Broken Heart

Mais um dia começa, com o sol batendo na janela e refletindo todo seu brilho pelo quarto. Que pra mim não tem mais beleza alguma, não depois da morte de Alice meu grande amor.
Tudo por conta de um acidente de carro idiota, que não era pra ela estar lá, era pra EU estar lá. O que só aumenta ainda mais a culpa dentro de mim.
Um mês já se passou, mas pra mim, ainda parece que foi ontem. O telefonema desesperado, um barulho de explosão, e foi assim que ela me deixou. Sem podermos dar nem um último adeus.
Ainda posso sentir o cheiro do perfume dela empragnado no travesseiro em que dividiamos.
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Ontem a Sr. Hollborn (mãe dela) veio aqui em casa pegar as roupas da Alice (provavelmente para doar ou alguma coisa do tipo) e trouxe junto um casal se não me engano eram irmãos, Luce e Ryan. Posso estar pirando completamente, e não fazer sentido algum, mas eles me lembraram muito ela, não aparentemente, mas o modo de agir. O jeito de andar, de sentar, e té mesmo o sorriso.
"O que só dificultou ainda mais a cicatrização do meu coração!"
Tudo que vejo me lembra Alice. Cada detalhe da casa foi feito a gosto dela, a escolha dos objetos, móveis, a cor de cada ambiente, absolutamente Tudo. Agora me diz: Como posso seguir em frente quando tudo que vejo só reforsa ainda mais há presença dela aqui?
Seus cabelos ruivos, seus lábios macios, seu rostinho de boneca, o modo delicado de enrolar as pontas do cabelo,o olhar, o ingênuo olhar com que ela via o mundo e a calma que ela transmitia pras pessoas, essa calma que tanto me faz falta agora.
Olhando no relógio, agora são exatamente 8:30h da manhã, hora essa que eu deveria estar levantando e me preparando para ir a acadêmia onde meus alunos vão estar esperando para começar mais uma aula.
Até penso na possibilidade de me levantar, mas então olho novamente para o relógio/ despertador e vejo a foto dela ao lado, virada em minha direção. Para que: "A primeira imagem que meus olhos vissem quando se abrisem fosse ela!" Palavras que ela sempre dizia.
Pronto, antes que pudesse me controlar as lágrimas já escoriam aos montes nos meus olhos. Lágrimas que ao invez de me acalmar, só me deixavam mais nervoso, nervoso com a certeza de que ela nunca mais vai voltar, mais nervoso com o fato de que nunca mais vou poder toca-lá, nunca mais.
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Ao pensar essas coisas, sinto uma forte onda de adrenalina passando por mim. É antes que tivesse conciência dos meus próprios atos. Me vejo levantando da cama rapidamente e indo em direção há mesinha de canto da sala onde pego a chave do carro e vou até o jardim, onde arranquei uma flor qualquer que vi por lá e fui até o carro.
Dirigindo automaticamente sem ver direito nem por onde passava, até que me dou conta quando o carro para:
"Cemitério Recanto Das Almas" dizia a grande placa logo na entrada. O cemitério onde ela foi enterrada (Ou melhor, onde sua alma foi deixada. Pois o corpo em si foi perdido por completo no acidente).
Sai rapidamente deixando a porta encostada e fui andando lentamente entre as várias lápides espalhadas por lá. Até que chego na dela: "Eternamente Alice Hollborn".
Me sentei ao lado da lápide e estedi a flor que havia pegado do jardim. (Que agora prestando um pouco mais de atenção, reparei que não tinha sido qualquer flor que eu havia pegado por acaso no jardim. Era uma Tulipa, uma Tulipa Vermelha .. o simbolo do Amor Eterno).
"O Amor eterno que eu sempre vou sentir por ela".
Dou um único beijo na flor e a coloco lentamente em cima da lápide. Me levanto e enfim volto ao carro.
Agora um pouco mais aliviado por ter a sensação de que nesse momento, ela está mais próxima de mim.