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Ties That Bind

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Mensagem por Anonymus_fulano Seg Set 03, 2012 10:09 pm

Ties That Bind Ties

O que eu vou ganhar com isso tudo?

Tem dias que sentia como se minha alma se consumisse pouco a pouco. Que ficava tão pesada que meu corpo não fosse capaz de sustentá-la.

Esse era mais um desses dias. Quando já sai de casa e meus pensamentos se ligavam a mil. Altos questionamentos se tudo aquilo valia a pena. E principalmente aonde eu iria parar.


–Bom dia, senhor.

–Bom dia garotas, tudo bem?



Já estão há tanto tempo no cargo de secretaria, será que realmente gostam disso? Foi isso que sonharam ser? Ou será que, como geralmente vivemos, a sobrevivência e necessidade de bens rege a situação em que estão? Eu pensava.


–Bom dia moço!

–Bom dia chefa!



Pronto, agora o dia se inicia oficialmente. Na verdade, o ritual de iniciação do dia se iniciava. Ligar o computador, enquanto as coisas carregam dar um pulo na copa e pegar uma água. Agora, até a metade do dia iria ser sentado naquela mesa. Respirei fundo e abri meu e-mail. 53 mensagens não lidas.

Olá backlog bem vindo!

Respondo uma, duas. Uma tela começa a piscar na barra inferior da minha tela.


> Bom dia. Preciso de sua ajuda.

> Bom dia. Em que posso ajudá-lo?

> Preciso que você conserte o arquivo que você me mandou. Não consigo usá-lo.

> Ok, me envie por e-mail, por favor. Junto com um print do erro.




52 mensagens não lidas. Iria começar a agonia. Ter mais coisas para fazer do que braços para executar. Uma sensação de ser incapaz de fazer o que tem que ser feito me invadira.


– Oi. Sei que você ta muito ocupado ai, mas, pode ver algo para mim?

– Claro, diga.



Mais demanda. E claro que não posso ver isso para você não é, mas vou tentar. Ainda mais porque é um “pedido” do gerente. Agora era a hora da parte octopus do dia.

57 mensagens.

7 telas piscando.

O telefone toca.

Sua mente foi ensinada a priorizar as coisas a essa altura do dia. O telefone não pode ser desligado.


– Alô?

– Opa, tudo bem? Conseguiu validar os documentos que te enviei?

– Cara, não. To mega enrolado aqui. Mas tento te retorna até o final do dia.

– Sabe que você está engargalando o processo né?



Sério? Se essa cara é pago para me dizer coisas óbvias, ele é um belo investimento! A única coisa que ele conseguiu é aumentar meu sentimento de incapacidade. Menos um, vamos às telas piscando.

“Bom dia!”

“Bom dia, preciso falar com você”

“Assim que possível me ligue, é urgente”

“Ramal?”



Todos precisam de algo. Todos querem algo. Não importa se você se sente apático há alguns dias. Eles precisam de você e você ganha para atender a todos.

Na metade do dia, o cansaço é tão grande, físico e mental, que você começa a bocejar de cinco em cinco minutos. A atenção já é quase inexistente. Você ainda não conseguiu resolver o trabalho que realmente deveria focar. Decido dar uma única respirada. Olho para todos ao redor e percebo que todos estão tão absortos em suas telas, em seu mundo de problemas particular, que é possível caminhar entre eles sem sequer ser notado. Invisível. Um fantasma.


Telefone novamente.

– Alô?

Não é uma conversa simples. Reclamação é claro. O problema é que você concorda com o reclamante. Mas não pode fazer nada, foi você quem pediu isso a ele.

– Olha, desculpe. Tentamos fazer o máximo possível para não impactar seu dia a dia.

Mais algumas palavras do outro lado. Minha voz agora já é tão triste, tão apática e só está sendo ouvida no telefone porque estou perto do fone.

– Você não sabia disso? Está errado seu entendimento. – a pessoa me dizia.

O golpe final.

– Ok, peço desculpas. Vou ver o que consigo fazer aqui...

Pior do que não poder atender uma pessoa, é atender uma de maneira errada. Seja pela falta de tempo, pela falta de conhecimento. Seja por essas duas coisas ter em levado a falhar num detalhe mínimo. É a cereja do bolo de um dia que não quer acabar, por mais que você grite desesperadamente por dentro que já deu. Após isso, meus músculos pareciam ser feitos de metal pesado. Era difícil fazer qualquer movimento. Me sentia assim não pelo fato do trabalho estar num nível quase sobre humano, mas, porque lembrei do que sentia falta, do que me deixava triste e pensativo nos últimos dias. Era a simples falta de depois de sair dali ter uma mão macia que acariciasse meu rosto e dissesse: Vai ficar tudo bem. Um simples carinho, uma demonstração de afeto na pele que me fizesse lembrar que tem alguém que sou apaixonado.

Respirar ficava difícil. O ar fugia dos meus pulmões. Não aguentava mais ficar ali, precisava de alguém. Ao tentar puxar o ar a vontade de deixar lagrimas escorrerem pelo rosto crescia.

Eu a queria. E iria ser hoje.

Peguei o celular que ficava do lado do meu computador e digitava as letras com uma velocidade que dava um senso de urgência aquela cena.

Me encontra no ultimo lugar que disse que lembro de ver você sorrir.

Não queria saber a resposta, não sabia se ela ia estar lá, mas eu iria. Precisa fugir daquela loucura, pelo menos por hoje.

Odiava ter que fazer o que iria fazer, mas era necessário. Era só seguir o roteiro que tinha em mente: fazer os olhos parecerem pesados, fingir que está com frio, falar com a voz baixa.

– Chefa, to me sentindo muito bem não...

***

Liberdade. Ao custo de uma mentira. Mas, meu cérebro ignorava isso por hora. Agora me dirigia ao metrô, tinha algumas estações a percorrer. Na tentativa de livrar um pouco do nó que insistia em não sair da minha garganta, arregacei um pouco a gravata. Por incrível que parece só de sair daquele ambiente parecia que eu conseguia respirar finalmente. Mas ainda faltavam duas ações para me libertar um pouco melhor daquela loucura: desligar o celular do trabalho e ligar meu Ipod.

Senhores passageiros. Esta composição destina-se a zona sul.

Sentei ao lado da janela. Estiquei meu braço e apoiei minha cabeça em cima. Deixava as imagens serem captadas pelos meus olhos, mas, minha mente não as processavas. A música que tocava me trazia lembranças, não da época que comecei a usar o metrô, mas uma época anterior. Eu via pessoas sentadas a minha frente. Agora, a luz que invadia o veiculo deixava claro que era um trem. Eu era uma pessoa diferente. Visivelmente menos cansada é claro, apesar do sono naquela hora da manhã. Era como se ficasse claro que havia sustentação a minha alma, que existia alguém a suportar todo meu ser. Eu retirava meu celular do bolso, havia uma foto de uma garota de longos cabelos escuros. Ela sorria. Eu também sorria agora. A mesma sensação que senti, vinha a tona agora. Um dejavu de sentimentos.

Próxima estação. Largo do Machado. Conexão com...

A música mudará. E com ela minhas memórias. A música que iniciara era o som de uma guitarra sendo dedilhada lentamente. A distorção aparentava que a música era tocada em baixo d’agua, bem lentamente. Era outro dia em minha cabeça. Eu estava descendo do trem. A mesma música tocava, uma multidão de jovens descia junto comigo. Era a estação da faculdade. E então eu via algo que fazia meu coração se contrair. Era uma garota. Ela estava de costas... Tinha o cabelo rosa. Eu não havia visto seu rosto, mas por algum motivo, ela me paralisou. Meu coração se contraía de novo, agora no tempo atual. Junto com ele, algumas lágrimas escorriam do meu rosto.

Próxima estação...

Havia chegado, hora de descer.

A estação ficava numa área residencial, diversos prédios ao redor das ruas se erguiam no caminho até a praia. Eu simplesmente andava, mãos no bolso, cabeça baixa deixando que as outras pessoas que transitavam por lá passassem ao meu lado sem notar minha expressão. Era como se eu me desligasse do mundo ao redor, o som do ambiente baixasse e eu ficasse invisível a todos. As pessoas passando ao meu lado, sem encostar em mim, mas passando bem perto aumentavam essa sensação. Até que parei em uma esquina, ergui a cabeça e vi o mar se entender a minha frente com um sol flamejante em cima do mesmo. As memórias e meus pensamentos vinham rápidos, me transpassavam em minha mente como flechas. O impacto era tão grande que parecia que o mundo ao meu redor tremia, se retorcia a cada impacto delas me perfurando como flechas. Tentava resistir, andar, apesar que internamente eu rastejava e gemia de dor. Cheguei ao outro lado da rua e finalmente à areia. Alarguei totalmente a gravata, retirei os sapatos e as meias, dobrei um pouco a bainha da calça e fiquei em pé observando o mar.

A praia ao meu redor estava vazia devido a ser dia de semana e a hora que estava nela. Algumas pessoas correndo, estrangeiros na beira da água tirando fotos, quiosques.

Posto 9

Aquele lugar tinha a capacidade de me levar a outro lugar no tempo, um passado que a cada dia ficava mais distante. Eu não era frequentador daquele lugar da praia, muito menos frequentador de qualquer praia, mas, as lembranças que fiz ali eram tão forte que o lugar me deixava totalmente à vontade.

Vai um guaraná ai chefe?

Eu tinha 18 anos. Estava sentado na areia, um vendedor passava na nossa frente e oferecia um guaraná.

– Você quer amor?

Eu olhava para o lado. Nos meus braços havia uma garota. Ela olhava para mim com um sorriso largo no rosto. Ela estava um pouco avermelhado por causa do sol, o que para mim só a deixava mais bonita. Não via seus olhos porque um grande óculo escuro estava em sua face. Ela negava balançando a cabeça, sem dizer uma palavra. Depois se aninhava em meu peito como se não quisesse nada porque tudo que ela queria estava ali.

Fiz um gesto para o vendedor informando que não íamos querer nada e agradecendo. O dia seguiu após aquela cena. Lembro que brincávamos como duas crianças correndo atrás um do outro, entrado no mar e fazendo uma pequena guerra de água. Deitávamos exaustos escutando o mesmo Ipod, olhando para o céu e conversando sobre assuntos aleatórios.

E ai campeão, vai o guaraná ou não?

Voltei de minhas memórias com um susto, esqueci que havia uma pessoa falando comigo. Assim como lembrei, fiz um gesto para agradecer falando que não iria querer.

Logo em seguida me virei para trás a procura daquela garota, não sabia se ela tinha respondendo que iria vir ou não, e também ainda não queria checar a resposta oficial. Mas não foi necessário, por incrível que pareça assim que me virei a vi chegando.

Estava exatamente como me lembrava dela, suas feições mostravam um pouco mais de idade, mas ainda sim eram delicadas e lembravam a de uma adolescente. Estava com um vestido de tecido leve, com bordados nas pontas, totalmente negros. Os óculos escuros foram levantados revelando seus olhos castanhos. O cabelo rosa continuava lá, porém, agora um pouco mais longos. Seus olhos ficaram fixados nos meus por um curto período de tempo, logo após um sorriso, neste caso bem diferente de minhas lembranças. Indicavam um misto de incredulidade e até vergonha, afinal, aquela garota não era mais minha.

Um longo abraço quando chegamos perto um do outro. Eu deixei que o peso de tudo que carregava há alguns meses caíssem naquele abraço, ele foi longo e foi retribuído. A garota de cabelo rosa me apertou um pouco mais forte.

Sentamos na areia, um ao lado do outro, apoiando num único braço que se tocavam. Ela deixou sua cabeça cair em meu ombro. Trocamos algumas palavras, contamos como estava nossa vida atualmente, lembramos de memórias enterradas. Enquanto o sol se punha, fizemos nossas lamentações.

– A vida é injusta. Foi capaz de afastar duas pessoas que se gostavam tanto. – Ela dizia abraçando meu braço.

– A culpa não é só da vida. Na época, tivemos nossas razões para terminar. Tudo que ela fez foi solidificar essa separação, fazendo com que a deixássemos nos afastar, criando ela, a nossa vida, afastados um do outro. – Eu a beijava na testa.

– Então, vamos aproveitar este reencontro, vamos fingir que temos 18 anos novamente, que nos amamos intensamente... Só que esta última parte não seria invenção.


Nós ficamos sentados ali mais algumas horas, trocávamos carícias, saciávamos a carência que aparentemente existia nos dois lados. Não demos nenhum beijo.

E esta foi a última vez que a vi.
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Mensagem por MaryAnn BWay Seg Set 03, 2012 10:25 pm

Olá Anonymus! Tudo bem? Muito prazer, Sou MaryAnn. Wink
Nossa, que one shot incrível! Adorei sua descrição dos fatos, da suavidade da escrita e da riqueza de detalhes. Mas, necessito te parabenizar por colocar numa história com um final não feliz, a mais bela cena romântica: os personagens podendo refugiar-se um no outro na praia. E será que ele nunca mais a veria? Mesmo? Este mundo é tão pequeno. Espero que ele a encontre novamente. ^^. Já tive meu cabelo rosa...Rsrsrs. É incomum. Parabéns pelo capítulo único e por me fazer suspirar com esta frase simples: "– Você quer amor?". Doce e lindo. PARABÉNS! Espero que poste mais. Amei! Beijos! MaryAnn. OBS: Sinto que já te conheço... Será?? Rs
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Mensagem por Anonymus_fulano Qua Set 05, 2012 8:36 pm

MaryAnn BWay escreveu:Olá Anonymus! Tudo bem? Muito prazer, Sou MaryAnn. Wink
Nossa, que one shot incrível! Adorei sua descrição dos fatos, da suavidade da escrita e da riqueza de detalhes. Mas, necessito te parabenizar por colocar numa história com um final não feliz, a mais bela cena romântica: os personagens podendo refugiar-se um no outro na praia. E será que ele nunca mais a veria? Mesmo? Este mundo é tão pequeno. Espero que ele a encontre novamente. ^^. Já tive meu cabelo rosa...Rsrsrs. É incomum. Parabéns pelo capítulo único e por me fazer suspirar com esta frase simples: "– Você quer amor?". Doce e lindo. PARABÉNS! Espero que poste mais. Amei! Beijos! MaryAnn. OBS: Sinto que já te conheço... Será?? Rs

Ah MaryAnn, devo lhe chamar no minimo de cara de pau pelo "prazer" e "Sinto que te conheço né" auhauhauhauahuauahuahuhah. Muito obrigado pelos seus elogios novamente, e muito por causa deles que tento não para de escrever ^^. Infelizmente esse realmente foi o fim da fic, mas talvez não dos personagens. Mas como você sabe temos outros projetos para terminar rs.
Bjjuuss
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Mensagem por Lolita-DirtyIceCream Qua Abr 24, 2013 8:55 am

uaaau! :O Adorei este shot, apesar de ter um final menos feliz. A sério, mais uma vez digo que adoro a forma como escreves: tao simples mas ao mesmo tempo tão linda! *-* Parabéns, tens bastante talento... só não sei como é que só eu e a MaryAnn a lê-mos/Comentámos... é uma pena mesmo! :/
Vou continuar a seguir as tuas fics sempre que tiver um tempinho, beijinhos e nunca desistas de escrever porque seria mesmo uma pena! Wink
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