Nada Vale Mais Que o Amor
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Nada Vale Mais Que o Amor
O nome dela era Carmmel. Muitos de vocês podem achar esse nome feio, repulsivo, errático... para mim, ele é perfeito, simplesmente por que está acompanhado sempre pela imagem dela. Aquela linda garota, tão estranha quanto seu próprio nome, tão cativante e tão especial... aquela era Carmmel Jones. A imagem da perfeição, de uma maneira nada convencional. Ela era tudo, e quando a conheci, meu mundo simplesmente mudou. De uma vida sem cor, que iludia-me e fazia-me crer na felicidade, tudo transformou-se em colorido, belo, e eu descobri que, antes de Carmmel, da minha Carmmel, eu jamais havia sido feliz.
Essa era Carmmel, simplesmente a coisa mais perfeita que já acontecera na minha vida... nada nunca me abalará, nada nunca me fará tão bem quanto ela um dia me fez.
Carmmel era tudo, até aquele dia, onde minha vida desmoronára. Tudo havia acabado: minha felicidade, meu mundo belo, minha vida... ao mesmo tempo em que a vida dela esvaia-se, enquanto eu a abraçava, tentando fazer com que meu mundo todo - ou seja, ela - não se fosse. E eu nunca esquecerei de sua última respiração, aquela que veio acompanhada de um suspiro, do meu nome. Foi o fim... mas também um novo começo.
Mas, para contar-lhes minha história, tenho que começar do início, ou melhor, do início do fim, ou o fim do começo apenas, sinta-se a vontade para escolher como quer chamá-lo. O início da última etapa da minha vida, a única que valeu a pena.
Se quiser continuar a ler, o faça. Vai se surpreender em saber que um momento ruim pode transformar-se na melhor coisa que já te aconteceu.
Meu nome é Victor Polter. Na época eu tinha vinte e dois anos e trabalhava em uma livraria. Nunca me esquecerei da primeira vez que vi aquela menina, de cabelos negros azulados e feições doces, entrando pela porta do local.
- Por favor... você poderia me ajudar? - ela perguntou-me, e meus ouvidos agraciaram-se com a voz dela, tão melodiosa quanto os toques de violinos.
- Er... é claro.
- Muito obrigada. Eu estou procurando algo que possa me ajudar em um trabalho para a faculdade, algo realmente significativo... senhor Polter. - disse ela, forçando os olhos para ler meu nome no crachá desbotado.
- E em que área você quer? - eu perguntei.
Ela puxou os cabelos azulados para trás da orelha, olhando para o chão. Suas bochechas coraram, demonstrando uma certa vergonha.
- Promete não rir?
- Você me pergunta isso... se não tivesse me pedido para não rir, eu não o faria. Como você pediu para que eu não risse, provavelmente agora não conseguirei me conter. - disse, e ela ficou confusa com minha linha de pensamento, fazendo uma careta que me obrigou a rir.
- Eu preciso de livros sobre paranormalidade, espíritos, todas essas coisas envolvendo o pós-morte e pessoas que, em vida, tem contato com isso.
Achei estranho, mas aquela doce garota me encantava. Guiei-a até a área indicada, pedi licença e, contra a minha vontade, afastei-me dela.
- A propósito, Senhor Polter, meu nome é Carmmel Jones. - ela disse.
Eu olhei para trás e ambos sorrimos. E naquele momento, eu sabia que Carmmel estava na minha vida por algum motivo.
Durante alguns meses, Carmmel fora à livraria todos os dias, com chuva ou sol, para conversarmos. Quando ela não ia, depois do segundo mês, eu aparecia em sua casa, pois sempre preocupava-me com sua saúde. Ela então levava-me até a cozinha e me dava uma xícara de café, e nós conversávamos e assistíamos algum filme na televisão. Perdi as contas de quantas vezes a vi chorar em Titanic, e o sorriso bobo que ela me dava sempre que me pegava admirando-a chorar. Eu a amava, e ela devia ser a única a não saber daquilo.
E um dia ela não apareceu na livraria. Passei pela casa dela após o trabalho, mas ela não estava lá. Fazia um ano que nos víamos todo o dia, e não vê-la seria como passar um dia inteiro sem respirar. Quando vi que ela não estava em casa, resolvi por pedir para a vizinha dela.
- Ela está no hospital, meu jovem. - respondeu a senhora, de cabelos grisalhos.
Não agradeci, nem falei nada. Apenas corri o mais rápido possível. Entrei no hospital desesperado, sentindo meu coração pular mais do que nunca. Eu poderia perdê-la, sem nem ao menos saber o porquê.
A recepcionista me disse o quarto dela, e eu corri até ele como se minha vida dependesse daquilo. E talvez dependesse.
- Eu sabia que você viria. - disse ela, assim que eu pus meu pé para dentro do quarto, meu coração palpitando e minha respiração pesada, falhando em alguns momentos.
Corri até sua cama e praticamente joguei-me nela, sentando-me ao seu lado.
- Eu estou tão feliz por te ver viva! Achei que pudesse ser algo grave.
- E é.
Quando ela disse aquilo, parecia que o chão embaixo dos meus pés havia desaparecido, e eu estava caindo, rumo à um lugar escuro e vazio.
- O que você quer dizer com...
- Eu tenho uma doença cardíaca, Victor. Grave, letal e rara. Tenho, quem sabe com muita sorte, mais um ano de vida.
- Mas...
- Não, Vi. Não tem volta, nem tratamento.
- Há quanto tempo você sabia disso? - perguntei, sentindo-me desabar, meus olhos enchendo-se de lágrimas.
- Há pouco mais de um ano. Foi um tempo antes de eu te conhecer.
Passei a mão pelos cabelos dela, enquanto via o sorriso amarelo dela e sentia-me desabar cada vez mais. E quando não consegui mais conter minhas lágrimas, foi ela quem me abraçou, foi ela quem acariciou meus cabelos e disse que tudo ficaria bem.
Eu deveria tê-la consolado, não o contrário. Mas ela era doce demais para deixar-me chorar e eu a amava demais para conter minha dor.
Ela passara uma semana no hospital, e a semana toda eu passei ao seu lado. Pedi férias do trabalho para conseguir estar com ela a cada minuto. E então ela saiu do hospital. Nunca me esquecerei do brilho nos olhos dela ao ver a luz do sol.
- Tinha me esquecido de o quão bela era a vida. - disse ela. - E perdestes uma semana de vida ficando comigo naquele hospital.
- Eu não perdi uma semana, Cammy. Foi uma das semanas mais maravilhosas da minha vida. Eu amei cada momento, quase tanto quanto amei te ver feliz e quase tanto quanto amei ver o brilho no seu olhar alguns instantes atrás.
Ela me olhou docemente, sorriu e colocou seus cabelos azulados para trás da orelha novamente. Então me convidou para tomar um café.
Foi fácil demais vê-la recuperar-se, vê-la feliz novamente.
E então aconteceu: o dia mais maravilhoso de toda a minha existência.
- Sabia que você viria. - disse ela, quando abriu a porta da sua casa para mim. - Você sempre vem.
Eu a abracei e entrei na sua casa. Ela pegou minha mão e levou-me até a sala. Nós nos sentamos no sofá e ficamos encarando um ao outro.
- Por que não apareceu na livraria hoje? - pedi, tentando quebrar o silêncio entre nós dois.
- Por que eu sabia que você viria me ver se eu não fosse até lá, e precisava de você aqui.
Eu estranhei, mas o sorriso que ela me exibia mostrava-me que estava tudo bem.
- Por que me precisava aqui, afinal?
- Sabe que dia é hoje? - perguntou-me, como resposta.
- Terça-feira?
- Seis de junho, seu bobo. - disse ela, e depois riu, sua melodiosa risada aquecendo meu coração.
- Um ano e meio desde que entrara em minha vida. - eu completei.
- Dezoito meses. - ela disse, e fez uma pausa. - E eu queria te mostrar uma coisa. Na verdade, eu queria te falar uma coisa.
A encarei, continuando sem entender. Novamente, o sorriso dela acalmou-me.
- Fale, Carmmel.
- Bom... lá vai: Fazem dezoito meses desde a primeira vez que te vi, dezoito meses desde que entrara na minha existência vazia. Você me tirou da escuridão e me fez ver que há mais na vida do que apenas a dor. Você é meu anjo da guarda. - disse ela. - E fazem seis meses hoje desde que você quase me viu cair, seis meses desde que apareceu na porta do meu quarto no hospital, todo sem ar, descabelado. Seis meses desde que descobrira do meu destino, desde que chorara por mim.
Ela olhou para o chão, e depois para mim. Apertei sua mão, incentivando-a a continuar. De alguma maneira, sabia que aquilo não era tudo.
- Você fez por mim a coisa mais linda que qualquer um já fizera: ficou comigo e me fez sorrir quando eu pensara que estava tudo acabado. Transformou meus últimos meses em algo mais valioso do que toda a minha vida. Mostrou-me o que era ser feliz. E durante esses dezoito meses, você tornou-se a única coisa que ainda me importava, e esteve na minha cabeça em cada momento da minha vida. E foi mês passado que eu admiti para mim mesma algo que já sabia haviam cinco meses, desde que entrara no quarto sem ar, descabelado e preocupado comigo.
- O que? - perguntei.
- Que te amo. - disse ela, fazendo uma pausa. - Mais que a mim mesma.
Nada do que eu pudesse falar naquele momento expressaria o quanto aquilo me afetara e afetara minha vida. Então eu simplesmente a peguei em meus braços e a beijei.
Depois disso, lembro-me de largá-la no chão e admitir que a amava mais do que ela poderia imaginar. Lembro-me dela pegando minha mão e guiando-me até seu quarto. Lembro-me de ter sido colocado na cama e de sentir seu corpo tão perto do meu. Lembro-me do suor no seu corpo, no seu cabelo, das palavras de amor, de cada toque, cada gesto... Lembro-me simplesmente do momento mais magnífico que já havia vivido.
Acordei achando que tudo não passava de um sonho. Tive medo de abrir os olhos e deparar-me com as paredes azuis do meu quarto. Ao invés disso, quando tive coragem para fazê-lo, deparei-me com as paredes brancas do quarto dela. Encontrei-me nu em seus lençóis, senti o cheiro dela na minha pele e nos cobertores ao meu redor, vi o lugar onde nossas roupas haviam sido jogadas... e a felicidade que me inundou naquele momento foi tão grande que quase consumiu-me. Ela havia sido minha, e eu havia sido dela. Ela me amava. Era tudo o que importava.
Então ouvi um choro.
Levantei-me correndo, sem preocupar-me com o estado em que estava, vestindo apenas um calção, e fui de encontro a ela. Lá estava a minha menina, encolhida no sofá, vestida apenas num roupão fino que contornava perfeitamente bem cada curva de seu corpo, chorando copiosamente.
- O que foi, pequena? Eu fiz algo de errado? O que aconteceu?
- Você não fez nada, Vi. - disse ela, passando sua mão macia pelo meu rosto, e depois pousando-a em meu peito desnudo, transformando-o em chamas. - Foi a noite mais perfeita de toda a minha vida. Foi minha primeira vez, e eu jamais queria que tivesse sido com mais ninguém, que não você. Foi tudo melhor do que eu já imaginei.
- Então, o que aconteceu? - disse eu, acalorado com a felicidade que inundava meu ser, mas também preocupado com aquela garota frágil que eu tanto amava.
- Eu fiz algo errado, Vi. Eu te pus naquela cama, deixei-me levar por esse sentimento tão maravilhoso, fui egoísta e esqueci de tudo.
- Você não fez nada de errado, Cammel. Eu nunca pensei que fosse amar alguém como te amo, e nunca pensei que isso que vivemos juntos fosse ser tão especial... mas foi. Foi tão perfeito quanto cada momento que passamos juntos, até melhor, por que eu descobri que me ama da maneira como eu amo você. - disse eu, agarrando-a e colocando-a sentada em meu colo, de frente para mim, suas pernas entrelaçando minhas costas. Estava desesperado por fazê-la feliz, daria meu mundo para vê-la sorrir.
- Não Victor. Eu errei e deixar-te amar-me. Errei em fazer-te crer que algo poderia realmente acontecer entre nós, em te fazer acreditar me um futuro. Assim só será mais difícil para nós dois.
- Mais difícil?
- Quando eu morrer, Victor. Você sabe que não tenho muito tempo, e que logo não estarei mais aqui com você. - agora ela já estava aos prantos. - Eu não podia te amar, não podia ter te feito amar-me. Isso não podia ter acontecido. Eu fui tão egoísta... te farei sofrer, e sofrimento é a última coisa que eu ia querer para você. Ironicamente, daria minha vida para não te ver sofrer.
- Shh, escuta. - disse eu, tentando não demonstrar a dor dilacerante que me invadia ao imaginar aquela situação. Era a minha vez de consolá-la. - Eu te amo, e não importa o quanto eu vá sofrer no futuro, viver com você um dia vale mais a pena do que passar uma vida inteira sem você. Você é minha razão de viver, e nada que aconteça no futuro justificaria ter de viver sem você. Nada nunca foi tão especial, tão importante. Eu te amo, e não te deixarei culpar-se por ter me feito o homem mais feliz desse mundo. Você é minha, e nada mais importa, enquanto te tiver nos meus braços.
Ela sorriu sem parar de chorar, e então eu a abriguei em meus braços, fechei os olhos e pensei no quanto aquela garota me fazia feliz, e em como eu viveria sem ela comigo.
Durante dois anos, vivemos intensamente cada momento. Passamos a morar juntos, nos fizemos mutuamente felizes, fizemos nossas vidas valerem a pena... Ela superou qualquer chance de viver, superou as expectativas dos médicos, as próprias expectativas... e apesar de eu me abalar toda a vez que pensava nas possibilidades, sempre acreditei que podíamos levar uma vida normal, longa e feliz. Nunca duvidei da vitalidade dela um segundo sequer.
E um dia, eu cheguei em casa do trabalho e ela não estava lá.
De alguma maneira, eu sabia onde deveria procurar.
Cheguei ao hospital e consegui entrar na UTI. Lá estava ela, sedada, deitada naquela cama, mais frágil do que nunca, porém tão serena que parecia estar apenas dormindo. Caminhei até o lado da cama e me pus sentado lá, acariciando sua mão e esperando por um milagre.
Durante dois dias, discuti com os médicos todas as vezes que mandaram-me sair do quarto, fiz todo o possível para passar cada momento com ela, larguei meu emprego... e lá estava eu, com ela, no terceiro dia.
Estava sentando ao seu lado, como de costume, no momento em que as visitas eram permitidas, um dos únicos momentos em que me permitiam ficar lá com ela. A vi agitar-se, e aquilo fez meu coração agitar-se. Afinal, ela podia estar melhorando.
Corri até ela, como sempre, e segurei sua mão. Então ela deu duas respiradas profundas, e o final da segunda saiu com um nome: Victor.
E assim que ouvi meu nome, assim que meu coração agitou-se, preparando-se para se alegrar, eu ouvi. Aquele piiiii rotineiro, de quando o coração de alguém para de bater. E sem pensar duas vezes, eu a peguei no colo, ignorando todos os fios que estavam engatados a ela, e comecei a gritar por seu nome. A sala encheu de médicos e enfermeiros, mas eu não queria largá-la. Em um certo momento, fui arrastado para fora, obrigado a ir. E então eu apenas joguei-me no banco, do lado de fora do quarto da UTI dela, sentindo-me exausto e acabado. Afinal, minha vida acabara-se no momento em que ela se fora.
Não sei por quanto tempo fiquei lá. E quem se preocuparia com o tempo? Afinal, quando sua vida já havia acabado, não havia necessidade de apressar-se para nada... você podia apenas deixar de existir.
Alguém sentou-se ao meu lado, mas eu não o olhei. Então ele pigarreou, e eu o olhei.
- Senhor Polter?
- Eu. - disse, sem vontade.
- Acalme-se, Polter, está pálido. Acho que quando sua esposa acordar vai querer ver seu marido vivo.
- Ela não era minha esposa e... o que o senhor disse?
- Ela está viva, senhor Polter. Conseguimos reanimá-la.
- Como é que é? - pedi, sem conseguir acreditar no que ele me dizia. A verdade é que eu só não conseguia absorver aquelas palavras.
- Seus batimentos estão bem, e de alguma maneira milagrosa, a doença regrediu de seis meses para cá. Ela está se curando lentamente, e do jeito que a coisa anda, poderemos curá-la.
- Mas e a parada cardíaca?
- Ninguém entende como ela foi ter aquela parada cardíaca, e ninguém entende como é que seu coração pode estar melhor do que estava anteriormente... algo muito forte está ajudando-a a curar-se.
- Talvez seja o amor. - disse, um sorriso aparecendo em meu rosto lentamente, de acordo com o tempo que eu demorava para assimilar o último acontecimento.
- Ou isso, ou é a gestação. Em alguns casos, mulheres grávidas tem uma capacidade mágica de curar doenças que nós médicos, até onde sabíamos, era terminal. Aliás, gostará de saber que, milagrosamente, a parada cardíaca não afetara o bebê, o que é raro, no estado inicial de gestação.
- Espera, bebê?
- Vocês ainda não sabiam, não é? Parabéns, você vai ser papai.
Naquele momento, eu era o homem mais feliz do universo. Minha pequena Carmmel estava bem, eu ia ser pai... quem sabe minha vida não tivesse acabado.
Dois meses depois, eu e Carmmel já estávamos nos casando. Eu só não queria perder tempo, algo que se tornara tão precioso depois daquele dia. E seis meses depois, exatamente nos nove meses de gestação, nossa pequena Carlotte nasceu. Tão doce como um anjo, tão bela quanto sua mãe.
E foi assim que um momento ruim tornou-se o melhor de minha vida, foi assim que eu comecei a viver.
E hoje Carmmel não significa tudo aquilo que significava antes. Hoje Carmmel significa algo que pode ser resumido com duas palavras: minha vida. Ela, e é claro, nossa pequena Carlie.
Sei que muitos não terão a mesma sorte que eu tive, mas espero que você nunca desista de sua vida antes de ela ter realmente acabado... pode não parecer, mas as vezes coisas boas saem do meio da escuridão e da tristeza.
- Victor Polter, você continua aí escrevendo essa história ridícula, meu bem?
- Não é ridícula, Cammy. É a nossa história, a história de como você mudou minha vida.
- Sei, sei. Seu bobo. Vamos, a Carlie que pegar a próxima sessão de Madagascar 3.
- Com três anos e meio e já mandando na casa?
- Ah, meu amor. Isso é que dá ter uma filha com a carinha da mãe, mas o temperamento do pai. Ela é decidida, e isso será bom pra ela no futuro.
- Ok, já estou indo. Só vou colocar o nome na história.
- Ok amor, não demore.
E agora eu sou o marido mais feliz do mundo e o pai mais orgulhoso, e também o mais manipulável, que já existiu. Afinal, como poderia dizer não para a minha doce Carlie Jones Polter, fruto desse amor tão improvável e tão concreto?
Por isso nenhum título para essa história serviria tanto quanto esse. Por que o amor que sinto por Carmmel, e agora o que sinto por Carlotte, supera até a própria morte. Nada vale mais que o amor.
Essa era Carmmel, simplesmente a coisa mais perfeita que já acontecera na minha vida... nada nunca me abalará, nada nunca me fará tão bem quanto ela um dia me fez.
Carmmel era tudo, até aquele dia, onde minha vida desmoronára. Tudo havia acabado: minha felicidade, meu mundo belo, minha vida... ao mesmo tempo em que a vida dela esvaia-se, enquanto eu a abraçava, tentando fazer com que meu mundo todo - ou seja, ela - não se fosse. E eu nunca esquecerei de sua última respiração, aquela que veio acompanhada de um suspiro, do meu nome. Foi o fim... mas também um novo começo.
Mas, para contar-lhes minha história, tenho que começar do início, ou melhor, do início do fim, ou o fim do começo apenas, sinta-se a vontade para escolher como quer chamá-lo. O início da última etapa da minha vida, a única que valeu a pena.
Se quiser continuar a ler, o faça. Vai se surpreender em saber que um momento ruim pode transformar-se na melhor coisa que já te aconteceu.
Meu nome é Victor Polter. Na época eu tinha vinte e dois anos e trabalhava em uma livraria. Nunca me esquecerei da primeira vez que vi aquela menina, de cabelos negros azulados e feições doces, entrando pela porta do local.
- Por favor... você poderia me ajudar? - ela perguntou-me, e meus ouvidos agraciaram-se com a voz dela, tão melodiosa quanto os toques de violinos.
- Er... é claro.
- Muito obrigada. Eu estou procurando algo que possa me ajudar em um trabalho para a faculdade, algo realmente significativo... senhor Polter. - disse ela, forçando os olhos para ler meu nome no crachá desbotado.
- E em que área você quer? - eu perguntei.
Ela puxou os cabelos azulados para trás da orelha, olhando para o chão. Suas bochechas coraram, demonstrando uma certa vergonha.
- Promete não rir?
- Você me pergunta isso... se não tivesse me pedido para não rir, eu não o faria. Como você pediu para que eu não risse, provavelmente agora não conseguirei me conter. - disse, e ela ficou confusa com minha linha de pensamento, fazendo uma careta que me obrigou a rir.
- Eu preciso de livros sobre paranormalidade, espíritos, todas essas coisas envolvendo o pós-morte e pessoas que, em vida, tem contato com isso.
Achei estranho, mas aquela doce garota me encantava. Guiei-a até a área indicada, pedi licença e, contra a minha vontade, afastei-me dela.
- A propósito, Senhor Polter, meu nome é Carmmel Jones. - ela disse.
Eu olhei para trás e ambos sorrimos. E naquele momento, eu sabia que Carmmel estava na minha vida por algum motivo.
Durante alguns meses, Carmmel fora à livraria todos os dias, com chuva ou sol, para conversarmos. Quando ela não ia, depois do segundo mês, eu aparecia em sua casa, pois sempre preocupava-me com sua saúde. Ela então levava-me até a cozinha e me dava uma xícara de café, e nós conversávamos e assistíamos algum filme na televisão. Perdi as contas de quantas vezes a vi chorar em Titanic, e o sorriso bobo que ela me dava sempre que me pegava admirando-a chorar. Eu a amava, e ela devia ser a única a não saber daquilo.
E um dia ela não apareceu na livraria. Passei pela casa dela após o trabalho, mas ela não estava lá. Fazia um ano que nos víamos todo o dia, e não vê-la seria como passar um dia inteiro sem respirar. Quando vi que ela não estava em casa, resolvi por pedir para a vizinha dela.
- Ela está no hospital, meu jovem. - respondeu a senhora, de cabelos grisalhos.
Não agradeci, nem falei nada. Apenas corri o mais rápido possível. Entrei no hospital desesperado, sentindo meu coração pular mais do que nunca. Eu poderia perdê-la, sem nem ao menos saber o porquê.
A recepcionista me disse o quarto dela, e eu corri até ele como se minha vida dependesse daquilo. E talvez dependesse.
- Eu sabia que você viria. - disse ela, assim que eu pus meu pé para dentro do quarto, meu coração palpitando e minha respiração pesada, falhando em alguns momentos.
Corri até sua cama e praticamente joguei-me nela, sentando-me ao seu lado.
- Eu estou tão feliz por te ver viva! Achei que pudesse ser algo grave.
- E é.
Quando ela disse aquilo, parecia que o chão embaixo dos meus pés havia desaparecido, e eu estava caindo, rumo à um lugar escuro e vazio.
- O que você quer dizer com...
- Eu tenho uma doença cardíaca, Victor. Grave, letal e rara. Tenho, quem sabe com muita sorte, mais um ano de vida.
- Mas...
- Não, Vi. Não tem volta, nem tratamento.
- Há quanto tempo você sabia disso? - perguntei, sentindo-me desabar, meus olhos enchendo-se de lágrimas.
- Há pouco mais de um ano. Foi um tempo antes de eu te conhecer.
Passei a mão pelos cabelos dela, enquanto via o sorriso amarelo dela e sentia-me desabar cada vez mais. E quando não consegui mais conter minhas lágrimas, foi ela quem me abraçou, foi ela quem acariciou meus cabelos e disse que tudo ficaria bem.
Eu deveria tê-la consolado, não o contrário. Mas ela era doce demais para deixar-me chorar e eu a amava demais para conter minha dor.
Ela passara uma semana no hospital, e a semana toda eu passei ao seu lado. Pedi férias do trabalho para conseguir estar com ela a cada minuto. E então ela saiu do hospital. Nunca me esquecerei do brilho nos olhos dela ao ver a luz do sol.
- Tinha me esquecido de o quão bela era a vida. - disse ela. - E perdestes uma semana de vida ficando comigo naquele hospital.
- Eu não perdi uma semana, Cammy. Foi uma das semanas mais maravilhosas da minha vida. Eu amei cada momento, quase tanto quanto amei te ver feliz e quase tanto quanto amei ver o brilho no seu olhar alguns instantes atrás.
Ela me olhou docemente, sorriu e colocou seus cabelos azulados para trás da orelha novamente. Então me convidou para tomar um café.
Foi fácil demais vê-la recuperar-se, vê-la feliz novamente.
E então aconteceu: o dia mais maravilhoso de toda a minha existência.
- Sabia que você viria. - disse ela, quando abriu a porta da sua casa para mim. - Você sempre vem.
Eu a abracei e entrei na sua casa. Ela pegou minha mão e levou-me até a sala. Nós nos sentamos no sofá e ficamos encarando um ao outro.
- Por que não apareceu na livraria hoje? - pedi, tentando quebrar o silêncio entre nós dois.
- Por que eu sabia que você viria me ver se eu não fosse até lá, e precisava de você aqui.
Eu estranhei, mas o sorriso que ela me exibia mostrava-me que estava tudo bem.
- Por que me precisava aqui, afinal?
- Sabe que dia é hoje? - perguntou-me, como resposta.
- Terça-feira?
- Seis de junho, seu bobo. - disse ela, e depois riu, sua melodiosa risada aquecendo meu coração.
- Um ano e meio desde que entrara em minha vida. - eu completei.
- Dezoito meses. - ela disse, e fez uma pausa. - E eu queria te mostrar uma coisa. Na verdade, eu queria te falar uma coisa.
A encarei, continuando sem entender. Novamente, o sorriso dela acalmou-me.
- Fale, Carmmel.
- Bom... lá vai: Fazem dezoito meses desde a primeira vez que te vi, dezoito meses desde que entrara na minha existência vazia. Você me tirou da escuridão e me fez ver que há mais na vida do que apenas a dor. Você é meu anjo da guarda. - disse ela. - E fazem seis meses hoje desde que você quase me viu cair, seis meses desde que apareceu na porta do meu quarto no hospital, todo sem ar, descabelado. Seis meses desde que descobrira do meu destino, desde que chorara por mim.
Ela olhou para o chão, e depois para mim. Apertei sua mão, incentivando-a a continuar. De alguma maneira, sabia que aquilo não era tudo.
- Você fez por mim a coisa mais linda que qualquer um já fizera: ficou comigo e me fez sorrir quando eu pensara que estava tudo acabado. Transformou meus últimos meses em algo mais valioso do que toda a minha vida. Mostrou-me o que era ser feliz. E durante esses dezoito meses, você tornou-se a única coisa que ainda me importava, e esteve na minha cabeça em cada momento da minha vida. E foi mês passado que eu admiti para mim mesma algo que já sabia haviam cinco meses, desde que entrara no quarto sem ar, descabelado e preocupado comigo.
- O que? - perguntei.
- Que te amo. - disse ela, fazendo uma pausa. - Mais que a mim mesma.
Nada do que eu pudesse falar naquele momento expressaria o quanto aquilo me afetara e afetara minha vida. Então eu simplesmente a peguei em meus braços e a beijei.
Depois disso, lembro-me de largá-la no chão e admitir que a amava mais do que ela poderia imaginar. Lembro-me dela pegando minha mão e guiando-me até seu quarto. Lembro-me de ter sido colocado na cama e de sentir seu corpo tão perto do meu. Lembro-me do suor no seu corpo, no seu cabelo, das palavras de amor, de cada toque, cada gesto... Lembro-me simplesmente do momento mais magnífico que já havia vivido.
Acordei achando que tudo não passava de um sonho. Tive medo de abrir os olhos e deparar-me com as paredes azuis do meu quarto. Ao invés disso, quando tive coragem para fazê-lo, deparei-me com as paredes brancas do quarto dela. Encontrei-me nu em seus lençóis, senti o cheiro dela na minha pele e nos cobertores ao meu redor, vi o lugar onde nossas roupas haviam sido jogadas... e a felicidade que me inundou naquele momento foi tão grande que quase consumiu-me. Ela havia sido minha, e eu havia sido dela. Ela me amava. Era tudo o que importava.
Então ouvi um choro.
Levantei-me correndo, sem preocupar-me com o estado em que estava, vestindo apenas um calção, e fui de encontro a ela. Lá estava a minha menina, encolhida no sofá, vestida apenas num roupão fino que contornava perfeitamente bem cada curva de seu corpo, chorando copiosamente.
- O que foi, pequena? Eu fiz algo de errado? O que aconteceu?
- Você não fez nada, Vi. - disse ela, passando sua mão macia pelo meu rosto, e depois pousando-a em meu peito desnudo, transformando-o em chamas. - Foi a noite mais perfeita de toda a minha vida. Foi minha primeira vez, e eu jamais queria que tivesse sido com mais ninguém, que não você. Foi tudo melhor do que eu já imaginei.
- Então, o que aconteceu? - disse eu, acalorado com a felicidade que inundava meu ser, mas também preocupado com aquela garota frágil que eu tanto amava.
- Eu fiz algo errado, Vi. Eu te pus naquela cama, deixei-me levar por esse sentimento tão maravilhoso, fui egoísta e esqueci de tudo.
- Você não fez nada de errado, Cammel. Eu nunca pensei que fosse amar alguém como te amo, e nunca pensei que isso que vivemos juntos fosse ser tão especial... mas foi. Foi tão perfeito quanto cada momento que passamos juntos, até melhor, por que eu descobri que me ama da maneira como eu amo você. - disse eu, agarrando-a e colocando-a sentada em meu colo, de frente para mim, suas pernas entrelaçando minhas costas. Estava desesperado por fazê-la feliz, daria meu mundo para vê-la sorrir.
- Não Victor. Eu errei e deixar-te amar-me. Errei em fazer-te crer que algo poderia realmente acontecer entre nós, em te fazer acreditar me um futuro. Assim só será mais difícil para nós dois.
- Mais difícil?
- Quando eu morrer, Victor. Você sabe que não tenho muito tempo, e que logo não estarei mais aqui com você. - agora ela já estava aos prantos. - Eu não podia te amar, não podia ter te feito amar-me. Isso não podia ter acontecido. Eu fui tão egoísta... te farei sofrer, e sofrimento é a última coisa que eu ia querer para você. Ironicamente, daria minha vida para não te ver sofrer.
- Shh, escuta. - disse eu, tentando não demonstrar a dor dilacerante que me invadia ao imaginar aquela situação. Era a minha vez de consolá-la. - Eu te amo, e não importa o quanto eu vá sofrer no futuro, viver com você um dia vale mais a pena do que passar uma vida inteira sem você. Você é minha razão de viver, e nada que aconteça no futuro justificaria ter de viver sem você. Nada nunca foi tão especial, tão importante. Eu te amo, e não te deixarei culpar-se por ter me feito o homem mais feliz desse mundo. Você é minha, e nada mais importa, enquanto te tiver nos meus braços.
Ela sorriu sem parar de chorar, e então eu a abriguei em meus braços, fechei os olhos e pensei no quanto aquela garota me fazia feliz, e em como eu viveria sem ela comigo.
Durante dois anos, vivemos intensamente cada momento. Passamos a morar juntos, nos fizemos mutuamente felizes, fizemos nossas vidas valerem a pena... Ela superou qualquer chance de viver, superou as expectativas dos médicos, as próprias expectativas... e apesar de eu me abalar toda a vez que pensava nas possibilidades, sempre acreditei que podíamos levar uma vida normal, longa e feliz. Nunca duvidei da vitalidade dela um segundo sequer.
E um dia, eu cheguei em casa do trabalho e ela não estava lá.
De alguma maneira, eu sabia onde deveria procurar.
Cheguei ao hospital e consegui entrar na UTI. Lá estava ela, sedada, deitada naquela cama, mais frágil do que nunca, porém tão serena que parecia estar apenas dormindo. Caminhei até o lado da cama e me pus sentado lá, acariciando sua mão e esperando por um milagre.
Durante dois dias, discuti com os médicos todas as vezes que mandaram-me sair do quarto, fiz todo o possível para passar cada momento com ela, larguei meu emprego... e lá estava eu, com ela, no terceiro dia.
Estava sentando ao seu lado, como de costume, no momento em que as visitas eram permitidas, um dos únicos momentos em que me permitiam ficar lá com ela. A vi agitar-se, e aquilo fez meu coração agitar-se. Afinal, ela podia estar melhorando.
Corri até ela, como sempre, e segurei sua mão. Então ela deu duas respiradas profundas, e o final da segunda saiu com um nome: Victor.
E assim que ouvi meu nome, assim que meu coração agitou-se, preparando-se para se alegrar, eu ouvi. Aquele piiiii rotineiro, de quando o coração de alguém para de bater. E sem pensar duas vezes, eu a peguei no colo, ignorando todos os fios que estavam engatados a ela, e comecei a gritar por seu nome. A sala encheu de médicos e enfermeiros, mas eu não queria largá-la. Em um certo momento, fui arrastado para fora, obrigado a ir. E então eu apenas joguei-me no banco, do lado de fora do quarto da UTI dela, sentindo-me exausto e acabado. Afinal, minha vida acabara-se no momento em que ela se fora.
Não sei por quanto tempo fiquei lá. E quem se preocuparia com o tempo? Afinal, quando sua vida já havia acabado, não havia necessidade de apressar-se para nada... você podia apenas deixar de existir.
Alguém sentou-se ao meu lado, mas eu não o olhei. Então ele pigarreou, e eu o olhei.
- Senhor Polter?
- Eu. - disse, sem vontade.
- Acalme-se, Polter, está pálido. Acho que quando sua esposa acordar vai querer ver seu marido vivo.
- Ela não era minha esposa e... o que o senhor disse?
- Ela está viva, senhor Polter. Conseguimos reanimá-la.
- Como é que é? - pedi, sem conseguir acreditar no que ele me dizia. A verdade é que eu só não conseguia absorver aquelas palavras.
- Seus batimentos estão bem, e de alguma maneira milagrosa, a doença regrediu de seis meses para cá. Ela está se curando lentamente, e do jeito que a coisa anda, poderemos curá-la.
- Mas e a parada cardíaca?
- Ninguém entende como ela foi ter aquela parada cardíaca, e ninguém entende como é que seu coração pode estar melhor do que estava anteriormente... algo muito forte está ajudando-a a curar-se.
- Talvez seja o amor. - disse, um sorriso aparecendo em meu rosto lentamente, de acordo com o tempo que eu demorava para assimilar o último acontecimento.
- Ou isso, ou é a gestação. Em alguns casos, mulheres grávidas tem uma capacidade mágica de curar doenças que nós médicos, até onde sabíamos, era terminal. Aliás, gostará de saber que, milagrosamente, a parada cardíaca não afetara o bebê, o que é raro, no estado inicial de gestação.
- Espera, bebê?
- Vocês ainda não sabiam, não é? Parabéns, você vai ser papai.
Naquele momento, eu era o homem mais feliz do universo. Minha pequena Carmmel estava bem, eu ia ser pai... quem sabe minha vida não tivesse acabado.
Dois meses depois, eu e Carmmel já estávamos nos casando. Eu só não queria perder tempo, algo que se tornara tão precioso depois daquele dia. E seis meses depois, exatamente nos nove meses de gestação, nossa pequena Carlotte nasceu. Tão doce como um anjo, tão bela quanto sua mãe.
E foi assim que um momento ruim tornou-se o melhor de minha vida, foi assim que eu comecei a viver.
E hoje Carmmel não significa tudo aquilo que significava antes. Hoje Carmmel significa algo que pode ser resumido com duas palavras: minha vida. Ela, e é claro, nossa pequena Carlie.
Sei que muitos não terão a mesma sorte que eu tive, mas espero que você nunca desista de sua vida antes de ela ter realmente acabado... pode não parecer, mas as vezes coisas boas saem do meio da escuridão e da tristeza.
- Victor Polter, você continua aí escrevendo essa história ridícula, meu bem?
- Não é ridícula, Cammy. É a nossa história, a história de como você mudou minha vida.
- Sei, sei. Seu bobo. Vamos, a Carlie que pegar a próxima sessão de Madagascar 3.
- Com três anos e meio e já mandando na casa?
- Ah, meu amor. Isso é que dá ter uma filha com a carinha da mãe, mas o temperamento do pai. Ela é decidida, e isso será bom pra ela no futuro.
- Ok, já estou indo. Só vou colocar o nome na história.
- Ok amor, não demore.
E agora eu sou o marido mais feliz do mundo e o pai mais orgulhoso, e também o mais manipulável, que já existiu. Afinal, como poderia dizer não para a minha doce Carlie Jones Polter, fruto desse amor tão improvável e tão concreto?
Por isso nenhum título para essa história serviria tanto quanto esse. Por que o amor que sinto por Carmmel, e agora o que sinto por Carlotte, supera até a própria morte. Nada vale mais que o amor.
Re: Nada Vale Mais Que o Amor
JuhSalvatore escreveu:
Carmmel era tudo, até aquele dia, onde minha vida desmoronára. Tudo havia acabado: minha felicidade, meu mundo belo, minha vida... ao mesmo tempo em que a vida dela esvaia-se, enquanto eu a abraçava, tentando fazer com que meu mundo todo - ou seja, ela - não se fosse. E eu nunca esquecerei de sua última respiração, aquela que veio acompanhada de um suspiro, do meu nome. Foi o fim... mas também um novo começo.
- Que te amo. - disse ela, fazendo uma pausa. - Mais que a mim mesma.
Então ela deu duas respiradas profundas, e o final da segunda saiu com um nome: Victor.
- Talvez seja o amor. - disse, um sorriso aparecendo em meu rosto lentamente, de acordo com o tempo que eu demorava para assimilar o último acontecimento.
- Ou isso, ou é a gestação. Em alguns casos, mulheres grávidas tem uma capacidade mágica de curar doenças que nós médicos, até onde sabíamos, era terminal. Aliás, gostará de saber que, milagrosamente, a parada cardíaca não afetara o bebê, o que é raro, no estado inicial de gestação.
- Espera, bebê?
- Vocês ainda não sabiam, não é? Parabéns, você vai ser papai.
E agora eu sou o marido mais feliz do mundo e o pai mais orgulhoso, e também o mais manipulável, que já existiu. Afinal, como poderia dizer não para a minha doce Carlie Jones Polter, fruto desse amor tão improvável e tão concreto?
Por isso nenhum título para essa história serviria tanto quanto esse. Por que o amor que sinto por Carmmel, e agora o que sinto por Carlotte, supera até a própria morte. Nada vale mais que o amor.
P#rr@ Juuh, e mais uma vez você me fez chorar , serio, MuitooChoro;
Não sei como vc consegue me comover dessa maneira. Você sempre consegue encher meus olhos de lagrimas nãão sei como mais consegue.
Amo suas Historias. Mais essa? Essa é a melhor.
Serio, a mais bela de suas Ones é essa digo (digitokkk) isso com toda certeza do mundo.
Nunca vou me cansar de dizer: -Que historia incrível e emocionante. A mais bela de todas!
Não sei como vc consegue me comover dessa maneira. Você sempre consegue encher meus olhos de lagrimas nãão sei como mais consegue.
Amo suas Historias. Mais essa? Essa é a melhor.
Serio, a mais bela de suas Ones é essa digo (digitokkk) isso com toda certeza do mundo.
Nunca vou me cansar de dizer: -Que historia incrível e emocionante. A mais bela de todas!
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Re: Nada Vale Mais Que o Amor
awnnn awnnn awnnn! tendo overdose de fofura aqui!LuanaNunees escreveu:JuhSalvatore escreveu:
Carmmel era tudo, até aquele dia, onde minha vida desmoronára. Tudo havia acabado: minha felicidade, meu mundo belo, minha vida... ao mesmo tempo em que a vida dela esvaia-se, enquanto eu a abraçava, tentando fazer com que meu mundo todo - ou seja, ela - não se fosse. E eu nunca esquecerei de sua última respiração, aquela que veio acompanhada de um suspiro, do meu nome. Foi o fim... mas também um novo começo.
- Que te amo. - disse ela, fazendo uma pausa. - Mais que a mim mesma.
Então ela deu duas respiradas profundas, e o final da segunda saiu com um nome: Victor.
- Talvez seja o amor. - disse, um sorriso aparecendo em meu rosto lentamente, de acordo com o tempo que eu demorava para assimilar o último acontecimento.
- Ou isso, ou é a gestação. Em alguns casos, mulheres grávidas tem uma capacidade mágica de curar doenças que nós médicos, até onde sabíamos, era terminal. Aliás, gostará de saber que, milagrosamente, a parada cardíaca não afetara o bebê, o que é raro, no estado inicial de gestação.
- Espera, bebê?
- Vocês ainda não sabiam, não é? Parabéns, você vai ser papai.
E agora eu sou o marido mais feliz do mundo e o pai mais orgulhoso, e também o mais manipulável, que já existiu. Afinal, como poderia dizer não para a minha doce Carlie Jones Polter, fruto desse amor tão improvável e tão concreto?
Por isso nenhum título para essa história serviria tanto quanto esse. Por que o amor que sinto por Carmmel, e agora o que sinto por Carlotte, supera até a própria morte. Nada vale mais que o amor.P#rr@ Juuh, e mais uma vez você me fez chorar , serio, MuitooChoro;
Não sei como vc consegue me comover dessa maneira. Você sempre consegue encher meus olhos de lagrimas nãão sei como mais consegue.
Amo suas Historias. Mais essa? Essa é a melhor.
Serio, a mais bela de suas Ones é essa digo (digitokkk) isso com toda certeza do mundo.
Nunca vou me cansar de dizer: -Que historia incrível e emocionante. A mais bela de todas!
sério que gostou tanto assim? meudeus, que lindo *---*
sério, não sabe a felicidade que me dá saber que você gostou dessa história. De todas as minhas Ones, acho que o Victor e a Carmmel são dois dos meus personagens mais especiais. fico radiante e maravilhada em saber que vc gostou dessa história, de verdade mesmo!
awnn, de verdade, muito obrigada MESMO por todo o apoio que você me dá, e por ler cada uma das pequenas coisas que eu escrevo, até mesmo as mais idiotas. Faz toda a diferença, sério.
obrigada mesmo mesmo.
beijoos
Re: Nada Vale Mais Que o Amor
E agora eu sou o marido mais feliz do mundo e o pai mais orgulhoso, e também o mais manipulável, que já existiu. Afinal, como poderia dizer não para a minha doce Carlie Jones Polter, fruto desse amor tão improvável e tão concreto?
Por isso nenhum título para essa história serviria tanto quanto esse. Por que o amor que sinto por Carmmel, e agora o que sinto por Carlotte, supera até a própria morte. Nada vale mais que o amor.
Tô chorando até agora , muito linda a história .
A Carmmel e o Victor formam um casal muito fofo, e agora mais fofo com a Carlotte
A história ficou muito perfeita, a minha mãe é uma ótima escritora
beijos.
Érica- Mensagens : 96
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Re: Nada Vale Mais Que o Amor
Awnnn, que bom que gostou, filhota! *-*Dié escreveu:E agora eu sou o marido mais feliz do mundo e o pai mais orgulhoso, e também o mais manipulável, que já existiu. Afinal, como poderia dizer não para a minha doce Carlie Jones Polter, fruto desse amor tão improvável e tão concreto?
Por isso nenhum título para essa história serviria tanto quanto esse. Por que o amor que sinto por Carmmel, e agora o que sinto por Carlotte, supera até a própria morte. Nada vale mais que o amor.
Tô chorando até agora , muito linda a história .
A Carmmel e o Victor formam um casal muito fofo, e agora mais fofo com a Carlotte
A história ficou muito perfeita, a minha mãe é uma ótima escritora
beijos.
fico mega feliz mesmo! sério, me deixa morrida de honra. *-*
mentira, só vc que é fofa demais pra achar bom. *-*
beijoos.
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