Addicted

• Viic escreveu:lala tirou as palavras da minha boca kkkk
quando tem mais jess ?

ahh Vicky querida, fico muito feliz de ver que veio ler!!
eu vou já já postar 2 caps neste livro
espero que goste da continuação!

3


Halloween!

Os dias passaram-se, uns atrás dos outros. O frio começava a chegar, e as aulas eram cada vez mais secantes. Eu não era a aluna modelo, mas também não era má de todo. Tinha seguido a área de Línguas, por isso, já não tinha Matemática, Física ou Química nem Biologia, o que era perfeito. Eu adorava representar, e queria um dia, tornar-me numa actriz profissional. Sammy queria muito ser hospedeira de aviões - e tinha sorte, porque era alta e bonita e teria facilidade em arranjar emprego nessa área -, Lily tinha desde pequena o sonho de ser professora de Inglês e Amber queria muito ser bailarina. Toda a gente concordava que tínhamos escolhido as profissões ideais para cada uma. O melhor de tudo era que o Derick também tinha escolhido Línguas, embora eu ainda não soubesse o que ele queria seguir.
Durante as semanas que se seguiram àquele dia, eu e o Derick fomos começando a dar-nos cada vez melhor. Falávamos mais, e ele até já se sentava connosco de vez em quando. Além disso, ele também gostava muito de skates e o Bill e ele ficaram logo os melhores amigos. Os rapazes dão-se automaticamente bem quando têm os mesmos gostos, o que é impressionante.
Mas foi então que chegou o derradeiro desafio da escola Greg Meyers Hight School: a festa de Halloween.
A nossa escola tinha turmas desde o 5º ao 12º ano, e era tradição ser as turmas finalistas a organizarem a maior festa de todas lá da escola, o Halloween. Dávamos-lhe mais importância do que ao Carnaval ou à Páscoa. Era uma altura em que podíamos descontrair um bocado depois do começo das aulas, e eu adorava os desfiles de máscaras e os concursos. E o baile, claro!
Assim, no dia 25 de Outubro, a azáfama teve início. Toda a escola ficava contagiada pelo espírito do Halloween. Pedi dinheiro aos meus pais, e na tarde de Sábado, eu, Sammy, Lily e Amber assaltámos as lojas do shopping. As mulheres, quando nos viam a chegar, quase que tinham um ataque cardíaco, porque nós virávamos tudo do avesso e não comprávamos nada, na maioria das vezes.
Depois de corrermos o shopping todo, arranjámos fatos decentes e fomos beber um chocolate quente a um café. Era ótimo beber daquilo quando estava frio. Falámos sobre os fatos que tínhamos comprado. Eu ia vestida de bruxa, Amber de odalisca, Sammy de diaba e Lily de zombie. Íamos arrasar, de certeza!
Quando cheguei a casa, o meu pai ainda não tinha chegado e a minha mãe tinha deixado um recado a dizer que jantava em casa da Lulu, porque ela precisava de apoio.
Quando a minha mãe vinha com a frase que “ a Lulu precisa de apoio” eu já sabia que era por a sua melhor amiguinha ter despachado o quadragésimo sétimo namorado, e precisar de desabafar com alguém. Enfim, tias…
Como já era tarde, fui fazer o jantar. Até me arranjo bem na cozinha, uma vez que às vezes tenho de me arranjar sozinha, como hoje. O meu pai só deveria chegar lá para as tantas, porque o nosso excelentíssimo primeiro-ministro tinha ido dar uma conferência de imprensa qualquer e o meu querido paizinho tinha de ir, juntamente com a sua equipa de fotógrafos e jornalistas. Era o normal.
Jantei sozinha, e fui para o meu quarto acabar uns trabalhos. Não me dava gosto nenhum fazê-los, mas também não queria que os stôres ligassem para a minha mãe, porque senão é que ela desatava com aqueles discursos super chatos, e eu não tinha paciência para os aturar. Então, lembrei-me de ligar a uma pessoa. A tal pessoa… a que me fazia acelerar o coração… e na qual eu não deixava de pensar por um segundo apenas…
- Estou?
- Jane? És tu? - Ele parecía surpreendido.
- Ya… que estás a fazer?
- Nada de especial. Estava a ouvir música. E tu?
- Acabei de jantar. Estava a fazer uns T.P.Cs, mas não estou nem com cabeça nem com vontade. Olha, já comprei o fato para a festa.
- Qual festa?
- A festa de Halloween, alô? Ainda não compraste o teu?
- Ah… esqueci-me completamente…
- Não podes ir sem fato! É uma tradição!
- Ok, ok, mas… pronto, está bem, eu compro um.
- Ótimo! - Cantarolei, toda contente.
- E tu? De que é que vais vestida?
- Ah, querias mesmo que eu te dissesse! Surpresa.
- Vá lá, não te custa nada! Eu prometo que não conto a ninguém.
- Não é por isso, é porque… porque te quero deixar a roeres as unhas de curiosidade! Vá, acho que é o meu pai a chegar. Beijos.
- Beijos.
Desliguei a desci para ir ver se era o meu pai. Não, era a senhora minha mãe. Poisou a mala e lançou-se para o sofá, com um dos seus melhores suspiros dramáticos.
- Olá mãe.
- Olá querida… já jantaste?
- Já. Queres que faça o teu?
- Não, não, eu já jantei. Senta-te aqui um bocadinho querida, preciso de falar com alguém.
Oh não, isso é que não…
- Ah, mãe… é para falar da Lulu, não é? - Perguntei, e dei um passo atrás.
- Oh querida, mas se soubesses as coisas que ela me contou!
- Pois, mas se a mãe é mesmo amiga dela, deveria guardar os segredos para si. Além disso, tenho de ir acabar umas coisas. Boa noite.
- Boa-noite querida. E veja se mete o creme para não ficar com olheiras!
- Sim mãe boa noite. – Suspirei, subindo as escadas.




31 de Outubro de 2009, 17.55h:

A escola estava uma azáfama total! Eu conhecia algumas pessoas do 12º ano, meus amigos, e fui elogia-los pela festa, que estava completamente maravilhosa. Estava tudo super bem decorado, a comida era boa e as bebidas também. E tinham escolhido o melhor DJ da nossa escola para meter a música: o Luck.
Mas nesse momento, senti uma mão no meu ombro. Virei-me e por pouco não gritava. Tinha um vampiro mesmo atrás de mim. E o pior era que eu não conseguia distinguir de quem se tratava. Foi como naqueles momentos dos filmes de terror. Só que eu controlei-me para não gritar que nem uma histérica.
O fato e a maquilhagem estavam perfeitas, para o tornar mesmo espantoso e difícil de reconhecer.
- Estás fantástica, sabias?
Ah, com aquele tom de voz só podia mesmo ser ele. Eu seria capaz de o reconhecer em qualquer lugar.
- E tu estás irreconhecível! Se não tivesses falado eu não teria descoberto que eras tu. - Ri-me à gargalhada.
- Ai não? Ainda bem, assim posso morder muitos pescoços sem ninguém descobrir que fui eu. – Riu-se ele.
Sammy veio-se-nos juntar, com um copo de Coca-Cola na mão. Estava linda, como sempre, e vi como Derick olhava para ela com um sorriso provocante na cara.
- A música está excelente… hei, és o Derick, não és?
Quando ele lhe piscou o olho Sammy desatou a rir.
- O teu disfarce está um máximo. Mas bem, é melhor ir ver da Lily, não vá ela perder-se. – Sammy piscou-me o olho e foi-se embora, a abanar o corpo ao som da música.
A festa foi ótima. A música estava sempre em alta, e diverti-me como não o fazia há muito, muito tempo. Precisava de me soltar de vez em quando, sentir-me livre, e naquele festa pude realmente aproveitar ao máximo.
A certa altura, Derick convidou-me para dançar com ele.
- A sério? - Ri-me, enquanto ele me puxava para os seus braços.
Começámos a dançar, mas ele não tinha mesmo jeito nenhum, o que fez com que a situação se tornasse engraçada e eu me fartasse de rir.
- Pisaste-me outra vez! - Ralhei, ainda a rir.
- Desculpa… não tenho grande jeito para isto, sabes. - Respondeu, com um sorriso que me fazia sentir bem, especial, por ele ser dedicado a mim.
Amber e Bill é que davam um grande espectáculo. Eu já vos disse que a minha amiga tem um talento para a dança. Ela e o Bill fazem parte de um grupo que canta, dança e representa, numa associação de artes, e têm aulas de dança a sério. Toda a gente ficou a olhar para eles, porque Amber parecia uma pena nos braços de Bill, que a fazia rodopiar sem parar, e via-se que os dois estavam muito felizes.
- A Amber dança mesmo bem. – Elogiou Derick.
- Sim… parece tão feliz quando dança com o Bill. Quem me dera…
Mas quando olhei para trás, Derick já não lá estava. Tinha desaparecido no meio da multidão. Franzi o sobrolho. Onde é que ele se tinha metido? Mas Paul, um colega nosso, convidou-me para dançar e eu esqueci-me completamente do Derick, pelo menos durante o tempo em que dançámos. E a seguir fui dançar com outro colega, e com outro, e acabei por me esquecer do que tinha acontecido.
A festa acabou lá para as tantas da noite. É claro que na festa só podia entrar os alunos a partir do 9º ano, porque a festa se prolongava até muito tarde. Quando acabou, estávamos todos exaustos e eu já mal me aguentava nas pernas. Sammy perguntou se eu não queria ir dormir a casa dela, porque Amber também ia, e eu telefonei à minha mãe a perguntar, e ela aceitou. Aceita sempre, é o que vale.
- Ok, posso ir. Vou só despedir-me do Derick, sim? - Respondi a Sammy, e já me estava a afastar.
- Sim, vai lá. – Sorriram Sammy e Amber, num jeito mesmo perverso.
Procurei pelo pavilhão todo, pelo pátio, atrás dos blocos, no bar… não o via em lado nenhum. Estava tão cansada que mal conseguia andar, mas não queria ir-me embora sem me ter despedido dele, por isso continuava à procura, até perguntava às pessoas se tinham visto um vampiro passar para algum lado, mas ninguém lhe tinha posto os olhos em cima. De repente, vi um vulto a descer as escadas, direito ao portão. Soube logo que era ele, embora ainda estivesse longe e a escuridão fosse bastante forte à nossa volta.
- Derick! Derick, espera!
Ele parou por momentos, e eu agarrei na saia do vestido para poder correr mais depressa. Fiquei mesmo feliz por o encontrar, e quando cheguei junto a ele já estava a sorrir que nem uma doida.
- Só me vinha despedir de ti… há bocado desapareceste e nem disseste nada. - Ofeguei, custava a respirar.
- Sim, está bem, agora vou-me embora.
- Mas… o que é que se passa? Estás esquisito…
- Não comeces a fazer dos teus filmes, Jane! Deixa-me em paz! - Disse ele, num tom muito enervado.
E deu meia-volta para se ir embora. Eu fiquei a vê-lo afastar-se, e nem me mexi de onde estava. O que é que acabara de se passar ali? Ele estava tão estranho… e de certeza que não era só cansaço. E a maneira como me tinha tratado… ele nunca me tratava mal, mesmo quando estava cansado era cordial comigo. Agora tinha sido mesmo bruto. A música parou e uma avalanche de pessoas passou por mim. Sammy e Amber encontraram-me finalmente.
- Ei, desapareceste! Onde é que está o Derick? - Perguntou Amber, visivelmente cansada.
- Não quero falar disso… vamos?
Elas bem queriam ter feito um autêntico interrogatório, mas compreenderam que não me apetecia falar e não fizeram mais perguntas. Apanhámos um táxi até casa da Sammy. Os pais dela já estavam deitados, por ser muito tarde, mas a empregada ainda estava acordada. Emily aguentava montes de tempo acordada. Nós desconfiávamos que ela bebia café como quem bebe água.
- Menina…
- Olá Emm. Os meus pais já estão deitados?
- Sim, menina. – Respondeu Emily, que nós tratávamos por Emm. Dávamos bem com ela, não era muito chata.
Subimos para o quarto da Sammy sem fazer barulho, e ela emprestou-nos pijamas porque não tínhamos ali os nossos. Eu dormia no saco cama e Amber dormia na cama-gavetão debaixo da cama da Sammy. Depois de estarmos todas deitadas, senti-me melhor.
- Boa-noite Jane. Boa-noite Amber. - Disse Sammy.
Despedimo-nos dela e tentámos adormecer. Eu, pelo menos, não consegui. Não me saia da cabeça a reacção do Derick. Como é que uma noite que podia ter corrido tão bem, podia ter acabado tão mal?

Bem, apesar de ninguem ter comentado o ultimo capitulo, vou postar mais um hoje!!

4


Semanas Super Cansativas

No dia seguinte, as aulas começavam tarde e por isso pudemos dormir até nos apetecer. Dormimos quase a manhã toda e depois tomámos banho em casa da Sammy, vestimos roupa dela - usávamos todas os mesmos tamanhos, por isso passávamos a vida a usar as roupas umas das outras - e depois tivemos de ir a casa buscar o que nos faltava. Disse à Sammy que ia só a casa buscar os livros que precisava nesse dia, e que já nos encontrávamos no CrazySond. Ela concordou, e fui para minha casa a pé.
Depois de ter feito a mochila, segui com elas para o nosso café de estimação, e pedi-mos um batido para cada uma. Ficámos a ouvir música e a conversar sobre a noite anterior durante montes de tempo, até ser horas de ir para as aulas.
Quando íamos a entrar para a sala, Derick veio ter comigo e cumprimentou-me como fazia todos os dias, e mais estranho do que isso, como se nada se tivesse passado. Olhei para ele com o sobrolho franzido e ele esboçou um sorriso. Devia estar a gozar com a minha cara. Azar o dele, eu não estava com disposição para brincadeiras daquelas.
- Que se passa?
- Como assim “o que se passa”?! Até parece que não sabes…
- Estás a falar do quê? Deves ter dormido mal… - E o sorriso continuava. Ou ele era mesmo parvo ou estava mesmo a gozar comigo.
- Não, não dormi. Tens noção de como me trataste ontem? Quando a festa acabou?
Ele parecia confuso. Desviou o olhar por uns momentos e depois encarou-me. Uau, tinha chegado à brilhante conclusão. Cruzei os braços e esperei para ouvir a sua desculpa esfarrapada.
- Peço desculpa se te ofendi, mas não me lembro mesmo do que se passou. Mas o que é que aconteceu ontem, afinal?
Eu ardia de raiva, mas não quis perturbá-lo mais com aquele triste episódio. Afinal de contas nós dávamo-nos sempre tão bem, eu não queria estragar tudo entre nós por causa de uma coisa da qual ele já nem se lembrava. Entrámos para a aula, e o dia correu normalmente, como tantos outros.
No dia seguinte, Derick não veio à escola. Fiquei preocupada. Estaria doente? Quando tentei ligar-lhe, tinha o telemóvel desligado. O que se teria passado?
Nesse dia, demos uma matéria nova em Português, mas eu estava tão a Leste da sala de aula que não apanhei nada. Sammy, Lily, Amber e Bill percebiam o que me estava a deixar assim nervosa, mas felizmente foram super compreensivos e não tocaram muito no assunto. Fiquei mesmo feliz quando as aulas acabaram. Quando cheguei a casa nesse dia, o meu pai estava no escritório. Um milagre raro.
- És tu, Jane? – Perguntou ele, sem tirar os olhos do monitor do computador.
- Sim, sou eu. Em casa?
- Sim. O meu patrão deu-me uma reportagem para eu fazer aqui. - Respondeu, com ar abstraído.
- Então achas que tens tempo para me ajudares ali com os T.P.Cs de Português?
- Lamento querida, mas esta reportagem é muito importante e não posso sair daqui por nada deste mundo. Porque não pedes ajuda à tua mãe?
- Onde é que achas que ela está? – Murmurei eu.
- Outra vez no cabeleireiro? Enfim, tenho de falar com ela.
Disse isto tudo sem tirar os olhos do computador e sem parar de teclar. Suspirei e saí do escritório, contendo a verdade de bater com a porta, e fui para o meu quarto. Sentei-me à secretária. Não conseguia concentrar-me em nada. Era tudo tão esquisito…
O Derick sempre fora misterioso, mas desde a festa que estava muito pior, e mesmo que eu não quisesse pensar nisso, era impossível. Agora que a stôra nos tinha pedido para fazermos um trabalho sobre drogas é que ele tinha de escolher para estar doente! Eu teria de fazer o trabalho todo sozinha… o que é que se teria passado? Primeiro, aquela reação violenta, depois, como se nada se tivesse passado, e agora, faltava à escola. Se eu ao menos soubesse onde ele morava…
Nessa noite, a Lily veio dormir a minha casa. O meu pai saiu e a minha mãe deixou-a ficar. Acho que ela permitia sempre que as minhas amigas ali ficassem por saber que eu me sentia sozinha e desamparada sem elas. Já que os meus pais estavam sempre fora, eu tinha de ter alguém com quem falar, passar o tempo… alguma relação normal e duradoura. E só conseguia isso com as minhas amigas e Bill.
Fiquei a conversar com Lily até às tantas da madrugada. Ela percebia a minha preocupação pelo Derick, mas tinha sempre um conselho pronto para este tipo de situações.
- Mas não te deixes iludir. Se calhar ele está com algum problema grave e não pode falar. - Aconselhou.
- Lily, ele é meu amigo! Ele sabe que pode falar comigo!
- Por ti era mais do que amigo…
- Oh, cala-te… neste momento, estou preocupada com ele, mais nada. Só queria saber porque raio é que ele faltou.
- Eu acho que estás a dramatizar demasiado isto. Tem calma, ele deve ter ficado doente, ou adormeceu, ou simplesmente não esteve para ir.
- Estás muito mudada, tu. Para quem não admitia faltar às aulas…
- Eu nunca faltarei, mas o mesmo não se pode dizer do Derick. Tem calma Jane, vais ver que não é nada de grave.
Não quis insistir mais no assunto, para que não acabasse a discutir com Lily. Éramos demasiado teimosas, e passávamos a vida com opiniões diferentes - e que normalmente não jogavam bem juntas - mas no fim adorávamo-nos tanto… por isso não quis falar mais naquele assunto.
Não dormi nada nessa noite, e na manhã seguinte estava com umas olheiras de meter medo ao susto. Nem deixei que a minha mãe me vise a cara, senão começava logo com os filmes dela, que eu não andava a meter o creme que ela me tinha comprado e que "tinha custado uma fortuna, por isso era bom que eu aproveitasse".
Na escola, para minha surpresa, encontrei Derick. Vinha com um cachecol ao pescoço, mas não estava frio para isso. Fiquei a olhar para ele sem saber ao certo o que lhe havia de dizer.
- Oi Jane. Tudo bem?
- Tudo… porque é que estás com um cachecol ao pescoço?
- Ah… constipei-me ontem. Fui sair com uns amigos e constipei-me.
- Ah… foi por isso que não vieste à escola, ontem?
- Sim, foi… às vezes pareces mesmo…
Ele baixou o olhar. Deveria ir comparar-me à mãe dele, mas eu nem insisti mais no assunto, e ele também afastou esses pensamentos da sua cabeça. Ficámos alegremente a falar, e a gozar com a stôra de Francês, que nós odiávamos. Eu adorava estar bem com ele, sem chatices. O Derick era um amigo bestial. E há umas semanas que eu já não olhava para ele como mais que amigo. Agora estávamos bem, apenas assim, e eu não queria mudar.

Os testes saíram poucos dias depois. Eu tinha tido positiva a tudo menos a Francês, embora a positiva de Português fosse baixa, devido a eu não ter apanhado nada daquela aula. O Derick tinha muito mais negativas do que eu, mas nem estive para o chatear com isso. Não era um assunto que quiséssemos falar muito.
No intervalo, Bill veio juntar-se ao nosso grupo e eu fiquei a ouvi-los falar sobre os campeonatos de skate. Eles eram mesmo maluquinhos por isso.
- Qualquer dia ensinamos-te a andar, ok? – Riu-se Bill, piscando-me o olho.
- Não me importava nada! Vocês dizem que é tão fixe…
- E é, a sério! - Concordou Derick.

Os meus pais nem se importaram muito com as minhas notas, mas a minha mãe disse que eu tinha as unhas novamente por arranjar. Enfim, às vezes se não fossem os álbuns de bebé, pensava se não seria adoptada… neste mundo, só o Derick e o meu grupo é que me davam vontade de sorrir. Mas até isso é destruído quando nós menos precisamos.

Parece que ninguém tá querendo ler essa historia, que pena..

Jess, amei o primeiro capítulo!
Tão triste, tão fofo... e descobri o que é INEM!
Vou ler o próximo agora...

Annie escreveu:Jess, amei o primeiro capítulo!
Tão triste, tão fofo... e descobri o que é INEM!
Vou ler o próximo agora...

brigada Annie
(VOCE MUDOU O NOME POR MINHA CAUSA?? OUUUNNN'TT)
espero que goste dos outros tambem!
quando quiser que eu poste novo cap avise

Jess Silver escreveu:

Annie escreveu:Jess, amei o primeiro capítulo!
Tão triste, tão fofo... e descobri o que é INEM!
Vou ler o próximo agora...

brigada Annie
(VOCE MUDOU O NOME POR MINHA CAUSA?? OUUUNNN'TT)
espero que goste dos outros tambem!
quando quiser que eu poste novo cap avise

Assim que eu acabar de ler você posta?
Sim, eu mudei por você! Ficou tão cut, né?!

Annie escreveu:

Jess Silver escreveu:

Annie escreveu:Jess, amei o primeiro capítulo!
Tão triste, tão fofo... e descobri o que é INEM!
Vou ler o próximo agora...

brigada Annie
(VOCE MUDOU O NOME POR MINHA CAUSA?? OUUUNNN'TT)
espero que goste dos outros tambem!
quando quiser que eu poste novo cap avise

Assim que eu acabar de ler você posta?
Sim, eu mudei por você! Ficou tão cut, né?!

ficou mesmoo
sim quando voce acabar todos e comentar eu posto mais um ou dois
depende é se acaba hoje ainda ou só depois
porque voce sabe que eu durante a semana nao posso mesmo vir à net
depois de hoje só poderei voltar proxima sexta-feira

Ainda são 15:51 aqui. hehehe

Jess agora que eu vi essa fic!!
sério que vc tinha só 12 anos quando escreveu, vc tem muito talento!!
estou adorando...

Susy escreveu:Jess agora que eu vi essa fic!!
sério que vc tinha só 12 anos quando escreveu, vc tem muito talento!!
estou adorando...

brigada Susy!!
fico mt feliz!!
sim e tinha 12 anos mesmo
se acharem a fic destravada nao admira
eu ainda nao pensava com mts neurónios naquela altura rsrrsrs
mas espero que continue gostando

Acabei de ler o segundo... acho que vou ler o próximo mais tarde ou só amanhã.
Tenho que ir na igreja com minha amiga... vou ligar pra ela e falar que não vou.
*Momento "NÃO siga meu exemplo!"*

Annie escreveu:Acabei de ler o segundo... acho que vou ler o próximo mais tarde ou só amanhã.
Tenho que ir na igreja com minha amiga... vou ligar pra ela e falar que não vou.
*Momento "NÃO siga meu exemplo!"*

tudo bem Annie
eu nao sigo seu exemplo porque eu nem costumo ir na igreja kkk

kkkkk' Consegui! Vou ler o próximo agora...
Pow! Abandonei aquela igreja em 2006! Vou voltar agora?! Não!

Annie, tambem não tem como eu seguir seu exemplo...
a uktima vez que fui na igreja (depois da crisma) foi só pq eu ia no shopping depois....

Susy escreveu:Annie, tambem não tem como eu seguir seu exemplo...
a uktima vez que fui na igreja (depois da crisma) foi só pq eu ia no shopping depois....

kkkkkkkkkk é bem Susy, é mesmo assim hahahhahahahaha

Jess Silver escreveu:

Susy escreveu:Annie, tambem não tem como eu seguir seu exemplo...
a uktima vez que fui na igreja (depois da crisma) foi só pq eu ia no shopping depois....

kkkkkkkkkk é bem Susy, é mesmo assim hahahhahahahaha

kkkkkkkk, é assim mesmo, todos que crismaram comigo, não aparecem mais na igreja.
eu sinceramente, não tenho paciencia para ficar uma hora e meia ouvindo o padre falar.

Susy escreveu:

Jess Silver escreveu:

Susy escreveu:Annie, tambem não tem como eu seguir seu exemplo...
a uktima vez que fui na igreja (depois da crisma) foi só pq eu ia no shopping depois....

kkkkkkkkkk é bem Susy, é mesmo assim hahahhahahahaha

kkkkkkkk, é assim mesmo, todos que crismaram comigo, não aparecem mais na igreja.
eu sinceramente, não tenho paciencia para ficar uma hora e meia ouvindo o padre falar.

Bem Susy nao sei se já acabou de ler ou não
mas vou postar agora novo capítulo ta bem'?
espero que goste

5


Férias de Natal

No princípio do mês de Dezembro, saíram as notas finais do período. Milagrosamente, embora eu não soubesse como, tinha tido positiva a tudo, ainda que a Francês e a Português tivesse tido apenas 12. Lily teve 16 a quase tudo e 18 a Inglês. Sammy e Amber tiveram quase as mesmas notas, que eram muito parecidas com as minhas. Derick teve algumas negativas e Bill só teve duas. No fim safámo-nos todos.
As férias de Natal iam começar, e nós andávamos super entusiasmados porque íamos finalmente ter tempo para descansarmos! No último dia de aulas antes das férias fizemos uma grande festa de despedida. A escola toda! Foi quase como reviver o Halloween. Houve beijos e abraços para toda a gente, e eu senti-me um bocadinho triste na altura de me despedir de Derick, porque não queria estar tanto tempo sem ele. Talvez nas férias nos pudéssemos encontrar…
Fui a pé para casa com Sammy e Amber depois das aulas, como fazíamos sempre. Disse à minha mãe que estava com uma enorme dor de cabeça e que não queria ir com ela para o cabeleireiro. Sinceramente, não sei como é que ela não se cansa daquele antro de coscuvilhice!
Quando cheguei, o meu pai ainda não lá estava. Eu já me tinha habituado a estar sozinha, mas custava-me ver aquela casa tão grande sempre sem ninguém. Por isso, convidei a Sammy e a Amber para ficarem lá comigo. Elas ligaram aos pais, eu falei com eles, e elas conseguiram lá ficar.
- Tenho fome… vamos fazer qualquer coisa? – Perguntei.
- Já se comia qualquer coisa, realmente. – Sorriu Amber.
Fui para a cozinha ver se arranjava qualquer coisa que se comesse, mas quando abri a gaveta dos doces, vi lá um bilhete. Era da minha mãe.

Querida Jane,

Eu e o seu pai fomos passar as férias de Natal a Paris, a cidade mais romântica do mundo! Diga lá que não somos uns apaixonados?! Não se preocupe, pode ficar com a Sammy, a Lily e a Amber se quiser, para não ficar sozinha. Desculpe não nos termos despedido de si, mas o seu pai ganhou esta viagem e veio a correr tirar-me do cabeleireiro. Nem imagina a cara da Fáfá quando viu a surpresa que ele me tinha feito! Ficaram todas com inveja! Mas não se preocupe, se precisar de alguma coisa, nós voltamos. Afinal, como a menina está sempre a dizer, já não é nenhum bebé. Voltamos a tempo do Ano Novo, por isso, espere por nós!
Adoramo-la.
Beijinhos da mamã e do papá.

Olhei para aquilo, sem saber se devia ficar contente ou triste, ou agradecida ou enraivecida. Como… é que eles… me deixavam… sozinha… no Natal?!
- Então, a comida? – Perguntou Amber. Mas ao ver o meu estado a olhar para a carta, aproximou-se. – Passou-se alguma coisa, Jane?
- Não… nada. Acho que vamos passar um Natal excelente. – Disse eu, tentando convencer-me a mim mesma, embora estivesse tão enraivecida com a situação que mal conseguisse disfarçar.
Os meus pais conseguiam ser umas bestas às vezes. Mas não me iam deitar abaixo desta vez. Tinha de encarar aquilo de uma maneira positiva. Tinha a casa só para mim! Podia convidar as minhas amigas as vezes que quisesse! Elas iam ajudar-me a suportar a ausência, e acabaria por correr tudo bem.
Depois de prepararmos um grande lanche, fomos para a sala, conversar sobre como tinha sido este primeiro período, e as coisas que se tinham passado de diferente. Até que o Derick veio à baila.
- Mas tu e ele fazem um par tão lindo, Jane!
- Oh Sammy, pára te armar em casamenteira! Eu e o Derick somos amigos, só isso. Neste momento, acho que não dava para haver mais nada.
- Oh, isso são tretas tuas! Nós bem vemos como tu olhas para ele! – Riu-se Amber, comendo mais uma bolacha.
- Pois, mas… tu também fazes isso com o Bill!
- Ya, mas eu ando com ele! É diferente… ou será que não?
As conversas prolongaram-se pela noite dentro. Rimos até nos doer a barriga, contamos as maiores piadas, divertimo-nos como já não fazíamos há muito tempo! Nem dei pelas horas passarem. Mas foi um início de férias fantástico.
Na manhã seguinte, quando acordei, estava deitada no chão, com uma almofada por cima da cabeça, o pé em cima das costas de Amber e Sammy estava deitada quase a cair do sofá abaixo, ao nosso lado. Eu sentia uma dor de cabeça e de costas que quase não aguentava. Tentei levantar-me, mas só consegui acordar Amber, que se espreguiçou calmamente. Ela era o oposto da Sammy a acordar. A segunda tinha um mau humor matinal de meter medo ao susto…
- Jane… porque é que os teus pais ainda não chegaram? – Perguntou Amber, olhando à nossa volta.
- Ah… - Tentei disfarçar, mas não fui suficientemente boa nisso.
- Espera… tem a ver com a carta, não tem?
- Tem, tem! Eles foram-se embora para Paris durante o Natal todo. Deixaram a casa por minha conta. E um bilhete de Feliz Natal.
Amber perdeu o sorriso e ajudou-me a arrumar a sala.
- Isso é horrível… desculpa a sinceridade, mas eles não te podiam deixar sozinha no Natal! Tudo bem que já temos 16 anos, mas mesmo assim, não merecemos passar o Natal sozinhas!
- E eu não vou passá-lo. Vocês podem vir cá dormir as vezes que quiserem. Até agradeço. Se os vossos pais não se importarem, claro…
- Sim, e tu também podes vir dormir à nossa casa! Às vezes sabe bem um cozinhado mais elaborado do que sandes e pipocas!
Desatámo-nos a rir, o que fez com que acordássemos Sammy. Resmungou qualquer coisa menos amigável, e ia a rolar para o outro lado do sofá quando caiu deste abaixo, o que fez com que nós nos ríssemos ainda mais.
- Oh calem-se! Até parece que nunca caíram…
- Acho melhor ires tomar um banho. A água refresca-te as ideias! – Ri-me.
Sammy deitou-me um olhar furioso e um sorriso pequenino e subiu para o chuveiro. Amber ajudou-me a arrumar a sala toda e a limpar as embalagens das pipocas e os guardanapos das sandes. A sala estava toda desarrumada por causa da festa da noite anterior. Quando ficou tudo limpo, estávamos exaustas. Sammy já tinha saído do duche, e Amber foi a seguir. Eu tive de ficar para último, e depois reunimo-nos no meu quarto para nos vestirmos.
- Eu deixei cá uma t-shirt e umas calças da última vez que cá dormi, não foi? – Perguntou Sammy.
- Sim, estão aqui… o que vale é que vocês deixam cá sempre roupa!
- Jane… eu sei do que se passou com os teus pais. Estás bem com isso?
- Sim… eu falo com eles mais logo. De certeza que eles se estão a divertir. E também merecem, não é? Aturar-me durante 365 dias por ano não é fácil.
- Oh, não sejas parva. Mas está descansada que eu vou ser a convidada mais forçada que consiga! – Riu-se Sammy.
- Podes cá dormir sempre que queiras. Aliás, até dava uma ajuda, para eu não ficar sozinha. A casa é tão sombria quando os meus pais não estão cá…
- Oh, não vais dizer que tens medo do escuro, pois não?
- Não é medo do escuro… não gosto de estar sozinha, só isso. Mas vamos deixar-nos desta…
O meu telemóvel começou a tocar, assustando-me de tal maneira que até dei um pulo. Lancei-me para o outro lado da cama para o apanhar.
- Sim?
- Bom-dia Jane. Tudo bem?
- Oh, Derick… – Sammy já continha o riso só de ver a minha cara por ser ele a ligar. Fiz-lhe sinal para que se calasse. – É claro que está tudo bem. E contigo?
- Também. Queria saber que queres vir ver as minhas manobras no skate. Se quiseres até te ensino a andar e tudo.
- A sério? Parece fixe… ok, eu vou. Deixa-me só arrumar as coisas cá por casa, é que a Sammy e a Amber dormiram cá e desarrumamos isto tudo.
- Demora o tempo que quiseres. Estou no ringue. Até logo.
- Tchau…
Desliguei. Mal olhei para cima, Sammy irrompeu em risos, acabando por cair em cima da cama. Lancei-me para cima dela para lhe fazer cócegas, o que fez com que ela se risse e gritasse ainda mais.
- Estás-te a rir do quê, hãm?
- Da tua cara! Havias de ver a tua expressão de apaixonada a olhar para o telemóvel!
Parei de lhe fazer cócegas e concentrei-me na roupa que ia levar. Estava um frio tremendo, mas não queria ir demasiado encasacada.
- Vais sair com o Derick, é? – Perguntou Sammy, vestindo-se e lançando-me olhares comprometedores.
- Não! Quer dizer… vou vê-lo ao ringue. Ele vai andar de skate.
- És tão boa amiga que nem nos convidas…
- Oh Sammy, não é isso, é que… ele convidou-me a mim. Porque é que vocês têm sempre de se fazer de convidadas?
- Quem é que se faz de convidada? – Perguntou Amber, entrando no quarto. – A propósito, tens aí aquelas calças que eu adoro?
- As azuis? Tenho… toma.
- Sabes da última, Amber? O Derick convidou a Jane para sair. - Cantarolou Sammy, no seu melhor tom coscuvilheiro.
- A sério?! E não ias contar-me nada, pois não, sua traidora?! – Ripostou Amber.
- Oh, não é isso… é só que a Sammy começou logo a fazer-se de convidada.
Amber desatou a rir-se. Virou-se para a Sammy.
- Muito tu gostas de fazer de vela!
Desataram as duas a rir-se. Depois de se terem vestido, tomámos um pequeno-almoço rápido, eu meti o cachecol, as luvas e o gorro, calcei as botas e fui ver do Derick. Elas seguiram para casa da Amber. Despedimo-nos entre sorrisos perversos dela e eu a dizer "isto não é nada demais". Mas elas não acreditam, claro.
Fui a pé até ao ringue. Não era muito longe, mas ainda se tinha de andar um bom bocado. Quando lá cheguei, Derick estava a fazer uma manobra bastante arrojada.
O ringue era o melhor lugar para se andar de skate e de patins. Tinha encostas, altos e baixos, zonas de deslize, enfim, dava para fazer umas manobras fantásticas. Sentei-me numa das zonas altas para o ver a andar. Ele acenou-me e deu impulso para vir ter comigo, e quando se aproximou o suficiente saltou, tão alto que me passou com o skate por cima da cabeça. Eu ia tendo um ataque cardíaco, por ele passar por cima de mim em pleno voo.
- Hei, ias-me matando!
- Eu estou farto de fazer isto, está descansada que não te magoo. Queres que continue?
- Claro.
Ele desceu a encosta, voltou a subir outra, e fazia com cada manobra que eu ficava de boca aberta. Bill era mesmo bom professor. Depois de quase meia hora a vê-lo saltar, rebolar e deslizar, ele veio ter comigo, parando o skate na subida, e estendeu-me a mão. Eu não tinha bem a certeza se conseguiria descer dali. Subir é fácil, mas descer…
- Dá-me a mão, vá lá! Mete um pé no skate, e anda!
Inspirei fundo. Estava a tremer de medo de cair, mas não queria dar parte fraca. Além de que era Derick, e não queria nada que ele me achasse uma menina fina que não faz coisas destas. Fiz o que ele disse e fechei os olhos. Ele ria-se bem alto. Quando abri os olhos, estávamos a deslizar pela pista, e milagre dos milagres, eu ainda não caíra!
- Foi um bom começo. – Disse ele, descendo do skate. – Agora vai tu sozinha.
- EU?! Eu não sei andar… ainda parto alguma perna!
- Não, vais ver que é fácil! Vá, dá-me a mão e dá impulso.
Eu assim fiz. A mão do Derick estava tão gelada como se eu estivesse a agarrar num bloco de gelo. Até fazia impressão, porque ele estava sem luvas.
- É isso mesmo! Agora dá mais impulso, anda mais depressa.
A direito é mais fácil do que se acha a início, mas quando se começa a subir e a descer… PUM!
- Jane, estás bem? – Perguntou ele, correndo lá do fundo.
Eu tinha caído à força toda e não sentia o rabo, de tantas dores que tinha. Via tudo a andar à roda, o que não ajudava nada. Se calhar tinha batido com a cabeça com demasiada força. Ele ajudou-me a levantar. Riu-se à gargalhada, o que ainda me fez corar mais.
- Estás-te a rir do quê? Acho que parti alguma coisa…
- Vocês as miúdas são umas medricas! Eu já caí de cabeça quando estava a subir aquela encosta ali, e não parti nada.
Mesmo assim, eu tinha sérias dúvidas se queria ou não voltar a subir aquilo…
Passaram-se quase duas horas até eu conseguir subir e descer as encostas mais pequenas sem cair, mas doíam-me tanto as pernas e o rabo, que não sabia se conseguia voltar para casa a pé. No entanto estava feliz por estar ali com Derick, e parecia que nunca me tinha sido tanto na vida.
- Foi um bom começo… mas ainda tens de aprender muito.
- Sim, mas não me apanhas mais ali em cima. – Ri-me eu.
- Porquê? Acho que se te aplicares, até tens muito potencial.
- Sim, sim, isso e couves! Olha, vamos mas é para casa que eu estou a congelar aqui fora.
- Para tua casa? – Riu-se ele.
Hesitei, sem saber bem como responder.
- Queres ir para tua?
- Não, não, estava só a ver se não te estavas a enganar nem nada.
Eu não estava a perceber, mas nem liguei muito.
- Afinal vens ou não?
- É claro que vou, anda. Afinal, não posso deixar-te ir sozinha. Ainda ficas congelada no meio da estrada.
Ele soltou uma gargalhada lá bem do fundo da garganta, que me fez rir até a mim. Era bom vê-lo assim tão alegre.
Tinha sido ótimo ir ter com ele. Derick era fantástico e eu estava tão preocupada com ele que me soubera bem vê-lo.
Quando chegámos a minha casa, Derick ficou de boca aberta. Era como passarmos do Pólo Norte para o deserto do Saara!
- A tua casa é mesmo fixe… mas onde estão os teus pais?
- Ah… eu vou passar as férias de Natal sozinha. Eles foram para Paris. - Respondi, tentando não revelar como isso ainda me deixava revoltada.
- Uau… uma casa deste tamanho só para ti?! Deves poder fazer as festas que quiseres… - Derick estava mesmo espantado com a situação.
- Sim… e a Sammy, a Amber e a Lily vêm cá dormir muitas vezes, para eu não ficar sozinha neste casarão. Sabes que isto à noite nem é assim tão amistoso!
Ele riu-se outra vez.
- Tens medo do escuro, Jane?
- Eu?! Não… só não gosto de estar sozinha, mais nada! Vamos mudar de conversa… queres comer alguma coisa?
- Já se comia, realmente. – Disse ele, lançando-se para o sofá.
- Fica como se estivesses em casa! Eu vou preparar alguma coisa para comermos. Mas aviso-te que não sou grande cozinheira.
Preparei as melhores tostas mistas e os melhores chocolates quentes que sabia fazer, tendo de me esforçar mesmo para que saísse tudo bem, e levei o tabuleiro para a sala, onde o pousei na mesa pequenina entre o sofá grande e a televisão.
- Disseste que não sabias cozinhar! - Disse Derick, chocado.
- Esmerei-me… está aceitável?
- Está ótimo… – Respondeu ele, com a boca cheia. – Eu não conseguia fazer isto…
- Vocês os homens nem um ovo sabem estrelar!
- Não é bem assim… se fores a reparar, existem mais homens nas cozinhas dos restaurantes do que mulheres.
- Pois, isso é mero acaso…
Ficámos a falar durante a tarde toda. Aproveitei para ligar aos meus pais, e eles disseram-me como estava a correr a viagem. Estavam radiantes com Paris! Ainda bem… fazia-lhes bem divertirem-se de vez em quando. Comecei a deixar de encarar tão mal a situação. Até fiquei feliz por eles, e quando desliguei já não estava chateada com eles.
Voltei para o pé de Derick, que continuava sentado no meu sofá.
- Tens Play Station?
- Sim, tenho alguns jogos… porquê, queres jogar?
- Não se perdia nada.
Fui buscar os comandos da Play Station e escolhemos jogar ao Wrestling. Eu nem apreciava muito o jogo, mas jogar com o Derick era muito mais divertido. Dava-me pica matá-lo vezes sem conta! Ele ria-se por me ver tão feliz. Acho que essa tarde foi mesmo especial para os dois.
Quando caiu a noite lá fora (ou seja, perto das 6 da tarde), Derick disse que era melhor ir andando, e eu não o forcei a ficar. Despedimo-nos e ele saiu. Fechei a porta e suspirei. Que dia maravilhoso…
Fui para a cozinha fazer qualquer coisa para comer. Nunca tinha muita fome, porque passávamos os dias a comer sandes, fritos, doces e batatas. Não era saudável, mas era delicioso! Liguei a televisão na MTV, e aproveitei para ver o TOP das últimas músicas.
Nessa noite, fiquei sozinha, porque os pais das minhas amigas não as tinham deixado vir. Ao que parecia, era a segunda noite desde que as férias tinham começado e eles estavam cheios de saudades das filhas.
Deitei-me na minha cama lá bem para a noite, a pensar nas férias que eu teria, se todos os dias fossem como esse… tinha sido fantástico. E Derick era mesmo espantoso… quem me dera que as coisas não se estragassem…
No dia seguinte, depois de tomar um bom banho quente e de comer o pequeno-almoço, liguei ao Derick para saber se íamos novamente para o ringue, mas o telemóvel chamava, chamava, e ninguém atendia. Devia estar a dormir…
Por isso, convidei Lily para ir até lá a casa, mas ela reverteu o convite, e depois de fechar todas as portas e deixar tudo arrumado, apanhei um táxi até casa dela. Quando lá cheguei, o pai dela, o Sr. John, veio-nos receber.
- Oh, entra Jane, está à vontade. A Lily está lá em cima.
- Obrigada.
Subi as escadas até ao quarto de Lily. Estava a escrever qualquer coisa, e quando eu entrei, guardou rapidamente a folha.
- Que era isso? - Perguntei.
- Poemas… dos meus… estão lamechas demais. Mas sempre vamos ao cinema?
- Claro! Estou ansiosa por ver o filme. Vamos?
- Sim, deixa-me só ver se…
Depois de se aprontar toda, agarramos nas coisas e o Sr. John levou-nos ao cinema Vasco da Gama. Íamos ver o “O Olho”, aquele filme de terror com a Jessica Alba, que era uma das nossas atrizes favoritas. Foi super emocionante, e divertimo-nos muito.
Depois do cinema fomos comer uma waffle com chocolate ao café da OLÁ!, e depois voltámos para casa. Fiquei a jantar em casa deles nessa noite. A mãe da Lily cozinha tãããããããããããããããããããão bem!
- Queres que te leve a casa, Jane? É perigoso…
- Obrigada Sr. John. Já me dizia isso há três anos atrás, lembra-se? Mas eu agora já não sou nenhum bebé. Obrigada pela oferta, na mesma. E obrigada pelo jantar, D. Mary. Estava delicioso.
- De nada. Boa-noite, Jane.
Apanhei um táxi até casa, e tranquei tudo, para me poder enfiar na cama e dormir um soninho descansado, bem que estava a precisar depois daquele dia cansativo.

Jess o cap. ficou muito bom
os pais da Jane são desnaturado né, deixar ela passar o natal sozinha! Eu matava meus pais se eles fizessem isso...
vc posta mais quando?

6


A Melhor Festa de Sempre!

Dois dias depois, ainda não tinha conseguido falar com Derick, o que me estava a deixar muito, muito preocupada. O que raio se teria passado?! Ele parecia tão bem no dia em que tínhamos ido andar de skate no ringue… estava tudo tão bem! O que é que se andava a passar com ele?
Decidida a resolver esta embrulhada, agarrei na mala, apanhei a camioneta e fui até ao prédio dele. Tinha-me dito um dia onde era, e embora ainda me tivesse perdido um bocado nas ruas todas iguais, percebi finalmente onde era. Não tinha porteiro nem guardas, felizmente, por isso entrei na boa. Subi o elevador e toquei à campainha dele, mas nada. Toquei, toquei… aquilo era muito estranho. Liguei para o telemóvel mas ele não atendeu. Estava a começar a ficar assustada. Ele estaria doente? Ou ter-se-ia magoado?
Como vi que não conseguia nada, voltei para casa. Agora sentia-me um bocadinho paranóica. Aproveitei para ouvir música e para descansar um bocado. Momentos depois, o telemóvel tocou.
- Estou?
- Derick?! Aleluia! - Gritei, quase em histeria.
- Calma, não grites, estou com uma moca que não me aguento…
- O que é que se passa? Fui aí a tua casa e tudo, e tu não me abriste a porta!
- Ai foste? Não ouvi… devia estar a dormir… mas porque é que estavas tão preocupada?
- Alô? Tu já não falavas comigo desde há dois dias, não me atendias o telemóvel, não me abrias a porta! Eu estava a começar a pensar que te tinha acontecido alguma coisa…
- Obrigada pela preocupação. Eu estou ótimo. Olha lá, quando é que organizas uma daquelas festas que tu prometeste fazer? Era mesmo do que o pessoal precisava para se animar um bocado…
- Ah… vou ver o que posso fazer. Desde que mantenhas o telemóvel ligado, serás informado quando eu organizar uma, sim?
- Ok. Mas pensa nisso.
- Derick… posso fazer-te uma pergunta?
- Diz.
- Está tudo bem? Pareces tão esquisito…
- Eu estou ótimo Janey, a sério. Agora preciso é de ir descansar, ok? Dói-me a cabeça.
- Ok… adeus.
- Adeus.
Desliguei. Ele estava tão esquisito. Mas um sorriso formou-se nos meus lábios. Janey… nunca ninguém me tinha chamado isso… e fez-me sentir mesmo feliz. A cada dia que passava eu gostava mais dele.
Já passavam das sete da noite, e eu não ia fazer a festa naquele dia, mas talvez amanhã… quem sabia…
Liguei aos meus pais só para eles não pensarem que eu não me lembrava deles, e tive de levar com os relatos pormenorizados da minha mãe sobre Paris, a comida parisiense, os franceses, o rio Sena, isto, aquilo e o outro. Quando ela desligou, eu sabia de certeza que passaria num teste sobre a cultura francesa…
Deitei-me super cansada. Dormi que nem um anjo, tal era o sono que tinha… amanhã esperava-me uma grande festa…


No dia seguinte, passei a manhã a preparar tudo. Encomendei comida, preparei a sala para a festa, fiz o melhor que podia, arranjei CD's com músicas fixes, os melhores jogos de Play Station, e verifiquei se tudo funcionava como devia de ser.
Almocei qualquer coisa rápida, para guardar a fome para a noite. Durante a tarde, passei quase todo o tempo toda a falar com as pessoas que vinham à festa: Sammy, Lily, Amber (óbvio, essas não podiam faltar), Bill e Derick. O meu grupinho… ia ser uma festa de arromba!
Quando soaram as oito badaladas no relógio da minha sala, liguei a aparelhagem, meti a comida na mesa, e os convidados começaram a chegar. As girls vinham todas no carro do pai da Lily, Bill vinha de skate (porque ele só murava duas ruas acima da minha), e Derick vinha de autocarro.
A festa foi fantástica, numa só palavra. Dançamos até não podermos mais, comemos, bebemos, jogámos campeonatos de Play Station, com os jogos do Wrestling, de carros e de futebol, e fartámo-nos de rir com as piadas que eles contavam. Sentámo-nos todos no sofá enquanto jogávamos ao Verdade ou Consequência, e ao Piccionary. Quando a noite já ia alta, e nós já estávamos cheios de comida e de Coca-Cola e Pepsi, Bill teve a brilhante ideia de contar anedotas, que era aquilo em que ele (a seguir ao skate) era melhor. Sentei-me num dos sofás e Derick deitou a cabeça no meu colo, enquanto eu lhe fazia festas no cabelo. Ficámos assim durante imenso tempo, e soube-me mesmo bem. Sentia-me melhor naquele momento com Derick do que me sentira no resto da semana.
No entanto, Derick fez algo que eu não esperava mesmo nada. Teve um lapso, daqueles que poucas vezes temos na vida, e beijou-me. Sim, assim sem mais nem menos! Eu estava sentada ao lado dele no sofá, e ele beijou-me sem mais nem menos, como se tivesse sido picado por uma vespa ou tivesse um ataque qualquer de insanidade. Sammy, Amber, Lily e Bill ficaram a olhar para nós, e eu nem sabia o que dizer. Não o afastei, porque fiquei tão boquiaberta que nem sabia o que devia de fazer. De repente, ele parou, e voltou a como estava antes, com a diferença de me ter metido o braço por cima dos ombros.
Eu estava completamente delirante. Derick, o meu melhor amigo, que era um autêntico deus grego, tinha-me beijado… aquilo era bom demais para se acreditar. Sammy e os outros desataram a rir-se a bater palmas, até que voltámos todos a jogar às anedotas. Foi uma das melhores festas que eu já dei. E correu tão bem que até custava a acreditar…

OMG! O Derick tem problema???
Se bem que a Janey gostou...
Jess, está ótima! Quando tem mais?

Annie escreveu:OMG! O Derick tem problema???
Se bem que a Janey gostou...
Jess, está ótima! Quando tem mais?

eiii Annie voce é rápida mesmo querida!!
bem se o Derick tem problema ou não eu posso dizer ainda kkkk
mas se a Janey gostou uiii ela gostou hahahha
obrigada querida
eu posto mais daqui a uns minutos ta bom??