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Mensagem por Annie Ter Out 04, 2011 5:12 pm

Ok, eu tô assistindo TV, depois eu leio! Wink
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Mensagem por Jess Silver Dom Out 09, 2011 7:40 am

7


Altos e Baixos…







Na manhã seguinte, quando acordei, reparei que tinham todos adormecido lá em casa. Derick estava deitado ao meu lado, mas Amber, Sammy, Lily e Bill tinha ficado espalhados pela sala. Sammy e Lily dormiam juntas num dos sofás, e Amber e Bill tinham dormido agarradinhos em cima do tapete fofo da minha sala. Eu tinha uma dor de cabeça tão grande que quase não me conseguia levantar, mas acabei por conseguir fazê-lo. Mas quando olhei para Derick, a dormir tão serenamente, um sorriso formou-se nos meus lábios, ao lembrar-me da festa de ontem à noite.
Levantei-me a custo e vi que tinha uma chamada não atendida dos meus pais no telemóvel. Agora não me apetecia nada, mas ligava-lhes mais tarde.
Amber acordou, desviou-se de Bill e veio ter comigo.
- Que dor de cabeça… é melhor ajudar-te a arrumar isto tudo.
- Obrigada, mas se quiserem ir para casa…
- Ora Jane, nem penses! Nós damos uma ajudinha…
Faltavam apenas duas semanas e cinco dias para o Natal. Tinha de começar a pensar nas prendas que lhes ia dar. Entre nós havia esse costume, embora nós déssemos mais valor à amizade que nos unia. Mas era sempre giro ter presentes para trocar.
Quando Derick acordou, levou a mão à cabeça e fez uma careta de desagrado. Eu fui ter com ele, sentando-me ao seu lado.
- Foi uma festa ótima Janey, mas estou com uma moca que nem me aguento…
- Queres que faça um chá? A minha mãe tem para ali umas embalagens quaisquer…
- Obrigada, mas não é preciso. Eu aguento-me, ok?
- Ok. Amber, eu ajudo, espera…
Quando a casa ficou minimamente aceitável, eles despediram-se e foram para casa. Quando chegou a altura de me despedir do Derick, ia a beijá-lo quando ele me deu um beijo muito suave na testa e sorriu, indo-se embora. Eu fiquei a olhar para ele. O que se passaria? Ontem à noite estava um querido, e agora…
Era estranho. As mudanças dele deixavam-me sempre desorientada, por mais que tentasse entendê-lo não conseguia.
Nesse dia, fiquei por casa. Chovia a potes e eu estive a manhã toda na net a falar com uma prima minha que não via há montes de tempo, mas com a qual costumava falar pela net.
À noite, tentei ligar ao Derick e ele não atendeu. Estava a começar a ficar preocupada. Queria ir a casa dele, mas não queria chegar lá e que ele não me abrisse a porta, por isso, decidi não ir. Liguei aos meus pais, ouvi o que eles me relataram (pormenorizadamente) sobre Paris e fui-me deitar. Estava cansadíssima. A festa de ontem tinha sido um estoiro mas eu estava pior que estragada.
Na manhã seguinte, tentei ligar ao Derick e ele voltou a não atender. Mas Sammy ligou-me a perguntar se eu queria ir com ela ao Vasco da Gama comprar os presentes de Natal e eu acabei por aceitar.
Divertimo-nos muito, fomos a todas as lojas que gostávamos, mas Derick não me saía da cabeça. Sammy notou logo que algo me estava a preocupar mais que o normal. Parámos no McDonald’s para almoçar e ela meteu conversa.
- Tu e o Derick, anteontem à noite… - E fez a sua cara mais perversa.
- O que tem?
- O que tem?! Ele beijou-te! Vais dizer que não tem nada?
- Não adiantou grande coisa…
- Como assim?
- Desde anteontem à noite que não falo com ele. Estou a começar a ficar preocupada… - Suspirei, tristemente.
- Isso é a paixão a falar!
- Cala-te Sammy… não sei o que se passa, mas sinto que é algo de mau. Ontem, quando vocês se estavam a ir embora, ele negou-me um beijo e despediu-se de mim como fazia antes da festa… acho que se passa aqui coisa…
- Acho que a Lily anda a influenciar-te demasiado. Não faças filmes nessa tua cabecinha! O Derick podia estar no ringue e não ouvir o telemóvel, estar a dormir, ou com amigos, sem vontade de atender! Porque é que tens de pensar sempre que aconteceu alguma coisa?
- Porque eu sei que aconteceu! Podes nem compreender mas… desde que conheci o Derick que sei que ele é esquisito, e nós podemos ser os melhores amigos mas eu sei que se passa aqui coisa, e ele não me conta o que é!
- Já pensaste que ele pode estar com algum problema?
- Então porque é que não fala comigo?! Ele sabe que pode confiar em mim…
- Nós somos raparigas! Achas que os rapazes confiam assim tanto em raparigas?! - Refilou Sammy, e não conseguisse contradizê-la.
Baixei o olhar. Eu queria que ele confiasse em mim, porque eu gostava mesmo dele. Queria que ele me explicasse de vez o que se passava. Queria sentir-me mais próxima dele do que sentia agora… assim como me tinha sentido durante a festa, quando ele me beijara.
Acabámos por comprar uma data de presentes que precisávamos, e ficámos despachadas de muita gente. Eu fui dormir a casa da Sammy nessa noite, mas os pais dela tinham ido jantar fora, por isso ficámos livres para fazermos o que quiséssemos, o que passou por ver um filme até à uma da manhã na televisão plasma da sala.
Eu tinha uma dor esquisita no estômago, como um pressentimento, que me estava a deixar maluca, quando me fui deitar. Sentia que algo de mal se estava a passar, e não aguentava isso nem mais um dia. De amanhã não passava.

Mas passou. Passou-se o dia seguinte, a semana, a quinzena, e veio o Natal. Dormiram todos lá em minha casa, excepto Derick. Eu estava a dar em doida. Eu tinha todas as certezas que eram possíveis em como se passava alguma coisa. Ele mandara-me mensagens a dizer que me adorava e pedia desculpa por não estar comigo no Natal, mas o pai dele queria levá-lo para fora. Um sinal de vida bastou… mas não foi suficiente. Eu queria vê-lo, abraçá-lo… beijá-lo. Queria que ele me dissesse pela boca dele que estava tudo bem.
O Natal foi super fixe, fizemos uma grande festa, fartámo-nos de dançar e comer doces, e trocámos os presentes e tudo. Sammy deu-me um livro que ela tinha e que eu andava há que tempos a cobiçar por ler, e Lily comprou-me uma camisola que eu tinha visto numa montra e que adorara (mas que naquela altura não tinha dinheiro para comprar), Bill deu-me um skate (muito original) super fixe, e Amber deu-me um quadro pintado por ela, em tela, com uma paisagem super fofa, duma rapariga em frente ao pôr-do-sol. Adorei os presentes deles, e eles também gostaram dos que eu lhes dei. Mas no meio de tanta alegria, a minha preocupação não desaparecia. Eu sabia que se passava algo, e não poder fazer nada estava a dar comigo em doida…
Eles tentaram distrair-me de Derick durante toda a noite. Consegui realmente divertir-me, mas na hora de dormir os meus pensamentos voltaram para ele, e senti uma vontade tão grande chorar que nem sei como me consegui controlar.
Até que tomei uma decisão. Dois dias depois do Natal. Dia 27 de Dezembro de 2008. Não podia esperar mais. Tinha de ser, senão acho que rebentava. Mas mais valia nem ter ido, mais valia nem ter começado, mais valia nem me ter apaixonado…
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Mensagem por Jess Silver Dom Out 09, 2011 7:42 am

8


Um Abalo dos Grandes…








27 de Dezembro de 2008, 10 da manhã.
Saí de casa, tranquei bem a porta e apanhei um táxi até casa do Derick. Estava determinada, sentia um aperto no coração, e não podia esperar mais para saber o que se passava. Sentia que se tinha passado alguma coisa. Derick estava super esquisito, e eu não acreditava minimamente que ele tivesse ido para fora com o pai. Porque é que ele havia de ter inventado essa história? Ele não precisava de me mentir! Assim, quando cheguei, subi no elevador até ao andar dele, e toquei à campainha. Nada, como de costume. Toquei, toquei… estava a desesperar. Então, lembrei-me (um momento de iluminação) de que talvez o porteiro tivesse uma chave suplente. Eles tinham contratado porteiro, pelo menos desta vez quando entrei ele já lá estava. Desci as escadas a correr e depressa convenci o homenzinho a dar-me uma chave extra. Convenci-o a não subir comigo, dizendo que depois lhe trazia a chave cá abaixo. Não queria que ele viesse comigo porque eu já tremia como varas verdes. Sabia, lá no fundo, que não ia gostar do que ia encontrar. Tremia e continha as lágrimas, mesmo antes de entrar. Não ia gostar do que ia ver, mas tinha mesmo de ser. Não aguentava mais.
Abri a porta. Nunca tinha lá entrado. A casa do Derick estava um desalinho, e ele parecia viver sozinho, pois de certeza que um adulto já teria arrumado aquilo tudo. Quando se entra, têm-se a sala, com uma televisão e dois sofás, tapetes e uma estante de livros, juntamente com montes de camisolas, calças, ténis e meias espalhados por todo o lado. Não entrei em mais nenhuma divisão da casa. Fui direita ao quarto dele, seguindo a minha intuição. Antes de rodar a maçaneta, respirar fundo para me acalmar. Tremia tanto, tinha tanto medo…
Quando entrei no quarto, não estava lá ninguém. Estava um desalinho, tal como a sala. A cama por fazer, as gavetas abertas, o computador ligado, os livros espalhados pelo chão. Mas nem sinal de Derick.
- Derick? - Chamei.
Não recebi resposta, mas aproximei-me da cama e contornei-a, espreitando para o outro lado, e…
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
O meu grito deve ter-se ouvido lá em baixo tudo, mas eu assustei-me tanto que não consegui evitar. Era Derick. Estava estendido no chão, como que desmaiado. Ajoelhei-me ao pé dele e comecei a abaná-lo para ver se ele acordava. Eu chorava e tremia tanto que quase não tinha controlo nos braços e nas mãos. Felizmente, o porteiro não subiu nem nada. Eu estava a dar em maluca. Eu sabia que algo de mal tinha acontecido!
- Derick… Derick acorda, por favor, acorda…
Coloquei dois dedos no pescoço dele. Respirava, embora fracamente, eu mal lhe sentia o pulso. Estava pálido, com umas grandes olheiras roxas e pálido como tudo. Comecei a tremer ainda mais. Então, corri até à cozinha e enchi um copo com água, entornando-o por cima da cabeça dele. Derick franziu o sobrolho e começou a acordar, para meu grande alívio. Abanei-o e chamei por ele, entornando mais água para ver se ele acordava. Derick abriu os olhos lentamente.
- Janey… o que fazes aqui?
- Derick… o que se passa?! O que se passa?! – Gaguejava eu, tremendo.
Ele voltou a fechar os olhos e eu gritei para o alertar, para não o deixar voltar a fechá-los. Derick abriu-os completamente e eu ajudei-o a levantar-se. Levei as mãos à boca nesse momento, negando com a cabeça, chorando convulsivamente. Derick parecia um fantasma do que era desde a festa. Estava mais magro, mais pálido, e parecia completamente demente. Ele olhou-me nos olhos e eu tive medo do que vi. Onde estava o meu Derick?! Então, assimilei tudo, à velocidade de um trovão. A minha cabeça parecia estalar com tanta informação. Eu chorava tanto, tremia tanto que não conseguia parar. Agora todas as peças se encaixavam na perfeição…
- Janey… acalma-te…
Afastei a mão dele, e levantei-me, cambaleando para trás, a abanar a cabeça em negação.
- Diz-me que não é verdade… diz-me…
Ele levantou-se com bastante custo, e aproximou-se de mim. Eu chorava tanto que tinha o rosto todo molhado. Ele pegou-me nas mãos e olhou-me nos olhos. Neguei-o com a cabeça… e com o coração. Não conseguia acreditar que aquilo fosse verdade. Gritei… gritei de desespero. Como?! Como…
Ele abraçou-me e eu não me afastei dele. Sabia bem estar naqueles braços outra vez, mesmo que já não fossem os mesmos que eu abraçara tantas vezes.
- Desculpa…
Foi só o que ele disse. Abracei-me a ele com mais força, quase que a querer metê-lo dentro de mim e afastá-lo daquele mundo onde ele entrara, e do qual dificilmente sairia. Não foram precisas palavras. Ele olhou para mim e beijou-me. Foi um beijo carinhoso, mas ao mesmo tempo muito triste. Eu chorava, e chorava. Então, agarrei no braço do Derick e perguntei-lhe.
- Como é que isto começou?! Diz-me!
- Janey… não grites… dói-me tanto a cabeça…
- É natural que doa… – Gritava eu, tremendo de medo. – Mas tens de me dizer como é que isto começou…
- Foi… numa discoteca… eu fui sair com uns amigos… mais nada… nem sei bem como é que aqui vim parar… - Balbuciou, e nem me conseguia olhar nos olhos.
Neguei-o com a cabeça, novamente. Aquilo era mau demais para se acreditar. Como, como é que aquilo me estava a acontecer a mim?!
- Mas… nós temos de pedir ajuda, Derick, temos de ir ao médico…
- Não! Isso é que não…
Ele olhou para mim, com as mãos a agarrem-me nos ombros. Ele chorava também, e eu senti-me tão impotente e tão cobarde… como é que eu não me apercebera daquilo, como?! Como é que eu o deixara chegar àquele ponto?
- Não me leves ao médico… eles não me ajudam, só desajudam… não me faças isso, se ainda me amas…
- Tu não podes continuar assim. Tu estás completamente viciado, eu não te posso deixar… espera aí… foi por causa disto que tu tens faltado todos estes dias, não é? Foi por causa disto que não fizeste o trabalho das drogas!
Ele desviou o olhar. Eu tremia ainda mais. Não o podia deixar ali, antes que ele tivesse outro ataque. Então, tomei a segunda pior decisão que podia ter tomado na vida.
- Vens comigo.
- Ah? – Perguntou ele.
- Vens comigo e não vais ripostar. Não te volto a deixar sozinho. Vens comigo e mais nada.
Ele não disse que não, por isso, procurei uma mala e comecei a enfiar roupa lá para dentro, e acabei por encher duas malas. Obriguei-o a calçar-se e a levantar-se. Eu tremia tanto que demorava muito mais tempo a fazer aquilo que, em situações normais, faria num instante. Não estava a pensar bem nas consequências daquilo, apenas sentia uma urgência enorme em tirar Derick daquela casa e levá-lo comigo. Junto a mim ele ficaria mais seguro do que ali. Quando acabei de arrumar as suas coisas, ele olhou para mim.
- Não faças isto. Só te vais envolver ainda mais.
- Agora é tarde demais. – Murmurei eu. - Já estou demasiado envolvida contigo.
Agarrei nas mochilas e obriguei-o a vestir um casaco dos grandes para que o porteiro não o visse. Fechei a porta e descemos no elevador. Ele tremia também, e eu vi uma lágrima escorrer pela sua face, que ainda não perdera a base da sua beleza, embora já não fosse nem metade do que fora.
Entreguei a chave ao porteiro, agradeci-lhe e saímos sem sequer lhe dar tempo de perguntar o que é que se tinha passado. Chamei um táxi e fomos para minha casa. Mal entrámos, Derick cambaleou para a frente e eu ajudei-o a sentar-se no sofá.
- Tens de ir tomar banho. A água fria vai ajudar-te a aliviar as dores de cabeça…
- Como… é que sabes… isso?
- Lembras-te daquele trabalho? Sei muito mais acerca de drogas do que tu pensas graças a ele. - Ralhei, e não conseguia impedir-me de chorar e soluçar como uma louca.
Como se estivesse tudo perdido para ele. Mas não estava. Eu não ia deixar que as coisas acabassem assim.
- Eu não consigo ir lá para cima… - Murmurou Derick.
- Então eu ajudo-te.
Ele olhou para mim e esboçou um sorriso.
- Porque é que estás a fazer isto?
Baixei o olhar e depois murmurei, sem hesitar e sem sombra de dúvida:
- Porque te amo.
Ele beijou-me e depois eu ajudei-o a subir até à casa de banho. Ele disse que ficava bem e eu fui para baixo buscar as mochilas dele. Dentro do bolso, encontrei umas saquetas com um pó branco, e o meu choro voltou. Então… era aquilo… revolvi-o entre os meus dedos, como que a tentar perceber o que poderia provocar a prisão do Derick àquela porcaria.
Nesse momento, tocaram à campainha. O meu mundo congelou. Tinha-me esquecido dos meus pais! Eles tinham dito que voltavam a tempo do ano novo… e agora?!
Arrumei as coisas do Derick no meu quarto e corri escadas abaixo para abrir a porta. O meu suspiro foi mais longo do que eu queria dar a entender.
- Porque é que estás tão chateada por me veres? Preferias que fosse outra pessoa?
- Não querida, entra… é só… - Gaguejei, quase em histeria.
- Jane! O que é que se passou?! Porque é que estás a chorar?! - Perguntou Amber, chocada com o meu estado.
Amber agarrou-me na cara com ambas as mãos e eu desatei a chorar outra vez. Ela abraçou-me. Eu estava a ter um ataque de nervos, de certeza. Mal tinha controlo no meu corpo.
- Oh Jane… o que é que se passou?!
Eu não conseguia responder. Nesse momento, ouvi um estrondo lá em cima, e larguei Amber. Corremos as duas escadas acima. Entrei na casa de banho, e Amber levou as mãos à boca com o choque. Derick estava debruçado sobre o lavatório, fazendo força nos braços para manter a cabeça levantada, respirando com dificuldade.
- Janey…
- Jane, o que é que se passa?! Derick, o que é que tu…
- Amber, no meu quarto está o casaco dele. Traz-mo depressa! DEPRESSA! - Berrei, a tremer dos pés à cabeça.
Amber parou uns momentos a olhar para mim e depois correu a ir buscar o casaco. Derick olhou para mim.
- Tens de me trazer…
- Eu sei, eu sei, não digas nada. – Chorava eu.
Amber chegou, trazendo o casaco. Derick sentou-se no tampo da sanita e eu procurei no bolso do casaco dele. Quando Amber me viu tirar a saqueta mandou um pequeno grito. Começou a tremer e a dizer que não com a cabeça.
- Jane… isso não é o que eu estou a pensar, pois não?!
- Amber, agora não tenho tempo para explicar… e tu não podes contar isto a ninguém. Promete!
Ela acenou com a cabeça, tremendo, e observou-me a abrir a saqueta. Eu não consegui olhar Derick nos olhos, porque ele tremia profundamente. Murmurei baixinho.
- Como é que isto se faz…?
- Tens… tens de partir a coca com… para eu a poder snifar… mas despacha-te…
Eu chorava e Amber tremia, tentando convencer-se de que não era verdade o que estava a ouvir. Eu não percebia metade das indicações que Derick me dava, mas a minha ansiedade de o ajudar a sair daquele ataque era forte demais para me lembrar da razão e de que aquilo só o mataria mais um pouco. Amber disse-me isso, mas eu não conseguia mete-lo na cabeça. Quando a coca ficou pronta, passei-a ao Derick e ele inspirou de uma só vez. Chorei ainda mais, ao perceber que aquilo não provocara qualquer efeito.
- Tens de esperar um pouco… isto já faz efeito… mas demora um bocado… – Murmurou ele, tremendo e contorcendo-se.
Levantei a cabeça dele com as minhas mãos e, gaguejando, murmurei:
- Ficas bem? Tenho de ir… lá abaixo… ficas bem?!
- Fico, vai.
Agarrei no braço da Amber e saí com ela da casa de banho, puxando-a atrás de mim. Ela estava tão chocada como eu.
- O que é que…
- Amber, tem calma. Eu também só descobri hoje… é horrível, eu sei, mas eu não podia deixá-lo lá sozinho, ele tinha desmaiado, e o porteiro ajudou-me, mas eu não podia largá-lo, não podia…
- Calma, calma… isto vai resolver-se, não chores mais… – Disse ela, abraçando-me.
Eu chorava sem conseguir parar. Não fazia a mínima ideia de como o ajudar a largar aquilo, e o meu maior medo era que ele já se tivesse começado a injectar, não se limitando a snifá-la. Aí, as consequências seriam bem piores.
Corri para a casa de banho e puxei a manga dele quase até ao ombro. Não tinha sinais de picadelas, mas o braço estava demasiado magro. Amber ajudou-me a levantá-lo. A droga parecia estar a começar a apresentar leves efeitos. Um sorriso formou-se na boca de Derick.
- Obrigada por me teres salvado, Janey.
Anuí com a cabeça e Amber ajudou-me a levá-lo para o meu quarto. Deitámo-lo em cima da cama. Ele estava bem melhor, e com um grande sorriso.
- Derick… temos de arranjar uma solução… os pais da Jane vão chegar dentro de pouco tempo e não te podem encontrar aqui, muito menos neste estado… – Alertou-o Amber.
Ele nada disse, limitando-se a acariciar-me a mão. Deixei cair uma grande lágrima que lhe caiu em cheio na face, e ele olhou para cima.
- Estás a chorar porquê? Agora já estou melhor. A coca é a melhor cura para a febre e para os vómitos, sabias? Agora estou nas sete quintas!
Amber murmurou algo que eu não compreendi e eu olhei-a nos olhos, na ânsia de que ela me ajudasse ou que tivesse a solução que eu procurava.
- Não podemos deixá-lo assim muito tempo. Temos de aproveitar enquanto ele está bem para o levarmos para casa dele.
- Não! Eu não o posso deixar sozinho Amber, ele ainda faz alguma loucura…
- Pior do que já fez? – Perguntou ela, quase furiosa. – Se os teus pais te apanham com o Derick, ainda por cima drogado, vão-te matar! Podes ir vê-lo muitas vezes e eu vou alertar o Bill para ele ir tomar conta dele. Mas aqui é que ele não pode ficar, e estou a zelar pelos teus interesses. Além disso, o melhor é que ele vá para…
- Nem penses. Não o podemos obrigar a ir para uma clínica contra a vontade ele, ou ainda se vira contra nós…
- Então o que preferes?! Ele vai morrer se continuar com isto durante muito tempo, Jane!
Fechei os olhos e um longo rio de lágrimas brotou deles. Era essa a verdade nua e crua: ele ia morrer se continuasse com aquilo, aliado ao facto de nós não sabermos quando aquilo tinha começado.
- Ok, eu levo-o para casa dele, mas temos de estar muito atentos! Não o podemos deixar sozinho muito tempo… não vá ele ter outro ataque como aquele. Nunca mais o quero encontrar…
Não consegui acabar. Derick estava agora de olhos meio fechados, com um sorriso idiota na cara e a abanar a cabeça levemente, como se estivesse a ouvir música e a dançar sozinho. Parecia tão bem… e isso ainda me fez sentir pior.
- Sim, eu percebo. – Ela pôs-me uma mão no ombro. – Eu estou aqui. Nós não te vamos abandonar. Mas precisamos da tua coragem. O Derick precisa de ti.
Anuí com a cabeça e voltámo-nos para Derick.
- Derick… acorda. As tuas férias em minha casa acabaram.
- Já? Estava-se aqui tão bem! Tens um casarão lindo, sabias?
Meti-lhe o braço em volta da cintura e ajudei-o a levantar-se, com ele apoiado em mim. Amber abriu a porta e chamou um táxi. Esperámos um bocado por ele, e quando chegou, ajudei Derick a sentar-se, enquanto Amber ia buscar as malas que ele ainda nem tinha desfeito. Eu trouxera as malas a pensar que ele poderia ficar em minha casa, mas até me esquecera dos meus pais! Se eles o apanhassem lá, nunca mais me perdoariam…
A viagem foi uma das mais torturantes porque eu já passara. O Derick passou o caminho todo a abraçar-me e a beijar-me, e a dizer que eu era uma rapariga cinco estrelas e coisas desse género. Agora juntem-lhe uma grande pedrada e a vossa melhor amiga ao vosso lado e pensem se é agradável ou não.
Finalmente, chegámos. O porteiro ia-me falar mas eu arranquei direita ao elevador com Amber e Derick (quase arrastado) e nem lhe demos tempo de argumentar. Quando chegámos ao andar de Derick, obriguei-o a dar-me as chaves e as duas levámo-lo para o quarto. Ele mandou-se para cima da cama e sorriu.
- Casinha! Que saudades! – Ria-se ele.
Amber cerrou os dentes e marcou um número no móvel.
- Estou? Bill? Sim, sou. Olha, tens de vir para casa do Derick imediatamente. Porquê? – Olhou para mim, engolindo em seco. – Porque o Derick está doente, muito doente, e precisa de nós. Vem rápido. Sabes onde é a morada, não sabes? Ok, beijos.
Olhou para mim e depois para Derick.
- O Bill vem aí. Por favor, não sejas demasiado direto, sim? Ou acabas por espantar o teu melhor amigo… ele ficou super preocupado.
- Fala com ele primeiro, antes de ele ver o Derick, ou ainda tem um ataque cardíaco. – Murmurei eu, e Derick, por qualquer razão, desatou a rir à gargalhada.
Bill chegou pouco depois e Amber foi falar com ele. Quando voltaram os dois ele olhou para Derick e engoliu em seco, com uma expressão preocupada. Não disse nada, limitando-se a sentar-se num canto do quarto. Derick estava muito melhor agora, e parecia estar a voltar a si. Abraçou-me e fez-me sentar-se ao seu lado. Eu ainda não parara de chorar desde que ali chegara.
- Desculpa o que te fiz passar, sim?
Não respondi, limitando-me a acenar com a cabeça. Amber disse que se estava a fazer tarde e que ia andando, e levou Bill com ela, que embora bastante abalado, disse-me para tomar conta do Derick e que esperava que ele ficasse melhor.
Ele passou bem as horas seguintes. Tagarelava sem parar de tudo e mais alguma coisa, e estava super romântico comigo. Eu, no entanto, estava demasiado abalada e preocupada para o deixar ali sozinho, e como ele me pediu muito, fiz uma cama improvisada com mantas e um colchão de acampamento e dormi ali. Não queria dormir com ele na cama… bem, ia ser constrangedor, ainda mais com ele drogado, por isso decidi ficar ali. Antes de adormecermos, ouvi-o dizer muito baixinho:
- És a miúda mais fixe que alguma vez conhecerei.
Chorei durante montes de tempo. Aquilo não podia, simplesmente, não podia estar a acontecer-me. Eu só tinha 16 anos e nunca tinha feito nada de mal, porquê a mim?!
Na manhã seguinte, quando acordei, Derick não estava no quarto, e levantei-me de repente muito assustada. Levantei-me e arranjei-me para o procurar. Estava na cozinha, com um pacote de coca à frente. Eu nem o olhei de frente limitando-me a perguntar quando é que ele ia deixar aquilo, e ele disse que estava otimamente e que não precisava da ajuda de médicos. Conformei-me com essa ideia. Não havia mais nada a dizer.
Agarrei nas minhas coisas, vesti-me e despedi-me dele. Ele beijou-me carinhosamente e desejou-me um bom dia. Uma lágrima soltou-se-me do olho. Perguntava-me se alguma vez voltaria a sorrir. Parecia impossível.
Quando cheguei a casa, tive uma desagradável surpresa, devido ao meu estado: os meus pais estavam de volta. A minha mãe tinha ido à manicura e o meu pai já estava a trabalhar. Que queridos que eles eram, nem tinham esperado por mim…
Liguei à Amber, a única das minhas amigas que já sabia, e ela disse que lá ia ter. Quando ela chegou, abraçou-me e deixou-me chorar o que me apetecesse. Sentámo-nos no sofá e ela suspirou.
- Como é que tu estás?
- Como é que queres que esteja?! Como é que tu ficavas se o Bill se andasse a drogar?!
- Calma, Jane, não sou eu a culpada disto! – Ralhou ela.
- Desculpa, Amber… tu não tens culpa nenhuma, desculpa…
Deitei a minha cabeça no colo dela enquanto ela me tentava acalmar, fazendo-me festinhas no cabelo.
- Tens de ser forte… isto também não está a ser fácil para o Derick, tenho a certeza. Ele também deve estar a sofrer muito com isto tudo.
- Ele não tinha o direito de me fazer isto… ele está a matar-se e está a levar-me com ele! – Chorei sem parar.
- Oh Jane, tu sempre foste tão forte… vais ver que consegues ultrapassar isto. Vamos ajudar o Derick e vais ver como ele deixa este vício estúpido.
- É fácil dizer, mas… mas e fazer?! Como é que o tiramos disto?! Como?!
- Não sei… – Respondeu ela, suspirando, e soltando uma longa lágrima.
Ela também era muito amiga do Derick, e também deveria estar em choque por causa de tudo aquilo. Mas eu é que não me conseguia mesmo conter. Onde é que ele tinha a cabeça para me fazer isto?
Ela foi-se embora pouco antes de os meus pais chegarem, e eu limpei as lágrimas rapidamente. A minha mãe chegou e obrigou-me a ficar sentada mais de quarenta minutos a ouvi-la papaguear sobre Paris, sem sequer suspeitar que a filha estava desolada porque o namorado se andava a drogar. Como é que as coisas lhes passam tão ao lado?!
Nessa noite, mandei uma mensagem ao Derick. Dizia isto:

Para: Derick

Estás melhor? Tenho saudades tuas. 

De: Derick

Eu estou óptimo, não dramatizes. Mas queria agradecer-te por teres passado a noite aqui comigo. Também tenho saudades tuas. Vemo-nos amanhã?

Para: Derick

Estás em condições de sair ou preferes que vá ter contigo?

De: Derick

Se quiseres, podes vir cá ter. Agora está tanto frio que prefiro ficar cá por casa.

Para: Derick

Ok, vou ver se posso ir. Adoro-te muito.

De: Derick

Eu também. Porta-te bem. Beijos.

Que lata! “Porta-te bem!” ele é que se andava a drogar não eu! Mas nem lhe respondi. Virei-me para o lado e tentei dormir. Mas não consegui. Só me vinham à cabeça imagens de drogas e do estado em que encontrara o Derick, e passei a noite toda a soluçar.
Queria salvá-lo. Não sou a Super Mulher, nem sequer tenho super poderes. Sou uma simples rapariga de 16 anos que se apaixonou pela pessoa errada na altura errada. Mas queria tanto ajudá-lo… não me conseguia convencer que Derick estava condenado. Não podia estar! E foi quando prometi a mim mesma que, independentemente do quanto custasse, faria tudo o que estivesse ao meu alcance para o ajudar. Tudo.
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Mensagem por Susy Dom Out 09, 2011 1:02 pm

OMG!! o Derick está usando drogas?
tadinha da Jane, esta sofrendo muito...
Os caps estão muito bons!!
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Mensagem por Jess Silver Dom Out 09, 2011 1:03 pm

Susy escreveu:OMG!! o Derick está usando drogas?
tadinha da Jane, esta sofrendo muito...
Os caps estão muito bons!!


é ele tá mesmo Susy, e a Jane ainda só tá no início do sofrimento..
brigada, fico mt feliz que tenha gostado!!
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Mensagem por Nanda Qui Nov 10, 2011 6:48 pm

Olá será que para contribuir com a organização do fórum poderia colocar em que Status se encontra a sua Fanfic na frente ou no *subtitulo do tópico?

Por Exemplo:[Em Andamento]Organização.

Assim ajuda a fazer com que seus leitores possam ficar mais informados em que modo está a Fanfic.Obrigada ^^

*Quando me refiro a Subtitulo é parte onde se encontra escrito Descrição na criação do tópico
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