela e gentilmente a virou.
-Vamos, temos que ir para a escola. Se tivermos tempo eu compro um donut para você-. Quando eles estavam andando, algo passou pela nogueira acima deles. Cedrico assoviou e apontou.
- Olha isso! É o maior corvo que eu já vi na minha vida.
Hermione olhou, mas ele já tinha ido embora.
A escola hoje era um lugar conveniente para Hermione analisar seus planos.
Ela acordou essa manhã sabendo o que tinha que fazer. E hoje ela reuniu a maior quantidade de informações que pode sobre Rony Potter. O que não foi difícil, uma vez que todos na Hogwarts High School estavam falando dele.
Era de conhecimento de todos que ele tivera uma rixa com a secretaria de administração ontem. E hoje ele tinha sido chamado a sala do diretor. Alguma coisa em seus documentos. Mas o diretor o mandaria de volta a aula (depois, segundo os boatos, de uma ligação para Dublin – ou seria para Nova York?), e tudo parecia estar resolvido agora. Oficialmente, pelo menos.
Quando Hermione chegou à aula de história europeia à tarde, ela foi saudada com um assobio baixo no corredor. Vitor Krum e Draco Malfoy estavam zanzando por ali. Uma dupla de idiotas, ela pensou, ignorando o assobio e as gracinhas dos dois. Eles pensavam que estar paramentados e seguros dentro do uniforme de futebol americano os tornava uns gatos. Hermione manteve os olhos neles enquanto ela mesma se demorava no corredor,retocando o batom e mexendo no seu pó compacto. Ela deu instruções especificas a Gina e o plano estava pronto para ser colocado em pratica assim que Rony aparecesse.O espelho do pó compacto dava a ela uma visão maravilhosa do corredor atrás dela.
Ainda, assim,ela nao o viu se aproximando. Ele estava ao lado dela de repente e Hermione fechou a caixa de pó compacto quando ele passou. Ela queria para-lo, mas algo aconteceu antes que ela pudesse fazê-lo. Rony se retensou – ou pelo menos, tinha algo nele que parecia cauteloso. E Então Krum e Draco pararam na frente dele na porta de sala de aula. Bloqueando o caminho.
Imbecis,pensou Hermione. Fulminando, ela os encarou por cima do ombro de Rony.
Eles estavam adorando o jogo, relaxados na soleira da porta, fingindo não ver Rony parado ali.
“Com licença”. Era o mesmo o mesmo tom que ele usara com o professor de história.Baixo e distante.
Krum e Malfoy olharam um para o outro, então olharam em volta, como se escutassem vozes de espíritos.
-Licenza?- Draco disse falsamente.-Licenza?Com licenza?Influenza?-Os dois riram.
Hermione viu músculos apertarem-se sobre a camiseta diante dela.Aquilo era totalmente injusto; Eles eram duas vezes mais altos que Rony e Draco era duas vezes mais largo.
“Algum problema aqui?”. Hermione estava tão assustada quanto os garotos com essa nova voz atrás dela. Ela virou-se e viu Cedrico. Os olhos castanhos dele estavam severos.
Hermione mordeu o lábio para reprimir um sorriso enquanto Draco e Krum se afastavam lentamente,ressentidos. O bom e velho Cedrico,ela pensou. Mas agora o bom e velho Cedrico estava entrando na sala ao lado de Rony e ela teve de segui-los,olhando as costas das duas camisetas. Quando eles se sentaram, ela deslizou para a carteira atrás de Rony, onde ela podia observa-lo sem ser observada. Seu plano teria que esperar para depois da aula.
Cedrico mexia algo ruidosamente nos eu bolso, que significava dizer que ele queria dizer algo.
-Uh hei-. Ele começou, desconfortavelmente.-Aqueles caras,sabe como e...
Rony riu. Era um som amargo.
“Quem sou eu para julgar?”Tinha mais emoção na voz dele do que Hermione tinha ouvido antes, quando ele tinha falo com o Sr.Snape. E essa emoção era de uma infelicidade crua-. De qualquer forma, por que eu deveria ser bem-vindo aqui?-Ele terminou, quase que para si mesmo.
-Por que você não deveria ser?- Cedrico agora fitava Rony;seu queixo endureceu e ele parecia decidido.-Escuta- ele disse. -Você falou de futebol ontem. Bem, um astro do nosso time rompeu um ligamento ontem e precisamos de um substituto, e nos precisamos de um substituto. Os testes serão hoje a tarde. O que você acha?
-Eu?-.Rony soou como se tivesse sido pego de guarda baixa. -Ah… Eu não sei se posso.
-Voce sabe correr?
-Se eu sei?- Rony meio que se virou para Cedrico, e Hermione pode ver uma leve sugestão de um sorriso nos labios dele.-Sei.
-Sabe pegar?
-Sei.
-E só o que você tem que fazer. Eu sou o quarterback. Se você puder pegar o que eu lançar e correr com ela, você pode jogar.
-Entendi.-Rony na verdade estava quase sorrindo, e a boca de Cedrico estivesse seria, seus olhos castanhos estavam dançando.Pasma consigo mesma,Hermione percebeu que estava com ciume.havia uma camaradagem entre os meninos que a excluía completamente.
Mas no outro instante o sorriso de Rony desapareceu. Ele disse distante:
-Obrigado… Mas não. Eu tenho outros compromissos.
Nesta hora, Gina e Lila chegaram e a aula começou.
Durante toda a aula de Snape sobre a Europa,hermione repetiu para si mesma, “Oi. Eu sou Hermione Granger. Eu sou do Comitê de Boas-Vindas dos Veteranos, e fui designada para lhe mostrar a escola. Então não vai querer me meter em problemas não e,me impedindo de fazer meu trabalho?''Esta ultima frase com os olhos arregalados e tristonhos-mas só ele desse a impressão de tentar se esquivar. Era praticamente a prova de erro.Ele era louco por donzelas que precisavam ser resgatadas.
Do meio da sala uma garota se esticou e passou um bilhete para ela. Hermione abriu-o e reconheceu a letra redonda e infantil de Gina. Dizia: “Eu mantive L. afastada pelo maior tempo que consegui. O que aconteceu? Funcionou?????”
Hermione olhou para cima para ver Gina retorcendo-se na primeira fila, onde ela sentava. Elena apontou para o papel e sacudiu a cabeça, mexendo a boca. “Depois da aula.”
Paceria se passar um século até que Snape deu umas instruções de ultimo minuto sobre um seminario e os dispensou. Então todo mundo levantou-se, um por um. É agora, pensou Hermione, e com o coração palpitando, ela andou firmemente até o caminho de Rony, bloqueando o corredor para que ele não pudesse desviar dela.
Como Krum e Malfoy, ela pensou, sentindo uma risada histerica se formar. Ela olhou para cima e encontrou seus labios no mesmo nivel que a boca de Rony. Sua mente ficou em branco. O que ela deveria dizer mesmo? Ela abriu a boca , e algumas palavras que ela tinha ensaiado saíram tremulas. -Oi. Eu sou Hermione Granger, e eu sou do Comitê de Boas-Vindas e eu tenho que..
-Me desculpe; Eu não tenho tempo.-Por um minuto, ela não acreditou que ele estava falando, que ele não tinha lhe dado a chance de terminar. A boca dela terminou o que ela tinha praticado.
- Lhe mostrar a escola-“
-Me desculpe; Eu não posso. Eu tenho que..que fazer os testes para o futebol.-Rony virou-se para Cedrico, que estava olhando espantado. -Você disse que eles eram depois da aula, não foi?
-Sim.-Cedrico disse lentamente. -Mas...
-Então é melhor irmos. Talvez você possa me mostrar o caminho.
Cedrico olhou assutado para Hermione, então disse. -Bem… Claro. Vamos.- Ele olhou de relance para trás quando eles foram. Rony não. Hermione pegou-se olhando ao redor para a roda de observadores curiosos, incluindo Lila, que sorria abertamente. Hermione sentiu seu corpo entorpercer e plenamente sua garganta. Ela não poderia ficar ali nem mais um segundo. Ela virou-se e andou rapidamente para poder sair da sala.
Nota da autora:Depois de todo esse tempo,enfim o terceiro capitulo!Nossa,como eu pensei,o Harry ficou muito sexy sendo o nosso vampirão ,num foi?*evil face* E no começo disse q a Cho ia ser a Katherine,mas mudei de ideia. Então para ser a Kath,criei a Lindsay Stark.E nossa,que gelo foi esse q o Uon-Uon deu na Mione,nossa!Ah,amei fazer o Cedrico sendo o Matt *-*Por enquanto é isso e até o próximo capitulo!
As primeiras luzes do amanhecer raiava a noite de rosa e de um verde muito claro. Rony olhava da janela do seu quarto, na pensão. Ele tinha alugado especificamente esse quarto, porque o alçapão ficava no teto, um alçapão que se abria para uma janela onde você poderia andar sobre o telhado. Agora a porta estava aberta e um vento frio e úmido soprava pela escada. Rony estava totalmente vestido, mas não era por que ele tinha levantado cedo. Ele não dormira nada.
Ele apenas voltou para a floresta, onde as poucas folhas úmidas grudavam do lado de sua bota. Ele as limpou com todo o cuidado. Não lhe escaparam os comentários dos alunos na véspera e ele sabia que eles estavam reparando nas roupas dele. Ele sempre vestia o melhor, não por simples vaidade, mas por que era coisa certa a se fazer. Seu perceptor costumava dizer: Um aristocrata deve se vestir de acordo com a sua posição. Se ele não fizer isso, mostrara desdem pelos outros.
Qualquer pessoa tinha um lugar no mundo e o lugar dele antigamente era entre a nobreza.Antigamente..
Por que ele ruminava essas coisas? Ele devia ter percebido que fazer o papel de estudante podia trazer de volta os tempos de aluno.. Agora as lembranças vinham densas e rápidas, como se ele tivesse deslizando pelas paginas de um diário, seus olhos pegando uma entrada aqui e outra ali. Uma delas faiscou diante dele nitidamente: O rosto de seu pai quando Harry anunciou que tinha estava abandonado a universidade. Ele nunca iria esquecer isso. Nunca vira o pai tão furioso...
-O que você quer dizer com não vai voltar?- James era normalmente um homem agradável, mas tinha um gênio forte e filho mais velho incitara a violência nele.
Agora este filho tocou levemente nos lábios com um lenço de seda cor de açafrão.
-Eu pensei que o senhor compreenderia uma frase tao simples,pai.Ou devo repeti-la em Latim para o Senhor?
-Harry....- Rony começou rigidamente, apavorado com a falta de respeito. Mas seu pai interrompeu.
-Você está me dizendo que eu, James, conde de Potter, vou ter que olhar para os meus amigos sabendo que o meu filho é um preguiçoso que não contribui em nada para a Irlanda?- Os criados recuavam a medida que James se enfurecia.
Harry nem piscou.
-Aparentemente sim.Se estiver chamando de amigos os que o adulam na esperança de que o senhor lhes emprestará dinheiro de seus amigos.
-Porco parasita! -gritou James,levantando-se da cadeira.-Isto já não é ruim o suficiente quando você estava na escola, desperdiçando seu tempo e meu dinheiro? Ah sim,eu sei tudo sobre a jogatina,as justas,as mulheres. E eu sei que se não fosse pelos seus secretários e seus perceptores, você teria fracassado em cada curso. Mas agora quer desgraçar-me completamente. Por quê? Por quê? As largas mãos dele agarraram o queixo de Harry. -Para poder voltar a suas caçadas e sua falcoaria?
Rony tinha que dar créditos ao seu irmão; Harry não pestanejou. Ficou parado, quase descansando no aperto de seu pai,em cada centímetro,o aristocrata,de chapéu elegante na cabeça escura,ao manto debruado de arminho e os sapatos de couro macio. Seu lábio superior estava curvado numa linha de pura arrogância.(N/A:Ui,q sexy q o Harry tá aqui ne,meninas? )
Desta vez você levou isso, pensou Rony, vendo os dois homens que se encaravam fixamente. Desta vez,nem você sera capaz de usar o charme para escapar.
Mas então ouve um barulho no escritório e a porta do corredor abriu-se. Virando-se, Rony ficou deslumbrado com os olhos cor de chocolate, moldurados por longos cilios castanhos. Era Lindsay. O pai dela, o barão Stark, tinha trazido-a das frias terras dos principiados alemães para o interior de Dublin, esperando poder ajudá-la a se recuperar de uma longa enfermidade. E desde o dia que ela voltou tudo tinha mudado para Rony.
-Eu peço o seu perdão. Eu não quis ser intrometida-. A voz dela era suave e clara. Ela fez um leve movimento de quem vai se retirar.
-Não, não vá. Fique.”-Rony disse rapidamente. Ele queria dizer mais ,pegar a mão dela ,mas não se atreveu a isso. Não na presença do pai.. Tudo que ele poderia fazer foi olhar em seus olhos negros,erguidos para ele.
-Sim, fique.- James disse. E Rony viu a expressão ameaçadora do pai se atenuara e ele soltara Harry . Ele andou para frente, endireitando seu longo e pesado casaco de pele.-Seu pai deve retornar dos negócios na cidade hoje, ele ficara feliz em vê você. Mas suas bochechas estão pálidas, pequena Lindsay. Você não está doente de novo, eu espero?
-Você sabe que eu sou sempre pálida, Senhor. Eu não uso ruge como as suas ousadas mulheres irlandesas.
-Você não precisa disso.- Rony disse antes que pudesse deter-se e Lindsay sorriu para ele. Ela era tão linda. Uma dor começou em seu peito.
O pai continuou:
-E eu a vejo tão pouco durante o dia. Você raramente nos dar o prazer da sua companhia antes do anoitecer.
-Eu tenho os meus estudos e devoções em meus aposentos, Senhor. Lindsay disse calmamente,baixando os cilios.Rony sabia que isto não era verdade, mas ele não diria nada; Ele nunca revelaria o segredo de Lindsay. Ela olhou para o pai dele de novo -Mas estou aqui agora, Senhor.
-Sim, sim, isso é verdade. E eu tenho que providenciar uma refeição especial pelo retorno do seu pai. Harry... conversaremos mais tarde-.Enquanto James gesticulava para um criado e saia, Rony virou-se para Lindsay, encantado. Eles mal podiam se falar sem a presença de seu pai ou de Guinevere,a impassível criada germânica de Lindsay.
Mas então o que Rony viu lhe pareceu um murro no estomago. Lindsay sorria – aquele sorrisinho secreto que ela em geral compartilhava com ele. Mas ela não estava olhando para Rony. Ela estava olhando para Harry.
Rony odiou o irmão naquele momento, odiou a beleza morena e a graça e sensualidade de Harry, que atraia mulheres como mariposas a uma chama. Naquele instante,ele queria golpear Harry, estilhaçar aquela beleza.Em vez disso,teve de ficar parado e olhar Lindsay mover-se lentamente na direção do seu irmão, passo a passo,o vestido de brocado dourado sussurrando no piso ladrilhado..
E enquanto olhava, Harry estendeu a mão para Lindsay e abriu seu cruel sorriso de triunfo...
Rony virou-se para a janela.
Por que ele estava reabrindo velhas feridas? Mas enquanto pensava nisso ele sacou a fina corrente de ouro que trazia sob a camisa. Seu polegar e o indicador acariciavam o anel que nela pendia, então ele o ergueu contra a luz.
O pequeno aro era primorosamente trabalhado em ouro e cinco seculos não conseguiam apagar seu trabalho. Tinha uma unica pedra engastada, do tamanho da unha de seu dedo minimo. Rony olhou para ela ,depois para o pesado anel de prata, também com uma pedra azul engastado,em sua própria mão.E em seu peito, tinha um familiar desconforto.
Ele não poderia esquecer o passado, e ele realmente não desejava isso. Apesar de tudo que havia acontecido, ele preservava as lembranças de Lindsay. Mas havia uma única lembrança que ele realmente não queria desenterrar uma página de diário que ele não abriu. Se ele tivesse que reviver esse horror, essa... maldade, ele enlouqueceria. Como no dia, no ultimo dia, quando ele deixou seu controle.
Rony encostou-se na janela,a testa comprimida em sua frieza. Seu perceptor costumava dizer: O mal nunca encontra a paz. Ele pode triunfar, mas ele nunca encontra a paz.
Por que ele tinha que ter vindo paraOxford?
Ele tinha esperança de encontrar a paz aqui, mas isto estava sendo impossível. Ele nunca seria aceito, ele nunca teria descanso. Por que ele era cruel. Ele não tinha como mudar o que ele era.
Hermione levantou-se mais cedo que o normal. Ela poderia ouvir Tia Tonks andando em seu quarto, preparando-se para o banho. Rose continuava dormindo, enroscada como um ratinho na sua cama. Hermione passou por sua irmã caçula entreabrindo a porta sem fazer ruido e continuou descendo pelo corredor ate sair de casa.
O ar estava fresco e claro;o marmeleiro habitado apenas pelos gaios e pardais de sempre. Hermione, que tinha ido par a cama com a cabeça latejando de dor, olhou para o céu azul e limpo e respirou fundo
Sentiu-se muito melhor do que na véspera. Ela prometeu encontrar Cedrico antes da aula e,embora não ansiasse por isso, mas ela tinha certeza que tudo iria dar certo.
Cedrico morava à duas quadras de escola. Era uma casa simples, como as outras da rua, exceto talvez pelo balanço na varanda, que estava um pouco mais gasto, a tinta estava descascando um pouco. Cedrico já estava na frente da casa e por um momento o coração dela palpitou em vê-lo.
Ele era mesmo bonito. Não havia duvidas quanto a isso.Cedrico Diggory era o tipico garoto britânico. Seu cabelo castanho era cortado curto para a temporada de futebol e sua pele era um pouco bronzeada. Seus olhos chocolates eram doces e honestos. E hoje, quando ele a abraçou gentilmente, eles estavam um pouco tristes.
-Você não gostaria de entrar?
-Não. Vamos dar uma caminhada-. Hermione disse. Eles andaram lado a lado,sem se tocar.Bordos e nogueiras escuras ladeavam a rua e o ar ainda tinha um silencio matinal. Hermione olhava para os seus pés na calçada molhada, sentindo-se de repente incerta. Ela não sabia como começar agora, depois de tudo.
“Então você não vai me contar sobre a Irlanda”. Ele disse.
“Oh, lá é maravilhoso”. Disse Hermione. Ela olhou rapidamente para ele. Cedrico olhava para a calçada . “Tudo lá é maravilhoso”. Ela continuou tentando por algum entusiasmo na voz. “As pessoas, a comida, tudo é simplesmente...” A voz dela parou e ela riu de nervoso.
“Sim, eu sei. Maravilhoso”. Ele terminou para ela. Ele parou e olhou os tênis surrados de Cedrico. Hermione os reconheceu do ano passado. A família de Cedrico mal conseguia se sustentar, talvez não pudesse se dar ao luxo de comprar sapatos novos. Ela olhou para cima para encontrar os olhos azuis dele no seu rosto.
-Sabe de uma coisa, você é que esta ótima agora.-disse ele. .
Hermione abriu a boca espantada, mas ele começou a falar novamente.
-E acho que você tenha algo para me dizer.
Ela aproximou-se dele e ele sorriu, um sorriso torto e pesaroso. Depois ele estendeu os braços novamente.
Oh Cedrico- Ela disse, abraçando-o fortemente. Ela recuou olhando para o rosto dele.- Matt, você é a melhor pessoa que eu já conheci. Eu não mereço você.
-Oh, então é por isso que você está me largando”. Cedrico disse quando eles começaram a andar de novo.-Porque eu sou muito bom para você. Eu deveria ter percebido isso antes.
Ela lhe deu um soco no braço.
-Não, não é está a razão e eu não estou largando você. Vamos ser amigos, certo?
-Oh claro. Absolutamente.
-Porque é isso que eu deveria ter notado que nos somos-. Ela parou e encarou-o novamente.-Bons amigos. Seja honesto, agora, Cedrico. Não é só isso que você realmente sente por mim?
Ele olhou para ela e então rolou os olhos dramaticamente.
- Posso apelar a meu direito de ficar calado?- perguntou Cedrico. O queixo de Hermione caiu e ele adicionou, -Isso não tem nada haver com o garoto novo, não é?.
-Não-. Hermione disse depois de hesitar um minuto e então adicionou rapidamente, -Eu ainda não conheço ele. Não sei quem é ele.
-Mas você quer. Não, não diga isso.- Ele colocou os braços envolta dela e gentilmente a virou.
-Vamos, temos que ir para a escola. Se tivermos tempo eu compro um donut para você-. Quando eles estavam andando, algo passou pela nogueira acima deles. Cedrico assoviou e apontou.
- Olha isso! É o maior corvo que eu já vi na minha vida.
Hermione olhou, mas ele já tinha ido embora.
A escola hoje era um lugar conveniente para Hermione analisar seus planos.
Ela acordou essa manhã sabendo o que tinha que fazer. E hoje ela reuniu a maior quantidade de informações que pode sobre Rony Potter. O que não foi difícil, uma vez que todos na Hogwarts High School estavam falando dele.
Era de conhecimento de todos que ele tivera uma rixa com a secretaria de administração ontem. E hoje ele tinha sido chamado a sala do diretor. Alguma coisa em seus documentos. Mas o diretor o mandaria de volta a aula (depois, segundo os boatos, de uma ligação para Dublin – ou seria para Nova York?), e tudo parecia estar resolvido agora. Oficialmente, pelo menos.
Quando Hermione chegou à aula de história europeia à tarde, ela foi saudada com um assobio baixo no corredor. Vitor Krum e Draco Malfoy estavam zanzando por ali. Uma dupla de idiotas, ela pensou, ignorando o assobio e as gracinhas dos dois. Eles pensavam que estar paramentados e seguros dentro do uniforme de futebol americano os tornava uns gatos. Hermione manteve os olhos neles enquanto ela mesma se demorava no corredor,retocando o batom e mexendo no seu pó compacto. Ela deu instruções especificas a Gina e o plano estava pronto para ser colocado em pratica assim que Rony aparecesse.O espelho do pó compacto dava a ela uma visão maravilhosa do corredor atrás dela.
Ainda, assim,ela nao o viu se aproximando. Ele estava ao lado dela de repente e Hermione fechou a caixa de pó compacto quando ele passou. Ela queria para-lo, mas algo aconteceu antes que ela pudesse fazê-lo. Rony se retensou – ou pelo menos, tinha algo nele que parecia cauteloso. E Então Krum e Draco pararam na frente dele na porta de sala de aula. Bloqueando o caminho.
Imbecis,pensou Hermione. Fulminando, ela os encarou por cima do ombro de Rony.
Eles estavam adorando o jogo, relaxados na soleira da porta, fingindo não ver Rony parado ali.
“Com licença”. Era o mesmo o mesmo tom que ele usara com o professor de história.Baixo e distante.
Krum e Malfoy olharam um para o outro, então olharam em volta, como se escutassem vozes de espíritos.
-Licenza?- Draco disse falsamente.-Licenza?Com licenza?Influenza?-Os dois riram.
Hermione viu músculos apertarem-se sobre a camiseta diante dela.Aquilo era totalmente injusto; Eles eram duas vezes mais altos que Rony e Draco era duas vezes mais largo.
“Algum problema aqui?”. Hermione estava tão assustada quanto os garotos com essa nova voz atrás dela. Ela virou-se e viu Cedrico. Os olhos castanhos dele estavam severos.
Hermione mordeu o lábio para reprimir um sorriso enquanto Draco e Krum se afastavam lentamente,ressentidos. O bom e velho Cedrico,ela pensou. Mas agora o bom e velho Cedrico estava entrando na sala ao lado de Rony e ela teve de segui-los,olhando as costas das duas camisetas. Quando eles se sentaram, ela deslizou para a carteira atrás de Rony, onde ela podia observa-lo sem ser observada. Seu plano teria que esperar para depois da aula.
Cedrico mexia algo ruidosamente nos eu bolso, que significava dizer que ele queria dizer algo.
-Uh hei-. Ele começou, desconfortavelmente.-Aqueles caras,sabe como e...
Rony riu. Era um som amargo.
“Quem sou eu para julgar?”Tinha mais emoção na voz dele do que Hermione tinha ouvido antes, quando ele tinha falo com o Sr.Snape. E essa emoção era de uma infelicidade crua-. De qualquer forma, por que eu deveria ser bem-vindo aqui?-Ele terminou, quase que para si mesmo.
-Por que você não deveria ser?- Cedrico agora fitava Rony;seu queixo endureceu e ele parecia decidido.-Escuta- ele disse. -Você falou de futebol ontem. Bem, um astro do nosso time rompeu um ligamento ontem e precisamos de um substituto, e nos precisamos de um substituto. Os testes serão hoje a tarde. O que você acha?
-Eu?-.Rony soou como se tivesse sido pego de guarda baixa. -Ah… Eu não sei se posso.
-Voce sabe correr?
-Se eu sei?- Rony meio que se virou para Cedrico, e Hermione pode ver uma leve sugestão de um sorriso nos labios dele.-Sei.
-Sabe pegar?
-Sei.
-E só o que você tem que fazer. Eu sou o quarterback. Se você puder pegar o que eu lançar e correr com ela, você pode jogar.
-Entendi.-Rony na verdade estava quase sorrindo, e a boca de Cedrico estivesse seria, seus olhos castanhos estavam dançando.Pasma consigo mesma,Hermione percebeu que estava com ciume.havia uma camaradagem entre os meninos que a excluía completamente.
Mas no outro instante o sorriso de Rony desapareceu. Ele disse distante:
-Obrigado… Mas não. Eu tenho outros compromissos.
Nesta hora, Gina e Lila chegaram e a aula começou.
Durante toda a aula de Snape sobre a Europa,hermione repetiu para si mesma, “Oi. Eu sou Hermione Granger. Eu sou do Comitê de Boas-Vindas dos Veteranos, e fui designada para lhe mostrar a escola. Então não vai querer me meter em problemas não e,me impedindo de fazer meu trabalho?''Esta ultima frase com os olhos arregalados e tristonhos-mas só ele desse a impressão de tentar se esquivar. Era praticamente a prova de erro.Ele era louco por donzelas que precisavam ser resgatadas.
Do meio da sala uma garota se esticou e passou um bilhete para ela. Hermione abriu-o e reconheceu a letra redonda e infantil de Gina. Dizia: “Eu mantive L. afastada pelo maior tempo que consegui. O que aconteceu? Funcionou?????”
Hermione olhou para cima para ver Gina retorcendo-se na primeira fila, onde ela sentava. Elena apontou para o papel e sacudiu a cabeça, mexendo a boca. “Depois da aula.”
Paceria se passar um século até que Snape deu umas instruções de ultimo minuto sobre um seminario e os dispensou. Então todo mundo levantou-se, um por um. É agora, pensou Hermione, e com o coração palpitando, ela andou firmemente até o caminho de Rony, bloqueando o corredor para que ele não pudesse desviar dela.
Como Krum e Malfoy, ela pensou, sentindo uma risada histerica se formar. Ela olhou para cima e encontrou seus labios no mesmo nivel que a boca de Rony. Sua mente ficou em branco. O que ela deveria dizer mesmo? Ela abriu a boca , e algumas palavras que ela tinha ensaiado saíram tremulas. -Oi. Eu sou Hermione Granger, e eu sou do Comitê de Boas-Vindas e eu tenho que..
-Me desculpe; Eu não tenho tempo.-Por um minuto, ela não acreditou que ele estava falando, que ele não tinha lhe dado a chance de terminar. A boca dela terminou o que ela tinha praticado.
- Lhe mostrar a escola-“
-Me desculpe; Eu não posso. Eu tenho que..que fazer os testes para o futebol.-Rony virou-se para Cedrico, que estava olhando espantado. -Você disse que eles eram depois da aula, não foi?
-Sim.-Cedrico disse lentamente. -Mas...
-Então é melhor irmos. Talvez você possa me mostrar o caminho.
Cedrico olhou assutado para Hermione, então disse. -Bem… Claro. Vamos.- Ele olhou de relance para trás quando eles foram. Rony não. Hermione pegou-se olhando ao redor para a roda de observadores curiosos, incluindo Lila, que sorria abertamente. Hermione sentiu seu corpo entorpercer e plenamente sua garganta. Ela não poderia ficar ali nem mais um segundo. Ela virou-se e andou rapidamente para poder sair da sala.
Nota da autora:Depois de todo esse tempo,enfim o terceiro capitulo!Nossa,como eu pensei,o Harry ficou muito sexy sendo o nosso vampirão ,num foi?*evil face* E no começo disse q a Cho ia ser a Katherine,mas mudei de ideia. Então para ser a Kath,criei a Lindsay Stark.E nossa,que gelo foi esse q o Uon-Uon deu na Mione,nossa!Ah,amei fazer o Cedrico sendo o Matt *-*Por enquanto é isso e até o próximo capitulo!
Emma Grint Somerhalder- Mensagens : 80
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Nossa, achei muito legal essa sua ideia de misturar TVD com Harry Potter, até porque eu sou maluca por essas sagas.
Eu também sou Stelena nos livros, mas na série de TV eu sou Delena.
Bem, esperando mais um capítulo.
Eu também sou Stelena nos livros, mas na série de TV eu sou Delena.
Bem, esperando mais um capítulo.
Érica- Mensagens : 96
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Capítulo 4
Na hora que Hermione alcançou seu armário, o entorpecimento estava passando e o caroço em sua garganta estava tentando se dissolver em lágrimas. Mas ela não choraria na escola, ela disse à si mesma, ela não iria. Depois de fechar seu armário, ela foi em direção a saída principal.
Pelo segundo dia consecutivo, ela estava voltando para casa logo depois do último sinal, e sozinha. Tia Tonks não iria conseguir lidar com isso. Mas quando Hermione chegou em casa, o carro de tia Tonks não estava na garagem; ela e Rose devem ter ido ao supermercado. A casa ainda estava quieta e pacífica enquanto Hermione entrava.
Ela estava grata por essa quietude; ela queria ficar sozinha agora. Mas, por outro alado, ela não sabia exatamente o que fazer consigo mesma.
Agora que ela finalmente podia chorar, ela descobriu que as lágrimas não vinham. Ela deixou sua mochila afundar no chão do corredor da frente e andou lentamente na sala de estar.
Era uma bonita e impressionante sala, a única parte da casa fora o quarto de Hermione que pertencia à estrutura original. Aquela primeira casa fora construída antes de 1861, e fora quase queimada completamente na Guerra Civil. E tudo que pôde ser salvo foi essa sala, com sua elaborada lareira emoldurada por curvas, e o grande quarto acima. O bisavô do pai de Hermione tinha construído uma casa nova, e os Granger moraram lá desde então.
Hermione se virou para olhar por uma das janelas que iam do teto até o chão. O vidro era tão velho que estava grosso e oscilante, e tudo do lado de fora estava distorcido, parecendo levemente embriagado. Ela se lembrou da primeira vez em que seu pai a mostrou aquele velho vidro oscilante, quando ela era mais nova do que Rose era agora.
A sensação de algo em sua garganta estava de volta, mas ainda assim as lágrimas não vinham. Tudo dentro dela era contraditório. Ela não queria companhia, e ainda assim ela estava dolorosamente solitária. Ela queria pensar, mas agora que ela estava tentando, seus pensamentos a evitavam como um rato correndo de uma coruja branca.
Coruja branca... ave de caça… comedora de carne… corvo, ela pensou. “O maior corvo que eu já vi,” Cedrico tinha dito.
Seus olhos doeram novamente. Pobre Cedrico. Ela o tinha machucado, mas ele fora tão bonzinho quanto a isso. Ele tinha sido bonzinho até com o Rony.
Rony. Seu coração fez um baque, forte, espremendo duas lágrimas quentes em seus olhos. Pronto, finalmente ela estava chorando. Ela estava chorando de raiva e humilhação e frustração – e o que mais?
O que ela tinha realmente perdido hoje? O que ela realmente sentia por esse estranho, esse Rony Potter? Ele era um desafio, sim, e isso o deixava diferente, interessante. Rony era exótico… excitante.(N/A:Claro,com os cabelos ruivos e aqueles lindos olhos verdes,ela queria mais o quê ?)
Engraçado, isso era o que algumas vezes os caras tinham dito à Hermione que ela era. E mais tarde ela ouvia deles, ou de seus amigos ou irmãs, o quão nervosos eles estavam antes de sair com ela, como suas palmas ficaram suadas e seus estômagos estavam cheios de borboletas. Hermione sempre achou tais histórias divertidas. Nenhum garoto que ela conhecera já a fez ficar nervosa.
Mas quando ela falara com Rony hoje, seu pulso estivera acelerado, seus joelhos bambos. Suas palmas estiveram molhadas. E não havia tido borboletas em seu estômago – havia tido morcegos.
Ela estava interessada no cara porque ele a deixava nervosa? Não é uma razão muito boa, Hermione, ela disse à si mesma. De fato, uma razão muito ruim.
Mas também tinha aquela boca. Aquela boca esculpida que fez seus joelhos ficarem bambos com algo totalmente diferente do que nervosismo. E aquele cabelo ruivo alaranjado como o pôr-do-sol – seus dedos coçavam para se entrelaçar naquela suavidez. Aquele corpo flexível e de músculos lisos, aquelas pernas longas... e aquela voz. Fora a voz dele que a fizera se decidir ontem, deixando-a absolutamente determinada a tê-lo. Sua voz era frio e desdenhosa quando estivera falando com o Sr. Snape mas estranhamente convincente para tudo aquilo. Ela se perguntou se poderia ficar escura como a noite também, e como soaria dizendo seu nome, sussurrando seu nome...
-Hermione!
Hermione pulou, seu devaneio destruído. Mas não era Rony Potter chamando-a, era a tia Tonks tagarelando na porta da frente aberta.
-Hermione?Hermione!- E essa era Rose, sua voz estridente e sibilante. -Você está em casa?
Sofrimento fluíu por Hermione novamente, e ela deu uma olhada na cozinha. Ela não podia encarar as perguntas preocupadas de sua tia ou a inocente animação de Hermione agora. Não com seus cílios molhados e novas lágrimas ameaçando a qualquer minuto. Ela tomou uma decisão rápida e silenciosamente deslizou pela porta de trás enquanto a porta da frente batia ao fechar.
Logo que estava fora da varanda de trás e entrou no quintal, ela hesitou. Ela não queria encontrar ninguém que ela conhecia.
Mas aonde ela podia ir para ficar sozinha?
A resposta veio quase instantaneamente. É claro. Ela iria ver sua mãe e seu pai.
Era uma caminhada razoavelmente longa, quase na beira da cidade, mas nos últimos três anos se tornara familiar para Hermione. Ela cruzou a Ponte Wickery e subiu a colina, para além da Igreja em ruínas, então desceu para o pequeno vale adiante.
Essa parte do cemitério era bem-cuidada; era a parte antiga que permitiam ficar levemente selvagem.
Aqui, a grama estava primorosamente aparada, e buquês de flores salpicavam cores brilhantes. Hermione sentou-se na grande lápide de mármore com “Granger” entalhado na frente.
-Oi, mãe. Oi, pai,- ela sussurrou. Ela se inclinou para colocar flores não-me-toque roxas que ela havia pego à caminho em frente ao mercado. Então ela enroscou sua pernas debaixo de si e simplesmente sentou.
Ela vinha aqui regularmente após o acidente. Rose tinha somente um ano quando o acidente de carro aconteceu; ela não lembrava bem deles. Mas Hermione lembrava. Agora ela deixava sua mente folhear pelas memórias, e o caroço em sua garganta inchou, e as lágrimas vieram mais facilmente. Ela sentia tanto a falta deles, ainda. Mamãe, tão jovem e bonito, e papai, com um sorriso que enrugava seus olhos.
Ela tinha sorte de ter tia Tonks, é claro. Não era toda tia que se despediria do trabalho e se mudaria para uma cidadezinha para tomar conta de duas sobrinhas orfãs. E Remo Lupin, o noivo de tia Tonks, era mais como um padrasto para Rose do que um futuro tio-por-casamento.
Mas Hermione se lembrava de seus pais. As vezes, logo depois do funeral, ela tinha vindo aqui para brigar com eles, com raiva deles por terem sido tão estúpidos a ponto de morrerem. Isso foi quando ela não conhecia muito bem a tia Tonks, e tinha sentido que não havia mais lugar na Terra aonde ela pertencesse.
Aonde ela pertencia agora? ela se perguntou. A resposta fácil era, aqui, em Oxford, aonde ela havia vivido sua vida toda. Mas ultimamente a resposta fácil parecia errada. Ultimamente ela sentia que devia ter alguma outra coisa lá fora para ela, algum lugar que ela reconheceria de primeira e chamaria de lar.
Uma sombra caiu sobre ela, e ela olhou para cima, assustada. Por um instante, as duas figuras paradas sobre ela eram alienígenas, estranhas, vagamente ameaçadoras. Ela encarou, congelada.
-Hermione- disse a menor figura agitadamente, as mãos nos quadris, -às vezes eu me preocupe com você, realmente me preocupo.
Hermione piscou e então riu brevemente. Eram Gina e Fleur. -O que uma pessoa tem que fazer para conseguir um pouco de privacidade por aqui?- ela disse enquanto elas sentavam.
-Diga-nos para ir embora,- sugeriu Fleur, mas Hermione só deu de ombros. Fleur e Gina tinham vindo aqui muitas vezes para encontrá-la nos meses depois do acidente. De repente, ela se sentiu feliz por isso, e grata à ambas. Se a nenhum outro lugar, ela pertencia às amigas que ligavam para ela. Ela não se importava se elas soubessem que ela estivera chorando, e ela aceitou os lencinhos amassados que Gina ofereceu e limpou seus olhos.
As três sentaram juntas em silêncio por um tempo, observando o vento agitar o grupo de árvores de carvalho na beira do cemitério.
-Eu sinto muito sobre o que aconteceu,- Gina disse por fim, com uma voz suave. -Aquilo foi realmente terrível.
-E o seu nome do meio é ‘Tato,’- disse Fleur. -Não poderia ter sido tão ruim, Hermione.
-Você não estava lá.- Hermione se sentiu ficando quente novamente com a memória. -Foi terrível. Mas eu não ligo mais,- ela acrescentou categoricamente, com desdém. -Eu estou farta dele. Eu não o quero mais.
-Hermione!
-Eu não quero, Gina. Ele obviamente se acha bom demais para – para os britânicos. Então ele pode simplesmente pegar aqueles óculos de sol de grife e...
Houve bufos de risada das outras garotas. Hermione assou seu nariz e balançou sua cabeça. -Então,- ela disse à Gina, determinada a mudar o assunto, -pelo menos Snape pareceu estar com um humor melhor hoje.
Gina pareceu atormentada. -Você sabe que ele fez eu me recrutar para ser a primeira a fazer meu relatório oral? Eu não me importo, de qualquer forma; eu vou fazer o meu sobre os bruxos, e ...
-Sobre o quê?
-Bruxos. Os velhos esquisitos que eram queimados na fogueira se eram vistos fazendo magia e tals. Eu descendo deles, e é por isso que eu sou um pouco...mágica.
Fleur bufou, mas Hermione franziu a testa para o talo de grama que ela estava girando entre seus dedos. -Gina, você realmente viu alguma coisa ontem na minha palma da mão?- ela perguntou abruptamente.
Gina hesitou. -Eu não sei,- ela disse por fim. -Eu...eu pensei que tinha naquela hora. Mas às vezes minha imaginação me escapa.
-Ela sabia que você estava aqui,- disse Fleur inesperadamente. -Eu pensei em procurar na cafeteria, mas Gina disse, ‘Ela está no cemitério.’
-Disse?-Gina pareceu pouco surpresa mas impressionada. -Bem, veja só. Minha avó em Edimburgo tem a segunda visão e eu também. Sempre pula uma geração.
-E você descende dos bruxos,- Fleur disse solenemente.
-Bem é verdade! Na Escócia eles mantêm as antigas tradições. Você não acreditaria em algumas das coisas que minha avó faz. Ela tem um jeito de descobrir com quem você vai se casar e quando você vai morrer.
Ela me disse que eu vou morrer cedo.
-Gina!
-Ela disse. Eu vou estar jovem e bonita no meu caixão. Não acha que isso é romântico?
-Não, não acho. Eu acho que é nojento,- disse Hermione. As sombras estavam ficando mais longas, e o vento estava frio agora.
-Então com quem você vai se casar,Gina?- Fleur disse com jeito.
-Eu não sei. Minha avó me disse o ritual para descobrir, mas eu nunca tentei. É claro – Gina fez uma pose sofisticada – ele tem que ser escandalosamente rico e totalmente lindo. Como o nosso misterioso estranho moreno, por exemplo. Especialmente se ninguém mais o quiser.- Ela lançou um olhar travesso para Hermione.
Hermione recusou a isca. “E quanto à Draco Malfoy?” ela murmurou inocentemente. -Seu pai é certamente rico o bastante.
-E ele não é feio,- concordou Fleur solenemente, -Isso é, é claro, se você for uma amante de fantasmas. Todo aquele corpo branco....
As garotas olharam uma para outra e então simultaneamente caíram na risada. Gina jogou um punhado de grama em Fleur, que a removeu e jogou um dente-de-leão nela. Em algum lugar no meio disso, Hermione percebeu que ela ia ficar bem. Ela era ela mesma novamente, não perdida, não uma estranha, mas Hermione Granger, a rainha da Hogwarts High School. Ela puxou a fita laranja-amarelada de seu cabelo e balançou o cabelo livremente por seu rosto.
-Eu decidi o que fazer no meu relatório oral,- ela disse, observando com olhos estreitos enquanto Gina tirava com os dedos grama de seus cabelos ruivos.
-O quê?- disse Fleur.
Hermione inclinou seu queixo e olhou para o céu vermelho e roxo acima da colina. Ela tomou um ponderado fôlego e deixou o suspense crescer por um momento. Então ela disse friamente, -A Divisão da Irlanda.
Gina e Fleur a encararam, então olharam uma para outra e explodiram em berros e gargalhadas novamente.
-Aha,- disse Fleur quando se recuperaram. -Então o tigre retornou.
Hermione mostrou-lhe um sorriso ferino. Sua confiança abalada havia retornado à ela. E ainda que ela mesma não entendesse, ela sabia de uma coisa: ela não ia deixar Rony Potter se safar ileso.
-Tudo bem,- ela disse rapidamente. -Agora, escutem, vocês duas. Ninguém mais pode saber disso, ou vou ser motivo de riso na escola. E Lilá iria amar qualquer desculpa para me fazer parecer ridícula. Mas eu ainda quero ele, e eu vou tê-lo. Eu não sei como ainda, mas eu vou. Até que eu bole um plano, contudo, nós vamos tratá-lo com indiferença.
-Oh, nós vamos?
-Sim, nós vamos. Você não pode tê-lo, Gina; ele é meu. E eu tenho que ser capaz de confiar em você completamente.
-Espere um minuto,- disse Fleur, um brilho em seu olhar. Ela soltou o broche esmaltado de sua blusa, então, levantando seu dedão, deu uma rápida picada. -Gina, me de sua mão.
-Por quê?-disse Gina, olhando o broche com desconfiança.
-Porque eu quero me casar com você. Por que você acha, idiota?
-Mas...mas ...Ah, tudo bem. Ai!
-Agora você, Hermione.- Fleur picou o dedão de Hermione eficientemente, e então espremeu-o para conseguir uma gota de sangue. -Agora,- ela continuou, olhando para as outras duas com brilhantes olhos negros, -todas nós pressionamos os nossos dedões juntos e juramos. Especialmente você, Gina. Jure manter esse segredo e fazer o que quer que Hermione peça em relação à Rony.
-Olha, jurar com sangue é perigoso,- Gina protestou seriamente. -Quer dizer que você tem que ser fiel ao seu juramente não importa o que acontecer, não importa o que, Fleur.
-Eu sei,- disse Fleur cruelmente. -É por isso que eu estou dizendo para você fazer isso. Eu lembro do que aconteceu com Michael Evans.
Gina fez careta. -Isso foi há anos, e nós terminamos logo de qualquer jeito e ... Ah, tudo bem. Eu vou jurar.- Fechando seus olhos, ela disse, -Eu juro manter isso secreto e fazer qualquer coisa que Hermione peça em relação à Rony.
Fleur repetiu o juramento. E Hermione, encarando as pálidas sombras dos dedões juntados na reunião do anoitecer, tomou um longo fôlego e disse suavemente, -E eu juro não descansar até que ele pertença a mim.
Uma rajada fria de vento soprou pelo cemitério, ventilando o cabelo das meninas e fazendo com que folhas secas se agitassem no chão. Gina arfou e recuou, e todas olharam ao redor, então riram nervosamente.
-Está escuro,- disse Hermione, surpresa.
-É melhor irmos para casa,- Fleur disse, fixando seu broche enquanto ficava de pé. Gina se levantou, também, colocando a ponta de seu dedão em seua boca.
-Tchau,- disse Hermione suavemente, encarando a lápide. A flor roxa era um borrão no chão. Ela pegou a fita laranja-amarelada que descansava ao lado dela, virou-se, e acenou para Gina e Fleur. -Vamos.
Silenciosamente, elas se dirigiram à colina em direção à Igreja em ruínas. O juramento feito com sangue deu-lhes uma sensação solene, e enquanto elas passavam pela Igreja em ruínas,Gina estremeceu. Com o Sol se pondo, a temperatura tinha abaixado abruptamente, e o vento estava subindo. Cada rajada mandava sussuros pela grama e fazia com que as antigas árvores de carvalho agitassem suas folhas suspensas.
-Eu estou congelando,- Hermione disse, parando por um momento no buraco negro que uma vez fora a porta da Igreja e olhando para baixo para a paisagem.
A Lua ainda não tinha se erguido, e ela apenas podia perceber o antigo cemitério e a Ponte Wickery além dele. O antigo cemitério datava dos dias da Guerra da Secessão, e muitas das lápides tinham nomes de soldados.
Parecia selvagem; arbustos e grandes ervas daninhas cresciam nas sepulturas, e heras americanas abundavam granitos decadentes. Hermione nunca gostara dele.
-Parece diferente, não? Na escuridão, quero dizer,- ela disse instavelmente. Ela não sabia como dizer o que ela realmente quisera dizer, que não era um lugar para os vivos.
-Nós podíamos ir pelo caminho longo,- disse Fleur. -Mas isso significaria outros vinte minutos de caminhada.
-Eu não me importo ir por esse caminho,- disse Gina, engolindo em seco. -Eu sempre disse que queria ser enterrada no antigo.
-Dá pra parar de falar sobre querer ser enterrada?-Hermione repreendeu, e começou a descer a colina. Mas quando mais ela descia pelo estreito caminho, mais desconfortável ela se sentia. Ela diminuiu até que Gina e Fleur a alcançaram. A medida que elas se aproximavam da primeira lápide, seu coração começou a bater mais forte. Ela tentou ignorá-lo, mas toda sua pele estava formigando com percepção e os pelinhos em seus braços estavam levantados. Entre as rajadas de vento, todo som parecia horrivelmente magnífico; o esmagamento de seus pés contra o caminho de folhas espalhadas era ensurdecedor.
A Igreja em ruínas era uma silhueta preta atrás delas agora. O caminho estreito conduzia-se entre as lápides incrustadas com líquen, muitas das quais eram maiores que Fleur. Grandes o bastante para algo se esconder atrás, Hermione pensou desconfortavelmente. Algumas das próprias lápides eram amedrontadoras, como a com o querubim que parecia um bebê de verdade, exceto que sua cabeça tinha caído e tinha sido cuidadosamente colocada sob seu corpo. Os grandes olhos da cabeça de granito estavam vazios. Hermione não conseguia desviar seu olhar dele, e seu coração começou a golpear.
-Por que nós estamos parando?- disse Fleur.
-Eu só... sinto muito,-Hermione murmurou, mas quando se forçou a virar ela imediatamente endureceu.
-Gina?- ela disse. -Gina, qual é o problema?
Gina estava encarando diretamente o cemitério, seus lábios separados, seus olhos tão arregalados e vazios quanto os do querubim de pedra. Medo passou pelo estômago de Hermione. -Gina, pare com isso. Pare! Não é engraçado.
Gina não respondeu.
-Gina!- disse Fleur. Ela e Hermione olharam uma para outra, e de repente Hermione sabia que tinha que escapar. Ela girou para começar a descer o caminho, mas uma voz estranha falou atrás dela, e ela se virou rapidamente.
-Hermione- a voz disse. Não era a voz de Gina, mas vinha da boca de Gina. Pálida na escuridão, Gina ainda estava encarando o cemitério. Não havia expressão em seu rosto de jeito nenhum.
-Hermione- a voz disse de novo, e acrescentou, a medida que a cabeça de Gina virava em direção à ela, -há alguém esperando lá fora por você.
Hermione nunca soube bem o que aconteceu nos próximos minutos. Algo pareceu se movimentar entre as escuras sombras curvadas da lápide, mudando e se elevando entre elas. Hermione berrou e Fleur gritou por ajuda, e então ambas estavam correndo, e Gina estava correndo com elas, berrando, também.
Hermione percorreu o estreito caminho, tropeçando em pedras e protuberâncias de raíz de grama. Gina estava soluçando por ar atrás delas, e Fleur, a calma e cínica Fleur, estava ofegando selvagemente. Houve uma repentina batida e um som agudo em uma árvore de carvalho acima deles, e Hermione descobriu que ela podia correr mais rápido.
-Há algo atrás de nós,- Gina chorou estridentemente. -Ah, Deus, o que está acontecendo?
-Vão para a ponte,-arfou Hermione através do fogo em seus pulmões. Ela não sabia porque, mas ela sentia que elas tinham que chegar lá. -Não pare, Gina! Não olhe para trás!- Ela agarrou a manga da outra garota e a arrastou.
-Eu não consigo,- Gina choramingou, agarrando com força seu lado, seu ritmo hesitando.
-Sim, você consegue,-resmungou Hermione, agarrando a manga de Gina novamente e a forçando a continuar se movendo. -Vamos. Vamos!
Ela viu o brilho prateado de água perante elas. E ali estava a clareira entre as árvores de carvalho, e a ponte mais à frente. As pernas de hermione estavam tremendo e seu fôlego estava sibilando em sua garganta, mas ela não ia se deixar retardar. Agora ela podia ver as tábuas de madeira da ponte para pedestres. A ponte estava há seis metros delas, três metros, um e meio.
-Nós conseguimos,- ofegou Fleur, os pés trovejando na madeira.
-Não parem! Cheguem ao outro lado!
A ponte rangeu a medida que elas corriam vacilantemente por ela, seus passos ecoando pela água. Quando ela pulou na terra comprimida na margem distante, Hermione por fim soltou a manga de Gina, e permitiu que suas pernas cambaleassem e parassem.
Fleur estava curvada, as mãos nos quadris, respirando profundamente. Gina estava chorando.
-O que foi isso? Ah, o que foi isso?-ela disse. -Ainda está vindo?
-Eu pensei que você fosse a expert,- Fleur disse instavelmente. -Pelo amor de Deus, Hermione, vamos cair fora daqui.
-Não, está tudo bem agora,- Hermione sussurou. Havia lágrimas em seus próprios olhos e ela estava tremendo, mas o hálito quente na parte de trás de seu pescoço tinha sumido. O rio se esticava entre ela e aquilo, as águas um tumulto escuro. -Aquilo não pode nos seguir aqui,- ela disse.
Fleur a encarou, então a outra margem com suas árvores de carvalho agrupadas, então Gina. Ela molhou seus lábios e riu brevemente. -Claro. Não pode nos seguir. Mas vamos para casa de qualquer jeito, está bem? A não ser que você queira passar a noite aqui.
Algumas sensações inomeáveis estremeceram por Hermione. -Não hoje, obrigada,- ela disse. Ela colocou um braço ao redor de Gina, que ainda estava fungando. -Está tudo bem, Gina. Nós estamos a salvo agora. Vamos.
Fleur estava olhando através do rio novamente. -Sabe, eu não vejo nada lá trás,-ela disse, sua voz mais calma. -Talvez não houvesse nada atrás de nós de modo algum; talvez nós simplesmente entramos em pânico e nos assustamos. Com uma ajudinha de nossa bruxinha aqui.
Hermione não disse nada a medida que elas começaram a caminhar, mantendo-se muito juntas pelo caminho de terra. Mas ela queria saber. Ela queria muito saber.
Nota da autora: Depois de um looooooooooooooooooooongo tempo... Cap 4 no ar!Nossa,o que será que perseguiu as meninas no cemitério?Será que foi o Rony?Será que foi Harry?Será que foi uma outra força do mal?isso e muito mais no próximo capítulo que sai logo,promessa de ficwriter!
Na hora que Hermione alcançou seu armário, o entorpecimento estava passando e o caroço em sua garganta estava tentando se dissolver em lágrimas. Mas ela não choraria na escola, ela disse à si mesma, ela não iria. Depois de fechar seu armário, ela foi em direção a saída principal.
Pelo segundo dia consecutivo, ela estava voltando para casa logo depois do último sinal, e sozinha. Tia Tonks não iria conseguir lidar com isso. Mas quando Hermione chegou em casa, o carro de tia Tonks não estava na garagem; ela e Rose devem ter ido ao supermercado. A casa ainda estava quieta e pacífica enquanto Hermione entrava.
Ela estava grata por essa quietude; ela queria ficar sozinha agora. Mas, por outro alado, ela não sabia exatamente o que fazer consigo mesma.
Agora que ela finalmente podia chorar, ela descobriu que as lágrimas não vinham. Ela deixou sua mochila afundar no chão do corredor da frente e andou lentamente na sala de estar.
Era uma bonita e impressionante sala, a única parte da casa fora o quarto de Hermione que pertencia à estrutura original. Aquela primeira casa fora construída antes de 1861, e fora quase queimada completamente na Guerra Civil. E tudo que pôde ser salvo foi essa sala, com sua elaborada lareira emoldurada por curvas, e o grande quarto acima. O bisavô do pai de Hermione tinha construído uma casa nova, e os Granger moraram lá desde então.
Hermione se virou para olhar por uma das janelas que iam do teto até o chão. O vidro era tão velho que estava grosso e oscilante, e tudo do lado de fora estava distorcido, parecendo levemente embriagado. Ela se lembrou da primeira vez em que seu pai a mostrou aquele velho vidro oscilante, quando ela era mais nova do que Rose era agora.
A sensação de algo em sua garganta estava de volta, mas ainda assim as lágrimas não vinham. Tudo dentro dela era contraditório. Ela não queria companhia, e ainda assim ela estava dolorosamente solitária. Ela queria pensar, mas agora que ela estava tentando, seus pensamentos a evitavam como um rato correndo de uma coruja branca.
Coruja branca... ave de caça… comedora de carne… corvo, ela pensou. “O maior corvo que eu já vi,” Cedrico tinha dito.
Seus olhos doeram novamente. Pobre Cedrico. Ela o tinha machucado, mas ele fora tão bonzinho quanto a isso. Ele tinha sido bonzinho até com o Rony.
Rony. Seu coração fez um baque, forte, espremendo duas lágrimas quentes em seus olhos. Pronto, finalmente ela estava chorando. Ela estava chorando de raiva e humilhação e frustração – e o que mais?
O que ela tinha realmente perdido hoje? O que ela realmente sentia por esse estranho, esse Rony Potter? Ele era um desafio, sim, e isso o deixava diferente, interessante. Rony era exótico… excitante.(N/A:Claro,com os cabelos ruivos e aqueles lindos olhos verdes,ela queria mais o quê ?)
Engraçado, isso era o que algumas vezes os caras tinham dito à Hermione que ela era. E mais tarde ela ouvia deles, ou de seus amigos ou irmãs, o quão nervosos eles estavam antes de sair com ela, como suas palmas ficaram suadas e seus estômagos estavam cheios de borboletas. Hermione sempre achou tais histórias divertidas. Nenhum garoto que ela conhecera já a fez ficar nervosa.
Mas quando ela falara com Rony hoje, seu pulso estivera acelerado, seus joelhos bambos. Suas palmas estiveram molhadas. E não havia tido borboletas em seu estômago – havia tido morcegos.
Ela estava interessada no cara porque ele a deixava nervosa? Não é uma razão muito boa, Hermione, ela disse à si mesma. De fato, uma razão muito ruim.
Mas também tinha aquela boca. Aquela boca esculpida que fez seus joelhos ficarem bambos com algo totalmente diferente do que nervosismo. E aquele cabelo ruivo alaranjado como o pôr-do-sol – seus dedos coçavam para se entrelaçar naquela suavidez. Aquele corpo flexível e de músculos lisos, aquelas pernas longas... e aquela voz. Fora a voz dele que a fizera se decidir ontem, deixando-a absolutamente determinada a tê-lo. Sua voz era frio e desdenhosa quando estivera falando com o Sr. Snape mas estranhamente convincente para tudo aquilo. Ela se perguntou se poderia ficar escura como a noite também, e como soaria dizendo seu nome, sussurrando seu nome...
-Hermione!
Hermione pulou, seu devaneio destruído. Mas não era Rony Potter chamando-a, era a tia Tonks tagarelando na porta da frente aberta.
-Hermione?Hermione!- E essa era Rose, sua voz estridente e sibilante. -Você está em casa?
Sofrimento fluíu por Hermione novamente, e ela deu uma olhada na cozinha. Ela não podia encarar as perguntas preocupadas de sua tia ou a inocente animação de Hermione agora. Não com seus cílios molhados e novas lágrimas ameaçando a qualquer minuto. Ela tomou uma decisão rápida e silenciosamente deslizou pela porta de trás enquanto a porta da frente batia ao fechar.
Logo que estava fora da varanda de trás e entrou no quintal, ela hesitou. Ela não queria encontrar ninguém que ela conhecia.
Mas aonde ela podia ir para ficar sozinha?
A resposta veio quase instantaneamente. É claro. Ela iria ver sua mãe e seu pai.
Era uma caminhada razoavelmente longa, quase na beira da cidade, mas nos últimos três anos se tornara familiar para Hermione. Ela cruzou a Ponte Wickery e subiu a colina, para além da Igreja em ruínas, então desceu para o pequeno vale adiante.
Essa parte do cemitério era bem-cuidada; era a parte antiga que permitiam ficar levemente selvagem.
Aqui, a grama estava primorosamente aparada, e buquês de flores salpicavam cores brilhantes. Hermione sentou-se na grande lápide de mármore com “Granger” entalhado na frente.
-Oi, mãe. Oi, pai,- ela sussurrou. Ela se inclinou para colocar flores não-me-toque roxas que ela havia pego à caminho em frente ao mercado. Então ela enroscou sua pernas debaixo de si e simplesmente sentou.
Ela vinha aqui regularmente após o acidente. Rose tinha somente um ano quando o acidente de carro aconteceu; ela não lembrava bem deles. Mas Hermione lembrava. Agora ela deixava sua mente folhear pelas memórias, e o caroço em sua garganta inchou, e as lágrimas vieram mais facilmente. Ela sentia tanto a falta deles, ainda. Mamãe, tão jovem e bonito, e papai, com um sorriso que enrugava seus olhos.
Ela tinha sorte de ter tia Tonks, é claro. Não era toda tia que se despediria do trabalho e se mudaria para uma cidadezinha para tomar conta de duas sobrinhas orfãs. E Remo Lupin, o noivo de tia Tonks, era mais como um padrasto para Rose do que um futuro tio-por-casamento.
Mas Hermione se lembrava de seus pais. As vezes, logo depois do funeral, ela tinha vindo aqui para brigar com eles, com raiva deles por terem sido tão estúpidos a ponto de morrerem. Isso foi quando ela não conhecia muito bem a tia Tonks, e tinha sentido que não havia mais lugar na Terra aonde ela pertencesse.
Aonde ela pertencia agora? ela se perguntou. A resposta fácil era, aqui, em Oxford, aonde ela havia vivido sua vida toda. Mas ultimamente a resposta fácil parecia errada. Ultimamente ela sentia que devia ter alguma outra coisa lá fora para ela, algum lugar que ela reconheceria de primeira e chamaria de lar.
Uma sombra caiu sobre ela, e ela olhou para cima, assustada. Por um instante, as duas figuras paradas sobre ela eram alienígenas, estranhas, vagamente ameaçadoras. Ela encarou, congelada.
-Hermione- disse a menor figura agitadamente, as mãos nos quadris, -às vezes eu me preocupe com você, realmente me preocupo.
Hermione piscou e então riu brevemente. Eram Gina e Fleur. -O que uma pessoa tem que fazer para conseguir um pouco de privacidade por aqui?- ela disse enquanto elas sentavam.
-Diga-nos para ir embora,- sugeriu Fleur, mas Hermione só deu de ombros. Fleur e Gina tinham vindo aqui muitas vezes para encontrá-la nos meses depois do acidente. De repente, ela se sentiu feliz por isso, e grata à ambas. Se a nenhum outro lugar, ela pertencia às amigas que ligavam para ela. Ela não se importava se elas soubessem que ela estivera chorando, e ela aceitou os lencinhos amassados que Gina ofereceu e limpou seus olhos.
As três sentaram juntas em silêncio por um tempo, observando o vento agitar o grupo de árvores de carvalho na beira do cemitério.
-Eu sinto muito sobre o que aconteceu,- Gina disse por fim, com uma voz suave. -Aquilo foi realmente terrível.
-E o seu nome do meio é ‘Tato,’- disse Fleur. -Não poderia ter sido tão ruim, Hermione.
-Você não estava lá.- Hermione se sentiu ficando quente novamente com a memória. -Foi terrível. Mas eu não ligo mais,- ela acrescentou categoricamente, com desdém. -Eu estou farta dele. Eu não o quero mais.
-Hermione!
-Eu não quero, Gina. Ele obviamente se acha bom demais para – para os britânicos. Então ele pode simplesmente pegar aqueles óculos de sol de grife e...
Houve bufos de risada das outras garotas. Hermione assou seu nariz e balançou sua cabeça. -Então,- ela disse à Gina, determinada a mudar o assunto, -pelo menos Snape pareceu estar com um humor melhor hoje.
Gina pareceu atormentada. -Você sabe que ele fez eu me recrutar para ser a primeira a fazer meu relatório oral? Eu não me importo, de qualquer forma; eu vou fazer o meu sobre os bruxos, e ...
-Sobre o quê?
-Bruxos. Os velhos esquisitos que eram queimados na fogueira se eram vistos fazendo magia e tals. Eu descendo deles, e é por isso que eu sou um pouco...mágica.
Fleur bufou, mas Hermione franziu a testa para o talo de grama que ela estava girando entre seus dedos. -Gina, você realmente viu alguma coisa ontem na minha palma da mão?- ela perguntou abruptamente.
Gina hesitou. -Eu não sei,- ela disse por fim. -Eu...eu pensei que tinha naquela hora. Mas às vezes minha imaginação me escapa.
-Ela sabia que você estava aqui,- disse Fleur inesperadamente. -Eu pensei em procurar na cafeteria, mas Gina disse, ‘Ela está no cemitério.’
-Disse?-Gina pareceu pouco surpresa mas impressionada. -Bem, veja só. Minha avó em Edimburgo tem a segunda visão e eu também. Sempre pula uma geração.
-E você descende dos bruxos,- Fleur disse solenemente.
-Bem é verdade! Na Escócia eles mantêm as antigas tradições. Você não acreditaria em algumas das coisas que minha avó faz. Ela tem um jeito de descobrir com quem você vai se casar e quando você vai morrer.
Ela me disse que eu vou morrer cedo.
-Gina!
-Ela disse. Eu vou estar jovem e bonita no meu caixão. Não acha que isso é romântico?
-Não, não acho. Eu acho que é nojento,- disse Hermione. As sombras estavam ficando mais longas, e o vento estava frio agora.
-Então com quem você vai se casar,Gina?- Fleur disse com jeito.
-Eu não sei. Minha avó me disse o ritual para descobrir, mas eu nunca tentei. É claro – Gina fez uma pose sofisticada – ele tem que ser escandalosamente rico e totalmente lindo. Como o nosso misterioso estranho moreno, por exemplo. Especialmente se ninguém mais o quiser.- Ela lançou um olhar travesso para Hermione.
Hermione recusou a isca. “E quanto à Draco Malfoy?” ela murmurou inocentemente. -Seu pai é certamente rico o bastante.
-E ele não é feio,- concordou Fleur solenemente, -Isso é, é claro, se você for uma amante de fantasmas. Todo aquele corpo branco....
As garotas olharam uma para outra e então simultaneamente caíram na risada. Gina jogou um punhado de grama em Fleur, que a removeu e jogou um dente-de-leão nela. Em algum lugar no meio disso, Hermione percebeu que ela ia ficar bem. Ela era ela mesma novamente, não perdida, não uma estranha, mas Hermione Granger, a rainha da Hogwarts High School. Ela puxou a fita laranja-amarelada de seu cabelo e balançou o cabelo livremente por seu rosto.
-Eu decidi o que fazer no meu relatório oral,- ela disse, observando com olhos estreitos enquanto Gina tirava com os dedos grama de seus cabelos ruivos.
-O quê?- disse Fleur.
Hermione inclinou seu queixo e olhou para o céu vermelho e roxo acima da colina. Ela tomou um ponderado fôlego e deixou o suspense crescer por um momento. Então ela disse friamente, -A Divisão da Irlanda.
Gina e Fleur a encararam, então olharam uma para outra e explodiram em berros e gargalhadas novamente.
-Aha,- disse Fleur quando se recuperaram. -Então o tigre retornou.
Hermione mostrou-lhe um sorriso ferino. Sua confiança abalada havia retornado à ela. E ainda que ela mesma não entendesse, ela sabia de uma coisa: ela não ia deixar Rony Potter se safar ileso.
-Tudo bem,- ela disse rapidamente. -Agora, escutem, vocês duas. Ninguém mais pode saber disso, ou vou ser motivo de riso na escola. E Lilá iria amar qualquer desculpa para me fazer parecer ridícula. Mas eu ainda quero ele, e eu vou tê-lo. Eu não sei como ainda, mas eu vou. Até que eu bole um plano, contudo, nós vamos tratá-lo com indiferença.
-Oh, nós vamos?
-Sim, nós vamos. Você não pode tê-lo, Gina; ele é meu. E eu tenho que ser capaz de confiar em você completamente.
-Espere um minuto,- disse Fleur, um brilho em seu olhar. Ela soltou o broche esmaltado de sua blusa, então, levantando seu dedão, deu uma rápida picada. -Gina, me de sua mão.
-Por quê?-disse Gina, olhando o broche com desconfiança.
-Porque eu quero me casar com você. Por que você acha, idiota?
-Mas...mas ...Ah, tudo bem. Ai!
-Agora você, Hermione.- Fleur picou o dedão de Hermione eficientemente, e então espremeu-o para conseguir uma gota de sangue. -Agora,- ela continuou, olhando para as outras duas com brilhantes olhos negros, -todas nós pressionamos os nossos dedões juntos e juramos. Especialmente você, Gina. Jure manter esse segredo e fazer o que quer que Hermione peça em relação à Rony.
-Olha, jurar com sangue é perigoso,- Gina protestou seriamente. -Quer dizer que você tem que ser fiel ao seu juramente não importa o que acontecer, não importa o que, Fleur.
-Eu sei,- disse Fleur cruelmente. -É por isso que eu estou dizendo para você fazer isso. Eu lembro do que aconteceu com Michael Evans.
Gina fez careta. -Isso foi há anos, e nós terminamos logo de qualquer jeito e ... Ah, tudo bem. Eu vou jurar.- Fechando seus olhos, ela disse, -Eu juro manter isso secreto e fazer qualquer coisa que Hermione peça em relação à Rony.
Fleur repetiu o juramento. E Hermione, encarando as pálidas sombras dos dedões juntados na reunião do anoitecer, tomou um longo fôlego e disse suavemente, -E eu juro não descansar até que ele pertença a mim.
Uma rajada fria de vento soprou pelo cemitério, ventilando o cabelo das meninas e fazendo com que folhas secas se agitassem no chão. Gina arfou e recuou, e todas olharam ao redor, então riram nervosamente.
-Está escuro,- disse Hermione, surpresa.
-É melhor irmos para casa,- Fleur disse, fixando seu broche enquanto ficava de pé. Gina se levantou, também, colocando a ponta de seu dedão em seua boca.
-Tchau,- disse Hermione suavemente, encarando a lápide. A flor roxa era um borrão no chão. Ela pegou a fita laranja-amarelada que descansava ao lado dela, virou-se, e acenou para Gina e Fleur. -Vamos.
Silenciosamente, elas se dirigiram à colina em direção à Igreja em ruínas. O juramento feito com sangue deu-lhes uma sensação solene, e enquanto elas passavam pela Igreja em ruínas,Gina estremeceu. Com o Sol se pondo, a temperatura tinha abaixado abruptamente, e o vento estava subindo. Cada rajada mandava sussuros pela grama e fazia com que as antigas árvores de carvalho agitassem suas folhas suspensas.
-Eu estou congelando,- Hermione disse, parando por um momento no buraco negro que uma vez fora a porta da Igreja e olhando para baixo para a paisagem.
A Lua ainda não tinha se erguido, e ela apenas podia perceber o antigo cemitério e a Ponte Wickery além dele. O antigo cemitério datava dos dias da Guerra da Secessão, e muitas das lápides tinham nomes de soldados.
Parecia selvagem; arbustos e grandes ervas daninhas cresciam nas sepulturas, e heras americanas abundavam granitos decadentes. Hermione nunca gostara dele.
-Parece diferente, não? Na escuridão, quero dizer,- ela disse instavelmente. Ela não sabia como dizer o que ela realmente quisera dizer, que não era um lugar para os vivos.
-Nós podíamos ir pelo caminho longo,- disse Fleur. -Mas isso significaria outros vinte minutos de caminhada.
-Eu não me importo ir por esse caminho,- disse Gina, engolindo em seco. -Eu sempre disse que queria ser enterrada no antigo.
-Dá pra parar de falar sobre querer ser enterrada?-Hermione repreendeu, e começou a descer a colina. Mas quando mais ela descia pelo estreito caminho, mais desconfortável ela se sentia. Ela diminuiu até que Gina e Fleur a alcançaram. A medida que elas se aproximavam da primeira lápide, seu coração começou a bater mais forte. Ela tentou ignorá-lo, mas toda sua pele estava formigando com percepção e os pelinhos em seus braços estavam levantados. Entre as rajadas de vento, todo som parecia horrivelmente magnífico; o esmagamento de seus pés contra o caminho de folhas espalhadas era ensurdecedor.
A Igreja em ruínas era uma silhueta preta atrás delas agora. O caminho estreito conduzia-se entre as lápides incrustadas com líquen, muitas das quais eram maiores que Fleur. Grandes o bastante para algo se esconder atrás, Hermione pensou desconfortavelmente. Algumas das próprias lápides eram amedrontadoras, como a com o querubim que parecia um bebê de verdade, exceto que sua cabeça tinha caído e tinha sido cuidadosamente colocada sob seu corpo. Os grandes olhos da cabeça de granito estavam vazios. Hermione não conseguia desviar seu olhar dele, e seu coração começou a golpear.
-Por que nós estamos parando?- disse Fleur.
-Eu só... sinto muito,-Hermione murmurou, mas quando se forçou a virar ela imediatamente endureceu.
-Gina?- ela disse. -Gina, qual é o problema?
Gina estava encarando diretamente o cemitério, seus lábios separados, seus olhos tão arregalados e vazios quanto os do querubim de pedra. Medo passou pelo estômago de Hermione. -Gina, pare com isso. Pare! Não é engraçado.
Gina não respondeu.
-Gina!- disse Fleur. Ela e Hermione olharam uma para outra, e de repente Hermione sabia que tinha que escapar. Ela girou para começar a descer o caminho, mas uma voz estranha falou atrás dela, e ela se virou rapidamente.
-Hermione- a voz disse. Não era a voz de Gina, mas vinha da boca de Gina. Pálida na escuridão, Gina ainda estava encarando o cemitério. Não havia expressão em seu rosto de jeito nenhum.
-Hermione- a voz disse de novo, e acrescentou, a medida que a cabeça de Gina virava em direção à ela, -há alguém esperando lá fora por você.
Hermione nunca soube bem o que aconteceu nos próximos minutos. Algo pareceu se movimentar entre as escuras sombras curvadas da lápide, mudando e se elevando entre elas. Hermione berrou e Fleur gritou por ajuda, e então ambas estavam correndo, e Gina estava correndo com elas, berrando, também.
Hermione percorreu o estreito caminho, tropeçando em pedras e protuberâncias de raíz de grama. Gina estava soluçando por ar atrás delas, e Fleur, a calma e cínica Fleur, estava ofegando selvagemente. Houve uma repentina batida e um som agudo em uma árvore de carvalho acima deles, e Hermione descobriu que ela podia correr mais rápido.
-Há algo atrás de nós,- Gina chorou estridentemente. -Ah, Deus, o que está acontecendo?
-Vão para a ponte,-arfou Hermione através do fogo em seus pulmões. Ela não sabia porque, mas ela sentia que elas tinham que chegar lá. -Não pare, Gina! Não olhe para trás!- Ela agarrou a manga da outra garota e a arrastou.
-Eu não consigo,- Gina choramingou, agarrando com força seu lado, seu ritmo hesitando.
-Sim, você consegue,-resmungou Hermione, agarrando a manga de Gina novamente e a forçando a continuar se movendo. -Vamos. Vamos!
Ela viu o brilho prateado de água perante elas. E ali estava a clareira entre as árvores de carvalho, e a ponte mais à frente. As pernas de hermione estavam tremendo e seu fôlego estava sibilando em sua garganta, mas ela não ia se deixar retardar. Agora ela podia ver as tábuas de madeira da ponte para pedestres. A ponte estava há seis metros delas, três metros, um e meio.
-Nós conseguimos,- ofegou Fleur, os pés trovejando na madeira.
-Não parem! Cheguem ao outro lado!
A ponte rangeu a medida que elas corriam vacilantemente por ela, seus passos ecoando pela água. Quando ela pulou na terra comprimida na margem distante, Hermione por fim soltou a manga de Gina, e permitiu que suas pernas cambaleassem e parassem.
Fleur estava curvada, as mãos nos quadris, respirando profundamente. Gina estava chorando.
-O que foi isso? Ah, o que foi isso?-ela disse. -Ainda está vindo?
-Eu pensei que você fosse a expert,- Fleur disse instavelmente. -Pelo amor de Deus, Hermione, vamos cair fora daqui.
-Não, está tudo bem agora,- Hermione sussurou. Havia lágrimas em seus próprios olhos e ela estava tremendo, mas o hálito quente na parte de trás de seu pescoço tinha sumido. O rio se esticava entre ela e aquilo, as águas um tumulto escuro. -Aquilo não pode nos seguir aqui,- ela disse.
Fleur a encarou, então a outra margem com suas árvores de carvalho agrupadas, então Gina. Ela molhou seus lábios e riu brevemente. -Claro. Não pode nos seguir. Mas vamos para casa de qualquer jeito, está bem? A não ser que você queira passar a noite aqui.
Algumas sensações inomeáveis estremeceram por Hermione. -Não hoje, obrigada,- ela disse. Ela colocou um braço ao redor de Gina, que ainda estava fungando. -Está tudo bem, Gina. Nós estamos a salvo agora. Vamos.
Fleur estava olhando através do rio novamente. -Sabe, eu não vejo nada lá trás,-ela disse, sua voz mais calma. -Talvez não houvesse nada atrás de nós de modo algum; talvez nós simplesmente entramos em pânico e nos assustamos. Com uma ajudinha de nossa bruxinha aqui.
Hermione não disse nada a medida que elas começaram a caminhar, mantendo-se muito juntas pelo caminho de terra. Mas ela queria saber. Ela queria muito saber.
Nota da autora: Depois de um looooooooooooooooooooongo tempo... Cap 4 no ar!Nossa,o que será que perseguiu as meninas no cemitério?Será que foi o Rony?Será que foi Harry?Será que foi uma outra força do mal?isso e muito mais no próximo capítulo que sai logo,promessa de ficwriter!
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Capítulo 5
A lua cheia estava a pino quando Rony voltou à pensão. Ele estava atordoado, quase com vertigem, tanto de cansaço como do excesso de sangue que tinha tomado. Já fazia muito tempo desde que ele se permitira se alimentar tanto. Mas a explosão de poder descontrolado perto do cemitério colocou-o em frenesi, despedaçando seu controle já enfraquecido. Ele ainda não entendia bem de onde vinha o Poder. Estava em seu lugar nas sombras observando as meninas humanas quando ele explodiu de trás, provocando a fuga das garotas. Ele foi apanhado entre o medo de elas correrem para o rio e o desejo de sondar este poder e descobrir sua origem. No final, foi atrás dela, incapaz de permitir que ela se ferisse.
Alguma coisa escura tinha voado para o bosque enquanto as humanas chegavam ao santuário da ponte, mas nem mesmo os sentidos noturnos de Stefan conseguiram distinguir o que era. Ele observou enquanto ela e as outras duas partiram para a cidade. Depois deu meia-volta para o cemitério.
Agora estava vazio, livre do que quer que estivesse ali. No chão, jazia uma fita de seda que a olhos comuns teria parecido cinza no escuro. Mas ele viu sua verdadeira cor e, enquanto a segurava entre os dedos, levando-a lentamente até os lábios, pôde sentir o cheiro dela, de seu cabelo.
A lembrança o engolfou. Já era bem ruim quando ela estava fora de vista, quando sua mera existência o importunava, provocando a consciência. Mas estar no mesmo ambiente que ela na escola, sentir sua presença ali atrás, sentir a fragrância ine¬briante da pele ao seu redor, era quase mais do que ele podia suportar.
Ele ouvira cada respiração suave que ela dera, sentira seu calor irradiando nas costas dele, sentira cada batida de sua doce pulsação. E por fim, para seu pavor, Rony se descobrira penetrando nisso. Sua língua roçava os caninos de um lado a outro, desfrutando da dor e do prazer que se formava ali, esti-mulando-o. Ele inalou deliberadamente o aroma dela para as narinas e deixou que as visões o invadissem, imaginando tudo. Como seu pescoço seria macio, como os lábios teriam a mesma suavidade no início, plantando minúsculos beijos aqui e ali, até que ele chegasse à cavidade dócil de seu pescoço. Como ele se aninharia ali, no lugar onde o coração batia tão forte na pele delicada. E como por fim os lábios dele se separariam, repuxar-se-iam dos dentes doloridos e agora afiados como pequenas adagas, e...
Não. Ele saiu do transe com um solavanco, a pulsação desvairada, o corpo trêmulo. A turma fora dispensada, havia movimento em volta e ele só podia esperar que ninguém o estivesse observando muito de perto.
Quando ela lhe falou, ele não conseguiu acreditar que tinha de ficar de frente para ela enquanto suas veias ardiam e todo o maxilar superior doía. Por um momento teve medo de que seu controle lhe escapasse, que ele a pegasse pelos ombros, na frente de todos. Ele não fazia ideia de como conseguira se afastar, sabia apenas que algum tempo depois estava canalizando sua energia para um exercício físico pesado, vagamente consciente de que não devia usar os Poderes. Não importava; mesmo sem eles, Rony era muito superior aos meninos mortais com os quais competia no campo de futebol americano. Sua visão era mais aguçada, reflexos mais rápidos, os músculos mais fortes. Agora levava um tapinha nas costas e a voz de Cedrico soava em seus ouvidos:
__ Meus parabéns! Bem-vindo ao time!
Olhando aquele rosto sincero e sorridente,Rony foi tomado de vergonha. Se você soubesse o que eu sou, não sorriria para mim, pensou ele, impecável. Eu ganhei esta competição de vocês ludibriando-os. E a menina que você ama – você a ama, não é? – agora está em meus pensamentos.
E ela continuou em seus pensamentos, apesar de todos os seus esforços para bani-la esta tarde. Ele ficara vagando às cegas pelo cemitério, atraído do bosque por uma força que não compreendia. Depois de chegar lá, ele a vira, lutara consigo mesmo, lutara com a necessidade, até que o impulso do Poder fez com que ela e as amigas fugissem. E depois ele viera para casa – mas só depois de se alimentar. Depois de perder o controle.
Ele não conseguia se lembrar exatamente como tinha acontecido, como deixara que acontecesse. Essa chama do Poder começara, despertando coisas dentro dele que seria melhor manter adormecidas. A necessidade da caça. O anseio pela caçada, pelo cheiro do medo e o triunfo selvagem da morte. Já fazia anos ... séculos ... desde que ele sentira a necessidade com tanta força. Suas veias começaram a arder como fogo. E todos os seus pensamentos ficaram vermelhos: ele não conseguia pensar em nada, a não ser no gosto acobreado e quente, na vibração primordial do sangue.
Com essa excitação ainda grassando dentro de si, ele deu um passo ou dois atrás das meninas. Era melhor nem pensar no que poderia ter acontecido se ele não tivesse sentido o cheiro do velho. Mas enquanto se aproximava do final da ponte, suas narinas inflaram com o odor pungente e distinto de carne humana.
Sangue humano. O elixir definitivo, o vinho proibido. Mais inebriante do que qualquer bebida alcoólica, a essência ardente da própria vida. E ele estava tão cansado de reprimir a necessidade.
Houve um movimento na margem sob a ponte, enquanto uma pilha de trapos velhos se agitava. E no instante seguinte Rony pousou graciosamente, como um felino, ao lado dele. Sua mão se estendeu e puxou os trapos, expondo o rosto rugoso que pestanejava no alto de um pescoço esquelético. Seus lábios se repuxaram.
E depois não houve som algum; somente o deleite.
Agora, enquanto subia trôpego a escada principal da pensão, ele tentava não pensar nisso, e não pensar nela –...na menina que o tentara com seu calor, com sua vida. Era ela que ele verdadeiramente desejava, mas de agora em diante ele devia dar um fim a isso, devia matar quaisquer desses pensamentos, antes que eles começassem. Para o bem dele e para o bem dela. Rony poderia ser o pior pesadelo da menina e ela nem sabia disso.
__ Quem está aí? É você, rapaz? – uma voz desafinada e áspera chamou. Uma das portas do segundo andar se abriu e uma cabeça grisalha espiou.
__ Sim, my lady... Sra. Minerva. Desculpe por tê-la perturbado.
__ Ah, é preciso mais do que um piso rangendo para me perturbar. Trancou a porta?
__ Sim, my lady. A senhora está... segura.
__ Muito bem. Precisamos ficar seguros aqui. Nunca se sabe o que pode estar lá fora nesse bosque, não acha? – Ele olhou rapidamente para a carinha sorridente cercada pelos fiapos de cabelo grisalho, os olhos brilhantes e velozes. Haveria algum segredo escondido neles?
__ Boa noite, my lady
__ Boa noite, rapaz. – Ela fechou a porta.
Em seu quarto, ele caiu na cama e ficou deitado, encarando o teto baixo e inclinado.
Em geral ele ficava inquieto à noite; não era sua hora natural de dormir. Mas esta noite ele estava cansado. Consumia muita energia enfrentar a luz do sol, e a refeição pesada só contribuiu para sua letargia. Logo, embora seus olhos não se fechassem, ele não via mais o teto caiado acima dele.
Fragmentos aleatórios de lembranças flutuavam por sua mente. Lindsay, tão linda naquela noite perto da fonte, o luar brilhando prateado em seu cabelo castanho. Que orgulho ele tinha de se sentar com ela, ser o único que compartilhava seu segredo...
__ Mas você não pode sair ao sol!
__ Eu posso, desde que use isto. – Ela ergueu a mãozinha branca e o luar reluziu no anel de lápis-lazúli. – Mas o sol me cansa muito. Nunca fui muito forte.
Rony olhou para ela, para a delicadeza de suas feições e a leveza de seu corpo. Ela era quase tão frágil quanto um vidro aquecido e repuxado. Não, ela nunca teria sido forte.
__ Eu sempre adoecia quando era criança – disse ela com delicadeza, os olhos no jorro de água da fonte. – Da última vez, o médico finalmente disse que eu morreria. Lembro-me de meu pai chorando e me lembro de estar deitada em minha cama grande, fraca demais para me mexer. Cada respiração era um esforço demasiado. Eu estava tão triste por deixar o mundo e sentia frio, tanto frio.
__ Mas o que aconteceu?
__ Acordei no meio da noite e vi Guinevere, minha criada, parada perto de minha cama. Depois ela deu um passo para o lado e vi o homem que ela trouxera. E tive medo. O nome dele era Lucius e eu ouvira o povo do vilarejo dizer que ele era cruel. Gritei para Guinevere me salvar, mas ela se limitou a ficar parada ali, olhando. Quando ele tocou meu pescoço com os lábios, pensei que iria me matar.
Ela parou. Rony a fitava com pavor e compaixão, e ela lhe sorriu de um jeito reconfortante.
__ Afinal, não foi tão terrível. Senti um pouco de dor no início, mas isto rapidamente cessou. E depois a sensação era de fato agradável. Quando ele me deu o próprio sangue para beber, me senti forte pela primeira vez em meses. E depois esperamos juntos pelo amanhecer. Quando o médico veio, nem acreditou que eu era capaz de me sentar e falar. Papai disse que era um milagre e chorou de novo, de felicidade. – Seu rosto se toldou. – Terei de deixar meu pai em breve. Um dia ele perceberá que, desde aquela doença, eu não fiquei nem uma hora mais velha.
__ E jamais ficará?
__ Não. Este é o assombro nisso, Rony! – Ela o olhou com uma alegria infantil. – Eu serei jovem para sempre e nunca morrerei! Pode imaginar?
Ele não podia imaginar de outra forma além de como Lindsay era agora: linda, inocente, perfeita.
__ Mas... no início você não achou assustador?
__ No início, um pouco. Mas Guinevere me mostrou o que fazer. Foi ela quem me disse para mandar fazer este anel, com uma pedra que me protegeria do sol. Enquanto eu estava deitada na cama, ela me trouxe bebidas densas e quentes. Mais tarde, ela levava pequenos animais que seu filho caçava.
__ E... gente? Não?
Rony ouviu seu riso.
__ É claro que não. Posso ter tudo o que preciso com uma pomba. Guinevere disse que se eu desejar ser poderosa, devo tomar sangue humano, pois a essência vital dos humanos é mais forte. E Lucius costumava insistir nisto também; queria trocar sangue mais uma vez. Mas eu disse a Guinevere que não queria poder. E quanto a Lucius... – Ela parou e baixou a cabeça, tanto que os cílios pousaram na bochecha. – Não acho que isto é coisa que se faça levianamente. Beberei sangue humano apenas quando tiver encontrado meu companheiro, aquele que ficará a meu lado por toda a eternidade. – Ela o olhou gravemente.
Rony sorriu para Lindsay, sentindo-se tonto e ardendo de orgulho. Ele mal conseguia conter a felicidade que sentia naquele momento.
Na cama, no quarto de teto baixo, Rony gemeu. Depois a escuridão o atraiu mais profundamente e novas imagens começaram a palpitar por sua mente.
Eram vislumbres difusos do passado que não formavam uma sequência interligada. Ele os viu como cenas, brevemente iluminadas por clarões de um raio. O rosto do irmão, retorcido numa máscara de fúria inumana. Os olhos castanhos de Lindsay cintilando e dançando enquanto ela dava piruetas com o novo vestido branco. O brilho de branco atrás de um limoeiro. A sensação de uma espada em sua mão; a voz de James gritando de longe. O limoeiro. Ele não devia ir para trás do limoeiro. Ele viu o rosto de Harry novamente, mas desta vez o irmão ria como louco. Ria sem parar, um som como o tilintar de vidro quebrado. E o limoeiro agora estava mais perto...
__ Harry... Lindsay... Não!
Rony se sentou ereto na cama. Passou as mãos trêmulas pelo cabelo e controlou a respiração.
Um sonho terrível. Fazia muito tempo que ele não era torturado por sonhos como aquele; muito tempo, uma vez que ele não sonhava. Os últimos segundos foram repassados em sua mente e ele viu mais uma vez o limoeiro e ouviu de novo o riso do irmão.
Ecoava em sua mente com uma clareza quase exagerada. De repente, sem estar ciente de uma decisão consciente de se mover, Rony se viu na janela aberta. O ar da noite era frio em seu rosto enquanto ele olhava a escuridão prateada.
__ Harry? – Uma onda de Poder acompanhou a indagação. Depois caiu numa quietude absoluta, escutando com todos os sentidos.
Não sentiu nada, nenhuma ondulação como resposta. Perto dali, duas aves noturnas alçaram voo ao céu. Na cidade, muitas mentes dormiam; no bosque, animais noturnos vagavam para sua vida secreta.
Ele suspirou e voltou para dentro do quarto. Talvez estivesse enganado sobre o riso; talvez estivesse enganado sobre a ameaça no cemitério. Oxford estava tranquila, pacífica e ele deveria entrar naquela sintonia. Ele precisava dormir.
5 de setembro (na verdade início de 6 de setembro – cerca de 1h)
Querido Diário,
Eu devia voltar para a cama logo. Acordei faz poucos minutos pensando que alguém estava gritando, mas agora a casa está em silêncio. Tantas coisas estranhas aconteceram hoje que acho que meus nervos es-tão em frangalhos.
Pelo menos acordei sabendo exatamente o que ia fazer com relação a Rony. A coisa toda simplesmente brotou em minha cabeça. O Plano B, Fase Um, começa amanhã.
Os olhos de Luna estavam em brasa e as bochechas coradas enquanto ela se aproximava das três meninas na mesa.
__ Ah, Hermione, você tem que ouvir isso!
Hermione sorriu para ela, educada mas não íntima demais. Luna baixou a cabeça loira.
__ Quer dizer... Posso me sentar aqui? Acabei de ouvir a história mais doida sobre Rony Potter.
__ Sente-se – disse Hermione graciosamente. – Mas – acrescentou ela, passando manteiga num pãozinho –, não estamos muito interessadas na novidade.
__ Vocês...? – começou Luna. Ela olhou para Fleur, depois para Gina. – Estão brincando, né?
__ De jeito nenhum. – Fleur meteu o garfo numa vagem e olhou pensativamente para ela. – Hoje temos outras coisas em mente.
__ Exatamente – disse Gina depois de um começo súbito. –Rony já é história, sabe como é. Passé. – Ela se curvou e esfregou o tornozelo.
Luna olhou suplicante para Hermione.
__ Mas pensei que você quisesse saber tudo sobre ele.
__ Curiosidade – disse Hermione. – Afinal, ele é um visitante e eu queria lhe dar as boas-vindas a Oxford. Mas é claro que tenho de ser fiel a Jean-Claude.
__ Jean-Claude?
__ Jean-Claude – disse Fleur, erguendo as sobrancelhas e suspirando.
__ Jean-Claude – Gina fez eco com disposição. Delicadamente, com o polegar e o indicador, Hermione pegou uma foto na mochila.
__ Aqui está ele na frente do chalé onde ficamos. Logo depois ele me trouxe uma flor e disse... Bom – ela sorriu misteriosamente –, eu não devia repetir!
Luna encarava a foto. Mostrava um jovem um pouco branco, sem camisa, parado na frente de um arbusto de hibisco e sorrindo timidamente.
__ Ele é mais velho, não é? – disse ela com respeito.
__ Vinte e um. É claro – Hermione olhou por sobre o ombro – que minha tia jamais aprovaria, então vamos guardar segredo dela até a formatura. Nós temos trocado correspondência escondido.
__ Mas que romântico –Luna suspirou. – Eu nunca vou falar nada, prometo. Mas sobre Rony...
Hermione lhe abriu um sorriso superior.
__ Se é – ela disse – para ter um prato europeu, prefiro francês a irlandês, sempre. – Ela se virou para Fleur. – Não é verdade?
__ Han. Sempre. – Fleur e Hermione sorriram com malícia, depois se viraram para Luna. – Não concorda?
__ Ah, sim – disse Luna apressadamente. – Eu também. Sempre. – Ela sorriu maliciosamente para si mesma e assentiu várias vezes enquanto se levantava e partia. Quando ela se foi, Gina disse desconsolada:
__ Isso vai me matar. Hermione, eu vou morrer se não ouvir a fofoca.
__ Ah, isso? Eu posso lhe contar – respondeu Hermione calmamente. – Ela ia dizer que há um boato por aí de que Rony Potter é drogado.
__ É o quê? – começou Gina, depois deu uma gargalha¬da. – Mas isso é ridículo. Que drogado no mundo se vestiria daquele jeito e usaria óculos escuros? Quer dizer, ele faz o que pode para chamar a atenção... – Sua voz falhou e os olhos castanhos se arregalaram. – Mas pode ser mesmo por isso que ele age assim. Quem ia desconfiar de alguém tão óbvio? E ele mora sozinho, é cheio de segredos... Hermione! E se for verdade?
__ Não é – disse Fleur.
__ Como sabe disso?
__ Porque fui eu que comecei a espalhar o boato. – Ao ver a expressão de Gina, ela sorriu e acrescentou: – Hermione me disse para fazer isso.
__ Aaaahhhh. – Gina olhou com admiração para Hermione. – Você é má. Posso dizer às pessoas que ele tem uma doença terminal?
__ Não, não pode. Não quero nenhum tipinho Florence Nightingale fazendo fila para segurar a mão dele. Mas pode dizer às pessoas o que quiser sobre Jean-Claude.
Gina pegou a foto.
__ Quem era ele mesmo?
__ O jardineiro. Ele era louco por esses hibiscos. Também era casado, com dois filhos.
__ Que pena – disse Gina com sinceridade. – E você disse a Luna para não contar a ninguém sobre ele...
__ É verdade. – Hermione olhou o relógio. – O que significa que lá pelas, ah, duas horas a escola toda já vai saber.
Depois da aula, as meninas seguiram para a casa de Gina. Foram recebidas na porta da frente por um latido estridente, e quando Gina abriu a porta, um pequinês muito velho e muito gordo tentou escapar. O nome dele era Yangtze, e era tão mimado que ninguém, a não ser a mãe de Gina, o suportava. Ele mordeu o tornozelo de Hermione quando ela passou.
A sala era escura e abarrotada com um monte de móveis exagerados e cortinas pesadas nas janelas. A irmã de Gina, Lucy, estava lá, tirando uma touca de seu cabelo ruivo ondulado. Ela era só dois anos mais velha do que Gina e trabalhava na clínica de Oxford.
__ Ah, Gina – disse ela. – Ainda bem que voltou. Oi, Hermione, oi, Fleur.
Hermione e Fleur disseram "oi".
__ O que foi? Você parece cansada – disse Gina. Lucy largou a touca na mesa de centro. Em vez de responder, ela fez uma pergunta.
__ Ontem à noite, quando você chegou em casa muito perturbada, onde disse que tinham ido mesmo?
__ Lá pela... Lá pela ponte Wickery.
__ Foi o que pensei. – Lucy respirou fundo. – Agora escute aqui, Gina Weasley. Você jamais vá até lá de novo, especialmente sozinha e à noite. Entendeu bem?
__ E por que não? – perguntou Gina, confusa.
__ Porque ontem à noite alguém foi atacado ali, é por isso. E você sabe onde encontraram o sujeito? Bem na margem, debaixo da ponte Wickery.
Hermione e Fleur a fitaram, incrédulas, e Gina segurou o braço de Hermione.
__ Alguém foi atacado debaixo da ponte? Mas quem foi? O que aconteceu?
__ Não sei. Hoje de manhã um dos funcionários do cemitério o viu deitado ali. Acho que era um sem-teto e provavelmente dormia debaixo da ponte quando foi atacado. Mas ele estava semimorto quando o levaram à clínica e ainda não recuperou a consciência. Ele pode morrer.
Hermione engoliu em seco.
__ Como assim, atacado?
__ Quero dizer – falou Lucy distintamente – que a garganta dele quase foi decepada. Ele perdeu uma quantidade incrível de sangue. No início pensaram que podia ser um animal, mas agora o Dr. Lowen disse que foi uma pessoa. E a polícia acha que quem quer que tenha feito isso, está escondido no cemitério. – Lucy olhou para cada uma delas, a boca numa linha reta. – Então, se vocês estiveram perto da ponte... ou no cemitério, Hermione Granger... Essa pessoa podia estar ali com vocês. Entenderam?
__ Não precisa mais nos assustar – respondeu Gina ,com a voz fraca. – Já entendemos, Lucy.
__ Muito bem. Ótimo. – Os ombros de Lucy arriaram e, cansada, ela esfregou a nuca. – Vou ter que me deitar um tempinho. Eu não pretendia ser tão ranzinza. – Ela saiu da sala.
Sozinhas, as três meninas se olharam.
__ Podia ter sido uma de nós – disse Fleur baixinho. – Especialmente você, Hermione; você foi para lá sozinha.
A pele de Elena formigava, o mesmo alerta doloroso que sentira no antigo cemitério. Ela podia sentir o arrepio do vento e ver as fileiras de lápides ao seu redor. O sol e a Hogwarts High School nunca pareceram tão distantes.
__ Gina – disse ela lentamente –, você viu alguém ali? Foi o que quis dizer quando disse que alguém esperava por mim?
Na sala escura, Gina olhou sem entender para Hermione.
__ Do que você está falando? Eu não disse isso.
__ Disse, sim.
__ Não disse, não. Eu nunca disse isso.
__Gina – disse Fleur –, nós duas ouvimos. Você encarava os túmulos antigos e depois disse a Hermione...
__ Não sei do que estão falando, e eu não disse nada. – A cara de Gina estava franzida de raiva, mas havia lágrimas em seus olhos. – Não quero mais falar nisso.
Hermione e Fleur se olharam, desamparadas. Do lado de fora, o sol se escondeu por trás de uma nuvem.
Nota da autora: Capítulo 5 no ar!Nossa,o que raios anda afinal atacando as pessoas?lembrando que o que o Rony fez com o velho foi por necessidade,não pra matar o homem,isso é pra o Harry,u.u Por falar nos meninos,nossa,tô adorando fazer eles sendo vampiros e o Harry sendo mal *-*Acho que por enquanto é isso e até o 6º capítulo!
Ps: Lucius Malfoy como Klaus ficou perfeito *-*
A lua cheia estava a pino quando Rony voltou à pensão. Ele estava atordoado, quase com vertigem, tanto de cansaço como do excesso de sangue que tinha tomado. Já fazia muito tempo desde que ele se permitira se alimentar tanto. Mas a explosão de poder descontrolado perto do cemitério colocou-o em frenesi, despedaçando seu controle já enfraquecido. Ele ainda não entendia bem de onde vinha o Poder. Estava em seu lugar nas sombras observando as meninas humanas quando ele explodiu de trás, provocando a fuga das garotas. Ele foi apanhado entre o medo de elas correrem para o rio e o desejo de sondar este poder e descobrir sua origem. No final, foi atrás dela, incapaz de permitir que ela se ferisse.
Alguma coisa escura tinha voado para o bosque enquanto as humanas chegavam ao santuário da ponte, mas nem mesmo os sentidos noturnos de Stefan conseguiram distinguir o que era. Ele observou enquanto ela e as outras duas partiram para a cidade. Depois deu meia-volta para o cemitério.
Agora estava vazio, livre do que quer que estivesse ali. No chão, jazia uma fita de seda que a olhos comuns teria parecido cinza no escuro. Mas ele viu sua verdadeira cor e, enquanto a segurava entre os dedos, levando-a lentamente até os lábios, pôde sentir o cheiro dela, de seu cabelo.
A lembrança o engolfou. Já era bem ruim quando ela estava fora de vista, quando sua mera existência o importunava, provocando a consciência. Mas estar no mesmo ambiente que ela na escola, sentir sua presença ali atrás, sentir a fragrância ine¬briante da pele ao seu redor, era quase mais do que ele podia suportar.
Ele ouvira cada respiração suave que ela dera, sentira seu calor irradiando nas costas dele, sentira cada batida de sua doce pulsação. E por fim, para seu pavor, Rony se descobrira penetrando nisso. Sua língua roçava os caninos de um lado a outro, desfrutando da dor e do prazer que se formava ali, esti-mulando-o. Ele inalou deliberadamente o aroma dela para as narinas e deixou que as visões o invadissem, imaginando tudo. Como seu pescoço seria macio, como os lábios teriam a mesma suavidade no início, plantando minúsculos beijos aqui e ali, até que ele chegasse à cavidade dócil de seu pescoço. Como ele se aninharia ali, no lugar onde o coração batia tão forte na pele delicada. E como por fim os lábios dele se separariam, repuxar-se-iam dos dentes doloridos e agora afiados como pequenas adagas, e...
Não. Ele saiu do transe com um solavanco, a pulsação desvairada, o corpo trêmulo. A turma fora dispensada, havia movimento em volta e ele só podia esperar que ninguém o estivesse observando muito de perto.
Quando ela lhe falou, ele não conseguiu acreditar que tinha de ficar de frente para ela enquanto suas veias ardiam e todo o maxilar superior doía. Por um momento teve medo de que seu controle lhe escapasse, que ele a pegasse pelos ombros, na frente de todos. Ele não fazia ideia de como conseguira se afastar, sabia apenas que algum tempo depois estava canalizando sua energia para um exercício físico pesado, vagamente consciente de que não devia usar os Poderes. Não importava; mesmo sem eles, Rony era muito superior aos meninos mortais com os quais competia no campo de futebol americano. Sua visão era mais aguçada, reflexos mais rápidos, os músculos mais fortes. Agora levava um tapinha nas costas e a voz de Cedrico soava em seus ouvidos:
__ Meus parabéns! Bem-vindo ao time!
Olhando aquele rosto sincero e sorridente,Rony foi tomado de vergonha. Se você soubesse o que eu sou, não sorriria para mim, pensou ele, impecável. Eu ganhei esta competição de vocês ludibriando-os. E a menina que você ama – você a ama, não é? – agora está em meus pensamentos.
E ela continuou em seus pensamentos, apesar de todos os seus esforços para bani-la esta tarde. Ele ficara vagando às cegas pelo cemitério, atraído do bosque por uma força que não compreendia. Depois de chegar lá, ele a vira, lutara consigo mesmo, lutara com a necessidade, até que o impulso do Poder fez com que ela e as amigas fugissem. E depois ele viera para casa – mas só depois de se alimentar. Depois de perder o controle.
Ele não conseguia se lembrar exatamente como tinha acontecido, como deixara que acontecesse. Essa chama do Poder começara, despertando coisas dentro dele que seria melhor manter adormecidas. A necessidade da caça. O anseio pela caçada, pelo cheiro do medo e o triunfo selvagem da morte. Já fazia anos ... séculos ... desde que ele sentira a necessidade com tanta força. Suas veias começaram a arder como fogo. E todos os seus pensamentos ficaram vermelhos: ele não conseguia pensar em nada, a não ser no gosto acobreado e quente, na vibração primordial do sangue.
Com essa excitação ainda grassando dentro de si, ele deu um passo ou dois atrás das meninas. Era melhor nem pensar no que poderia ter acontecido se ele não tivesse sentido o cheiro do velho. Mas enquanto se aproximava do final da ponte, suas narinas inflaram com o odor pungente e distinto de carne humana.
Sangue humano. O elixir definitivo, o vinho proibido. Mais inebriante do que qualquer bebida alcoólica, a essência ardente da própria vida. E ele estava tão cansado de reprimir a necessidade.
Houve um movimento na margem sob a ponte, enquanto uma pilha de trapos velhos se agitava. E no instante seguinte Rony pousou graciosamente, como um felino, ao lado dele. Sua mão se estendeu e puxou os trapos, expondo o rosto rugoso que pestanejava no alto de um pescoço esquelético. Seus lábios se repuxaram.
E depois não houve som algum; somente o deleite.
Agora, enquanto subia trôpego a escada principal da pensão, ele tentava não pensar nisso, e não pensar nela –...na menina que o tentara com seu calor, com sua vida. Era ela que ele verdadeiramente desejava, mas de agora em diante ele devia dar um fim a isso, devia matar quaisquer desses pensamentos, antes que eles começassem. Para o bem dele e para o bem dela. Rony poderia ser o pior pesadelo da menina e ela nem sabia disso.
__ Quem está aí? É você, rapaz? – uma voz desafinada e áspera chamou. Uma das portas do segundo andar se abriu e uma cabeça grisalha espiou.
__ Sim, my lady... Sra. Minerva. Desculpe por tê-la perturbado.
__ Ah, é preciso mais do que um piso rangendo para me perturbar. Trancou a porta?
__ Sim, my lady. A senhora está... segura.
__ Muito bem. Precisamos ficar seguros aqui. Nunca se sabe o que pode estar lá fora nesse bosque, não acha? – Ele olhou rapidamente para a carinha sorridente cercada pelos fiapos de cabelo grisalho, os olhos brilhantes e velozes. Haveria algum segredo escondido neles?
__ Boa noite, my lady
__ Boa noite, rapaz. – Ela fechou a porta.
Em seu quarto, ele caiu na cama e ficou deitado, encarando o teto baixo e inclinado.
Em geral ele ficava inquieto à noite; não era sua hora natural de dormir. Mas esta noite ele estava cansado. Consumia muita energia enfrentar a luz do sol, e a refeição pesada só contribuiu para sua letargia. Logo, embora seus olhos não se fechassem, ele não via mais o teto caiado acima dele.
Fragmentos aleatórios de lembranças flutuavam por sua mente. Lindsay, tão linda naquela noite perto da fonte, o luar brilhando prateado em seu cabelo castanho. Que orgulho ele tinha de se sentar com ela, ser o único que compartilhava seu segredo...
__ Mas você não pode sair ao sol!
__ Eu posso, desde que use isto. – Ela ergueu a mãozinha branca e o luar reluziu no anel de lápis-lazúli. – Mas o sol me cansa muito. Nunca fui muito forte.
Rony olhou para ela, para a delicadeza de suas feições e a leveza de seu corpo. Ela era quase tão frágil quanto um vidro aquecido e repuxado. Não, ela nunca teria sido forte.
__ Eu sempre adoecia quando era criança – disse ela com delicadeza, os olhos no jorro de água da fonte. – Da última vez, o médico finalmente disse que eu morreria. Lembro-me de meu pai chorando e me lembro de estar deitada em minha cama grande, fraca demais para me mexer. Cada respiração era um esforço demasiado. Eu estava tão triste por deixar o mundo e sentia frio, tanto frio.
__ Mas o que aconteceu?
__ Acordei no meio da noite e vi Guinevere, minha criada, parada perto de minha cama. Depois ela deu um passo para o lado e vi o homem que ela trouxera. E tive medo. O nome dele era Lucius e eu ouvira o povo do vilarejo dizer que ele era cruel. Gritei para Guinevere me salvar, mas ela se limitou a ficar parada ali, olhando. Quando ele tocou meu pescoço com os lábios, pensei que iria me matar.
Ela parou. Rony a fitava com pavor e compaixão, e ela lhe sorriu de um jeito reconfortante.
__ Afinal, não foi tão terrível. Senti um pouco de dor no início, mas isto rapidamente cessou. E depois a sensação era de fato agradável. Quando ele me deu o próprio sangue para beber, me senti forte pela primeira vez em meses. E depois esperamos juntos pelo amanhecer. Quando o médico veio, nem acreditou que eu era capaz de me sentar e falar. Papai disse que era um milagre e chorou de novo, de felicidade. – Seu rosto se toldou. – Terei de deixar meu pai em breve. Um dia ele perceberá que, desde aquela doença, eu não fiquei nem uma hora mais velha.
__ E jamais ficará?
__ Não. Este é o assombro nisso, Rony! – Ela o olhou com uma alegria infantil. – Eu serei jovem para sempre e nunca morrerei! Pode imaginar?
Ele não podia imaginar de outra forma além de como Lindsay era agora: linda, inocente, perfeita.
__ Mas... no início você não achou assustador?
__ No início, um pouco. Mas Guinevere me mostrou o que fazer. Foi ela quem me disse para mandar fazer este anel, com uma pedra que me protegeria do sol. Enquanto eu estava deitada na cama, ela me trouxe bebidas densas e quentes. Mais tarde, ela levava pequenos animais que seu filho caçava.
__ E... gente? Não?
Rony ouviu seu riso.
__ É claro que não. Posso ter tudo o que preciso com uma pomba. Guinevere disse que se eu desejar ser poderosa, devo tomar sangue humano, pois a essência vital dos humanos é mais forte. E Lucius costumava insistir nisto também; queria trocar sangue mais uma vez. Mas eu disse a Guinevere que não queria poder. E quanto a Lucius... – Ela parou e baixou a cabeça, tanto que os cílios pousaram na bochecha. – Não acho que isto é coisa que se faça levianamente. Beberei sangue humano apenas quando tiver encontrado meu companheiro, aquele que ficará a meu lado por toda a eternidade. – Ela o olhou gravemente.
Rony sorriu para Lindsay, sentindo-se tonto e ardendo de orgulho. Ele mal conseguia conter a felicidade que sentia naquele momento.
Na cama, no quarto de teto baixo, Rony gemeu. Depois a escuridão o atraiu mais profundamente e novas imagens começaram a palpitar por sua mente.
Eram vislumbres difusos do passado que não formavam uma sequência interligada. Ele os viu como cenas, brevemente iluminadas por clarões de um raio. O rosto do irmão, retorcido numa máscara de fúria inumana. Os olhos castanhos de Lindsay cintilando e dançando enquanto ela dava piruetas com o novo vestido branco. O brilho de branco atrás de um limoeiro. A sensação de uma espada em sua mão; a voz de James gritando de longe. O limoeiro. Ele não devia ir para trás do limoeiro. Ele viu o rosto de Harry novamente, mas desta vez o irmão ria como louco. Ria sem parar, um som como o tilintar de vidro quebrado. E o limoeiro agora estava mais perto...
__ Harry... Lindsay... Não!
Rony se sentou ereto na cama. Passou as mãos trêmulas pelo cabelo e controlou a respiração.
Um sonho terrível. Fazia muito tempo que ele não era torturado por sonhos como aquele; muito tempo, uma vez que ele não sonhava. Os últimos segundos foram repassados em sua mente e ele viu mais uma vez o limoeiro e ouviu de novo o riso do irmão.
Ecoava em sua mente com uma clareza quase exagerada. De repente, sem estar ciente de uma decisão consciente de se mover, Rony se viu na janela aberta. O ar da noite era frio em seu rosto enquanto ele olhava a escuridão prateada.
__ Harry? – Uma onda de Poder acompanhou a indagação. Depois caiu numa quietude absoluta, escutando com todos os sentidos.
Não sentiu nada, nenhuma ondulação como resposta. Perto dali, duas aves noturnas alçaram voo ao céu. Na cidade, muitas mentes dormiam; no bosque, animais noturnos vagavam para sua vida secreta.
Ele suspirou e voltou para dentro do quarto. Talvez estivesse enganado sobre o riso; talvez estivesse enganado sobre a ameaça no cemitério. Oxford estava tranquila, pacífica e ele deveria entrar naquela sintonia. Ele precisava dormir.
5 de setembro (na verdade início de 6 de setembro – cerca de 1h)
Querido Diário,
Eu devia voltar para a cama logo. Acordei faz poucos minutos pensando que alguém estava gritando, mas agora a casa está em silêncio. Tantas coisas estranhas aconteceram hoje que acho que meus nervos es-tão em frangalhos.
Pelo menos acordei sabendo exatamente o que ia fazer com relação a Rony. A coisa toda simplesmente brotou em minha cabeça. O Plano B, Fase Um, começa amanhã.
Os olhos de Luna estavam em brasa e as bochechas coradas enquanto ela se aproximava das três meninas na mesa.
__ Ah, Hermione, você tem que ouvir isso!
Hermione sorriu para ela, educada mas não íntima demais. Luna baixou a cabeça loira.
__ Quer dizer... Posso me sentar aqui? Acabei de ouvir a história mais doida sobre Rony Potter.
__ Sente-se – disse Hermione graciosamente. – Mas – acrescentou ela, passando manteiga num pãozinho –, não estamos muito interessadas na novidade.
__ Vocês...? – começou Luna. Ela olhou para Fleur, depois para Gina. – Estão brincando, né?
__ De jeito nenhum. – Fleur meteu o garfo numa vagem e olhou pensativamente para ela. – Hoje temos outras coisas em mente.
__ Exatamente – disse Gina depois de um começo súbito. –Rony já é história, sabe como é. Passé. – Ela se curvou e esfregou o tornozelo.
Luna olhou suplicante para Hermione.
__ Mas pensei que você quisesse saber tudo sobre ele.
__ Curiosidade – disse Hermione. – Afinal, ele é um visitante e eu queria lhe dar as boas-vindas a Oxford. Mas é claro que tenho de ser fiel a Jean-Claude.
__ Jean-Claude?
__ Jean-Claude – disse Fleur, erguendo as sobrancelhas e suspirando.
__ Jean-Claude – Gina fez eco com disposição. Delicadamente, com o polegar e o indicador, Hermione pegou uma foto na mochila.
__ Aqui está ele na frente do chalé onde ficamos. Logo depois ele me trouxe uma flor e disse... Bom – ela sorriu misteriosamente –, eu não devia repetir!
Luna encarava a foto. Mostrava um jovem um pouco branco, sem camisa, parado na frente de um arbusto de hibisco e sorrindo timidamente.
__ Ele é mais velho, não é? – disse ela com respeito.
__ Vinte e um. É claro – Hermione olhou por sobre o ombro – que minha tia jamais aprovaria, então vamos guardar segredo dela até a formatura. Nós temos trocado correspondência escondido.
__ Mas que romântico –Luna suspirou. – Eu nunca vou falar nada, prometo. Mas sobre Rony...
Hermione lhe abriu um sorriso superior.
__ Se é – ela disse – para ter um prato europeu, prefiro francês a irlandês, sempre. – Ela se virou para Fleur. – Não é verdade?
__ Han. Sempre. – Fleur e Hermione sorriram com malícia, depois se viraram para Luna. – Não concorda?
__ Ah, sim – disse Luna apressadamente. – Eu também. Sempre. – Ela sorriu maliciosamente para si mesma e assentiu várias vezes enquanto se levantava e partia. Quando ela se foi, Gina disse desconsolada:
__ Isso vai me matar. Hermione, eu vou morrer se não ouvir a fofoca.
__ Ah, isso? Eu posso lhe contar – respondeu Hermione calmamente. – Ela ia dizer que há um boato por aí de que Rony Potter é drogado.
__ É o quê? – começou Gina, depois deu uma gargalha¬da. – Mas isso é ridículo. Que drogado no mundo se vestiria daquele jeito e usaria óculos escuros? Quer dizer, ele faz o que pode para chamar a atenção... – Sua voz falhou e os olhos castanhos se arregalaram. – Mas pode ser mesmo por isso que ele age assim. Quem ia desconfiar de alguém tão óbvio? E ele mora sozinho, é cheio de segredos... Hermione! E se for verdade?
__ Não é – disse Fleur.
__ Como sabe disso?
__ Porque fui eu que comecei a espalhar o boato. – Ao ver a expressão de Gina, ela sorriu e acrescentou: – Hermione me disse para fazer isso.
__ Aaaahhhh. – Gina olhou com admiração para Hermione. – Você é má. Posso dizer às pessoas que ele tem uma doença terminal?
__ Não, não pode. Não quero nenhum tipinho Florence Nightingale fazendo fila para segurar a mão dele. Mas pode dizer às pessoas o que quiser sobre Jean-Claude.
Gina pegou a foto.
__ Quem era ele mesmo?
__ O jardineiro. Ele era louco por esses hibiscos. Também era casado, com dois filhos.
__ Que pena – disse Gina com sinceridade. – E você disse a Luna para não contar a ninguém sobre ele...
__ É verdade. – Hermione olhou o relógio. – O que significa que lá pelas, ah, duas horas a escola toda já vai saber.
Depois da aula, as meninas seguiram para a casa de Gina. Foram recebidas na porta da frente por um latido estridente, e quando Gina abriu a porta, um pequinês muito velho e muito gordo tentou escapar. O nome dele era Yangtze, e era tão mimado que ninguém, a não ser a mãe de Gina, o suportava. Ele mordeu o tornozelo de Hermione quando ela passou.
A sala era escura e abarrotada com um monte de móveis exagerados e cortinas pesadas nas janelas. A irmã de Gina, Lucy, estava lá, tirando uma touca de seu cabelo ruivo ondulado. Ela era só dois anos mais velha do que Gina e trabalhava na clínica de Oxford.
__ Ah, Gina – disse ela. – Ainda bem que voltou. Oi, Hermione, oi, Fleur.
Hermione e Fleur disseram "oi".
__ O que foi? Você parece cansada – disse Gina. Lucy largou a touca na mesa de centro. Em vez de responder, ela fez uma pergunta.
__ Ontem à noite, quando você chegou em casa muito perturbada, onde disse que tinham ido mesmo?
__ Lá pela... Lá pela ponte Wickery.
__ Foi o que pensei. – Lucy respirou fundo. – Agora escute aqui, Gina Weasley. Você jamais vá até lá de novo, especialmente sozinha e à noite. Entendeu bem?
__ E por que não? – perguntou Gina, confusa.
__ Porque ontem à noite alguém foi atacado ali, é por isso. E você sabe onde encontraram o sujeito? Bem na margem, debaixo da ponte Wickery.
Hermione e Fleur a fitaram, incrédulas, e Gina segurou o braço de Hermione.
__ Alguém foi atacado debaixo da ponte? Mas quem foi? O que aconteceu?
__ Não sei. Hoje de manhã um dos funcionários do cemitério o viu deitado ali. Acho que era um sem-teto e provavelmente dormia debaixo da ponte quando foi atacado. Mas ele estava semimorto quando o levaram à clínica e ainda não recuperou a consciência. Ele pode morrer.
Hermione engoliu em seco.
__ Como assim, atacado?
__ Quero dizer – falou Lucy distintamente – que a garganta dele quase foi decepada. Ele perdeu uma quantidade incrível de sangue. No início pensaram que podia ser um animal, mas agora o Dr. Lowen disse que foi uma pessoa. E a polícia acha que quem quer que tenha feito isso, está escondido no cemitério. – Lucy olhou para cada uma delas, a boca numa linha reta. – Então, se vocês estiveram perto da ponte... ou no cemitério, Hermione Granger... Essa pessoa podia estar ali com vocês. Entenderam?
__ Não precisa mais nos assustar – respondeu Gina ,com a voz fraca. – Já entendemos, Lucy.
__ Muito bem. Ótimo. – Os ombros de Lucy arriaram e, cansada, ela esfregou a nuca. – Vou ter que me deitar um tempinho. Eu não pretendia ser tão ranzinza. – Ela saiu da sala.
Sozinhas, as três meninas se olharam.
__ Podia ter sido uma de nós – disse Fleur baixinho. – Especialmente você, Hermione; você foi para lá sozinha.
A pele de Elena formigava, o mesmo alerta doloroso que sentira no antigo cemitério. Ela podia sentir o arrepio do vento e ver as fileiras de lápides ao seu redor. O sol e a Hogwarts High School nunca pareceram tão distantes.
__ Gina – disse ela lentamente –, você viu alguém ali? Foi o que quis dizer quando disse que alguém esperava por mim?
Na sala escura, Gina olhou sem entender para Hermione.
__ Do que você está falando? Eu não disse isso.
__ Disse, sim.
__ Não disse, não. Eu nunca disse isso.
__Gina – disse Fleur –, nós duas ouvimos. Você encarava os túmulos antigos e depois disse a Hermione...
__ Não sei do que estão falando, e eu não disse nada. – A cara de Gina estava franzida de raiva, mas havia lágrimas em seus olhos. – Não quero mais falar nisso.
Hermione e Fleur se olharam, desamparadas. Do lado de fora, o sol se escondeu por trás de uma nuvem.
Nota da autora: Capítulo 5 no ar!Nossa,o que raios anda afinal atacando as pessoas?lembrando que o que o Rony fez com o velho foi por necessidade,não pra matar o homem,isso é pra o Harry,u.u Por falar nos meninos,nossa,tô adorando fazer eles sendo vampiros e o Harry sendo mal *-*Acho que por enquanto é isso e até o 6º capítulo!
Ps: Lucius Malfoy como Klaus ficou perfeito *-*
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Re: Diários do Vampiro: O Despertar -Versão Harry Potter
Capítulo 6
26 de setembro
Querido Diário,
Sinto muito ter passado tanto tempo, e eu não posso realmente explicar porque não escrevi – exceto que há tantas coisas que eu tenho medo de falar, até mesmo com você.
Primeiro, a coisa mais horrível aconteceu. No dia que Gina e Fleur e eu estávamos no cemitério, um velho foi atacado lá, e quase morreu. A polícia ainda não achou a pessoa que fez isso. As pessoas acham que o velho é louco, porque quando ele acordou ele começou a delirar sobre “olhos no escuro” e árvores de carvalho e coisas. Mas eu me lembro do que aconteceu conosco naquela noite, e me pergunto. Isso me assusta.
Todos ficaram assustados por um tempo, e toda a garotada teve que ficar dentro de casa depois de escurecer ou sair em grupos.
Mas já se passou quase três semanas agora, e não houve mais ataques, então a animação está se acabando. Tia Tonks diz que deve ter sido algum outro vagabundo que o fez. O pai de Draco Malfoy até mesmo sugeriu que o velho pode ter feito isso à ele mesmo – mas eu quero ver alguém se morder no pescoço.
Mas na maior parte eu estive ocupada com o Plano B. Até agora, está indo bem. Eu recebi diversas cartas e buquês de rosas vermelhas de “Jean-Claude” (o tio de Fleur é um florista), e todo mundo parece ter esquecido que eu já me interessei pelo Rony. Então minha posição social está segura. Até mesmo Caroline não tem criado nenhum problema.
De fato, eu não sei o que Lilá está fazendo esses dias, e eu não ligo. Eu nunca mais a vejo no almoço ou depois da escola; ela parece ter se afastado completamente de sua antiga turma.
Há somente uma coisa sobre a qual eu ligo agora. Rony.
Até Gina e Fleur não percebem o quão importante ele é para mim. Eu tenho medo de contar à elas; eu tenho medo que elas achem que eu sou louca. Na escola eu uso uma máscara de tranqüilidade e controle, mas do lado de dentro – bem, a cada dia só piora.
Tia Tonks começou a se preocupar comigo. Ela diz que eu não como o suficiente nos últimos dias, e ela está certa.
Eu não consigo me concentrar nas aulas, ou mesmo em algo divertido como a festa para arrecadação de fundos Casa Assombrada. Eu não consigo concentrar em nada além dele. E eu nem mesmo entendo porque.
Ele não falou comigo desde aquela tarde horrível. Mas eu vou te contar algo estranho. Semana passada na aula de história, eu olhei para cima e o peguei olhando para mim. Nós estávamos sentados há alguns assentos de diferença, e ele estava virado completamente para o lado em sua mesa, simplesmente olhando. Por um momento eu me senti quase assustada, e meu coração começou a golpear, e nós simplesmente encaramos um ao outro – e então ele desviou o olhar. Mas desde então aconteceu mais duas vezes, e em cada vez eu senti seus olhos em mim antes que eu os visse. Essa é a verdade literal. Eu sei que não é minha imagianação.
Ele não é como qualquer outro garoto que eu já conheci.
Ele parece tão isolado, tão solitário. Apesar disso ser uma escolha própria. Ele foi um sucesso no time de futebol, mas ele não anda com nenhum dos garotos, exceto talvez Cedrico.Cedrico é o único com quem ele fala. Ele não anda com nenhuma garota, tampouco, que eu veja, então talvez o rumor de policial da narcóticos esteja fazendo um bem. Mas é mais como se ele estivesse evitando as pessoas do que elas estivessem evitando-o. Ele desaparece entre as aulas e depois do treino de futebol, e eu nunca o vi uma vez sequer na cantina. Ele nunca convidou ninguém para seu quarto na pensão. Ele nunca visitou a cafeteria depois da escola.
Então como eu posso conseguir que ele fique em um lugar onde não poderá correr de mim? Esse é o verdadeiro problema com o Plano B.Gina diz, “Por que não ficar presa em um temporal com ele, então vocês terão que se aninhar juntos para conservar calor corporal?” E Fleur sugeriu que meu carro quebrasse na frente da pensão. Mas nenhuma dessas idéias é conveniente, e eu estou enlouquecendo tentando bolar algo melhor.
A cada dia está piorando para mim. Eu me sinto como se fosse um relógio ou algo do tipo, dando corda cada vez mais. Se eu não achar algo para fazer logo, eu vou –
Eu ia dizer “morrer.”
A solução chegou à ela bem repentina e simplesmente.
Ela sentiu pena de Cedrico; ela sabia que ele se magoara com o rumor Jean-Claude. Ele mal tinha falado com ela desde que a história vazou, geralmente passando por ela com um rápido aceno de cabeça. E quando ela o encontrou um dia em um corredor vazio do lado de fora de Escrita Criativa, ele não encontrava os olhos dela.
-Cedrico...- ela começou. Ela queria dizer à ele que não era verdade, que ela nunca teria começado a se encontrar com outro garoto sem dizer à ele primeiro. Ela queria dizer à ele que nunca quisera magoá-lo, e que ela se sentia horrível agora. Mas ela não sabia como começar. Finalmente, ela simplesmente disse sem pensar, -Sinto muito!- e se virou para ir para aula.
-Hermione,- ele disse, e ela se virou. Ele estava olhando para ela agora, pelo menos, seus olhos prolongando-se nos lábios dela, em seu cabelo. Então ele balançou sua cabeça como se para dizer que ele era a piada. -Esse cara irlandês é pra valer?- ele exigiu finalmente.
-Não,- Hermione disse imediatamente e sem hesitação. -Eu o inventei,- ela acrescentou simplesmente, -para mostrar para todo mundo que eu não estava aborrecido por causa...- Ela parou abruptamente.
-Por causa do Rony. Eu entendo.- Cedrico concordou, parecendo tanto ameaçador quanto de algum jeito mais compreensivo. -Olha, Hermione, aquilo foi bem babaca dele. Mas eu não acho que foi pessoal. Ele é desse jeito com todo mundo...
-Exceto você.
-Não. Ele fala comigo, às vezes, mas não sobre nada pessoal. Ele nunca diz nada sobre a sua família ou o que ele faz fora da escola. É como ... como se tivesse uma parede ao redor dele que eu não posso passar. Eu não acho que ele já deixou alguém passar aquela parede. O que é uma baita pena, porque eu acho que por trás dela ele está miserável.
Hermione ponderou isso, fascinada por uma visão de Rony que ela nunca havia considerado antes. Ele sempre parecera tão controlado, tão calmo e despreocupado. Mas também, ela sabia que ela mesma parecia desse jeito para as outras pessoas.
Seria possível que embaixo de tudo ele era tão confuso e infeliz quanto ela?
Foi então que a idéia veio, e era ridiculamente simples. Sem planos complicados, sem temporais ou carros quebrando.
-Cedrico,- ela disse, lentamente, "não acha que seria uma coisa boa se alguém fosse para trás daquela parede? Uma coisa boa para o Rony, quero dizer? Você não acha que essa seria a melhor coisa que poderia acontecer à ele?
Ela olhou para ele intensamente, querendo que ele entendesse.
Ele a encarou por um momento, então fechou seus olhos brevemente e balançou sua cabeça em descrença. -Hermione,- ele disse, -você é inacreditável. Você torce as pessoas com o seu dedo, e eu não acho que você ao menos sabe que está fazendo isso. E agora você vai me pedir para fazer algo para emboscar Rony, e eu sou um bundão tão idiota que eu posso até mesmo concordar com isso.
-Você não é idiota, você é um cavalheiro. E eu quero te pedir um favor, mas só se você achar que é certo. Eu não quero magoar Rony, e eu não quero magoar você.
-Não quer?
-Não. Eu sei como isso deve soar, mas é verdade. Eu só quero...- ela parou abruptamente de novo. Como ela podia explicar o que ela queria quando nem ela mesma entendia?
-Você só quer todos e tudo girando ao redor de Hermione Granger,- ele disse amargamente. -Você só quer tudo que não tem.
Chocada, ela deu um passo para trás e olhou para ele. Sua garganta inchou, e calor se reuniu em seus olhos.
-Não,- ele disse. -Hermione, não fique assim. Sinto muito.- Ele suspirou. -Tudo bem, o que eu tenho que fazer? Atá-lo e jogá-lo na sua entrada?
-Não,- disse Hermione, ainda tentando fazer com que as lágrimas voltassem para onde pertenciam. -Eu só queria que você fizesse com que ele fosse para o Baile de Boas-Vindas semana que vem.
A expressão de Cedrico era estranha. -Você só quer que ele esteja no baile.
Hermione concordou.
-Tudo bem. Eu tenho quase certeza que ele estará lá. E, Hermione... não há ninguém que eu queira levar além de você.
-Tudo bem,- disse Hermione após um momento. -E, bem, obrigada.
A expressão de Cedrico ainda estava peculiar. -Não me agradeça, Hermione. Não é nada... mesmo.- Ela estava tentando decifrar isso quando ele se virou e caminhou pelo corredor.
-Fique parada,- disse Fleur, dando ao cabelo de Hermione uma contorção reprovadora.
-Eu ainda acho,- disse Gina do assento da janela, -que ambos estavam maravilhosos.
-Quem?- Hermione murmurou distraidamente.
-Como se não soubesse,- disse Gina. -Esses seus dois caras que conseguiram um milagre de último minuto no jogo ontem. Quando Rony pegou aquele último passo, eu achei que ia desmaiar. Ou vomitar.
-Ah, por favor,-disse Fleur.
-E Cedrico... aquele garoto é simplesmente poesia em movimento...
-E nenhum deles é meu,- Hermione disse categoricamente. Debaixo dos dedos experts de Fleur, seu cabelo estava se tornando um objeto de arte, uma massa suave de um castanho trançado. E o vestido era legal; a cor violeta-gelo destacava o castanho em seus olhos. Mas mesmo para si mesma ela parecia pálida e dura, não levemente corada com animação mas branca e determinada, como um soldado muito jovem sendo mandado à linha de combate.
De pé no campo de futebol americano ontem quando seu nome foi anunciado como Rainha das Boas-Vindas, havia apenas um pensamento em sua mente. Ele não podia se recusar a dançar com ela. Se ele fosse para o baile de algum jeito, ele não podia recusar a Rainha das Boas-Vindas. E de pé em frente ao espelho agoa, ela disse isso para si mesma.
-Hoje à noite qualquer um que você quiser será seu,- Gina estava dizendo tranqüilizantemente. “E, escuta, quando você se livrar do Cedrico, posso pegá-lo e confortá-lo?”
Fleur bufou. -O que Neville vai pensar?”
-Oh, você pode confortar ele. Mas, sério, Hermione, eu gosto do Cedrico. E uma vez que você vai se concentrar no Rony, o seu triângulo amoroso vai ficar meio apertado. Então...
-Oh, faça o que quiser. Cedrico merece um pouco de consideração.- Ele certamente não está conseguindo comigo,-Hermione pensou. Ela ainda não podia exatamente acreditar no que estava fazendo com ele. Mas bem agora ela não podia se dar ao luxo de duvidar de si mesma; ela precisava de toda a sua força e concentração.
-Pronto.-Fleur pôs o último prendedor no cabelo de Hermione. -Ora, olhe para nós, a Rainha das Boas-Vindas e sua corte ... parte dela, de qualquer jeito. Nós estamos lindas.
-Esse é o ‘nós’ real*?- Hermione disse zombateiramente, mas era verdade. Elas estavam lindas. O vestido de Fleur era um arrebatamento puro de cetim vermelho-vinho, preso apertadamente na cintura e fluindo em pregas no quadril. Seu cabelo loiro estava solto em suas costas. E Gina, enquanto se levantava e se juntava às outras na frente do espelho, era como uma presentinho cintilando em tafetá rosa e lantejoulas pretas.
* do original 'royal we'. É o uso do pronome 'nós' para se referir à uma única pessoa, alguém que tem um alto cargo, geralmente um monarca, bispo, papa, reitor.
E quanto a si mesma... Hermione escaneou sua imagem com um olho experiente e pensou novamente, O vestido é legal. A única outra frase que veio à sua mente foi violetas cristalizadas. Sua avó tinha mantido um pequeno jarro delas, flores de verdade mergulhadas em açúcar cristalizado e congeladas.
Elas desceram as escada juntas, como tinham feito em cada baile desde a sétima série – exceto que antes, Lilá sempre esteve com elas. Hermione percebeu com débil surpresa que ela nem mesmo sabia com quem Lilá estava indo hoje à noite.
Tia Tonks e Lupin – em breve tio Lupin – estavam na sala de estar, junto com Rose de pijama.
-Ah, vocês meninas estão todas adoráveis,- disse tia Tonks, tão agitada e animada como se ela própria fosse ao baile. Ela beijou Hermione, e Fleur levantou seus braços para um abraço.
-Você está bonita,- ela disse com a simplicidade dos quatro anos.
Lupin estava olhando para Hermione, também. Ele piscou, abriu sua boca, e fechou-a de novo.
-Qual o problema, Remo?
-Em. Ele olhou para tia Tonks, parecendo embaraçado. -Bem, na verdade, acabou de me ocorrer que Hermione é uma forma do nome Hermes. E por alguma razão eu estava pensando em Helena de Tróia.”
-Linda e amaldiçoada,- disse Gina alegremente.
-Bem, sim,- disse Lupin, não parecendo nem um pouco feliz. Hermione não disse nada.
A campainha tocou. Cedrico estava no degrau, em seu familiar casaco azul esportivo. Com ele estavam Rogerio Davies, o par de Fleur, e Neville Longbottom, o de Gina. Hermione procurou por Rony.
-Ele provavelmente já está lá,- disse Cedrico, interpretando seu olhar. -Escute, Hermione...
Mas o que quer que ele fosse dizer foi cortado pela conversa dos outros casais. Gina e Neville foram com eles no carro de Cedrico, e mantiveram uma corrente constante de gracejos todo o caminho até a escola.
Música fluia pelas portas abertas do auditório. A medida em que Hermione saia do carro, uma certeza curiosa passou por ela. Algo ia acontecer, ela percebeu, olhando para o volume quadrado do prédio da escola. O pacífica marcha lenta das últimas semanas estava para engrenar em rápida.
Estou pronta, ela pensou. E esperou que fosse verdade.
Dentro, era um caleidoscópio de cor e atividade. Ela e Cedrico foram cercados por uma multidão no instante em que entraram, e choveram elogios para ambos. O vestido de Hermione... seu cabelo… suas flores. Cedrico era uma lenda em formação: outro Joe Montana, uma aposta certeira para uma bolsa de atletismo.
No giro estonteante que deveria ser a vida e a respiração para ela, Hermione continuou procurando por uma cabeça alaranjada.
Draco Malfoy estava bafejando perto dela, cheirando à ponche e chiclete de menta. Seu par parecia homicida. Hermione o ignorou na esperança de que fosse embora.
Sr. Snape passou com um copo de papel mole, parecendo que seu colarinho estava estrangulando-o. Cho Chang, a outra princesa de boas-vindas veterana, moveu-se esvoaçantemente e arrulhou-se sobre o vestido violeta. Gina já estava na pista de dança, brilhando debaixo das luzes. Mas em lugar algum Hermione via Rony.
Mais um bafo de menta e ela iria vomitar. Ela cutucou Cedrico e eles escaparam para a mesa de refrescos, onde a Treinadora Hooch iniciou uma crítica ao jogo. Casais e grupos iam até eles, passando alguns minutos e então se retirando para abrir espaço para os próximos na fila. Exatamente como se realmente fossemos realeza, pensou Hermione imperiosamente. Ela olhou para os lados para ver se Cedrico dividia seu divertimento, mas ele estava olhando fixamente para sua esquerda.
Ela seguiu seu olhar. E lá, parcialmente oculto atrás de um grupo de jogadores de futebol americano, estava a cabeça alaranjada pela qual ela estivera procurando. Inconfundível, mesmo nessa turva luz. Uma excitação passou por ela, mais de dor do que qualquer outra coisa.
-E agora?- disse Cedrico, com o queixo trincado .-Amarrar o cara?
-Não. Eu vou chamá-lo para dançar, é só. Eu esperarei até termos dançado primeiro, se você quiser.
Ele balançou sua cabeça, e ela foi em direção à Rony através da multidão.
Pedaço por pedaço,Hermione registrou informação sobre ele a medida em que se aproximava. Seu blazer preto era de um corte levemente diferente dos outros garotos, mais elegante, e ele usava um suéter branco de cashemere por baixo.
Ele estava parado de pé, não se inquietando, um pouco afastado dos grupos ao seu redor. E, apesar de poder ver somente seu perfil, ela pôde ver que ele não estava usando seus óculos.
Ele os tirava no futebol americano, é claro, mas ela nunca o vira de perto sem eles. Isso a fez se sentir tonta e animada, como se isso fosse um baile de máscaras e a hora de tirar as máscaras tivesse chegado.
Ela se focou no ombro dele, na linha de sua mandíbula, e então ele se virou em direção à ela.
Nesse instante, Hermione estava ciente de que era bonita. Não era só o vestido, ou o jeito como seu cabelo estava. Ela era bonita por si só: magra,soberana, uma coisa feita de seda e fogo interior. Ela viu seus lábios se separarem levemente, reflexivamente, e então ela olhou em seus olhos.
-Olá.- Era essa sua própria voz, tão silenciosa e segura de si? Seus olhos eram verde-água. Verde-água como o oceano. -Você está se divertindo?- ela perguntou.
Agora eu estou. Ele não disse isso, mas ela sabia que era isso que ele estava pensando; ela podia ver no jeito como ele a encarava. Ela nunca esteve tão certa de seu poder. Exceto que na verdade ele não parecia que estava se divertindo; ele parecia abatido, com dor, como se não pudesse suportar nem mais um minuto disso.
A banda estava começando, uma música lenta. Ele ainda estava encarando-a, absorvendo-a. Aqueles olhos verdes se escurecendo, ficando pretos com desejo. Ela teve a repentina sensação de que ele poderia puxá-la para si e beijá-la duramente, sem ao menos dizer uma palavra.
-Você gostaria de dançar?- ela disse suavemente. Estou brincando com fogo, com algo que não entendo, ela pensou repentinamente. E nesse instante ela percebeu que estava aterrorizada. Seu coração começou a bater violentamente. Era como se aqueles olhos verdes falassem com alguma parte dela que estava enterrada bem abaixo da superfície – e aquela parte estava gritando “perigo” para ela. Algum instinto mais velho que a civilização estava dizendo à ela para correr, para fugir.
Ele nunca se moveu. A mesma força que a estava aterrorizando a estava segurando lá. Isso está fora de controle, ela pensou repentinamente. O que quer que estivesse acontecendo aqui está longe de seu entendimento, não era nada normal ou são. Mas não dava para parar agora, e mesmo enquanto estava assustada ela estava se deleitando com isso. Era o momento mais intenso que ela já tinha experenciado com um garoto, mas nada estava acontecendo. Ele estava apenas olhando para ela, como se estivesse hipnotizado, e ela estava olhando de volta, enquanto a energia cintilava entre eles como lampejos de calor.
Ela viu seus olhos se escurecerem, derrotados, e sentiu o pulo selvagem de seu próprio coração enquanto ele lentamente estendia uma mão.
E então tudo se rompeu.
“Ora, Hermione, como você está meiga,” disse uma voz, e a visão de Hermione foi ofuscada por dourado. Era Lilá, seu cabelo castanho farto e lustroso, sua pele bronzeado com uma cor de bronze perfeita. Ela estava usando um vestido de lamê de dourado puro que mostrava uma inacreditável quantidade ousada de pele perfeita. Ela escorregou um braço nu pelo de Rony e sorriu preguiçosamente para ele. Eles eram maravilhosos juntos, como um casal de modelos internacionais visitando um baile de ensino médio, muito mais glamurosos e sofisticados do que qualquer outro na sala.
-E esse vestidinho é tão bonito,- continuou Lilá, enquanto a mente de Hermione corria no piloto automático.
Aquele braço possessivo casualmente ligado ao de Rony dizia tudo à ela: onde Lilá tinha estado no almoço nas últimas semanas, o que ela estivera aprontando todo esse tempo. -Eu disse à Rony que nós simplesmente tínhamos que parar por um momento, mas não vamos ficar muito tempo. Então não se importa se eu ficar com ele só para mim nas danças, se importa?
Hermione estava estranhamente calma agora, sua mente um zumbido vazio. Ela disse não, é claro que não se importava, e observou Lilá se afastar, uma sinfonia em castanho e dourado. Rony foi com ela.
Havia um círculo de rostos ao redor de Hermione; ela se virou deles e foi até Cedrico.
-Você sabia que ele vinha com ela.
-Eu sabia que ela queria que ele viesse. Ela esteve seguindo-o na hora do almoço e depois da escola, e meio que se jogando pra cima dele. Mas...
-Entendo.- Ainda presa naquela calma esquisita e artificial, ela escaneou a multidão e viu Gina vindo em sua direção, e Fleur deixando sua mesa. Elas tinham visto, então. Provavelmente todos tinham. Sem uma palavra para Cedrico, ela se moveu em direção à elas, dirigindo-se instintivamente ao banheiro das garotas.
Estava lotado com corpos, e Fleur e Gina mantiveram suas observações radiantes e casuais enquanto a olhavam com preocupação.
-Você viu aquele vestido?- disse Gina, apertando os dedos de Hermione secretamente. -A frente deve estar presa com super bonder. E o que ela vai usar no próximo baile? Celofone?
-Lenço de papel,-disse Fleur. Ela acrescentou em voz baixa, -Você está bem?
-Sim.- Hermione pôde ver no espelho que seus olhos estavam claros demais e que havia um ponto de cor queimando em cada bochecha. Ela amaciou seu cabelo e se virou.
A sala se esvaziou, deixando-as em privacidade. Gina estava ocupando-se nervosamente agora com o laço de lantejoulas em sua cintura. -Talvez não seja afinal uma coisa tão ruim,- ela disse silenciosamente. -Quero dizer, você não pensou em nada além dele por semanas. Quase um mês. E então talvez seja para o melhor, e você pode se concentrar em outras coisas agora, invés de... bem, perseguir ele.
Até tu, Brutus? Pensou Hermione. -Muito obrigada pelo apoio,- ela disse em voz alta.
-Ora, Hermione, não fique assim,- Fleur interpôs. -Ela não está tentando te magoar, ela só acha que...
-E eu suponho que você também acha? Bem, isso é ótimo. Eu simplesmente vou sair e achar outra coisa para me concentrar. Como outras melhores amigas.- Ela deixou ambas encarando-a.
Lá fora, ela se jogou em uma roda de cor e música. Ela estava mais resplandecente do que jamais esteve em um baile antes. Ela dançou com todos, rindo muito alto, flertando com todos os garotos em seu caminho.
Eles a estavam chamando para subir e ser coroada. Ela ficou de pé no palco, olhando para baixo para as imagens de borboletas brilhantes. Alguém lhe deu flores; alguém colocou uma tiara de imitação de diamante em sua cabeça.
Houve aplausos; Tudo passou como se fosse um sonho.
Ela flertou com Draco porque ele estava mais perto quando ela saiu do palco. Então ela se lembrou o que ele e Krum tinham feito com Rony, e quebrou uma das rosas de seu buquê e deu à ele.
Cedrico estava olhando da lateral, sua boca apertada. O par esquecido de Draco estava quase às lágrimas.
Ela agora pôde cheirar álcool junto ao hálito de menta de Draco, e seu rosto estava vermelho. Os amigos dele estavam ao redor dela, uma multidão gritando e rindo, e ela viu Krum colocar algo de um saco de papel marrom no seu copo de ponche.
Ela nunca esteve com esse grupo antes. Eles derem-lhe boas-vindas, admirando-a, os garotos rivalizando por sua atenção. Piadas voavam de todas as direções, e Hermione ria mesmo quando elas não faziam sentido. O braço de Draco circulou sua cintura, e ela só riu mais. De canto de olho ela viu Cedrico balançar a cabeça e se afastar. As garotas estava ficando estridentes, os garotos rudes. Draco estava tocando seu nariz umidamente em seu pescoço.
-Tenho uma idéia,- ele anunciou ao grupo, abraçando Hermione mais apertadamente para si. -Vamos à algum lugar mais divertido.
Alguém gritou, -Como aonde, Draco? A casa do seu pai?
Draco estava sorrindo, um sorriso grande, bêbado e imprudente. -Não, eu quis dizer algum lugar onde poderemos deixar a nossa marca. Como o cemitério.
As garotas gritaram. Os garotos acotovelaram uns aos outros e fingiram socos.
O par de Draco ainda estava de pé do lado de fora do círculo. -Draco, isso é loucura,- ela disse, sua voz alta e fina.-Você sabe o que aconteceu ao velho. Eu não irei lá.
-Ótimo, então, você fica aqui.- Draco pescou as chaves para fora de seu bolso e as chacoalhou para o resto da multidão.
-Quem não está com medo?- ele disse.
-Ei, eu estou pronto para essa,- disse Krum, e houve um coro de aprovação.
-Eu também,- disse Hermione, clara e desafiando. Ela sorriu para Draco, e ele praticamente a tirou do chão.
E então ela e Draco estavam liderando um grupo barulhento e violento no estacionamento, onde estavam se amontoando nos carros. E então Draco estava abaixando o topo de seu conversível e ela estava entrando, com Krum e uma garota chamada Parvati Patil se espremendo no banco traseiro.
-Hermione!- alguém gritou, de longe, da entrada iluminada da escola.
-Dirija!- ela disse à Draco, tirando sua tiara, e o motor rosnou à vida. Eles queimaram pneu no estacionamento, e o frio vento noturno soprou no rosto de Hermione.
Nota da autora: Nossa gente,o que foi esse capítulo?A Hermione é burra mesmo,né?Ninguém disse á essa menina que é proibido andar com estranhos e drogados?E o que será que vai aguardar Hermione e o pessoal lá no cemitério e o importante: quem vai resgatar Hermione das garras de Draco?(e ainda duvidam ¬¬ ç.ç) Por enquanto é isso,até o próximo capítulo *-*
26 de setembro
Querido Diário,
Sinto muito ter passado tanto tempo, e eu não posso realmente explicar porque não escrevi – exceto que há tantas coisas que eu tenho medo de falar, até mesmo com você.
Primeiro, a coisa mais horrível aconteceu. No dia que Gina e Fleur e eu estávamos no cemitério, um velho foi atacado lá, e quase morreu. A polícia ainda não achou a pessoa que fez isso. As pessoas acham que o velho é louco, porque quando ele acordou ele começou a delirar sobre “olhos no escuro” e árvores de carvalho e coisas. Mas eu me lembro do que aconteceu conosco naquela noite, e me pergunto. Isso me assusta.
Todos ficaram assustados por um tempo, e toda a garotada teve que ficar dentro de casa depois de escurecer ou sair em grupos.
Mas já se passou quase três semanas agora, e não houve mais ataques, então a animação está se acabando. Tia Tonks diz que deve ter sido algum outro vagabundo que o fez. O pai de Draco Malfoy até mesmo sugeriu que o velho pode ter feito isso à ele mesmo – mas eu quero ver alguém se morder no pescoço.
Mas na maior parte eu estive ocupada com o Plano B. Até agora, está indo bem. Eu recebi diversas cartas e buquês de rosas vermelhas de “Jean-Claude” (o tio de Fleur é um florista), e todo mundo parece ter esquecido que eu já me interessei pelo Rony. Então minha posição social está segura. Até mesmo Caroline não tem criado nenhum problema.
De fato, eu não sei o que Lilá está fazendo esses dias, e eu não ligo. Eu nunca mais a vejo no almoço ou depois da escola; ela parece ter se afastado completamente de sua antiga turma.
Há somente uma coisa sobre a qual eu ligo agora. Rony.
Até Gina e Fleur não percebem o quão importante ele é para mim. Eu tenho medo de contar à elas; eu tenho medo que elas achem que eu sou louca. Na escola eu uso uma máscara de tranqüilidade e controle, mas do lado de dentro – bem, a cada dia só piora.
Tia Tonks começou a se preocupar comigo. Ela diz que eu não como o suficiente nos últimos dias, e ela está certa.
Eu não consigo me concentrar nas aulas, ou mesmo em algo divertido como a festa para arrecadação de fundos Casa Assombrada. Eu não consigo concentrar em nada além dele. E eu nem mesmo entendo porque.
Ele não falou comigo desde aquela tarde horrível. Mas eu vou te contar algo estranho. Semana passada na aula de história, eu olhei para cima e o peguei olhando para mim. Nós estávamos sentados há alguns assentos de diferença, e ele estava virado completamente para o lado em sua mesa, simplesmente olhando. Por um momento eu me senti quase assustada, e meu coração começou a golpear, e nós simplesmente encaramos um ao outro – e então ele desviou o olhar. Mas desde então aconteceu mais duas vezes, e em cada vez eu senti seus olhos em mim antes que eu os visse. Essa é a verdade literal. Eu sei que não é minha imagianação.
Ele não é como qualquer outro garoto que eu já conheci.
Ele parece tão isolado, tão solitário. Apesar disso ser uma escolha própria. Ele foi um sucesso no time de futebol, mas ele não anda com nenhum dos garotos, exceto talvez Cedrico.Cedrico é o único com quem ele fala. Ele não anda com nenhuma garota, tampouco, que eu veja, então talvez o rumor de policial da narcóticos esteja fazendo um bem. Mas é mais como se ele estivesse evitando as pessoas do que elas estivessem evitando-o. Ele desaparece entre as aulas e depois do treino de futebol, e eu nunca o vi uma vez sequer na cantina. Ele nunca convidou ninguém para seu quarto na pensão. Ele nunca visitou a cafeteria depois da escola.
Então como eu posso conseguir que ele fique em um lugar onde não poderá correr de mim? Esse é o verdadeiro problema com o Plano B.Gina diz, “Por que não ficar presa em um temporal com ele, então vocês terão que se aninhar juntos para conservar calor corporal?” E Fleur sugeriu que meu carro quebrasse na frente da pensão. Mas nenhuma dessas idéias é conveniente, e eu estou enlouquecendo tentando bolar algo melhor.
A cada dia está piorando para mim. Eu me sinto como se fosse um relógio ou algo do tipo, dando corda cada vez mais. Se eu não achar algo para fazer logo, eu vou –
Eu ia dizer “morrer.”
A solução chegou à ela bem repentina e simplesmente.
Ela sentiu pena de Cedrico; ela sabia que ele se magoara com o rumor Jean-Claude. Ele mal tinha falado com ela desde que a história vazou, geralmente passando por ela com um rápido aceno de cabeça. E quando ela o encontrou um dia em um corredor vazio do lado de fora de Escrita Criativa, ele não encontrava os olhos dela.
-Cedrico...- ela começou. Ela queria dizer à ele que não era verdade, que ela nunca teria começado a se encontrar com outro garoto sem dizer à ele primeiro. Ela queria dizer à ele que nunca quisera magoá-lo, e que ela se sentia horrível agora. Mas ela não sabia como começar. Finalmente, ela simplesmente disse sem pensar, -Sinto muito!- e se virou para ir para aula.
-Hermione,- ele disse, e ela se virou. Ele estava olhando para ela agora, pelo menos, seus olhos prolongando-se nos lábios dela, em seu cabelo. Então ele balançou sua cabeça como se para dizer que ele era a piada. -Esse cara irlandês é pra valer?- ele exigiu finalmente.
-Não,- Hermione disse imediatamente e sem hesitação. -Eu o inventei,- ela acrescentou simplesmente, -para mostrar para todo mundo que eu não estava aborrecido por causa...- Ela parou abruptamente.
-Por causa do Rony. Eu entendo.- Cedrico concordou, parecendo tanto ameaçador quanto de algum jeito mais compreensivo. -Olha, Hermione, aquilo foi bem babaca dele. Mas eu não acho que foi pessoal. Ele é desse jeito com todo mundo...
-Exceto você.
-Não. Ele fala comigo, às vezes, mas não sobre nada pessoal. Ele nunca diz nada sobre a sua família ou o que ele faz fora da escola. É como ... como se tivesse uma parede ao redor dele que eu não posso passar. Eu não acho que ele já deixou alguém passar aquela parede. O que é uma baita pena, porque eu acho que por trás dela ele está miserável.
Hermione ponderou isso, fascinada por uma visão de Rony que ela nunca havia considerado antes. Ele sempre parecera tão controlado, tão calmo e despreocupado. Mas também, ela sabia que ela mesma parecia desse jeito para as outras pessoas.
Seria possível que embaixo de tudo ele era tão confuso e infeliz quanto ela?
Foi então que a idéia veio, e era ridiculamente simples. Sem planos complicados, sem temporais ou carros quebrando.
-Cedrico,- ela disse, lentamente, "não acha que seria uma coisa boa se alguém fosse para trás daquela parede? Uma coisa boa para o Rony, quero dizer? Você não acha que essa seria a melhor coisa que poderia acontecer à ele?
Ela olhou para ele intensamente, querendo que ele entendesse.
Ele a encarou por um momento, então fechou seus olhos brevemente e balançou sua cabeça em descrença. -Hermione,- ele disse, -você é inacreditável. Você torce as pessoas com o seu dedo, e eu não acho que você ao menos sabe que está fazendo isso. E agora você vai me pedir para fazer algo para emboscar Rony, e eu sou um bundão tão idiota que eu posso até mesmo concordar com isso.
-Você não é idiota, você é um cavalheiro. E eu quero te pedir um favor, mas só se você achar que é certo. Eu não quero magoar Rony, e eu não quero magoar você.
-Não quer?
-Não. Eu sei como isso deve soar, mas é verdade. Eu só quero...- ela parou abruptamente de novo. Como ela podia explicar o que ela queria quando nem ela mesma entendia?
-Você só quer todos e tudo girando ao redor de Hermione Granger,- ele disse amargamente. -Você só quer tudo que não tem.
Chocada, ela deu um passo para trás e olhou para ele. Sua garganta inchou, e calor se reuniu em seus olhos.
-Não,- ele disse. -Hermione, não fique assim. Sinto muito.- Ele suspirou. -Tudo bem, o que eu tenho que fazer? Atá-lo e jogá-lo na sua entrada?
-Não,- disse Hermione, ainda tentando fazer com que as lágrimas voltassem para onde pertenciam. -Eu só queria que você fizesse com que ele fosse para o Baile de Boas-Vindas semana que vem.
A expressão de Cedrico era estranha. -Você só quer que ele esteja no baile.
Hermione concordou.
-Tudo bem. Eu tenho quase certeza que ele estará lá. E, Hermione... não há ninguém que eu queira levar além de você.
-Tudo bem,- disse Hermione após um momento. -E, bem, obrigada.
A expressão de Cedrico ainda estava peculiar. -Não me agradeça, Hermione. Não é nada... mesmo.- Ela estava tentando decifrar isso quando ele se virou e caminhou pelo corredor.
-Fique parada,- disse Fleur, dando ao cabelo de Hermione uma contorção reprovadora.
-Eu ainda acho,- disse Gina do assento da janela, -que ambos estavam maravilhosos.
-Quem?- Hermione murmurou distraidamente.
-Como se não soubesse,- disse Gina. -Esses seus dois caras que conseguiram um milagre de último minuto no jogo ontem. Quando Rony pegou aquele último passo, eu achei que ia desmaiar. Ou vomitar.
-Ah, por favor,-disse Fleur.
-E Cedrico... aquele garoto é simplesmente poesia em movimento...
-E nenhum deles é meu,- Hermione disse categoricamente. Debaixo dos dedos experts de Fleur, seu cabelo estava se tornando um objeto de arte, uma massa suave de um castanho trançado. E o vestido era legal; a cor violeta-gelo destacava o castanho em seus olhos. Mas mesmo para si mesma ela parecia pálida e dura, não levemente corada com animação mas branca e determinada, como um soldado muito jovem sendo mandado à linha de combate.
De pé no campo de futebol americano ontem quando seu nome foi anunciado como Rainha das Boas-Vindas, havia apenas um pensamento em sua mente. Ele não podia se recusar a dançar com ela. Se ele fosse para o baile de algum jeito, ele não podia recusar a Rainha das Boas-Vindas. E de pé em frente ao espelho agoa, ela disse isso para si mesma.
-Hoje à noite qualquer um que você quiser será seu,- Gina estava dizendo tranqüilizantemente. “E, escuta, quando você se livrar do Cedrico, posso pegá-lo e confortá-lo?”
Fleur bufou. -O que Neville vai pensar?”
-Oh, você pode confortar ele. Mas, sério, Hermione, eu gosto do Cedrico. E uma vez que você vai se concentrar no Rony, o seu triângulo amoroso vai ficar meio apertado. Então...
-Oh, faça o que quiser. Cedrico merece um pouco de consideração.- Ele certamente não está conseguindo comigo,-Hermione pensou. Ela ainda não podia exatamente acreditar no que estava fazendo com ele. Mas bem agora ela não podia se dar ao luxo de duvidar de si mesma; ela precisava de toda a sua força e concentração.
-Pronto.-Fleur pôs o último prendedor no cabelo de Hermione. -Ora, olhe para nós, a Rainha das Boas-Vindas e sua corte ... parte dela, de qualquer jeito. Nós estamos lindas.
-Esse é o ‘nós’ real*?- Hermione disse zombateiramente, mas era verdade. Elas estavam lindas. O vestido de Fleur era um arrebatamento puro de cetim vermelho-vinho, preso apertadamente na cintura e fluindo em pregas no quadril. Seu cabelo loiro estava solto em suas costas. E Gina, enquanto se levantava e se juntava às outras na frente do espelho, era como uma presentinho cintilando em tafetá rosa e lantejoulas pretas.
* do original 'royal we'. É o uso do pronome 'nós' para se referir à uma única pessoa, alguém que tem um alto cargo, geralmente um monarca, bispo, papa, reitor.
E quanto a si mesma... Hermione escaneou sua imagem com um olho experiente e pensou novamente, O vestido é legal. A única outra frase que veio à sua mente foi violetas cristalizadas. Sua avó tinha mantido um pequeno jarro delas, flores de verdade mergulhadas em açúcar cristalizado e congeladas.
Elas desceram as escada juntas, como tinham feito em cada baile desde a sétima série – exceto que antes, Lilá sempre esteve com elas. Hermione percebeu com débil surpresa que ela nem mesmo sabia com quem Lilá estava indo hoje à noite.
Tia Tonks e Lupin – em breve tio Lupin – estavam na sala de estar, junto com Rose de pijama.
-Ah, vocês meninas estão todas adoráveis,- disse tia Tonks, tão agitada e animada como se ela própria fosse ao baile. Ela beijou Hermione, e Fleur levantou seus braços para um abraço.
-Você está bonita,- ela disse com a simplicidade dos quatro anos.
Lupin estava olhando para Hermione, também. Ele piscou, abriu sua boca, e fechou-a de novo.
-Qual o problema, Remo?
-Em. Ele olhou para tia Tonks, parecendo embaraçado. -Bem, na verdade, acabou de me ocorrer que Hermione é uma forma do nome Hermes. E por alguma razão eu estava pensando em Helena de Tróia.”
-Linda e amaldiçoada,- disse Gina alegremente.
-Bem, sim,- disse Lupin, não parecendo nem um pouco feliz. Hermione não disse nada.
A campainha tocou. Cedrico estava no degrau, em seu familiar casaco azul esportivo. Com ele estavam Rogerio Davies, o par de Fleur, e Neville Longbottom, o de Gina. Hermione procurou por Rony.
-Ele provavelmente já está lá,- disse Cedrico, interpretando seu olhar. -Escute, Hermione...
Mas o que quer que ele fosse dizer foi cortado pela conversa dos outros casais. Gina e Neville foram com eles no carro de Cedrico, e mantiveram uma corrente constante de gracejos todo o caminho até a escola.
Música fluia pelas portas abertas do auditório. A medida em que Hermione saia do carro, uma certeza curiosa passou por ela. Algo ia acontecer, ela percebeu, olhando para o volume quadrado do prédio da escola. O pacífica marcha lenta das últimas semanas estava para engrenar em rápida.
Estou pronta, ela pensou. E esperou que fosse verdade.
Dentro, era um caleidoscópio de cor e atividade. Ela e Cedrico foram cercados por uma multidão no instante em que entraram, e choveram elogios para ambos. O vestido de Hermione... seu cabelo… suas flores. Cedrico era uma lenda em formação: outro Joe Montana, uma aposta certeira para uma bolsa de atletismo.
No giro estonteante que deveria ser a vida e a respiração para ela, Hermione continuou procurando por uma cabeça alaranjada.
Draco Malfoy estava bafejando perto dela, cheirando à ponche e chiclete de menta. Seu par parecia homicida. Hermione o ignorou na esperança de que fosse embora.
Sr. Snape passou com um copo de papel mole, parecendo que seu colarinho estava estrangulando-o. Cho Chang, a outra princesa de boas-vindas veterana, moveu-se esvoaçantemente e arrulhou-se sobre o vestido violeta. Gina já estava na pista de dança, brilhando debaixo das luzes. Mas em lugar algum Hermione via Rony.
Mais um bafo de menta e ela iria vomitar. Ela cutucou Cedrico e eles escaparam para a mesa de refrescos, onde a Treinadora Hooch iniciou uma crítica ao jogo. Casais e grupos iam até eles, passando alguns minutos e então se retirando para abrir espaço para os próximos na fila. Exatamente como se realmente fossemos realeza, pensou Hermione imperiosamente. Ela olhou para os lados para ver se Cedrico dividia seu divertimento, mas ele estava olhando fixamente para sua esquerda.
Ela seguiu seu olhar. E lá, parcialmente oculto atrás de um grupo de jogadores de futebol americano, estava a cabeça alaranjada pela qual ela estivera procurando. Inconfundível, mesmo nessa turva luz. Uma excitação passou por ela, mais de dor do que qualquer outra coisa.
-E agora?- disse Cedrico, com o queixo trincado .-Amarrar o cara?
-Não. Eu vou chamá-lo para dançar, é só. Eu esperarei até termos dançado primeiro, se você quiser.
Ele balançou sua cabeça, e ela foi em direção à Rony através da multidão.
Pedaço por pedaço,Hermione registrou informação sobre ele a medida em que se aproximava. Seu blazer preto era de um corte levemente diferente dos outros garotos, mais elegante, e ele usava um suéter branco de cashemere por baixo.
Ele estava parado de pé, não se inquietando, um pouco afastado dos grupos ao seu redor. E, apesar de poder ver somente seu perfil, ela pôde ver que ele não estava usando seus óculos.
Ele os tirava no futebol americano, é claro, mas ela nunca o vira de perto sem eles. Isso a fez se sentir tonta e animada, como se isso fosse um baile de máscaras e a hora de tirar as máscaras tivesse chegado.
Ela se focou no ombro dele, na linha de sua mandíbula, e então ele se virou em direção à ela.
Nesse instante, Hermione estava ciente de que era bonita. Não era só o vestido, ou o jeito como seu cabelo estava. Ela era bonita por si só: magra,soberana, uma coisa feita de seda e fogo interior. Ela viu seus lábios se separarem levemente, reflexivamente, e então ela olhou em seus olhos.
-Olá.- Era essa sua própria voz, tão silenciosa e segura de si? Seus olhos eram verde-água. Verde-água como o oceano. -Você está se divertindo?- ela perguntou.
Agora eu estou. Ele não disse isso, mas ela sabia que era isso que ele estava pensando; ela podia ver no jeito como ele a encarava. Ela nunca esteve tão certa de seu poder. Exceto que na verdade ele não parecia que estava se divertindo; ele parecia abatido, com dor, como se não pudesse suportar nem mais um minuto disso.
A banda estava começando, uma música lenta. Ele ainda estava encarando-a, absorvendo-a. Aqueles olhos verdes se escurecendo, ficando pretos com desejo. Ela teve a repentina sensação de que ele poderia puxá-la para si e beijá-la duramente, sem ao menos dizer uma palavra.
-Você gostaria de dançar?- ela disse suavemente. Estou brincando com fogo, com algo que não entendo, ela pensou repentinamente. E nesse instante ela percebeu que estava aterrorizada. Seu coração começou a bater violentamente. Era como se aqueles olhos verdes falassem com alguma parte dela que estava enterrada bem abaixo da superfície – e aquela parte estava gritando “perigo” para ela. Algum instinto mais velho que a civilização estava dizendo à ela para correr, para fugir.
Ele nunca se moveu. A mesma força que a estava aterrorizando a estava segurando lá. Isso está fora de controle, ela pensou repentinamente. O que quer que estivesse acontecendo aqui está longe de seu entendimento, não era nada normal ou são. Mas não dava para parar agora, e mesmo enquanto estava assustada ela estava se deleitando com isso. Era o momento mais intenso que ela já tinha experenciado com um garoto, mas nada estava acontecendo. Ele estava apenas olhando para ela, como se estivesse hipnotizado, e ela estava olhando de volta, enquanto a energia cintilava entre eles como lampejos de calor.
Ela viu seus olhos se escurecerem, derrotados, e sentiu o pulo selvagem de seu próprio coração enquanto ele lentamente estendia uma mão.
E então tudo se rompeu.
“Ora, Hermione, como você está meiga,” disse uma voz, e a visão de Hermione foi ofuscada por dourado. Era Lilá, seu cabelo castanho farto e lustroso, sua pele bronzeado com uma cor de bronze perfeita. Ela estava usando um vestido de lamê de dourado puro que mostrava uma inacreditável quantidade ousada de pele perfeita. Ela escorregou um braço nu pelo de Rony e sorriu preguiçosamente para ele. Eles eram maravilhosos juntos, como um casal de modelos internacionais visitando um baile de ensino médio, muito mais glamurosos e sofisticados do que qualquer outro na sala.
-E esse vestidinho é tão bonito,- continuou Lilá, enquanto a mente de Hermione corria no piloto automático.
Aquele braço possessivo casualmente ligado ao de Rony dizia tudo à ela: onde Lilá tinha estado no almoço nas últimas semanas, o que ela estivera aprontando todo esse tempo. -Eu disse à Rony que nós simplesmente tínhamos que parar por um momento, mas não vamos ficar muito tempo. Então não se importa se eu ficar com ele só para mim nas danças, se importa?
Hermione estava estranhamente calma agora, sua mente um zumbido vazio. Ela disse não, é claro que não se importava, e observou Lilá se afastar, uma sinfonia em castanho e dourado. Rony foi com ela.
Havia um círculo de rostos ao redor de Hermione; ela se virou deles e foi até Cedrico.
-Você sabia que ele vinha com ela.
-Eu sabia que ela queria que ele viesse. Ela esteve seguindo-o na hora do almoço e depois da escola, e meio que se jogando pra cima dele. Mas...
-Entendo.- Ainda presa naquela calma esquisita e artificial, ela escaneou a multidão e viu Gina vindo em sua direção, e Fleur deixando sua mesa. Elas tinham visto, então. Provavelmente todos tinham. Sem uma palavra para Cedrico, ela se moveu em direção à elas, dirigindo-se instintivamente ao banheiro das garotas.
Estava lotado com corpos, e Fleur e Gina mantiveram suas observações radiantes e casuais enquanto a olhavam com preocupação.
-Você viu aquele vestido?- disse Gina, apertando os dedos de Hermione secretamente. -A frente deve estar presa com super bonder. E o que ela vai usar no próximo baile? Celofone?
-Lenço de papel,-disse Fleur. Ela acrescentou em voz baixa, -Você está bem?
-Sim.- Hermione pôde ver no espelho que seus olhos estavam claros demais e que havia um ponto de cor queimando em cada bochecha. Ela amaciou seu cabelo e se virou.
A sala se esvaziou, deixando-as em privacidade. Gina estava ocupando-se nervosamente agora com o laço de lantejoulas em sua cintura. -Talvez não seja afinal uma coisa tão ruim,- ela disse silenciosamente. -Quero dizer, você não pensou em nada além dele por semanas. Quase um mês. E então talvez seja para o melhor, e você pode se concentrar em outras coisas agora, invés de... bem, perseguir ele.
Até tu, Brutus? Pensou Hermione. -Muito obrigada pelo apoio,- ela disse em voz alta.
-Ora, Hermione, não fique assim,- Fleur interpôs. -Ela não está tentando te magoar, ela só acha que...
-E eu suponho que você também acha? Bem, isso é ótimo. Eu simplesmente vou sair e achar outra coisa para me concentrar. Como outras melhores amigas.- Ela deixou ambas encarando-a.
Lá fora, ela se jogou em uma roda de cor e música. Ela estava mais resplandecente do que jamais esteve em um baile antes. Ela dançou com todos, rindo muito alto, flertando com todos os garotos em seu caminho.
Eles a estavam chamando para subir e ser coroada. Ela ficou de pé no palco, olhando para baixo para as imagens de borboletas brilhantes. Alguém lhe deu flores; alguém colocou uma tiara de imitação de diamante em sua cabeça.
Houve aplausos; Tudo passou como se fosse um sonho.
Ela flertou com Draco porque ele estava mais perto quando ela saiu do palco. Então ela se lembrou o que ele e Krum tinham feito com Rony, e quebrou uma das rosas de seu buquê e deu à ele.
Cedrico estava olhando da lateral, sua boca apertada. O par esquecido de Draco estava quase às lágrimas.
Ela agora pôde cheirar álcool junto ao hálito de menta de Draco, e seu rosto estava vermelho. Os amigos dele estavam ao redor dela, uma multidão gritando e rindo, e ela viu Krum colocar algo de um saco de papel marrom no seu copo de ponche.
Ela nunca esteve com esse grupo antes. Eles derem-lhe boas-vindas, admirando-a, os garotos rivalizando por sua atenção. Piadas voavam de todas as direções, e Hermione ria mesmo quando elas não faziam sentido. O braço de Draco circulou sua cintura, e ela só riu mais. De canto de olho ela viu Cedrico balançar a cabeça e se afastar. As garotas estava ficando estridentes, os garotos rudes. Draco estava tocando seu nariz umidamente em seu pescoço.
-Tenho uma idéia,- ele anunciou ao grupo, abraçando Hermione mais apertadamente para si. -Vamos à algum lugar mais divertido.
Alguém gritou, -Como aonde, Draco? A casa do seu pai?
Draco estava sorrindo, um sorriso grande, bêbado e imprudente. -Não, eu quis dizer algum lugar onde poderemos deixar a nossa marca. Como o cemitério.
As garotas gritaram. Os garotos acotovelaram uns aos outros e fingiram socos.
O par de Draco ainda estava de pé do lado de fora do círculo. -Draco, isso é loucura,- ela disse, sua voz alta e fina.-Você sabe o que aconteceu ao velho. Eu não irei lá.
-Ótimo, então, você fica aqui.- Draco pescou as chaves para fora de seu bolso e as chacoalhou para o resto da multidão.
-Quem não está com medo?- ele disse.
-Ei, eu estou pronto para essa,- disse Krum, e houve um coro de aprovação.
-Eu também,- disse Hermione, clara e desafiando. Ela sorriu para Draco, e ele praticamente a tirou do chão.
E então ela e Draco estavam liderando um grupo barulhento e violento no estacionamento, onde estavam se amontoando nos carros. E então Draco estava abaixando o topo de seu conversível e ela estava entrando, com Krum e uma garota chamada Parvati Patil se espremendo no banco traseiro.
-Hermione!- alguém gritou, de longe, da entrada iluminada da escola.
-Dirija!- ela disse à Draco, tirando sua tiara, e o motor rosnou à vida. Eles queimaram pneu no estacionamento, e o frio vento noturno soprou no rosto de Hermione.
Nota da autora: Nossa gente,o que foi esse capítulo?A Hermione é burra mesmo,né?Ninguém disse á essa menina que é proibido andar com estranhos e drogados?E o que será que vai aguardar Hermione e o pessoal lá no cemitério e o importante: quem vai resgatar Hermione das garras de Draco?(e ainda duvidam ¬¬ ç.ç) Por enquanto é isso,até o próximo capítulo *-*
Emma Grint Somerhalder- Mensagens : 80
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