Le Seigneur de Mon Âme
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Re: Le Seigneur de Mon Âme
Depois eu te conto :3
oooks , to ansiosa aqui *-*
Bj bj
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Bj bj
Mrs.Kiedis- Mensagens : 8
Pontos : 4455
Data de inscrição : 29/09/2012
Idade : 30
Re: Le Seigneur de Mon Âme
Boooom, aqui vai o último capítulo para vocês, minhas lindas.
Capítulo 11 – Os Pingos nos Is?
- Eu não posso, Gen, simplesmente não dá.
- É, eu sei, você já me disse isso. Mas se não pode confiar em mim para falar uma coisa dessas, é por que é algo muito grave que eu provavelmente não perdoarei. Por que me preocupar então?
Ele encarou as próprias mãos, e eu vi algo como dor nos olhos daquele rapaz que, normalmente, parecia um homem tão forte e insensível. Naquele momento, era uma criança acuada que eu queria, mais do que tudo, segurar em meus braços e fazer a dor sumir. Naquele momento, porém, eu não faria aquilo, pois sabia que qualquer coisa que aliviasse aquela dor levaria também a verdade para cada vez mais longe de mim.
E eu precisava daquela verdade. Não para mim, mas para nós. Para que eu pudesse olhar para os olhos dele e pensar “esse é o cara que eu amo, cristalino como água, sem mentiras, sem ilusões.”.
Cara que eu amo? Espera... eu tinha mesmo pensado aquilo? Que cocozinho eu estava fazendo, afinal? Confundindo a decepção de um irmão com a decepção de um amante? Aquilo não estava certo, não podia ser...
Por outro lado, se encaixava perfeitamente no perfil da história. Como eu fiquei destruída quando ele partiu, como olhar para ele me fazia sorrir, como cada toque seu me deixava de pernas bambas, como doía em meu coração toda a vez que nós brigávamos... como eu nunca tinha pensado nisso antes? Como pude deter-me apenas na amizade de irmão, quando no fundo era muito mais do que apenas isso?
E ele era meu meio-irmão. Tinha me cativado desde o início, com seu atrevimento, sua beleza, sua personalidade ácida porém doce... eu o amei desde o início. Era meu meio-irmão, e eu o amei. Não podia ser, eu não podia... aquilo era um semi-incesto!
Um filme passou-se pela minha cabeça: as risadas que dei com ele, os momentos felizes que nós passamos, todas as vezes que ficamos xingando a televisão enquanto assistíamos Psych, a imagem criada pela minha cabeça de um homem doce tocando Red Hot Chili Peppers no violão... o sofrimento de quanto ele simplesmente se foi, a maneira como ele me tratou, e depois de tudo, o sorriso que eu dava cada vez que via ele.
E agora, eu estava prestes a banir o homem que eu amava da minha vida para sempre, por causa de um motivo estúpido para uma atitude estúpida. Mas não havia mais volta.
Por um segundo, enquanto minha cabeça girava e a confusão assolava meu interior, percebi que desejava que ele não me dissesse seus motivos, para que eu o mandasse de volta para fora de minha vida, dessa vez definitivamente, e não tivesse que encarar nunca mais o fato de amar meu irmão. Quem sabe eu até o esquecesse algum dia, encontrasse alguém que me fizesse feliz de verdade, e que não fosse parte da minha família.
Lembrei-me, de repente, do que estava tentando fazer. Juntei toda a coragem do meu ser e, com a cabeça ainda aos rodopios e os olhos ardentes, tentei libertar minha voz de dentro da garganta.
- Por favor, Nick. Só... me diz o que aconteceu, e eu vou te ouvir. Por favor. – tentei dizer, mas minha voz saiu como um sussurro.
- Foi... – disse ele, sua voz não melhor que a minha. – Eu me apaixonei, Gen. Conheci uma garota, e ela mudou completamente a maneira como eu via o mundo, e eu simplesmente não podia permitir que as coisas continuassem como estavam.
Minha garganta inchou. Ele estava mesmo, de maneira abatida, contando-me que me tratou daquela maneira grotesca por causa de uma garota? Uma outra garota?
- DEIXA EU VER SE ENTENDI: VOCÊ BRIGOU COM A SUA MÃE, SAIU DA SUA CASA E ME TRATOU FEITO UMA CADELA POR CAUSA DE UMA GAROTA? COMO VOCÊ TEVE CORAGEM DE ABANDONAR SUA FAMÍLIA POR UMA QUALQUER, RODAY? – disse, e agora o desespero já havia se tornado gritos. Estava gritando freneticamente, enquanto as lágrimas cortavam meu rosto como navalhas.
Me surpreendi ao perceber que, enquanto falava, assimilei que faria exatamente a mesma coisa, se ele fosse o cara por quem eu tivesse me apaixonado.
Mon Dieu, o que eu estava fazendo da minha vida?
- Por isso eu não podia te contar, Genevieve. – continuou ele, como se estivesse perdido demais em um mundo separado para ouvir uma só palavra do que eu dizia. – Você jamais entenderia. É doce, meiga e justa, jamais compreenderia uma coisa como essa... você é um anjo, Gen... eu não podia feri-la desse jeito. Só, por favor, não a chame de “uma qualquer”, ela não merece isso.
Agora meu coração já doía, e eu já sentia-o latejar ainda mais do que antes. Ele estava defendendo-a. O homem que eu amava – e eu ainda teria que tirar algum tempo para assimilar esse sentimento – estava defendendo outra garota, estava declarando-se apaixonado por outra, em minha frente.
Era dor demais para suportar.
- Por que você... por que simplesmente não me disse isso antes? – agora eu já chorava copiosamente.
- Eu ia, mas Agatha me impediu... ela viu que havia algo errado comigo, e me fez contar para ela. Quando descobriu a verdade, me obrigou a aceitar o emprego e me disse para não voltar à cidade até não ter resolvido tudo, por que a garota que eu amo não merecia passar pelo sofrimento que eu estava prestes a lhe causar... o mesmo sofrimento pelo qual eu estava passando. Não era justo com ela.
Cada vez mais, a faca do sofrimento era pressionada mais profundamente em meu coração. Parecia que a qualquer instante eu iria parar de sentir dor, por que pararia também de respirar.
- E então você simplesmente se foi. – eu disse, assimilando as informações que ele me dera. Incrível como, depois de pedir tanto pela verdade, naquele momento, preferia que ela não existisse.
Ele assentiu com a cabeça, sem dizer uma só palavra.
- Então... por que voltou? – meus olhos estavam fixos em seu rosto, e acompanhei cada movimento seu enquanto o rosto dele girava e seus olhos encontravam-se com os meus.
- Por que eu lembrei de algo que me fez voltar atrás e perceber que, não importava quanto tempo passasse longe dela, nada iria mudar, mesmo que eu quisesse que acontecesse.
- E o que era? – pedi, sem saber se queria mesmo a resposta para aquela pergunta. As palavras apenas saíram de meus lábios. – Quem é ela?
Mas eu precisava saber. Tinha ido longe demais para contentar-me com meias verdades. Queria saber de tudo, e talvez algo tornasse a dor mais suportável.
Ou, quem sabe, algo tornasse-a insuportável demais para aguentar, e eu simplesmente parasse de respirar.
[Música para acompanhar o momento: http://letras.mus.br/nickelback/259804/#traducao]
- Foi... – ele principiou-se, encarando-me nos olhos, parecendo engolir em seco. – A imagem da garota que eu amo descendo as escadas, pronta para bater em mim com uma sombrinha. O sorriso dela ao me olhar. O jogo de adivinhações que fizemos. A maneira como ela ficava nervosa quando eu me aproximava. Foi um conjunto disso tudo, eu acho.
Ele abriu um sorriso leve, mas eu estava confusa demais para assimilar tudo o que ele dizia. Minha cabeça voltava como num vendaval à uma sessão interminável de lembranças.
“Ele parou de falar e ficou observando-me, como se esperasse a fiel confirmação de suas suposições.
Par Dieu, ele acertou tudo!
- E... – ele completou. – você se sente atraída pela minha pessoa.
Ele disse isso como quem fala “Seu troco é de cinquenta centavos. Aceita em balas?”.
- Atrevido! – falei, raivosa. – Eu não me sinto atraída por você, seu metido.
Ele começou a aproximar-se novamente de mim, e eu esquivei-me, tentando manter a distância. Ele riu de maneira maliciosa e colocou-se de volta exatamente na sua posição inicial.
- Okay, vou fingir que acredito em sua palavra, Mademoiselle.”
“Juntei minha sombrinha que estava no meu quarto e, lentamente, fui descendo as escadas, em direção à sala de estar. Assim que virei o corredor, preparei-me para golpear quem quer que fosse. Decepcionei-me ao não ver ninguém naquele local, mas a decepção durou apenas um ou dois segundos. Depois disso eu já tinha sido agarrada com força pelas costas.
Soltei um grito, assustada, mas então percebi que o aperto não era ameaçador. Ao contrário, era muito confortável.
Parei de debater-me e, assim que ele soltara-me no chão, virei para Nicholas e preparei-me para gritar com ele.
- Hey, garota, qual é! O que você ia fazer com essa sombrinha, me bater até eu ter medo de chuva? – perguntou ele, fazendo uma careta muito divertida, que envolvia uma testa enrugada e um sorriso torto.”
“A porta se abriu, e eu soltei o pote de biscoitos no chão. Não foi planejado... foram apenas os meus reflexos, ou quem sabe fora meu “pane mental”.
- GENEVIEVE? – disse-me Nicholas, encarando-me como se visse em sua frente o espírito de sua finada avó.
Dei as costas para a porta dele e principiei-me a retornar ao meu apartamento.
- Gen? O que você...
- Saia daqui, Monsieur Roday! Não ouse pronunciar meu nome mais uma única vez.
- Genevieve, me escuta...
Não parei para ouvi-lo. Continuei, decididamente, andando para meu ninho.”
“Passaram-se alguns instantes sem que nenhum dos dois falasse nada. Fiquei olhando para a sacada enquanto o tempo não passava. Não sei como, nem quando, mas de repente, Nicholas estava sentado ao meu lado no sofá, segurando minha mão. Sobressaltei-me e puxei-a em direção ao corpo.
- Não me toque. – falei, em tom muito baixo.”
Flashes, flashes, flashes. Era tudo o que eu tinha em minha mente, tudo no que podia me agarrar. E então, quando o turbilhão de imagens finalmente acabou, só havia uma coisa em minha cabeça.
Era eu. Era eu a garota que ele amava. Eu havia descido para bater nele com a sombrinha, eu havia jogado adivinhas com ele. Eu ficava zonza toda a vez que ele se aproximava. Sempre fora eu.
Eu sorria toda vez que o via.
- Gen, você está bem? – ele me perguntou, passando a mão pelo meu rosto. Vi a preocupação em suas feições e percebi que devia ter ficado atônita por mais tempo do que aparentou.
- Por que você... por que me... eu não entendo... – estava confusa demais para formar uma frase completa em minha mente, quanto mais pronunciá-la.
- Você quer saber por que eu te tratei daquela maneira, não é? Quando eu parti, quero dizer... – ele recolheu a mão, decepcionado. – É justo. Eu só não queria admitir que estava amando minha meio-irmã. Achei que fosse mais fácil para mim, para você, se simplesmente não nos tivéssemos conhecido. Mas acima de tudo, eu estava furioso comigo mesmo por não poder pegar a garota que amava nos braços e dizer que queria que ela fosse minha e de mais ninguém.
Ainda estava entorpecida pelos pensamentos. Devia estar pagando de idiota, mas que diferença faria?
- Você está querendo me dizer que fui a culpada pelos piores meses de toda a minha vida? Eu causei tudo isso?
- Não, Genevieve, não! Absolutamente não! Jamais, em hipótese alguma, jogue a culpa de tudo isso sobre você! Fui eu, não vê? Eu destruí tudo.
Quando pensava que as lágrimas haviam secado, lá estavam elas de volta ao meu rosto.
- Não chore, Gen... não mais. – disse ele, passando o dedo pelas minhas bochechas e recolhendo as lágrimas que escorriam por elas. Depois levantou-se. – Sinto muito por te causar todo esse sofrimento, Gen. Eu jamais quis tudo isso. Só... eu vou sair daqui, e você nunca mais me verá.
Agarrei seu braço com força. Não podia deixa-lo partir.
- Nick, espera! – falei, e ele parou.
O homem passou a mão por cima da minha, e por um instante, pareceu inebriado com o toque. Percebi, naquele instante, que fazia muito tempo que eu não o tocava voluntariamente.
Ele sentou-se novamente, agora de frente para mim, com as pernas jogadas para o lado da cama. Vi o sofrimento em seu olhar, mesmo que o sorriso leve brotasse em seus lábios.
- Gen... eu sei que você quer me dizer que tudo isso vai acabar, que o tempo vai curar... mas não vai. Você sabe tanto quanto eu que o tempo nunca vai curar isso tudo. Depois de todo o tempo que passei longe de ti, nada nunca mudou, o tempo nunca foi capaz de curar. Eu te amo, Genevieve, mas não sei se posso viver com o fato de ter você distante, nos braços de outro, e te tratar simplesmente como minha irmãzinha. – disse ele, engolindo em seco e passando a mão novamente pelo meu rosto. – Só me deixei ir. Será melhor para nós dois.
Naquele momento, não poderia fazer outra coisa. Em um instante, já tinha atirado-me em seus braços e beijado-o com todo o meu ser.
E ah, nem eu mesma sabia o quanto tinha ansiado por aqueles lábios. Mas ao senti-los contra os meus, ao sentir o amor que eles me transmitiam, o carinho que estavam guardados neles, eu sabia que jamais poderia viver sem eles novamente.
No segundo seguinte, já estava jogada na cama, com ele por cima de mim, apoiado em seus cotovelos para não pesar muito sobre mim, beijando-me como se aquela fosse a última coisa que faria durante toda a sua vida.
- Nick. – falei, de encontro aos seus lábios.
Ele afastou os mesmos de mim, colando a testa dele na minha, com um sorriso bobo nos lábios, porém regados com um pouco de culpa.
- Eu te amo. – sussurrei.
- Repete. – ele respondeu, olhando no fundo dos meus olhos.
- Te amo, te amo, je t’aime, te amo. – disse, novamente.
Seus lábios uniram-se aos meus novamente, e dessa vez eu pude perceber, era para sempre.
É claro, nós ainda éramos meio-irmãos, e aquilo continuava sendo errado, e de qualquer maneira, hora ou outra, teríamos que explicar isso aos nossos pais, o que não seria nada fácil... mas naquele momento, nada mais importava, a não ser aquele sentimento, tão puro, magnífico e reciproco, que ele conhecia há tempos, mas eu estava apenas descobrindo.
Por que me preocupar com o futuro, de qualquer maneira? Naquele momento, o mundo poderia acabar e eu juro que nem sentiria acontecer. Por que estava nos braços dele.
Meu Nicholas. O senhor da minha alma.
Le Seigneur de Mon Âme.
Capítulo 11 – Os Pingos nos Is?
- Eu não posso, Gen, simplesmente não dá.
- É, eu sei, você já me disse isso. Mas se não pode confiar em mim para falar uma coisa dessas, é por que é algo muito grave que eu provavelmente não perdoarei. Por que me preocupar então?
Ele encarou as próprias mãos, e eu vi algo como dor nos olhos daquele rapaz que, normalmente, parecia um homem tão forte e insensível. Naquele momento, era uma criança acuada que eu queria, mais do que tudo, segurar em meus braços e fazer a dor sumir. Naquele momento, porém, eu não faria aquilo, pois sabia que qualquer coisa que aliviasse aquela dor levaria também a verdade para cada vez mais longe de mim.
E eu precisava daquela verdade. Não para mim, mas para nós. Para que eu pudesse olhar para os olhos dele e pensar “esse é o cara que eu amo, cristalino como água, sem mentiras, sem ilusões.”.
Cara que eu amo? Espera... eu tinha mesmo pensado aquilo? Que cocozinho eu estava fazendo, afinal? Confundindo a decepção de um irmão com a decepção de um amante? Aquilo não estava certo, não podia ser...
Por outro lado, se encaixava perfeitamente no perfil da história. Como eu fiquei destruída quando ele partiu, como olhar para ele me fazia sorrir, como cada toque seu me deixava de pernas bambas, como doía em meu coração toda a vez que nós brigávamos... como eu nunca tinha pensado nisso antes? Como pude deter-me apenas na amizade de irmão, quando no fundo era muito mais do que apenas isso?
E ele era meu meio-irmão. Tinha me cativado desde o início, com seu atrevimento, sua beleza, sua personalidade ácida porém doce... eu o amei desde o início. Era meu meio-irmão, e eu o amei. Não podia ser, eu não podia... aquilo era um semi-incesto!
Um filme passou-se pela minha cabeça: as risadas que dei com ele, os momentos felizes que nós passamos, todas as vezes que ficamos xingando a televisão enquanto assistíamos Psych, a imagem criada pela minha cabeça de um homem doce tocando Red Hot Chili Peppers no violão... o sofrimento de quanto ele simplesmente se foi, a maneira como ele me tratou, e depois de tudo, o sorriso que eu dava cada vez que via ele.
E agora, eu estava prestes a banir o homem que eu amava da minha vida para sempre, por causa de um motivo estúpido para uma atitude estúpida. Mas não havia mais volta.
Por um segundo, enquanto minha cabeça girava e a confusão assolava meu interior, percebi que desejava que ele não me dissesse seus motivos, para que eu o mandasse de volta para fora de minha vida, dessa vez definitivamente, e não tivesse que encarar nunca mais o fato de amar meu irmão. Quem sabe eu até o esquecesse algum dia, encontrasse alguém que me fizesse feliz de verdade, e que não fosse parte da minha família.
Lembrei-me, de repente, do que estava tentando fazer. Juntei toda a coragem do meu ser e, com a cabeça ainda aos rodopios e os olhos ardentes, tentei libertar minha voz de dentro da garganta.
- Por favor, Nick. Só... me diz o que aconteceu, e eu vou te ouvir. Por favor. – tentei dizer, mas minha voz saiu como um sussurro.
- Foi... – disse ele, sua voz não melhor que a minha. – Eu me apaixonei, Gen. Conheci uma garota, e ela mudou completamente a maneira como eu via o mundo, e eu simplesmente não podia permitir que as coisas continuassem como estavam.
Minha garganta inchou. Ele estava mesmo, de maneira abatida, contando-me que me tratou daquela maneira grotesca por causa de uma garota? Uma outra garota?
- DEIXA EU VER SE ENTENDI: VOCÊ BRIGOU COM A SUA MÃE, SAIU DA SUA CASA E ME TRATOU FEITO UMA CADELA POR CAUSA DE UMA GAROTA? COMO VOCÊ TEVE CORAGEM DE ABANDONAR SUA FAMÍLIA POR UMA QUALQUER, RODAY? – disse, e agora o desespero já havia se tornado gritos. Estava gritando freneticamente, enquanto as lágrimas cortavam meu rosto como navalhas.
Me surpreendi ao perceber que, enquanto falava, assimilei que faria exatamente a mesma coisa, se ele fosse o cara por quem eu tivesse me apaixonado.
Mon Dieu, o que eu estava fazendo da minha vida?
- Por isso eu não podia te contar, Genevieve. – continuou ele, como se estivesse perdido demais em um mundo separado para ouvir uma só palavra do que eu dizia. – Você jamais entenderia. É doce, meiga e justa, jamais compreenderia uma coisa como essa... você é um anjo, Gen... eu não podia feri-la desse jeito. Só, por favor, não a chame de “uma qualquer”, ela não merece isso.
Agora meu coração já doía, e eu já sentia-o latejar ainda mais do que antes. Ele estava defendendo-a. O homem que eu amava – e eu ainda teria que tirar algum tempo para assimilar esse sentimento – estava defendendo outra garota, estava declarando-se apaixonado por outra, em minha frente.
Era dor demais para suportar.
- Por que você... por que simplesmente não me disse isso antes? – agora eu já chorava copiosamente.
- Eu ia, mas Agatha me impediu... ela viu que havia algo errado comigo, e me fez contar para ela. Quando descobriu a verdade, me obrigou a aceitar o emprego e me disse para não voltar à cidade até não ter resolvido tudo, por que a garota que eu amo não merecia passar pelo sofrimento que eu estava prestes a lhe causar... o mesmo sofrimento pelo qual eu estava passando. Não era justo com ela.
Cada vez mais, a faca do sofrimento era pressionada mais profundamente em meu coração. Parecia que a qualquer instante eu iria parar de sentir dor, por que pararia também de respirar.
- E então você simplesmente se foi. – eu disse, assimilando as informações que ele me dera. Incrível como, depois de pedir tanto pela verdade, naquele momento, preferia que ela não existisse.
Ele assentiu com a cabeça, sem dizer uma só palavra.
- Então... por que voltou? – meus olhos estavam fixos em seu rosto, e acompanhei cada movimento seu enquanto o rosto dele girava e seus olhos encontravam-se com os meus.
- Por que eu lembrei de algo que me fez voltar atrás e perceber que, não importava quanto tempo passasse longe dela, nada iria mudar, mesmo que eu quisesse que acontecesse.
- E o que era? – pedi, sem saber se queria mesmo a resposta para aquela pergunta. As palavras apenas saíram de meus lábios. – Quem é ela?
Mas eu precisava saber. Tinha ido longe demais para contentar-me com meias verdades. Queria saber de tudo, e talvez algo tornasse a dor mais suportável.
Ou, quem sabe, algo tornasse-a insuportável demais para aguentar, e eu simplesmente parasse de respirar.
[Música para acompanhar o momento: http://letras.mus.br/nickelback/259804/#traducao]
- Foi... – ele principiou-se, encarando-me nos olhos, parecendo engolir em seco. – A imagem da garota que eu amo descendo as escadas, pronta para bater em mim com uma sombrinha. O sorriso dela ao me olhar. O jogo de adivinhações que fizemos. A maneira como ela ficava nervosa quando eu me aproximava. Foi um conjunto disso tudo, eu acho.
Ele abriu um sorriso leve, mas eu estava confusa demais para assimilar tudo o que ele dizia. Minha cabeça voltava como num vendaval à uma sessão interminável de lembranças.
“Ele parou de falar e ficou observando-me, como se esperasse a fiel confirmação de suas suposições.
Par Dieu, ele acertou tudo!
- E... – ele completou. – você se sente atraída pela minha pessoa.
Ele disse isso como quem fala “Seu troco é de cinquenta centavos. Aceita em balas?”.
- Atrevido! – falei, raivosa. – Eu não me sinto atraída por você, seu metido.
Ele começou a aproximar-se novamente de mim, e eu esquivei-me, tentando manter a distância. Ele riu de maneira maliciosa e colocou-se de volta exatamente na sua posição inicial.
- Okay, vou fingir que acredito em sua palavra, Mademoiselle.”
“Juntei minha sombrinha que estava no meu quarto e, lentamente, fui descendo as escadas, em direção à sala de estar. Assim que virei o corredor, preparei-me para golpear quem quer que fosse. Decepcionei-me ao não ver ninguém naquele local, mas a decepção durou apenas um ou dois segundos. Depois disso eu já tinha sido agarrada com força pelas costas.
Soltei um grito, assustada, mas então percebi que o aperto não era ameaçador. Ao contrário, era muito confortável.
Parei de debater-me e, assim que ele soltara-me no chão, virei para Nicholas e preparei-me para gritar com ele.
- Hey, garota, qual é! O que você ia fazer com essa sombrinha, me bater até eu ter medo de chuva? – perguntou ele, fazendo uma careta muito divertida, que envolvia uma testa enrugada e um sorriso torto.”
“A porta se abriu, e eu soltei o pote de biscoitos no chão. Não foi planejado... foram apenas os meus reflexos, ou quem sabe fora meu “pane mental”.
- GENEVIEVE? – disse-me Nicholas, encarando-me como se visse em sua frente o espírito de sua finada avó.
Dei as costas para a porta dele e principiei-me a retornar ao meu apartamento.
- Gen? O que você...
- Saia daqui, Monsieur Roday! Não ouse pronunciar meu nome mais uma única vez.
- Genevieve, me escuta...
Não parei para ouvi-lo. Continuei, decididamente, andando para meu ninho.”
“Passaram-se alguns instantes sem que nenhum dos dois falasse nada. Fiquei olhando para a sacada enquanto o tempo não passava. Não sei como, nem quando, mas de repente, Nicholas estava sentado ao meu lado no sofá, segurando minha mão. Sobressaltei-me e puxei-a em direção ao corpo.
- Não me toque. – falei, em tom muito baixo.”
Flashes, flashes, flashes. Era tudo o que eu tinha em minha mente, tudo no que podia me agarrar. E então, quando o turbilhão de imagens finalmente acabou, só havia uma coisa em minha cabeça.
Era eu. Era eu a garota que ele amava. Eu havia descido para bater nele com a sombrinha, eu havia jogado adivinhas com ele. Eu ficava zonza toda a vez que ele se aproximava. Sempre fora eu.
Eu sorria toda vez que o via.
- Gen, você está bem? – ele me perguntou, passando a mão pelo meu rosto. Vi a preocupação em suas feições e percebi que devia ter ficado atônita por mais tempo do que aparentou.
- Por que você... por que me... eu não entendo... – estava confusa demais para formar uma frase completa em minha mente, quanto mais pronunciá-la.
- Você quer saber por que eu te tratei daquela maneira, não é? Quando eu parti, quero dizer... – ele recolheu a mão, decepcionado. – É justo. Eu só não queria admitir que estava amando minha meio-irmã. Achei que fosse mais fácil para mim, para você, se simplesmente não nos tivéssemos conhecido. Mas acima de tudo, eu estava furioso comigo mesmo por não poder pegar a garota que amava nos braços e dizer que queria que ela fosse minha e de mais ninguém.
Ainda estava entorpecida pelos pensamentos. Devia estar pagando de idiota, mas que diferença faria?
- Você está querendo me dizer que fui a culpada pelos piores meses de toda a minha vida? Eu causei tudo isso?
- Não, Genevieve, não! Absolutamente não! Jamais, em hipótese alguma, jogue a culpa de tudo isso sobre você! Fui eu, não vê? Eu destruí tudo.
Quando pensava que as lágrimas haviam secado, lá estavam elas de volta ao meu rosto.
- Não chore, Gen... não mais. – disse ele, passando o dedo pelas minhas bochechas e recolhendo as lágrimas que escorriam por elas. Depois levantou-se. – Sinto muito por te causar todo esse sofrimento, Gen. Eu jamais quis tudo isso. Só... eu vou sair daqui, e você nunca mais me verá.
Agarrei seu braço com força. Não podia deixa-lo partir.
- Nick, espera! – falei, e ele parou.
O homem passou a mão por cima da minha, e por um instante, pareceu inebriado com o toque. Percebi, naquele instante, que fazia muito tempo que eu não o tocava voluntariamente.
Ele sentou-se novamente, agora de frente para mim, com as pernas jogadas para o lado da cama. Vi o sofrimento em seu olhar, mesmo que o sorriso leve brotasse em seus lábios.
- Gen... eu sei que você quer me dizer que tudo isso vai acabar, que o tempo vai curar... mas não vai. Você sabe tanto quanto eu que o tempo nunca vai curar isso tudo. Depois de todo o tempo que passei longe de ti, nada nunca mudou, o tempo nunca foi capaz de curar. Eu te amo, Genevieve, mas não sei se posso viver com o fato de ter você distante, nos braços de outro, e te tratar simplesmente como minha irmãzinha. – disse ele, engolindo em seco e passando a mão novamente pelo meu rosto. – Só me deixei ir. Será melhor para nós dois.
Naquele momento, não poderia fazer outra coisa. Em um instante, já tinha atirado-me em seus braços e beijado-o com todo o meu ser.
E ah, nem eu mesma sabia o quanto tinha ansiado por aqueles lábios. Mas ao senti-los contra os meus, ao sentir o amor que eles me transmitiam, o carinho que estavam guardados neles, eu sabia que jamais poderia viver sem eles novamente.
No segundo seguinte, já estava jogada na cama, com ele por cima de mim, apoiado em seus cotovelos para não pesar muito sobre mim, beijando-me como se aquela fosse a última coisa que faria durante toda a sua vida.
- Nick. – falei, de encontro aos seus lábios.
Ele afastou os mesmos de mim, colando a testa dele na minha, com um sorriso bobo nos lábios, porém regados com um pouco de culpa.
- Eu te amo. – sussurrei.
- Repete. – ele respondeu, olhando no fundo dos meus olhos.
- Te amo, te amo, je t’aime, te amo. – disse, novamente.
Seus lábios uniram-se aos meus novamente, e dessa vez eu pude perceber, era para sempre.
É claro, nós ainda éramos meio-irmãos, e aquilo continuava sendo errado, e de qualquer maneira, hora ou outra, teríamos que explicar isso aos nossos pais, o que não seria nada fácil... mas naquele momento, nada mais importava, a não ser aquele sentimento, tão puro, magnífico e reciproco, que ele conhecia há tempos, mas eu estava apenas descobrindo.
Por que me preocupar com o futuro, de qualquer maneira? Naquele momento, o mundo poderia acabar e eu juro que nem sentiria acontecer. Por que estava nos braços dele.
Meu Nicholas. O senhor da minha alma.
Le Seigneur de Mon Âme.
Fim
Re: Le Seigneur de Mon Âme
Já to chorando feito uma idiota aqui... caramba, eu sempre faço isso quando termino uma fic/short fic que estive escrevendo por mais de duas semanas...
De alguma maneira, quando se é escritor, cada personagem te marca de uma maneira especial, começa a fazer parte da tua vida... Genevieve e Nicholas, ou mesmo Johnny, Pierre e Agatha, cada um deixou sua marquinha na minha vida, e espero que, para vocês, eles tenham marcado tanto quanto marcaram para mim.
Espero que tenham gostado de ler, e me desculpem qualquer coisa, okay?
Obrigada por todo o apoio, pelas cobranças, pelos "posta Juuuuuh" e por todas as vezes que contei com vocês para me darem forças para escrever. Amo cada uma de vocês por isso.
Enfim... no mais, acho que é isso.
Obrigada novamente.
Vocês fazem valer a pena.
De alguma maneira, quando se é escritor, cada personagem te marca de uma maneira especial, começa a fazer parte da tua vida... Genevieve e Nicholas, ou mesmo Johnny, Pierre e Agatha, cada um deixou sua marquinha na minha vida, e espero que, para vocês, eles tenham marcado tanto quanto marcaram para mim.
Espero que tenham gostado de ler, e me desculpem qualquer coisa, okay?
Obrigada por todo o apoio, pelas cobranças, pelos "posta Juuuuuh" e por todas as vezes que contei com vocês para me darem forças para escrever. Amo cada uma de vocês por isso.
Enfim... no mais, acho que é isso.
Obrigada novamente.
Vocês fazem valer a pena.
Re: Le Seigneur de Mon Âme
entao somos duas choronas , to parecendo uma manteiga derretida aqui k' esse misto de sentimentos , por um lado estou feliz que a historia teve um final tao lindo(melhor do que eu esperava) e a minha ansiedade passou (eu tava ansiosa pacas) , mas por outro lado estou triste porque vou sentir saudades dos personagens e de ler um cap novo sempre antes de dormir. Mas sempre vou guardar eles comigo . Essa é a primeira fic que leio do comeco ao fim , e nao poderia ser fic de ninguém menos do que de ti minha nega
. já estou aguardando a próxima fic.
Bjos da Mrs.Kiedis que te ama <3
. já estou aguardando a próxima fic.
Bjos da Mrs.Kiedis que te ama <3
Mrs.Kiedis- Mensagens : 8
Pontos : 4455
Data de inscrição : 29/09/2012
Idade : 30
Re: Le Seigneur de Mon Âme
awnnn, sua fofona!
que bom que gostou, minha amora! sério, fico mega feliz, faz toda a diferença pra mim saber que tu gostou, de verdade.
e oooown, não fica triste, meu chuchuuu! eu sempre vou estar aqui pra escrever mais e mais, e pra escrever mais sobre a Gen e o Nick, talvez... sério, não fique titi!
pode esperar, que logo ela sai, xuxuuu!
beijoos, minha Mrs.Kiedis que eu tanto amo!
que bom que gostou, minha amora! sério, fico mega feliz, faz toda a diferença pra mim saber que tu gostou, de verdade.
e oooown, não fica triste, meu chuchuuu! eu sempre vou estar aqui pra escrever mais e mais, e pra escrever mais sobre a Gen e o Nick, talvez... sério, não fique titi!
pode esperar, que logo ela sai, xuxuuu!
beijoos, minha Mrs.Kiedis que eu tanto amo!
Re: Le Seigneur de Mon Âme
Mãe, amei a fic. Ainda não terminei de ler, mas está ótima. A sua descrição da Genevieve me lembra muito a atriz Jane Levy. Bem, é mais uma típica fanfic sua ♥.
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Re: Le Seigneur de Mon Âme
e não é que lembra mesmo? kk'
awnn, fico feliz que tenha gostado, amr da minha vida!
fico muito feliz mesmo, viu?
beijoos, e obrigada por ler e comentar. *-*
amucê ^^
awnn, fico feliz que tenha gostado, amr da minha vida!
fico muito feliz mesmo, viu?
beijoos, e obrigada por ler e comentar. *-*
amucê ^^
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