Breathe Again
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Breathe Again
Nome da fanfic: Breathe Again
Classificação: +16
Tipo: Romance/Drama
Shipper: Delena
Restrições: Cenas hot (nível médio)
Resumo:
Elena escolheu Stefan, mas minutos após sua escolha, tudo mudou. Ela sofreu um acidente, o mesmo acidente de dois anos atrás que tirou a vida de seus pais e como destino, tirou sua vida também. Ela se tornou uma vampira, todas as lembranças que estavam ocultas vieram a tona. Damon a havia feito esquecer muito mais do que ela poderia imaginar e essas memórias fizeram com os sentimentos se tornam intensos de mais para que sejam escondidos. Ela tem uma nova chance de viver. Será que ela mudará suas escolhas?
Prólogo
Querido Diário,
Esse foi o ano mais díficil da minha vida. Na verdade, eu não posso precisar onde as coisas começaram a ficar realmente difíceis. Tudo que aconteceu, todas as pessoas que eu perdi, todas as decisões que eu tive que tomar. Eu confesso que eu não estava preparada para tanto. Eu era apenas uma garota de 17 anos quando eu perdi meus pais, quando me envolvi com vampiros, quando eu descobri que eu não era tão humana assim, quando eu descobri que o sobrenatural sempre viveu em mim...
Mas nada disso foi tão díficil quanto está sendo agora. Eu sou Elena Gilbert, mas isso parece não significar muito. Na verdade, eu não sei o que eu sou. Eu não sei o que pensar, não sei o que fazer. Se eu pudesse mudar tudo, eu confesso que não sei se mudaria. Há apenas uma decisão que eu gostaria de ter mudado, mas, a essa altura, eu já não sei se é possível e também nem quero pensar nisso.
Eu sou uma vampira agora e ter que lidar com isso não está sendo fácil, acho que nunca será. Eu acho que eu nunca vou me acostumar com isso. Ás vezes eu acho que eu nunca deveria ter completado a transição. Passaram-se apenas algumas semanas desde o acidente que tirou a minha vida, ou melhor, minha vida humana, mas parece que se passaram anos, pois o tempo parece implacável, parece que cada momento em que o ponteiro do relógio se mexe, eu me sinto pior.
Eu escolhi Stefan antes de morrer, eu estou com ele agora. Na verdade, eu não sei o que seria de mim sem ele. Eu sempre soube o quanto ele era bom, mas ele está sendo muito melhor do que eu poderia imaginar. Stefan tem me dado tanto apoio, me ajudando a superar cada dia, afinal, eu nunca quis ser vampira, nunca.
E agora, eu questiono se eu realmente queria que ele tivesse salvo o Matt primeiro. Isso era o certo, ninguém mais deveria morrer, ainda mais por minha causa. Sou eu quem deveria estar morta, mas eu não estou. Eu me tornei uma vampira, me tornei o que eu não queria ser. Se eu tivesse apenas morrido, apenas isso.
Tudo seria mais fácil, afinal, eu não teria que lidar com tudo que está me acontecendo agora. E bem, talvez, a sede por sangue seja o menos importante. Na verdade, eu já consigo me controlar. O que eu não consigo controlar são as emoções, são tão fortes e tão contradizentes. Não sei o que fazer, talvez nunca saberei.
A Caroline também está me ajudando, afinal, ela também passou pelo mesmo que eu. Bonnie está um pouco afastada e eu não sei muito bem porque. E se isso parece difícil, isso não é tudo. Eu nunca poderia esperar sentir o que eu estou sentindo. Eu acho que eu nunca soube de tudo, eu nunca soube como me sentia de verdade...
Todas as lembranças vindo a tona em minha mente, tocando meu coração, se entranhando na minha alma... Bom, isso era algo que eu não poderia esperar, mas acho que no fundo, eu já podia sentir, porque sempre esteve lá, mesmo que estivesse escondida numa parte inacessível de minha alma, já fazia parte de mim.
Cada lembrança, cada sentimento, cada palavra... Tudo isso me leva diretamente para Damon, diretamente para um amor que eu sempre tentei negar, mas que parece se aprofundar dentro de mim de uma forma que eu não posso evitar. E bem, eu nunca mais o vi, eu nem sei onde ele está. A última vez que eu o vi, eu ainda era humana, eu sei que ele esteve no hospital no dia em que eu “morri”, mas eu nunca cheguei a vê-lo, ele foi embora antes disso...E agora, eu não sei o que fazer, cada memória que surge em minha mente atinge minha alma de uma forma que não posso descrever...Tudo em mim se modifica e eu sinto meu coração se apertar, de saudades...de um amor que eu já sempre quis e sempre desperdicei...e agora não sei se posso ter...
Classificação: +16
Tipo: Romance/Drama
Shipper: Delena
Restrições: Cenas hot (nível médio)
Resumo:
Elena escolheu Stefan, mas minutos após sua escolha, tudo mudou. Ela sofreu um acidente, o mesmo acidente de dois anos atrás que tirou a vida de seus pais e como destino, tirou sua vida também. Ela se tornou uma vampira, todas as lembranças que estavam ocultas vieram a tona. Damon a havia feito esquecer muito mais do que ela poderia imaginar e essas memórias fizeram com os sentimentos se tornam intensos de mais para que sejam escondidos. Ela tem uma nova chance de viver. Será que ela mudará suas escolhas?
Prólogo
Querido Diário,
Esse foi o ano mais díficil da minha vida. Na verdade, eu não posso precisar onde as coisas começaram a ficar realmente difíceis. Tudo que aconteceu, todas as pessoas que eu perdi, todas as decisões que eu tive que tomar. Eu confesso que eu não estava preparada para tanto. Eu era apenas uma garota de 17 anos quando eu perdi meus pais, quando me envolvi com vampiros, quando eu descobri que eu não era tão humana assim, quando eu descobri que o sobrenatural sempre viveu em mim...
Mas nada disso foi tão díficil quanto está sendo agora. Eu sou Elena Gilbert, mas isso parece não significar muito. Na verdade, eu não sei o que eu sou. Eu não sei o que pensar, não sei o que fazer. Se eu pudesse mudar tudo, eu confesso que não sei se mudaria. Há apenas uma decisão que eu gostaria de ter mudado, mas, a essa altura, eu já não sei se é possível e também nem quero pensar nisso.
Eu sou uma vampira agora e ter que lidar com isso não está sendo fácil, acho que nunca será. Eu acho que eu nunca vou me acostumar com isso. Ás vezes eu acho que eu nunca deveria ter completado a transição. Passaram-se apenas algumas semanas desde o acidente que tirou a minha vida, ou melhor, minha vida humana, mas parece que se passaram anos, pois o tempo parece implacável, parece que cada momento em que o ponteiro do relógio se mexe, eu me sinto pior.
Eu escolhi Stefan antes de morrer, eu estou com ele agora. Na verdade, eu não sei o que seria de mim sem ele. Eu sempre soube o quanto ele era bom, mas ele está sendo muito melhor do que eu poderia imaginar. Stefan tem me dado tanto apoio, me ajudando a superar cada dia, afinal, eu nunca quis ser vampira, nunca.
E agora, eu questiono se eu realmente queria que ele tivesse salvo o Matt primeiro. Isso era o certo, ninguém mais deveria morrer, ainda mais por minha causa. Sou eu quem deveria estar morta, mas eu não estou. Eu me tornei uma vampira, me tornei o que eu não queria ser. Se eu tivesse apenas morrido, apenas isso.
Tudo seria mais fácil, afinal, eu não teria que lidar com tudo que está me acontecendo agora. E bem, talvez, a sede por sangue seja o menos importante. Na verdade, eu já consigo me controlar. O que eu não consigo controlar são as emoções, são tão fortes e tão contradizentes. Não sei o que fazer, talvez nunca saberei.
A Caroline também está me ajudando, afinal, ela também passou pelo mesmo que eu. Bonnie está um pouco afastada e eu não sei muito bem porque. E se isso parece difícil, isso não é tudo. Eu nunca poderia esperar sentir o que eu estou sentindo. Eu acho que eu nunca soube de tudo, eu nunca soube como me sentia de verdade...
Todas as lembranças vindo a tona em minha mente, tocando meu coração, se entranhando na minha alma... Bom, isso era algo que eu não poderia esperar, mas acho que no fundo, eu já podia sentir, porque sempre esteve lá, mesmo que estivesse escondida numa parte inacessível de minha alma, já fazia parte de mim.
Cada lembrança, cada sentimento, cada palavra... Tudo isso me leva diretamente para Damon, diretamente para um amor que eu sempre tentei negar, mas que parece se aprofundar dentro de mim de uma forma que eu não posso evitar. E bem, eu nunca mais o vi, eu nem sei onde ele está. A última vez que eu o vi, eu ainda era humana, eu sei que ele esteve no hospital no dia em que eu “morri”, mas eu nunca cheguei a vê-lo, ele foi embora antes disso...E agora, eu não sei o que fazer, cada memória que surge em minha mente atinge minha alma de uma forma que não posso descrever...Tudo em mim se modifica e eu sinto meu coração se apertar, de saudades...de um amor que eu já sempre quis e sempre desperdicei...e agora não sei se posso ter...
NandaSalvatore- Mensagens : 81
Pontos : 4964
Data de inscrição : 01/10/2011
Re: Breathe Again
nusss
lovei esse inicio...
ta optimo!!
e eu sempre amo fics que começam onde a historia parou!!
elena ta numa emoçao do carai hein!!
"Todas as lembranças vindo a tona em minha mente, tocando meu coração, se entranhando na minha alma... " FRASE PERFEITA!!!
lovei
lovei esse inicio...
ta optimo!!
e eu sempre amo fics que começam onde a historia parou!!
elena ta numa emoçao do carai hein!!
"Todas as lembranças vindo a tona em minha mente, tocando meu coração, se entranhando na minha alma... " FRASE PERFEITA!!!
lovei
Jenn :D- Mensagens : 1570
Pontos : 6971
Data de inscrição : 12/07/2011
Localização : Far Far Way
Re: Breathe Again
Adooooooooooooooooooooreeei nandaaaaa awaw, Delena powwer haha
Mais maiss! Quero ler o 1º capitulooo
Mais maiss! Quero ler o 1º capitulooo
MissRomance- Mensagens : 228
Pontos : 5121
Data de inscrição : 06/06/2012
Idade : 30
Localização : In the world
Re: Breathe Again
fiquei bastante interessada, quando começa?
sofiee..- Mensagens : 133
Pontos : 4879
Data de inscrição : 26/03/2012
Re: Breathe Again
Obrigado pelos comentários.
Vou postar o prox agora.
Beijinhos
Vou postar o prox agora.
Beijinhos
NandaSalvatore- Mensagens : 81
Pontos : 4964
Data de inscrição : 01/10/2011
Re: Breathe Again
Nota explicativa:
NOTA EXPLICATIVA SOBRE O CAPÍTULO: GENTE, VCS VÃO VER QUE NÃO FOI SÓ AQUELE ENCONTRO NO DIA DO ACIDENTE DOS PAIS DA ELENA. ELES SÓ NÃO SE CONHECERAM PRIMEIRO, MAS TAMBÉM SE TORNARAM AMIGOS PRIMEIRO. A RELAÇÃO ENTRE DAMON E ELENA COMEÇOU MUITO ANTES DELA CONHECER O STEFAN. E NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS VOCÊS VÃO ENTENDER PORQUE ELA NÃO SE LEMBRAVA. OK? VAI HAVER MUITOS FLASHBACKS NOS PRÓXIMOS CAPS.
Fiquem tranquilos a Elena não vai passar a fic inteira chorando, mas eu acho que ela precisa (e merece) sofrer um pouquinho. Pq tipo se ela acordasse vampira e corresse pros braços do Damon seria sem sentido, igual qdo ela escolhe o Stefan no season finale. (Stelenas, me perdoem mas eu n gostei nenhum pouco da escolha e achei forçado). Ela precisa sentir a falta dele, precisa absorver cada informação, cada sentimento para perceber que sempre esteve apaixonada pelo Damon e arrependimento pela decisão ser algo muito forte. E no caso como ela é uma vampira e as emoções estão muito mais fortes, um arrependimento, pode ser um desespero né
Espero que gostem!
Capítulo 1
Um amor que te consome...
As palavras ainda ecoam em minha mente, fluem por minha alma, se tatuam na minha pele. Ele sabia tudo que eu queria, ele me conhecia sem nunca ter me conhecido... Eu nem sei o que dizer, talvez eu nunca saiba. Só posso dizer que eu me encantei naquele momento... Todo meu corpo se arrepiou...
Quando eu me lembrei, senti meu coração se acelerar mesmo quando ele já havia dado sua última batida, depois que a minha vida se esvaiu de minha alma e eu era vazia...
O que ele me dizera preencheu o vazio, iluminou a escuridão onde eu estava.
Eu eu abri meus olhos pela primeira vez depois do acidente que tirou minha vida, eu era outra pessoa. Senti todo meu corpo pulsar de uma forma diferente. Eu queria um amor que me consumisse, que fosse intenso que fizesse com que eu perdesse a razão.
Eu não sou mais a mesma. Até meus pensamentos não fluem mais em uma linha lógica, perdem-se em minhas emoções, se emaranham em lembranças que eu nem sabia que possuía, mas quando as recuperei, agradeci a Deus por isso.
Aventura, um pouquinho de perigo...
Talvez seja exatamente o que eu queria e talvez, ele estivesse certo novamente.
E ele me encantou. É isso que Damon sempre faz. Ele sempre me encanta.
Damon sempre pareceu me conhecer de uma forma tão profunda, eu nunca soube como nós poderíamos ter uma conexão tão forte. E agora eu sei, há uma cumplicidade, uma ligação muito maior entre nós. Eu sinto como se nossas almas estivessem destinadas a se encontrar em algum ponto ou outro.
E agora, mais do que nunca, eu quero um amor que me liberte. Não quero mais estar presa a definição que eu sempre tive desse sentimento.
Eu pego o telefone, disco o número dele. Não é a primeira vez que eu tento falar com ele, mas eu não consigo. A mensagemque eu sempre escuto do outro lado é perturbadora.
O número chamado não existe
Eu insisto, eu ligo de novo. Eu preciso falar com ele. Eu preciso dizer tudo que eu não disse. Eu preciso dizer que eu estava errada.
Eu preciso dizer que eu escolhi errado.
A mesma mensagem. Eu tento mais uma vez.
E mais uma...
Mais uma...
A mesma mensagem...
Mais uma vez...
Novamente...
Eu ligo várias vezes.
Tudo isso é inútil. Eu não consigo falar com ele. Eu nunca consigo.
Sinto a frustração me golpear duramente. Meu corpo baqueia, entorpecido pela angústia que sinto agora.
Damon desapareceu da minha vida. Isso não pode ser verdade. Não pode estar acontecendo. Eu tento me manter inteira, eu tento não desabar... Eu tento manter meu coração intacto, mas ele se despedaça e eu não posso evitar.
Eu não sei o que fazer. Eu pego o celular de novo e insisto em algo que já sei que não funciona. Eu ligo novamente e escuto a mesma mensagem. Já deveria esperar por isso, mas a mensagem me afeta mais do que eu posso imaginar. Meus sentimentos estão no limite, tão fortes, tão intensos, é como se eles se revoltassem contra mim e rebelassem. Eu não tenho mais controle de mim mesma. Eu não consigo mais ser ponderada, eu não sou mais assim, aquela Elena foi embora junto com minha vida humana.
Eu tento ligar. De novo, eu escuto a mesma mensagem.
Sinto meu corpo vibrar; raiva, frustração, desepero.
Eu não penso no que eu estou fazendo, apenas jogo o celular contra a parede com tanta força, uma força que eu não estou familiarizada ainda, que ele se estilhaça.
Meu coração está quase como o celular despedaçado que cai no chão, com a diferença que está ainda mais machucado, mais quebrado, estilhçado em milhares de pedacinhos.
Só preciso dizer uma vez, você precisa ouvir.
Eu fecho meus olhos, a cena é recriada em minha mente. Meu coração acelera, eu já sei o que vem a seguir. Por mais que eu pudesse dizer que não, eu queria ouvir, porque eu sentia algo, eu sentia algo muito forte por ele.Eu sempre senti.
Eu te amo, Elena.
As palavras tem muito mais significado do que poderiam ter. Eu quis responder, mas não consegui, fiquei paralisada, sem reação. A verdade é que eu nunca tive coragem de assumir o que eu sentia. Eu sempre tive medo. Tive medo de ser julgada, tive medo de não estar fazendo o certo. Tive medo de me entregar a um sentimento tão forte, um sentimento que fazia todo meu corpo pulsar de uma forma que eu não tinha controle. Era isso, eu tinha medo de perder o controle e me entregar de uma forma como eu nunca tinha me entregue a ninguém.
E agora, essas palavras são tudo ao que eu me agarro. São tudo que eu tenho. As memórias são a maior riqueza que eu tenho. Nesse momento me alegro em ser uma vampira, me alegro porque assim, essas lembranças voltaram para mim. Elas nunca mais serão tiradas de mim.
Eu também o amo. Eu sempre amei.
E é porque eu te amo que eu não posso ser egoísta com você.
Meu coração se aperta. Eu não sei o que dizer. Como um amor pode ser tão puro e honesto? Ele me ama tanto que seria capaz de me deixar, de nunca demonstrar que realmente me amava para que eu fosse feliz.
Só que eu nunca seria feliz sem ele, eu só não tinha percebido isso. Eu não me deixava perceber.
Na verdade não era ele que estava sendo egoísta, sempre fui eu.
Eu não mereço você...
Isso não é verdade, nunca foi. Meu coração pulsava acelerado por ele naquela época. Sempre pulsou. Eu o queria, uma parte de mim sempre quis. E agora tudo em mim o quer. Eu acho que sou eu que nunca o mereci, eu nunca mereci um amor desses, tão puro, tão profundo, que me acalma, na mesma medida que me agita, que faz com que eu me sinta melhor do que eu realmente sou.
Gostaria que você não precisasse esquecer isso, mas precisa...
Eu vejo as lágrimas rolarem do azul dos olhos dele, eu quero confortá-lo. Eu quero falar, mas a cena desaparece de minha mente, mas permanece gravada em minha alma.
Eu sorrio com as lembranças, mas a realidade me atinge com um duro golpe. Eu não consigo falar com ele, eu não sei onde ele está. Damon desapareceu de minha vida. Eu preciso encontrá-lo. Eu preciso que alguém me leve até ele.
Eu me sinto perturbada, desorientada. Eu não sei o que é certo, talvez eu deva esquecer o certo ou errado. Eu deveria me arriscar, isso é o que eu sempre precisei fazer; correr riscos. Acreditar que o amor pode ser muito mais do que eu sempre pude imaginar.
Essas lembranças não são tudo, nunca foram tudo que estiveram gravadas em mim sem que eu mesma soubesse, embora, incoscientemente eu nunca tivesse esquecido...
Eu nunca imaginei que minha história com Damon fosse muito além disso, eu nunca imaginei, mas eu deveria ter desconfiado. Eu nunca imaginei que existiam mais lembranças, muito além do nosso primeiro encontro na noite em que meus pais morreram e da declaração que ele me fez esquecer.
...
~Início do Flashback~
Mystic Falls ~ Dois anos atrás.
Eu havia perdido meu chão. Eu mal sabia como faria para ficar de pé mais um dia. Eu havia perdido meus pais, eu tinha perdido tudo e não sabia como poderia lidar com isso. A ferida ainda estava aberta, sangrava, doía muito, muito mais do que eu podia suportar.
Eu precisava de um lugar onde eu pudesse ficar sozinha, onde eu pudesse chorar sem que ninguém visse. Não era orgulho, não era nada disso. Eu apenas queria ficar sozinha, não queria que ninguém tentasse me consolar porque isso não era possível. Eu não achava que eu pudesse me recuperar.
Eu dirigi não sei por quanto tempo. Eu não tinha noção do tempo, não me preocupava, apenas rezava para que ele passasse o mais depressa possível e que a noite caísse logo, porque quando eu dormia eu não me lembrava, os fantasmas da dor e da perna não vinham me atormentar.
Finalmente, eu achei o que poderia ser um parque. Um lugar afastado, onde ninguém realmente parecia frequentar. Ótimo, aquele era o local perfeito. Parei o carro, peguei meu diário e uma caneta que estavam guardados no porta luvas e saltei do carro.
Senti o vento balançar meus longos cabelos castanhos, senti os raios de sol acariciarem a minha pele. Eu respirei profundamente e continuei andando até encontrar um cantinho onde eu pudesse ficar. Abriguei-me embaixo de uma árvore, sentei-me,ali, utilizando seu tronco como encosto.
Desejei não pensar em nada, apenas ficar ali, observando a paisagem, observando como o vento fazia a grama verde farfalhar, dançar em seu ritmo e como os pássaros pareciam tão calmos em seu voo. Desejei ter aquela mesma calma, aquela mesma paz.
Suspirei mais uma vez. Peguei meu diário, mas não conseguia escrever. Eu estava tão entorpecida que só conseguia chorar. Arqueei minha cabeça para trás apoiando-na no tronco das árvores e fiquei ali rezando para que a dor fosse embora, mas ela só ficava masi forte.
Eu ouvi um barulho, virei-me para olhar. Era apenas um corvo que pousara em um dos galhos da árvore onde eu estava apoiada. Por alguns instantes, eu fiquei observando aquele pássaro, como se houvesse algo de especial nele. Fechei meus olhos, e quando os abri, tive certeza que aquele corvo estava olhando para mim
Senti-me louca, mas quis aquele pássaro para mim, ele despertava uma curiosidade quase insana em mim. Coloquei o diário em um canto e preparei-me para subir na árvore, iria pegar aquele corvo. Ele era tão lindo. Apoiei um de meus pés em um galho e minhas mãos se agarraram em outro.
Em nenhum momento, pensei que eu pudesse cair, nem havia considerado isso. Quando eu estava quase pegando aquele pássaro, ele voou para longe e eu me desequilibrei.
Eu iria cair, ou melhor estava caindo. Seria uma queda horrível, mas ela nunca aconteceu. Senti braços fortes me segurando com firmeza. Senti meu coração acelerar, não apenas pelo susto, mas também pela a forma como ele me segurava. Era como se provocasse um formigamento delicioso em minha pele.
Ele me colocou no chão cuidadosamente e quando eu finalmente consegui olhá-lo, senti meu corpo todo se arrepiar. Ele era lindo, tão lindo que parecia um sonho. Eu senti que havia algo familiar nele, como se eu o conhecesse, mas eu não o conhecia.
Eu fiquei o olhando, admirada para aqueles olhos tão azuis, tão lindos.
–Muito obrigado. – Eu agradeci envergonhada. Ele deveria estar me achando uma tonta.
–Você tem muita sorte por cair nos meus braços, não acha? Muitas garotas sonham com isso. – Ele me falou exibindo um sorriso sedutoramente irônico em seus lábios.
Rolei os olhos, como se dizesse que ele era um metido, mas não podia negar que eu tinha mesmo muita sorte.
–Eu prefiro apenas falar muito obrigado. – Eu respondi torcendo para que o calor de meu rosto não me denunciasse, que as minhas bochechas não estivesse tão rosadas. – Ah, sim, eu me chamo Elena. – Falei tentando manter a compostura. – Qual o seu nome?
–Isso é segredo. – Ele respondeu com o mesmo sorriso zombeteiro em sua face.
–Não acredito que você não vai me dizer seu nome.
–Eu não vou. – Ele retrucou, como se estivesse se divertindo.
–Tudo bem, Sr. Misterioso. – Respondi e não pude evitar de sorrir, algo nele me contagiava.
Ele apenas ergueu uma das sombrancelhas e me olhou de uma forma divertida.
Ele realmente não iria me falar.
–Sério...- Eu pedi.
Senti-me tão leve, era como se aquela brincadeira tão ridícula me fizesse bem, eu me sentia normal, eu me sentia apenas uma garota, sem nenhum problema grandioso. Eu era apenas Elena Gilbert e era assim que ele fazia com que eu me sentisse. Eu apenas ria e pedia que ele falasse, mas ele não dizia.
–Por que você estava chorando? – Ele me perguntou num tom carinhoso, mudando completamente de assunto, e por um instante eu achei que ele estava preocupado comigo. Ele deve ter me visto chorando enquanto caminhava, eu decidi apenas responder, era bom falar com alguém diferente, alguém que não me conhecia, alguém que fazia com que eu me sentisse bem.
–Eu perdi meus pais recentemente. – Respondi tentando manter meu tom de voz, controlando-me para não chorar. – Num acidente. – Completei.
–Eu sinto muito. – Ele respondeu no mesmo tom de antes.
–Não sinta. – Eu respondi quase desequilibrada. – Eu não quero mais que as pessoas sintam pena de mim. – Desabafei.
–E o que você quer então?
–Eu quero ser feliz. – Respondi sinceramente. Era tudo que eu queria. – Mas eu não consigo ser.
–Você estava rindo, agora. – Ele respondeu, levando uma das mãos até meus cabelos, ajeitando uma mecha que caía sobre minha face. – Isso não é ser feliz?
–Talvez...-Eu não consegui responder direito.
–Você deveria pensar... – Ele acariciou minha face gentilmente. – Ah sim, eu sou Damon.
–Damon... – Eu sussurei o nome dele como uma garota boba.
–Mas você não pode contar para ninguém sobre mim. – Damon falou olhando diretamente nos meus olhos, como se quisesse penetrar em minha alma. Eu jamais contaria.
~Fim do Flashback~
...
Essa foi a segunda vez que eu conheci, a primeira, foi na noite do acidente de meus pais. No dia no parque ele não apagou minha memória, ele apenas me compeliu para não contar para ninguém. Ele só me fez esquecer de tudo que vivemos algum tempo depois.Existem muito mais memórias além dessa. Nossa relação começou antes de tudo, até mesmo de eu conhecer Stefan. Damon fez parte da minha vida de uma forma tão intensa. Eu posso dizer que ele sempre foi tudo para mim.
Ah, como eu me arrependo! Como eu me arrependo de não ter me entregue ao sentimento. Eu escolhi errado, nunca deveria ter escolhido o Stefan, eu sempre fui do Damon, sempre!
E agora eu sei de tudo, mas não posso estar com ele. Eu não consigo falar com Damon, eu não faço a menor idéia de onde ele possa estar. Eu só sei que eu preciso falar com ele, eu preciso....
As memórias parecem se enraizarem cada vez mais em mim. Depois que eu lembrei de tudo eu não consigo parar de pensar um minuto nele. Damon é muito mais do que eu podia imaginar, muito melhor. Todas as vezes em que eu o julguei, eu estava completamente enganada.
Eu sinto a falta dele. Não era para a saudade ser tão grande assim, mas é como se abrisse um buraco em minha alma, a rasgasse de uma forma que não existisse mais cura. Eu penso que estou assim porque meus sentimentos estão ampliados. Eu sou uma vampira agora.
Mas isso é tudo enganação, se eu fosse humana, a dor seria a mesma. É muito difícil descobrir que se fez tudo errado,como eu fiz. Eu preciso muito falar com Damon e a cada momento essa necessidade aumenta tornando-se física. Sinto meu corpo fraquejar como se eu ainda fosse humana, sinto meu coração se apertar.
Eu me sinto arrasada.
Por que ele teve que ir embora? Eu preciso dele, preciso dizer tantas coisas, mas, principalmente, preciso dizer que estou apaixonada por ele. Mas ele se foi, e se foi por minha culpa, pelo que eu disse aquela noite para ele. Eu disse que amava Stefan, mas eu estava errada.
Completamente errada. Eu me levanto da cama e dói caminhar, não consigo fazer nada. Eu deveria apenas ficar deitada, encolhida na cama, é a única forma de abrandar a dor. Caminho pelo quarto de um lado para o outro. Sinto-me ansiosa, agitada, depressiva, nervosa.
São tantos sentimentos e todos tão confusos. É até difícil saber o que fazer.
Penso nele mais uma vez e sinto as lágrimas brotarem em meus olhos. Olho para o chão e vejo o celular, ou melhor os pedaços dele, caído. Sinto raiva, porque não cosigo falar com Damon. A frustração se mistura a raiva, e piso por cima dos restos do celular, como se isso pudesse me fazer algum bem, mas não faz.
Sinto a dor emocional se tornar excruciante, insuportável. Já não consigo ficar de pé, eu caio no chão, recostada na parede, choro incessantemente. Dizem que chorar faz com que a dor se torne menor, mas comigo, isso não parece ser verdade. Só aumenta, afinal, não há como a saudade diminuir porque quanto mais tempo se fica longe de alguém, maior ela se torna e isso intensifica a dor. Eu fecho meus olhos, tentando me afastar da realidade, tentando me agarrar as memórias, vivê-las como se fossem a minha realidade, o meu presente.
~Início do Flashback~
Mystic Falls – Dois anos atrás
Depois daquele dia no parque, eu havia encontrado Damon novamente, na verdade, eu o encontrei umas três vezes depois. Quando eu ficava perto dele sentia-me uma boba, não conseguia parar de sorrir, havia algo nele, havia algo naquele estranho que me atraía, que me fazia bem.
Damon, eu sussurei o nome dele para mim mesma e balancei a cabeça negativamente. Ele era incrível. Na verdade, eu só estava sorrindo por causa dele e isso é muita coisa. Já havia perdido a conta de a quanto tempo eu não conseguia sorrir um sorriso sincero.
Não consigo tirá-lo de meus pensamentos, os olhos tão azuis parecem me encantar cada vez que me lembro da intensidade de seu brilho, o sorriso dele é algo que não posso descrever, tão sedutor, tão irresistível. Quando percebi, me peguei suspirando por ele, mas, também, não poderia evitar.
Quem poderia não suspirar por alguém tão lindo? Sentia-me diferente. O dia que eu o vi foi o primeiro dia em que eu realmente sentia-me bem depois da morte de meus pais. Senti uma alegria peculiar percorrer meu corpo. Como alguém que eu acabara de conhecer podia fazer isso comigo? Eu não conseguia entender. Estava quase eufórica, precisava contar para as meninas que eu havia conhecido alguém. Eu até já imaginava a expressão alegre de Caroline, perguntando ansiosamente sobre cada detalhe. Só que eu não podia contar. Ele havia dito que eu não podia e aquilo parecia algum tipo de regra que eu precisava obedecer sem entender o porquê.
Suspirei resignada e abri um sorriso sem nem entender direito. Damon era diferente, diferente de todos os outros garotos que eu havia conhecido. Era tão chamoso, tão encantador, tão sedutor, misterioso e havia um pontada de perigo em seu olhar que fazia com que eu me encantasse.
Eu precisava vê-lo de novo, não podia me contentar em apenas encontrá-lo ao acaso duas vezes e depois nunca mais vê-lo. Eu queria estar com ele.Tentei expulsar aquela idéia de minha mente. Como iria encontrá-lo? Eu não tinha seu número de telefone, não sabia seu endereço e, bem, até para conseguir saber seu nome foi algo difícil. Os dias se passaram e eu nunca mais o vi. Sentia-me frustrada, completamente. Mas que idéia a minha? É óbvio que eu jamais o encontraria de novo. Resignei-me com isso, não havia nada que eu pudesse fazer.
Os dias continuaram se arrastando e toda aquela sensação perturbadoramente boa que sentia foi se esvaindo aos poucos. Era como se tudo voltasse ao normal e a aquela tristeza toda me encontrasse novamente. E para piorar, haveria uma festa na cidade, todos iriam, menos eu. Ou melhor, eu não iria até que Caroline praticamente me obrigou a ir. E eu acabei cedendo, é impossível discordar dela quando o assunto é uma festa.
No dia da festa eu não estava nem um pouquinho animada para ir. Sentia-me triste, queria ficar sozinha, a dor da morte de meus pais ainda era muito recente. E para piorar, eu não tinha com quem ir para festa. Eu teria que ir sozinha e para uma garota ir sozinha a uma festa é a pior coisa que pode acontecer.
Eu não estava muito animada, ou melhor, não estava nenhum pouco animada quando fui me arrumar. Escolhi um vestido rosa bem clarinho que minha mãe havia me dado e ela sempre dissera que eu parecia uma princesa com ele. Meus cabelos estavam com pequenos cachinhos que caiam por minhas costas, deixando-me ainda mais angelical. Eu suspirei profundamente, ainda não queria ir para aquela festa, mas algo me dizia que eu deveria ir. Passei uma maquiagem leve, um pouco de rímel e um batom rosinha. Não estava animada para mais do que isso.
...
Quando cheguei na festa, sentia-me totalmente totalmente deslocada. Caroline parecia que não iria me deixar sozinha nunca. A loira estava tão animada, como ela sempre costumava estar. Com toda a certeza, ela é a menina mais festeira do mundo. Eu não queria muito ir para a pista e dançar, mas parecia não haver muita escolha para mim.
Chegou um momento que eu até estava me divertindo, a música, o clima, tudo pareceu me fazer bem. Bom, estava bem até chegar o momento da dança, ou melhor, o momento onde os casais iriam dançar juntinhos e eu não tinha com quem dançar. Eu e Matt havíamos terminado fazia pouco tempo, e ele estava acompanhando Caroline e por mais que isso pudesse ser estranho, eu não me importei que os dois estivessem juntos. Tyler estava acompanhando a Vicky e Jeremy estava com a Bonnie. Eu sorri vendo todos os casais se formando para a dança, e então eu senti uma pontada em meu peito. Senti-me tão sozinha, eu precisei lutar contra as lágrimas, para não chorar. Eu não queria mais chorar.
Eu sai da enorme casa onde a festa era celebrada e fui me afastando para o que seria o jardim que era repleto de árvores, quase como um bosque. Caminhei o suficiente para que quando olhasse para a mansão, ela fosse apenas um pontinho em minha visão.
Ergui minha face e fiquei observando como as estrelas brilhavam na escuridão da noite. Isso fez com que eu me sentisse um pouquinho melhor, mas o que aqueceu meu coração e o acalmou tão docemente foi a voz que eu escutei. Senti cada pelo de meu corpo se arrepiar e minha alma suspirou numa quase gratidão.
Eu sempre reconheceria aquela voz, mesmo tendo-na ouvido apenas uma vez e eu não entendia o porque disso, talvez, fosse apenas para ser assim. Não existe nenhuma explicação para isso. Não posso explicar porque me sinto da forma como me sinto quando ele está por perto.
–Você está tão linda essa noite... – Ele falou e sua voz redutoramente rouca se alastrou por todo meu corpo como se fosse tudo que eu estava esperando ouvir.
Quando me virei para ele, senti meu coração acelerar fortemente num tipo de paixão que eu não podia entender. Os olhos tão azuis como o mar pareciam brilhar como joias em seu olhar sempre irresistível, o sorriso meio irônico quase me fez perder o ar. E por mais que eu visse que ele queria apenas parecer sedutor, eu podia sentir uma sinceridade impressionante. Ele era muito mais do que queria aparentar.
–Ah...-Eu fraquejei as palavras não vieram como eu queria. Na verdade, e nem consegui falar. Senti meu rosto corar numa vergonha embaraçosa, afinal, ele estava me elogiando e ele era lindo. Eu estava ganhando um elogio de alguém lindo! Eu baixei o olhar tentando me recompor, fugindo do olhar dele.
–Eu estou sentindo seu rosto queimar daqui... – Ele falou abafando um risinho. Naquela hora eu quis morrer ou matá-lo. Por que ele tinha que fazer isso? Ele tinha percebido que eu estava com vergonha e esse tipo de comentário só me deixava ainda mais envergonhada!
Ele continuou sorrindo e o meu fôlego já não existia mais. Por mais que ele pudesse me deixar com vergonha, com raiva, eu continuava encantada por ele. Eu não conseguia entender o porque disso. Talvez, porque ele foi a primeira pessoa a conseguir me fazer sorrir de verdade depois do acidente.
Revirei os olhos e fiz uma cara daquelas que estava achando tudo uma bobagem. Bem, isso foi o máximo que eu consegui fazer. Levei uma das mãos até meus cabelos ajeitando uma mecha, sinal que eu estava nervosa. Ele me deixava daquela forma e ao mesmo tempo despertava algo em mim, algo que eu ainda não entendia muito bem o que era.
Era como se me envolver com ele fosse quase perigoso e por mais que fosse difícil de acreditar eu parecia gostar do perigo. Talvez eu precisasse de um desafio, de uma aventura. Tomei coragem e falei algo que eu não achei que fosse capaz.
–E eu estou sentindo seus olhos passeando em mim... – Abri um sorriso quase provocante, mas no mesmo instante senti minhas bochechas queimarem. Ai que vergonha! Eu fiquei mais sem jeito do que antes. Eu não era do tipo que falava essas coisas e quando falava era um desastre. O que eu estava pensando?
–Elena, você quer dizer que eu estou te comendo com o olhar?. – Ele perguntou descaradamente, me fazendo querer cavar um buraco e me esconder lá – Sim, eu estou mesmo e não tenho a menor vergonha disso...– Damon piscoi sedutoramente e o sorriso se alargou em seu rosto me deixando com mais vergonha do que antes, se é que isso era possível. –Não é minha culpa se você é tão bonita assim.
Arqueei meu rosto para baixo tentando não encará-lo. Damon se aproximou de mim e eu senti meu corpo pulsar. Não sei porque, mas eu apenas sorri sinceramente como se achasse graça daquilo tudo. Eu ainda não entendia porque, mas ele me fazia sorrir. Sempre conseguia. E eu parecia gostar da companhia dele mais do que deveria. –Por que você não me disse que também estaria n a festa? –Perguntei num tom delicado e esse tom combinava bem mais comigo.
–Porque eu não estou na festa...- Damon respondeu com o mesmo tom de antes. Aquilo me irritava, ele se achava, mas ao mesmo tempo que me irritava, me magnetizava. – E porque você não está na festa?
–Ah, eu decidi vir aqui para fora....- Eu comecei a me atrapalhar, não queria dizer que havia saido de lá porque não tinha com quem dançar. – Queria ver as estrelas, ficar sozinha....- Continuei falando qualquer coisa que vinha na minha cabeça e no final me senti uma idiota.
–Bem na hora da dança você decidiu ficar sozinha? – Perguntou-me num tom quase deboachado enquanto examinava cuidadosamente cada uma de minhas reações.
–Sim. – Respondi enquanto continuava mexendo em meus cabelos, tentando disfarçar o quanto eu estava sem jeito. – E bem, eu posso ouvir a música aqui fora, então... – Continuei tentando arrumar alguma explicação e soando cada vez mais ridícula.
–Você não quis dançar? – Damon perguntou surpreso. –Toda a garota quer dançar em um baile...
–Talvez você não saiba tudo...-Eu retruquei. – Eu não gosto de dançar. – Respondi tentando acabar com aquele assunto de uma vez.
–E se eu te chamasse para dançar, você aceitaria? –Perguntou-me exibindo um sorriso tão lindo e sedutor. Como eu seria capaz de dizer que não?
–Sim... – Respondi sem jeito, tentando definir se aquilo era mesmo um convite. Quase perdi o ar quando ele se aproximou um pouco mais de mim. –Definitivamente, sim. – Completei tentando recuperar meu folêgo, estava completamente afetada pela presença dele, pela proximidade...
Damon sorriu satisfeito, como se no fundo já soubesse a minha resposta. E aquele jeito tão confiante dele prendia a minha atenção, me hipnotizava, era como se fosse exatamente o que faltava para mim. Todo aquele mistério e perigo que parecia emanar dele despertava algo muito profundo e intenso em mim. Ele estendeu a mão para mim como se fosse para eu desse a minha para ele. Não consegui evitar o sorriso que se desenhou tão naturalmente em meus lábios. Ele me fazia sorrir, me fazia esquecer de qualquer coisa, era como se houvesse um mundo particular onde só existesse eu e ele. Quando a minha mão tocou a dele senti um calafrio percorrer minha espinha.
Quando eu me dei conta ele estava me puxando para dançar ali mesmo e eu olhei sem entender. - Aqui? – Perguntei intrigada.
–Nós ainda podemos ouvir a música aqui fora. – Ele respondeu repetindo o que eu havia dito instantes atrás e ele ainda exibia aquele mesmo sorriso encantador em sua face.
Meus olhos brilharam quando eu fitei os dele, o sorriso se alargou em minha face. Quando estava com ele achava que eu poderia fazer qualquer coisa, porque, pelo pouco que eu conhecia dele, já percebera que ele não era do tipo que seguia regras e isso me agradava. Gostava daquela sensação de liberdade.
Deixei-me ser envolvida por ele, uma de suas mãos estava na minha cintura, me puxando para mais perto. A outra mão estava na minha. Levei minha mão livre até as costas dele, deixando-na repousar ali. Por um instante, eu estava completamente hipnotizada, completamente absorta de qualquer coisa, minha atenão estava somente nele, na forma como ele me olhava, como me conduzia naquela dança.
Fechei meus olhos por um instante, embalada pelos movimentos lentos e cadenciados e quando os abri, olhei para os olhos profundamente azuis e perdi a fala, na verdade, perdi qualquer linha de raciocínio. Desviei o olhar, fiquei apenas contemplando a paisagem, olhei para o céu, as estrelas cintilavam num brilho tão intenso.
Um sorriso surgiu em meus lábios sem que eu notasse, tudo acontecia tão naturalmente para que eu pudesse perceber ou pensar. Voltei meu olhar para ele e por um instante achei que ele estava me admirando, mas no instante seguinte, ele demonstrou a mesmo olhar de sempre.
Havia algo ali, algo que eu não entendi, não consegui decifrar. Na verdade, eu mal conseguia decifrar o que eu estava sentindo. Desviei o olhar novamente as estrelas quando os olhos dele se fixaram no meu. Então o sorriso pareceu não querer mais sair dos meus lábios quando constatei que eu estava dançando em meio a luz brilhante das estrelas. Aquilo era tão lindo.
–Por que você está sorrindo? – A voz rouca dele cortou o silêncio me trazendo de volta, me trazendo de volta para os olhos azuis, para o sorriso encantador.
–Você promete que não vai rir? – Perguntei envergonhada, mas já imaginava qual seria a resposta.
–Não... –Damon respondeu já exibindo um meio sorriso em seu rosto.
–Eu sei que você não vai rir. – Falei sinceramente.
–E por que você acha isso? – Perguntou-me curioso.
–Ah...-Fiz uma pausa e em seguida o olhei diretamente em seus olhos. –Você fica com esse jeito cínico, mas no fundo, há uma bondade em você que não permitiria que você fizesse isso. Não iria rir de uma garota....-Eu iria continuar, falando que ele não iria rir de uma garota que havia perdido os pais, que havia saído da festa por se sentir sozinha, que não tinha com quem dançar, mas que acabou tendo uma sorte incrível e estava lá dançando com ele sob a luz das estrelas, mas não continuei. Não precisava falar tudo isso.
–Não tenha tanta certeza disso...-Dirigiu-me umolhar desafiador, como estivesse inabalável com o que eu havia dito, como se não pudesse haver nenhum fundo de verdade nisso, mas eu sabia que havia. Eu não porque, eu apenas sabia.
Eu revirei os olhos com se o que ele disse não tivesse importância alguma e finalmente falei. – Eu estava rindo porque eu achei tão lindo dançar aqui, quase no meio do nada, sob a luz das estrelas... –Senti minha pele corar absurdamente, eu estava morrendo de vergonha. Ele não riu, eu estava certa.
–E você nem me agradeceu por isso. – Damon falou fingindo uma expressão de magoado. –“Muito obrigado por ser o acompanhante mais lindo e por me fazer companhia e dançar comigo quando eu estava completamente sozinha?” – Ele riu quase debochadamente. – Isso seria um bom começo.
–Muito obrigado por me fazer companhia e dançar comigo. –Eu falei sinceramente e abri um sorriso alegre para ele. – E isso fez a melhor festa que eu já fui.
–Esse agradecimento serve também. – Ele sorriu convencidamente.
Eu não falei nada, ficamos apenas em silêncio nos olhando, dançando, os corpos grudados. Eu podia sentir o calor emanar da pele dele, seu hálito. Eu estava inebriada.Nós passamos a noite inteira conversando. Eu havia esquecido de tudo, era como se eu tivesse voltado a ser a Elena que sempre fui, sem ter que se preocupar, sem ter que chorar pelo acidente, porque era como se nada disso tivesse acontecido.
Eu era só uma garota normal e mais nada. Eu pedi completamente a noção do tempo, esqueci que a tia Jenna viria me buscar na festa as duas horas da manhã, ela nunca nos deixava ficar mais do que isso. Eu só me lembrei muito depois disso, quando já passava das três, mas ele me fizera querer correr o risco de ficar até as quatro. Era como se eu não me importasse de correr riscos, como se cada momento que eu passasse com ele me consumisse, valesse a pena.
~Fim do Flashback~
Peguei-me sorrindo em meio as lágrimas. Quando eu apenas fechava meus olhos e me deixava levar pelas lembranças, era como se eu adentrasse um outro mundo, onde a dor era aplacada. Damon sempre despertou algo em mim que eu nunca pude definir, era como se eu o entendesse só de olhar.
Era como se nós já nos conhecessemos. E nós já nos conhecíamos. Ele fez minha vida ganhar cor, naquela época, eu fui feliz, mesmo tendo que lidar com a perda, porque ele fazia com que tudo fosse mais leve. Eu sempre achei que Stefan tinha me feito bem, mas com ele eu sempre fui uma menina entristecida, que se martirizava por tudo.
Eu não conseguia rir naturalmente. Eu não conseguia me sentir viva como quando eu estava com Damon. Sempre foi assim, Damon sempre mexeu comigo, fez como que eu fosse diferente. E eu não consegui ver isso, eu vi naquela época, mas depois fechei meus olhos, por achar que era o Stefan, mas ele estava muito longe de ser o que eu queria.
Só que, agora, eu passei por tanta coisa, eu tomei minha decisão, eu me tornei uma vampira. Eu precisei literalmente morrer e voltar para perceber que eu escolhi totalmente errado. Continuo caída no chão, encostada na parede sem que eu consiga reunir forças para me levantar.
Deixo as lágrimas rolarem por minha face. Tento me encolher o máximo que posso, achando que dessa forma posso deixar a dor ficar mais suportável, mas não consigo, a dor só piora. Por um instante, penso que tudo que eu preciso é me levantar e andar alguns metros até o quarto de Damon e ele estará lá. Eu poderei conversar com ele e falar que é ele quem eu quero, quem eu sempre quis. E que sempre foi ele, que eu o escolhi desde sempre. Só que isso não é possível, ele sumiu da cidade, mudou o número de telefone e eu não sei o que fazer, estou completamente perdida.
NOTA EXPLICATIVA SOBRE O CAPÍTULO: GENTE, VCS VÃO VER QUE NÃO FOI SÓ AQUELE ENCONTRO NO DIA DO ACIDENTE DOS PAIS DA ELENA. ELES SÓ NÃO SE CONHECERAM PRIMEIRO, MAS TAMBÉM SE TORNARAM AMIGOS PRIMEIRO. A RELAÇÃO ENTRE DAMON E ELENA COMEÇOU MUITO ANTES DELA CONHECER O STEFAN. E NOS PRÓXIMOS CAPÍTULOS VOCÊS VÃO ENTENDER PORQUE ELA NÃO SE LEMBRAVA. OK? VAI HAVER MUITOS FLASHBACKS NOS PRÓXIMOS CAPS.
Fiquem tranquilos a Elena não vai passar a fic inteira chorando, mas eu acho que ela precisa (e merece) sofrer um pouquinho. Pq tipo se ela acordasse vampira e corresse pros braços do Damon seria sem sentido, igual qdo ela escolhe o Stefan no season finale. (Stelenas, me perdoem mas eu n gostei nenhum pouco da escolha e achei forçado). Ela precisa sentir a falta dele, precisa absorver cada informação, cada sentimento para perceber que sempre esteve apaixonada pelo Damon e arrependimento pela decisão ser algo muito forte. E no caso como ela é uma vampira e as emoções estão muito mais fortes, um arrependimento, pode ser um desespero né
Espero que gostem!
Capítulo 1
Um amor que te consome...
As palavras ainda ecoam em minha mente, fluem por minha alma, se tatuam na minha pele. Ele sabia tudo que eu queria, ele me conhecia sem nunca ter me conhecido... Eu nem sei o que dizer, talvez eu nunca saiba. Só posso dizer que eu me encantei naquele momento... Todo meu corpo se arrepiou...
Quando eu me lembrei, senti meu coração se acelerar mesmo quando ele já havia dado sua última batida, depois que a minha vida se esvaiu de minha alma e eu era vazia...
O que ele me dizera preencheu o vazio, iluminou a escuridão onde eu estava.
Eu eu abri meus olhos pela primeira vez depois do acidente que tirou minha vida, eu era outra pessoa. Senti todo meu corpo pulsar de uma forma diferente. Eu queria um amor que me consumisse, que fosse intenso que fizesse com que eu perdesse a razão.
Eu não sou mais a mesma. Até meus pensamentos não fluem mais em uma linha lógica, perdem-se em minhas emoções, se emaranham em lembranças que eu nem sabia que possuía, mas quando as recuperei, agradeci a Deus por isso.
Aventura, um pouquinho de perigo...
Talvez seja exatamente o que eu queria e talvez, ele estivesse certo novamente.
E ele me encantou. É isso que Damon sempre faz. Ele sempre me encanta.
Damon sempre pareceu me conhecer de uma forma tão profunda, eu nunca soube como nós poderíamos ter uma conexão tão forte. E agora eu sei, há uma cumplicidade, uma ligação muito maior entre nós. Eu sinto como se nossas almas estivessem destinadas a se encontrar em algum ponto ou outro.
E agora, mais do que nunca, eu quero um amor que me liberte. Não quero mais estar presa a definição que eu sempre tive desse sentimento.
Eu pego o telefone, disco o número dele. Não é a primeira vez que eu tento falar com ele, mas eu não consigo. A mensagemque eu sempre escuto do outro lado é perturbadora.
O número chamado não existe
Eu insisto, eu ligo de novo. Eu preciso falar com ele. Eu preciso dizer tudo que eu não disse. Eu preciso dizer que eu estava errada.
Eu preciso dizer que eu escolhi errado.
A mesma mensagem. Eu tento mais uma vez.
E mais uma...
Mais uma...
A mesma mensagem...
Mais uma vez...
Novamente...
Eu ligo várias vezes.
Tudo isso é inútil. Eu não consigo falar com ele. Eu nunca consigo.
Sinto a frustração me golpear duramente. Meu corpo baqueia, entorpecido pela angústia que sinto agora.
Damon desapareceu da minha vida. Isso não pode ser verdade. Não pode estar acontecendo. Eu tento me manter inteira, eu tento não desabar... Eu tento manter meu coração intacto, mas ele se despedaça e eu não posso evitar.
Eu não sei o que fazer. Eu pego o celular de novo e insisto em algo que já sei que não funciona. Eu ligo novamente e escuto a mesma mensagem. Já deveria esperar por isso, mas a mensagem me afeta mais do que eu posso imaginar. Meus sentimentos estão no limite, tão fortes, tão intensos, é como se eles se revoltassem contra mim e rebelassem. Eu não tenho mais controle de mim mesma. Eu não consigo mais ser ponderada, eu não sou mais assim, aquela Elena foi embora junto com minha vida humana.
Eu tento ligar. De novo, eu escuto a mesma mensagem.
Sinto meu corpo vibrar; raiva, frustração, desepero.
Eu não penso no que eu estou fazendo, apenas jogo o celular contra a parede com tanta força, uma força que eu não estou familiarizada ainda, que ele se estilhaça.
Meu coração está quase como o celular despedaçado que cai no chão, com a diferença que está ainda mais machucado, mais quebrado, estilhçado em milhares de pedacinhos.
Só preciso dizer uma vez, você precisa ouvir.
Eu fecho meus olhos, a cena é recriada em minha mente. Meu coração acelera, eu já sei o que vem a seguir. Por mais que eu pudesse dizer que não, eu queria ouvir, porque eu sentia algo, eu sentia algo muito forte por ele.Eu sempre senti.
Eu te amo, Elena.
As palavras tem muito mais significado do que poderiam ter. Eu quis responder, mas não consegui, fiquei paralisada, sem reação. A verdade é que eu nunca tive coragem de assumir o que eu sentia. Eu sempre tive medo. Tive medo de ser julgada, tive medo de não estar fazendo o certo. Tive medo de me entregar a um sentimento tão forte, um sentimento que fazia todo meu corpo pulsar de uma forma que eu não tinha controle. Era isso, eu tinha medo de perder o controle e me entregar de uma forma como eu nunca tinha me entregue a ninguém.
E agora, essas palavras são tudo ao que eu me agarro. São tudo que eu tenho. As memórias são a maior riqueza que eu tenho. Nesse momento me alegro em ser uma vampira, me alegro porque assim, essas lembranças voltaram para mim. Elas nunca mais serão tiradas de mim.
Eu também o amo. Eu sempre amei.
E é porque eu te amo que eu não posso ser egoísta com você.
Meu coração se aperta. Eu não sei o que dizer. Como um amor pode ser tão puro e honesto? Ele me ama tanto que seria capaz de me deixar, de nunca demonstrar que realmente me amava para que eu fosse feliz.
Só que eu nunca seria feliz sem ele, eu só não tinha percebido isso. Eu não me deixava perceber.
Na verdade não era ele que estava sendo egoísta, sempre fui eu.
Eu não mereço você...
Isso não é verdade, nunca foi. Meu coração pulsava acelerado por ele naquela época. Sempre pulsou. Eu o queria, uma parte de mim sempre quis. E agora tudo em mim o quer. Eu acho que sou eu que nunca o mereci, eu nunca mereci um amor desses, tão puro, tão profundo, que me acalma, na mesma medida que me agita, que faz com que eu me sinta melhor do que eu realmente sou.
Gostaria que você não precisasse esquecer isso, mas precisa...
Eu vejo as lágrimas rolarem do azul dos olhos dele, eu quero confortá-lo. Eu quero falar, mas a cena desaparece de minha mente, mas permanece gravada em minha alma.
Eu sorrio com as lembranças, mas a realidade me atinge com um duro golpe. Eu não consigo falar com ele, eu não sei onde ele está. Damon desapareceu de minha vida. Eu preciso encontrá-lo. Eu preciso que alguém me leve até ele.
Eu me sinto perturbada, desorientada. Eu não sei o que é certo, talvez eu deva esquecer o certo ou errado. Eu deveria me arriscar, isso é o que eu sempre precisei fazer; correr riscos. Acreditar que o amor pode ser muito mais do que eu sempre pude imaginar.
Essas lembranças não são tudo, nunca foram tudo que estiveram gravadas em mim sem que eu mesma soubesse, embora, incoscientemente eu nunca tivesse esquecido...
Eu nunca imaginei que minha história com Damon fosse muito além disso, eu nunca imaginei, mas eu deveria ter desconfiado. Eu nunca imaginei que existiam mais lembranças, muito além do nosso primeiro encontro na noite em que meus pais morreram e da declaração que ele me fez esquecer.
...
~Início do Flashback~
Mystic Falls ~ Dois anos atrás.
Eu havia perdido meu chão. Eu mal sabia como faria para ficar de pé mais um dia. Eu havia perdido meus pais, eu tinha perdido tudo e não sabia como poderia lidar com isso. A ferida ainda estava aberta, sangrava, doía muito, muito mais do que eu podia suportar.
Eu precisava de um lugar onde eu pudesse ficar sozinha, onde eu pudesse chorar sem que ninguém visse. Não era orgulho, não era nada disso. Eu apenas queria ficar sozinha, não queria que ninguém tentasse me consolar porque isso não era possível. Eu não achava que eu pudesse me recuperar.
Eu dirigi não sei por quanto tempo. Eu não tinha noção do tempo, não me preocupava, apenas rezava para que ele passasse o mais depressa possível e que a noite caísse logo, porque quando eu dormia eu não me lembrava, os fantasmas da dor e da perna não vinham me atormentar.
Finalmente, eu achei o que poderia ser um parque. Um lugar afastado, onde ninguém realmente parecia frequentar. Ótimo, aquele era o local perfeito. Parei o carro, peguei meu diário e uma caneta que estavam guardados no porta luvas e saltei do carro.
Senti o vento balançar meus longos cabelos castanhos, senti os raios de sol acariciarem a minha pele. Eu respirei profundamente e continuei andando até encontrar um cantinho onde eu pudesse ficar. Abriguei-me embaixo de uma árvore, sentei-me,ali, utilizando seu tronco como encosto.
Desejei não pensar em nada, apenas ficar ali, observando a paisagem, observando como o vento fazia a grama verde farfalhar, dançar em seu ritmo e como os pássaros pareciam tão calmos em seu voo. Desejei ter aquela mesma calma, aquela mesma paz.
Suspirei mais uma vez. Peguei meu diário, mas não conseguia escrever. Eu estava tão entorpecida que só conseguia chorar. Arqueei minha cabeça para trás apoiando-na no tronco das árvores e fiquei ali rezando para que a dor fosse embora, mas ela só ficava masi forte.
Eu ouvi um barulho, virei-me para olhar. Era apenas um corvo que pousara em um dos galhos da árvore onde eu estava apoiada. Por alguns instantes, eu fiquei observando aquele pássaro, como se houvesse algo de especial nele. Fechei meus olhos, e quando os abri, tive certeza que aquele corvo estava olhando para mim
Senti-me louca, mas quis aquele pássaro para mim, ele despertava uma curiosidade quase insana em mim. Coloquei o diário em um canto e preparei-me para subir na árvore, iria pegar aquele corvo. Ele era tão lindo. Apoiei um de meus pés em um galho e minhas mãos se agarraram em outro.
Em nenhum momento, pensei que eu pudesse cair, nem havia considerado isso. Quando eu estava quase pegando aquele pássaro, ele voou para longe e eu me desequilibrei.
Eu iria cair, ou melhor estava caindo. Seria uma queda horrível, mas ela nunca aconteceu. Senti braços fortes me segurando com firmeza. Senti meu coração acelerar, não apenas pelo susto, mas também pela a forma como ele me segurava. Era como se provocasse um formigamento delicioso em minha pele.
Ele me colocou no chão cuidadosamente e quando eu finalmente consegui olhá-lo, senti meu corpo todo se arrepiar. Ele era lindo, tão lindo que parecia um sonho. Eu senti que havia algo familiar nele, como se eu o conhecesse, mas eu não o conhecia.
Eu fiquei o olhando, admirada para aqueles olhos tão azuis, tão lindos.
–Muito obrigado. – Eu agradeci envergonhada. Ele deveria estar me achando uma tonta.
–Você tem muita sorte por cair nos meus braços, não acha? Muitas garotas sonham com isso. – Ele me falou exibindo um sorriso sedutoramente irônico em seus lábios.
Rolei os olhos, como se dizesse que ele era um metido, mas não podia negar que eu tinha mesmo muita sorte.
–Eu prefiro apenas falar muito obrigado. – Eu respondi torcendo para que o calor de meu rosto não me denunciasse, que as minhas bochechas não estivesse tão rosadas. – Ah, sim, eu me chamo Elena. – Falei tentando manter a compostura. – Qual o seu nome?
–Isso é segredo. – Ele respondeu com o mesmo sorriso zombeteiro em sua face.
–Não acredito que você não vai me dizer seu nome.
–Eu não vou. – Ele retrucou, como se estivesse se divertindo.
–Tudo bem, Sr. Misterioso. – Respondi e não pude evitar de sorrir, algo nele me contagiava.
Ele apenas ergueu uma das sombrancelhas e me olhou de uma forma divertida.
Ele realmente não iria me falar.
–Sério...- Eu pedi.
Senti-me tão leve, era como se aquela brincadeira tão ridícula me fizesse bem, eu me sentia normal, eu me sentia apenas uma garota, sem nenhum problema grandioso. Eu era apenas Elena Gilbert e era assim que ele fazia com que eu me sentisse. Eu apenas ria e pedia que ele falasse, mas ele não dizia.
–Por que você estava chorando? – Ele me perguntou num tom carinhoso, mudando completamente de assunto, e por um instante eu achei que ele estava preocupado comigo. Ele deve ter me visto chorando enquanto caminhava, eu decidi apenas responder, era bom falar com alguém diferente, alguém que não me conhecia, alguém que fazia com que eu me sentisse bem.
–Eu perdi meus pais recentemente. – Respondi tentando manter meu tom de voz, controlando-me para não chorar. – Num acidente. – Completei.
–Eu sinto muito. – Ele respondeu no mesmo tom de antes.
–Não sinta. – Eu respondi quase desequilibrada. – Eu não quero mais que as pessoas sintam pena de mim. – Desabafei.
–E o que você quer então?
–Eu quero ser feliz. – Respondi sinceramente. Era tudo que eu queria. – Mas eu não consigo ser.
–Você estava rindo, agora. – Ele respondeu, levando uma das mãos até meus cabelos, ajeitando uma mecha que caía sobre minha face. – Isso não é ser feliz?
–Talvez...-Eu não consegui responder direito.
–Você deveria pensar... – Ele acariciou minha face gentilmente. – Ah sim, eu sou Damon.
–Damon... – Eu sussurei o nome dele como uma garota boba.
–Mas você não pode contar para ninguém sobre mim. – Damon falou olhando diretamente nos meus olhos, como se quisesse penetrar em minha alma. Eu jamais contaria.
~Fim do Flashback~
...
Essa foi a segunda vez que eu conheci, a primeira, foi na noite do acidente de meus pais. No dia no parque ele não apagou minha memória, ele apenas me compeliu para não contar para ninguém. Ele só me fez esquecer de tudo que vivemos algum tempo depois.Existem muito mais memórias além dessa. Nossa relação começou antes de tudo, até mesmo de eu conhecer Stefan. Damon fez parte da minha vida de uma forma tão intensa. Eu posso dizer que ele sempre foi tudo para mim.
Ah, como eu me arrependo! Como eu me arrependo de não ter me entregue ao sentimento. Eu escolhi errado, nunca deveria ter escolhido o Stefan, eu sempre fui do Damon, sempre!
E agora eu sei de tudo, mas não posso estar com ele. Eu não consigo falar com Damon, eu não faço a menor idéia de onde ele possa estar. Eu só sei que eu preciso falar com ele, eu preciso....
As memórias parecem se enraizarem cada vez mais em mim. Depois que eu lembrei de tudo eu não consigo parar de pensar um minuto nele. Damon é muito mais do que eu podia imaginar, muito melhor. Todas as vezes em que eu o julguei, eu estava completamente enganada.
Eu sinto a falta dele. Não era para a saudade ser tão grande assim, mas é como se abrisse um buraco em minha alma, a rasgasse de uma forma que não existisse mais cura. Eu penso que estou assim porque meus sentimentos estão ampliados. Eu sou uma vampira agora.
Mas isso é tudo enganação, se eu fosse humana, a dor seria a mesma. É muito difícil descobrir que se fez tudo errado,como eu fiz. Eu preciso muito falar com Damon e a cada momento essa necessidade aumenta tornando-se física. Sinto meu corpo fraquejar como se eu ainda fosse humana, sinto meu coração se apertar.
Eu me sinto arrasada.
Por que ele teve que ir embora? Eu preciso dele, preciso dizer tantas coisas, mas, principalmente, preciso dizer que estou apaixonada por ele. Mas ele se foi, e se foi por minha culpa, pelo que eu disse aquela noite para ele. Eu disse que amava Stefan, mas eu estava errada.
Completamente errada. Eu me levanto da cama e dói caminhar, não consigo fazer nada. Eu deveria apenas ficar deitada, encolhida na cama, é a única forma de abrandar a dor. Caminho pelo quarto de um lado para o outro. Sinto-me ansiosa, agitada, depressiva, nervosa.
São tantos sentimentos e todos tão confusos. É até difícil saber o que fazer.
Penso nele mais uma vez e sinto as lágrimas brotarem em meus olhos. Olho para o chão e vejo o celular, ou melhor os pedaços dele, caído. Sinto raiva, porque não cosigo falar com Damon. A frustração se mistura a raiva, e piso por cima dos restos do celular, como se isso pudesse me fazer algum bem, mas não faz.
Sinto a dor emocional se tornar excruciante, insuportável. Já não consigo ficar de pé, eu caio no chão, recostada na parede, choro incessantemente. Dizem que chorar faz com que a dor se torne menor, mas comigo, isso não parece ser verdade. Só aumenta, afinal, não há como a saudade diminuir porque quanto mais tempo se fica longe de alguém, maior ela se torna e isso intensifica a dor. Eu fecho meus olhos, tentando me afastar da realidade, tentando me agarrar as memórias, vivê-las como se fossem a minha realidade, o meu presente.
~Início do Flashback~
Mystic Falls – Dois anos atrás
Depois daquele dia no parque, eu havia encontrado Damon novamente, na verdade, eu o encontrei umas três vezes depois. Quando eu ficava perto dele sentia-me uma boba, não conseguia parar de sorrir, havia algo nele, havia algo naquele estranho que me atraía, que me fazia bem.
Damon, eu sussurei o nome dele para mim mesma e balancei a cabeça negativamente. Ele era incrível. Na verdade, eu só estava sorrindo por causa dele e isso é muita coisa. Já havia perdido a conta de a quanto tempo eu não conseguia sorrir um sorriso sincero.
Não consigo tirá-lo de meus pensamentos, os olhos tão azuis parecem me encantar cada vez que me lembro da intensidade de seu brilho, o sorriso dele é algo que não posso descrever, tão sedutor, tão irresistível. Quando percebi, me peguei suspirando por ele, mas, também, não poderia evitar.
Quem poderia não suspirar por alguém tão lindo? Sentia-me diferente. O dia que eu o vi foi o primeiro dia em que eu realmente sentia-me bem depois da morte de meus pais. Senti uma alegria peculiar percorrer meu corpo. Como alguém que eu acabara de conhecer podia fazer isso comigo? Eu não conseguia entender. Estava quase eufórica, precisava contar para as meninas que eu havia conhecido alguém. Eu até já imaginava a expressão alegre de Caroline, perguntando ansiosamente sobre cada detalhe. Só que eu não podia contar. Ele havia dito que eu não podia e aquilo parecia algum tipo de regra que eu precisava obedecer sem entender o porquê.
Suspirei resignada e abri um sorriso sem nem entender direito. Damon era diferente, diferente de todos os outros garotos que eu havia conhecido. Era tão chamoso, tão encantador, tão sedutor, misterioso e havia um pontada de perigo em seu olhar que fazia com que eu me encantasse.
Eu precisava vê-lo de novo, não podia me contentar em apenas encontrá-lo ao acaso duas vezes e depois nunca mais vê-lo. Eu queria estar com ele.Tentei expulsar aquela idéia de minha mente. Como iria encontrá-lo? Eu não tinha seu número de telefone, não sabia seu endereço e, bem, até para conseguir saber seu nome foi algo difícil. Os dias se passaram e eu nunca mais o vi. Sentia-me frustrada, completamente. Mas que idéia a minha? É óbvio que eu jamais o encontraria de novo. Resignei-me com isso, não havia nada que eu pudesse fazer.
Os dias continuaram se arrastando e toda aquela sensação perturbadoramente boa que sentia foi se esvaindo aos poucos. Era como se tudo voltasse ao normal e a aquela tristeza toda me encontrasse novamente. E para piorar, haveria uma festa na cidade, todos iriam, menos eu. Ou melhor, eu não iria até que Caroline praticamente me obrigou a ir. E eu acabei cedendo, é impossível discordar dela quando o assunto é uma festa.
No dia da festa eu não estava nem um pouquinho animada para ir. Sentia-me triste, queria ficar sozinha, a dor da morte de meus pais ainda era muito recente. E para piorar, eu não tinha com quem ir para festa. Eu teria que ir sozinha e para uma garota ir sozinha a uma festa é a pior coisa que pode acontecer.
Eu não estava muito animada, ou melhor, não estava nenhum pouco animada quando fui me arrumar. Escolhi um vestido rosa bem clarinho que minha mãe havia me dado e ela sempre dissera que eu parecia uma princesa com ele. Meus cabelos estavam com pequenos cachinhos que caiam por minhas costas, deixando-me ainda mais angelical. Eu suspirei profundamente, ainda não queria ir para aquela festa, mas algo me dizia que eu deveria ir. Passei uma maquiagem leve, um pouco de rímel e um batom rosinha. Não estava animada para mais do que isso.
...
Quando cheguei na festa, sentia-me totalmente totalmente deslocada. Caroline parecia que não iria me deixar sozinha nunca. A loira estava tão animada, como ela sempre costumava estar. Com toda a certeza, ela é a menina mais festeira do mundo. Eu não queria muito ir para a pista e dançar, mas parecia não haver muita escolha para mim.
Chegou um momento que eu até estava me divertindo, a música, o clima, tudo pareceu me fazer bem. Bom, estava bem até chegar o momento da dança, ou melhor, o momento onde os casais iriam dançar juntinhos e eu não tinha com quem dançar. Eu e Matt havíamos terminado fazia pouco tempo, e ele estava acompanhando Caroline e por mais que isso pudesse ser estranho, eu não me importei que os dois estivessem juntos. Tyler estava acompanhando a Vicky e Jeremy estava com a Bonnie. Eu sorri vendo todos os casais se formando para a dança, e então eu senti uma pontada em meu peito. Senti-me tão sozinha, eu precisei lutar contra as lágrimas, para não chorar. Eu não queria mais chorar.
Eu sai da enorme casa onde a festa era celebrada e fui me afastando para o que seria o jardim que era repleto de árvores, quase como um bosque. Caminhei o suficiente para que quando olhasse para a mansão, ela fosse apenas um pontinho em minha visão.
Ergui minha face e fiquei observando como as estrelas brilhavam na escuridão da noite. Isso fez com que eu me sentisse um pouquinho melhor, mas o que aqueceu meu coração e o acalmou tão docemente foi a voz que eu escutei. Senti cada pelo de meu corpo se arrepiar e minha alma suspirou numa quase gratidão.
Eu sempre reconheceria aquela voz, mesmo tendo-na ouvido apenas uma vez e eu não entendia o porque disso, talvez, fosse apenas para ser assim. Não existe nenhuma explicação para isso. Não posso explicar porque me sinto da forma como me sinto quando ele está por perto.
–Você está tão linda essa noite... – Ele falou e sua voz redutoramente rouca se alastrou por todo meu corpo como se fosse tudo que eu estava esperando ouvir.
Quando me virei para ele, senti meu coração acelerar fortemente num tipo de paixão que eu não podia entender. Os olhos tão azuis como o mar pareciam brilhar como joias em seu olhar sempre irresistível, o sorriso meio irônico quase me fez perder o ar. E por mais que eu visse que ele queria apenas parecer sedutor, eu podia sentir uma sinceridade impressionante. Ele era muito mais do que queria aparentar.
–Ah...-Eu fraquejei as palavras não vieram como eu queria. Na verdade, e nem consegui falar. Senti meu rosto corar numa vergonha embaraçosa, afinal, ele estava me elogiando e ele era lindo. Eu estava ganhando um elogio de alguém lindo! Eu baixei o olhar tentando me recompor, fugindo do olhar dele.
–Eu estou sentindo seu rosto queimar daqui... – Ele falou abafando um risinho. Naquela hora eu quis morrer ou matá-lo. Por que ele tinha que fazer isso? Ele tinha percebido que eu estava com vergonha e esse tipo de comentário só me deixava ainda mais envergonhada!
Ele continuou sorrindo e o meu fôlego já não existia mais. Por mais que ele pudesse me deixar com vergonha, com raiva, eu continuava encantada por ele. Eu não conseguia entender o porque disso. Talvez, porque ele foi a primeira pessoa a conseguir me fazer sorrir de verdade depois do acidente.
Revirei os olhos e fiz uma cara daquelas que estava achando tudo uma bobagem. Bem, isso foi o máximo que eu consegui fazer. Levei uma das mãos até meus cabelos ajeitando uma mecha, sinal que eu estava nervosa. Ele me deixava daquela forma e ao mesmo tempo despertava algo em mim, algo que eu ainda não entendia muito bem o que era.
Era como se me envolver com ele fosse quase perigoso e por mais que fosse difícil de acreditar eu parecia gostar do perigo. Talvez eu precisasse de um desafio, de uma aventura. Tomei coragem e falei algo que eu não achei que fosse capaz.
–E eu estou sentindo seus olhos passeando em mim... – Abri um sorriso quase provocante, mas no mesmo instante senti minhas bochechas queimarem. Ai que vergonha! Eu fiquei mais sem jeito do que antes. Eu não era do tipo que falava essas coisas e quando falava era um desastre. O que eu estava pensando?
–Elena, você quer dizer que eu estou te comendo com o olhar?. – Ele perguntou descaradamente, me fazendo querer cavar um buraco e me esconder lá – Sim, eu estou mesmo e não tenho a menor vergonha disso...– Damon piscoi sedutoramente e o sorriso se alargou em seu rosto me deixando com mais vergonha do que antes, se é que isso era possível. –Não é minha culpa se você é tão bonita assim.
Arqueei meu rosto para baixo tentando não encará-lo. Damon se aproximou de mim e eu senti meu corpo pulsar. Não sei porque, mas eu apenas sorri sinceramente como se achasse graça daquilo tudo. Eu ainda não entendia porque, mas ele me fazia sorrir. Sempre conseguia. E eu parecia gostar da companhia dele mais do que deveria. –Por que você não me disse que também estaria n a festa? –Perguntei num tom delicado e esse tom combinava bem mais comigo.
–Porque eu não estou na festa...- Damon respondeu com o mesmo tom de antes. Aquilo me irritava, ele se achava, mas ao mesmo tempo que me irritava, me magnetizava. – E porque você não está na festa?
–Ah, eu decidi vir aqui para fora....- Eu comecei a me atrapalhar, não queria dizer que havia saido de lá porque não tinha com quem dançar. – Queria ver as estrelas, ficar sozinha....- Continuei falando qualquer coisa que vinha na minha cabeça e no final me senti uma idiota.
–Bem na hora da dança você decidiu ficar sozinha? – Perguntou-me num tom quase deboachado enquanto examinava cuidadosamente cada uma de minhas reações.
–Sim. – Respondi enquanto continuava mexendo em meus cabelos, tentando disfarçar o quanto eu estava sem jeito. – E bem, eu posso ouvir a música aqui fora, então... – Continuei tentando arrumar alguma explicação e soando cada vez mais ridícula.
–Você não quis dançar? – Damon perguntou surpreso. –Toda a garota quer dançar em um baile...
–Talvez você não saiba tudo...-Eu retruquei. – Eu não gosto de dançar. – Respondi tentando acabar com aquele assunto de uma vez.
–E se eu te chamasse para dançar, você aceitaria? –Perguntou-me exibindo um sorriso tão lindo e sedutor. Como eu seria capaz de dizer que não?
–Sim... – Respondi sem jeito, tentando definir se aquilo era mesmo um convite. Quase perdi o ar quando ele se aproximou um pouco mais de mim. –Definitivamente, sim. – Completei tentando recuperar meu folêgo, estava completamente afetada pela presença dele, pela proximidade...
Damon sorriu satisfeito, como se no fundo já soubesse a minha resposta. E aquele jeito tão confiante dele prendia a minha atenção, me hipnotizava, era como se fosse exatamente o que faltava para mim. Todo aquele mistério e perigo que parecia emanar dele despertava algo muito profundo e intenso em mim. Ele estendeu a mão para mim como se fosse para eu desse a minha para ele. Não consegui evitar o sorriso que se desenhou tão naturalmente em meus lábios. Ele me fazia sorrir, me fazia esquecer de qualquer coisa, era como se houvesse um mundo particular onde só existesse eu e ele. Quando a minha mão tocou a dele senti um calafrio percorrer minha espinha.
Quando eu me dei conta ele estava me puxando para dançar ali mesmo e eu olhei sem entender. - Aqui? – Perguntei intrigada.
–Nós ainda podemos ouvir a música aqui fora. – Ele respondeu repetindo o que eu havia dito instantes atrás e ele ainda exibia aquele mesmo sorriso encantador em sua face.
Meus olhos brilharam quando eu fitei os dele, o sorriso se alargou em minha face. Quando estava com ele achava que eu poderia fazer qualquer coisa, porque, pelo pouco que eu conhecia dele, já percebera que ele não era do tipo que seguia regras e isso me agradava. Gostava daquela sensação de liberdade.
Deixei-me ser envolvida por ele, uma de suas mãos estava na minha cintura, me puxando para mais perto. A outra mão estava na minha. Levei minha mão livre até as costas dele, deixando-na repousar ali. Por um instante, eu estava completamente hipnotizada, completamente absorta de qualquer coisa, minha atenão estava somente nele, na forma como ele me olhava, como me conduzia naquela dança.
Fechei meus olhos por um instante, embalada pelos movimentos lentos e cadenciados e quando os abri, olhei para os olhos profundamente azuis e perdi a fala, na verdade, perdi qualquer linha de raciocínio. Desviei o olhar, fiquei apenas contemplando a paisagem, olhei para o céu, as estrelas cintilavam num brilho tão intenso.
Um sorriso surgiu em meus lábios sem que eu notasse, tudo acontecia tão naturalmente para que eu pudesse perceber ou pensar. Voltei meu olhar para ele e por um instante achei que ele estava me admirando, mas no instante seguinte, ele demonstrou a mesmo olhar de sempre.
Havia algo ali, algo que eu não entendi, não consegui decifrar. Na verdade, eu mal conseguia decifrar o que eu estava sentindo. Desviei o olhar novamente as estrelas quando os olhos dele se fixaram no meu. Então o sorriso pareceu não querer mais sair dos meus lábios quando constatei que eu estava dançando em meio a luz brilhante das estrelas. Aquilo era tão lindo.
–Por que você está sorrindo? – A voz rouca dele cortou o silêncio me trazendo de volta, me trazendo de volta para os olhos azuis, para o sorriso encantador.
–Você promete que não vai rir? – Perguntei envergonhada, mas já imaginava qual seria a resposta.
–Não... –Damon respondeu já exibindo um meio sorriso em seu rosto.
–Eu sei que você não vai rir. – Falei sinceramente.
–E por que você acha isso? – Perguntou-me curioso.
–Ah...-Fiz uma pausa e em seguida o olhei diretamente em seus olhos. –Você fica com esse jeito cínico, mas no fundo, há uma bondade em você que não permitiria que você fizesse isso. Não iria rir de uma garota....-Eu iria continuar, falando que ele não iria rir de uma garota que havia perdido os pais, que havia saído da festa por se sentir sozinha, que não tinha com quem dançar, mas que acabou tendo uma sorte incrível e estava lá dançando com ele sob a luz das estrelas, mas não continuei. Não precisava falar tudo isso.
–Não tenha tanta certeza disso...-Dirigiu-me umolhar desafiador, como estivesse inabalável com o que eu havia dito, como se não pudesse haver nenhum fundo de verdade nisso, mas eu sabia que havia. Eu não porque, eu apenas sabia.
Eu revirei os olhos com se o que ele disse não tivesse importância alguma e finalmente falei. – Eu estava rindo porque eu achei tão lindo dançar aqui, quase no meio do nada, sob a luz das estrelas... –Senti minha pele corar absurdamente, eu estava morrendo de vergonha. Ele não riu, eu estava certa.
–E você nem me agradeceu por isso. – Damon falou fingindo uma expressão de magoado. –“Muito obrigado por ser o acompanhante mais lindo e por me fazer companhia e dançar comigo quando eu estava completamente sozinha?” – Ele riu quase debochadamente. – Isso seria um bom começo.
–Muito obrigado por me fazer companhia e dançar comigo. –Eu falei sinceramente e abri um sorriso alegre para ele. – E isso fez a melhor festa que eu já fui.
–Esse agradecimento serve também. – Ele sorriu convencidamente.
Eu não falei nada, ficamos apenas em silêncio nos olhando, dançando, os corpos grudados. Eu podia sentir o calor emanar da pele dele, seu hálito. Eu estava inebriada.Nós passamos a noite inteira conversando. Eu havia esquecido de tudo, era como se eu tivesse voltado a ser a Elena que sempre fui, sem ter que se preocupar, sem ter que chorar pelo acidente, porque era como se nada disso tivesse acontecido.
Eu era só uma garota normal e mais nada. Eu pedi completamente a noção do tempo, esqueci que a tia Jenna viria me buscar na festa as duas horas da manhã, ela nunca nos deixava ficar mais do que isso. Eu só me lembrei muito depois disso, quando já passava das três, mas ele me fizera querer correr o risco de ficar até as quatro. Era como se eu não me importasse de correr riscos, como se cada momento que eu passasse com ele me consumisse, valesse a pena.
~Fim do Flashback~
Peguei-me sorrindo em meio as lágrimas. Quando eu apenas fechava meus olhos e me deixava levar pelas lembranças, era como se eu adentrasse um outro mundo, onde a dor era aplacada. Damon sempre despertou algo em mim que eu nunca pude definir, era como se eu o entendesse só de olhar.
Era como se nós já nos conhecessemos. E nós já nos conhecíamos. Ele fez minha vida ganhar cor, naquela época, eu fui feliz, mesmo tendo que lidar com a perda, porque ele fazia com que tudo fosse mais leve. Eu sempre achei que Stefan tinha me feito bem, mas com ele eu sempre fui uma menina entristecida, que se martirizava por tudo.
Eu não conseguia rir naturalmente. Eu não conseguia me sentir viva como quando eu estava com Damon. Sempre foi assim, Damon sempre mexeu comigo, fez como que eu fosse diferente. E eu não consegui ver isso, eu vi naquela época, mas depois fechei meus olhos, por achar que era o Stefan, mas ele estava muito longe de ser o que eu queria.
Só que, agora, eu passei por tanta coisa, eu tomei minha decisão, eu me tornei uma vampira. Eu precisei literalmente morrer e voltar para perceber que eu escolhi totalmente errado. Continuo caída no chão, encostada na parede sem que eu consiga reunir forças para me levantar.
Deixo as lágrimas rolarem por minha face. Tento me encolher o máximo que posso, achando que dessa forma posso deixar a dor ficar mais suportável, mas não consigo, a dor só piora. Por um instante, penso que tudo que eu preciso é me levantar e andar alguns metros até o quarto de Damon e ele estará lá. Eu poderei conversar com ele e falar que é ele quem eu quero, quem eu sempre quis. E que sempre foi ele, que eu o escolhi desde sempre. Só que isso não é possível, ele sumiu da cidade, mudou o número de telefone e eu não sei o que fazer, estou completamente perdida.
NandaSalvatore- Mensagens : 81
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Re: Breathe Again
nossa, amei demais
sofiee..- Mensagens : 133
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Re: Breathe Again
Nanda, posso dizer que adorei!!
Não so o contexto, como a forma especiamente doce dos flashbacks,
toda a contrução da mente da Elena ta sublime, o seu texto é sempre muito rico e desenvolvido!!
adoro a forma como vc entrou na personagem dela, e achei perfeito o facto de estar escrito na primeira pessoa, isso faz o leitor acompanhar a historia de dentro pra fora sabe?!
pelo menos comigo acontece assim!!
enfim...
vc tem uma leitora garantida pra essa fic, eu nao li muitas suas, mas das que eu li, essa é a primeira que me cativou totalmnte, pk gosto de tudo nela!!
:DD
Não so o contexto, como a forma especiamente doce dos flashbacks,
toda a contrução da mente da Elena ta sublime, o seu texto é sempre muito rico e desenvolvido!!
adoro a forma como vc entrou na personagem dela, e achei perfeito o facto de estar escrito na primeira pessoa, isso faz o leitor acompanhar a historia de dentro pra fora sabe?!
pelo menos comigo acontece assim!!
enfim...
vc tem uma leitora garantida pra essa fic, eu nao li muitas suas, mas das que eu li, essa é a primeira que me cativou totalmnte, pk gosto de tudo nela!!
:DD
Jenn :D- Mensagens : 1570
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Re: Breathe Again
Obrigado *>*
Vou postar o proximo agora.
Vou postar o proximo agora.
NandaSalvatore- Mensagens : 81
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Re: Breathe Again
Já não aguentava mais chorar, por mais que ainda doesse e eu quisesse continuar daquele jeito, encolhida num canto, deixando as lágrimas rolarem por minha face, até que eu desmaiasse ali, eu não podia mais fazer isso. A verdade é que não iria adiantar nada. Chorar não iria mudar as coias, não faria com que Damon aparecesse na minha frente.
Eu precisava achá-lo, embora eu ainda não soubesse exatamente como, eu iria encontrá-lo. Levantei-me e fui na direção do armário, precisava pegar alguma roupa para sair. E foi isso mesmo que fiz, peguei a primeira roupa que encontrei em minha frente, não estava no clima para escolher nada, para me arrumar.
Ainda estava triste o suficiente para não conseguir perder tempo com isso. Por outro lado, existia uma parte de mim que parecia tão bem, tão tranquila, como se essa parte não sentisse absolutamente nada, como se qualquer sentimento não existisse. Essa deve ser a parte que todos os vampiros falam, o “botão de desligar”.
Por um instante, dei vazão a esse lado e era como se tudo ficasse bem, como se eu não precisasse mais me preocupar com nada e pudesse simplesmente sair e ser feliz como se todos os meus problemas, medos, sofrimentos nunca tivessem existido. Iria voltar para o armário, escolher a roupa mais bonita que tinha e sair para curtir, mas algo me freou, não sei bem o que foi, mas algo me puxou para a realidade.
Cada sentimento, cada dor, cada alegria, cada lembrança voltaram a me atingir da mesma forma. Senti um turbilhão de emoções invadirem meu corpo numa velocidade altíssima e eu não tinha nenhum controle sobre isso. Como poderia ter? Eu sou uma vampira recém criada, tudo em mim está fora de controle, instável. Vesti as roupas de qualquer jeito, sentia-me totalmente sufocada naquele quarto.
Simplesmente precisava sair. Precisava fazer alguma coisa, sentia-me ansiosa, nervosa, aflita. Precisava falar com alguém. Na verdade, precisava falar com Damon, ele é exatamente o que eu quero. Eu o amo muito mais do que eu poderia prever. Nunca imaginei que eu pudesse amar alguém assim e isso não é simplesmente porque minhas emoções estão ampliadas, mesmo se eu fosse humana, meu amor por ele seria intenso da mesma forma.
Ele me cativou no primeiro momento que eu o vi, tudo que vivi com ele foi mágico, profundo. Nunca havia me sentido tão viva. Damon tem algo que me encanta, que me contagia, algo que não posso descrever, apenas sentir. Eu o amo, amo muito. Suspirei profundamente, precisava recuperar meu ânimo.
Se eu queria ficar com ele mesmo precisa fazer algo, porque ficar no quarto tentando ligar para um número que não existem mais não vai resolver. Decidi ir até a casa de Caroline, talvez, ela pudesse me ajudar. Sim, eu estava completamente decidida a contar para ela, não iria mais esconder meus sentimentos. Ela é minha amiga, então, qual o problema em contar o que eu sinto?
Eu já não consigo evitar ou lutar contra, na verdade, lutar contra os sentimentos que eu tenho por ele seria inútil e algo mudou dentro de mim, a transformação mexeu comigo, as lembranças se entranharam em minha alma, tatuaram-se sob minha pele e o amor que sempre senti desabrochou, não pode mais ficar guardado numa parte inacessível de minha alma. Quando estava pronta para sair, ouço a barulho da porta de meu quarto sendo aberta.
Era Stefan. Suspirei profundamente, por um instante, senti-me impaciente e extremamente irritante por vê-lo. Eu vinha o evitando a alguns dias já, porque quando eu estou com ele é como se algo estivesse faltando. Eu não me sinto mais da mesma forma, eu não sou mais a mesma.
E eu estou tão ansiosa para sair, para tomar uma atitude que é como se ele apenas estivesse me atrasando. Ainda assim, consegui me conter, manter-me calma. Stefan aproximou-se de mim com aquele mesmo olhar carinho de sempre, mas eu não senti nada. Eu não sinto mais nada quando olho para ele. Eu gosto dele, eu o amo, mas amo de uma forma diferente, amo como um irmão.
–Você está bem, Elena? – Perguntou-me carinhosamente.
–Sim, eu estou. – Menti, não iria contar todo meu drama e toda a ansiedade que tinha para poder sair quase denunciava a minha impaciência.
–Tem certeza? – Ele insistiu. – Aconteceu alguma coisa? – Perguntou enquanto olhava para os restos do celular que eu havia quebrado mais cedo.
–Tá tudo bem. – Continuei mentindo.Não iria ajudar em nada se eu contasse tudo. Eu iria contar só não precisava ser naquele momento. –Eu quebrei meu celular. – Falei antes que ele pudesse perguntar. –Não estava funcionando direito, eu me irritei e joguei na parede. –Bem, isso era quase a verdade, a diferença que era o aparelho havia sido quebrado por mim por estar tão frustrada depois de tentar falar tantas vezes com Damon e não conseguir.
–Ah, Elena. –Stefan falou preocupado.–Você está assim por causa da transformação, com o tempo você vai conseguir conter seus sentimentos. Isso é normal. – Falou como se tentasse me tranquilizar. Ele é um bomirmão, eu pensei, era assim que eu o via, como um irmão, um amigo.
–Eu sei. –Abri um sorriso. – Eu vou ficar bem. – Falei como se tentasse me livrar dele e ir embora de uma vez. Se ele continuasse falando, talvez, não conseguisse me controlar.
–Elena, você deve estar com sede. – Falou mostrando-me um tipo de copo com sangue. Torci o nariz ao sentir o cheiro. Era sangue animal. Sim, Stefan havia me colocado na mesma dieta dele, afinal, ele havia voltado novamente para o sangue animal.
–Eu não quero isso. –Falei irritada, não conseguia nem sentir o cheiro. Era horrível o gosto ainda pior. –Eu não vou beber e você não vai me obrigar.-Gritei. –Não tente me ensinar o que você nunca aprendeu. Se você é um descontrolado a culpa não é minha. –Continuei. – Se o Damon estivesse aqui, ele não estaria me fazendo beber essa coisa nojenta. – Se Damon estivesse aqui, seria tudo totalmente diferente. Eu estaria feliz, pensei.
–É melhor para você, amorzinho, para conseguir se controlar. – Falou com tanta doçura que eu acabei me sentindo culpada por estar gritando com ele. Stefan era uma pessoa maravilhosa, ele só não era o certo para mim.–É o único jeito que dá certo para mim, o único que eu posso te ensinar, eu sinto muito por isso...
–É que eu...-Eu iria me desculpar, mas não foi preciso.
–Tá tudo bem, Elena, suas emoções estão ampliadas...É só isso. – Bem, não era apenas isso. Tudo em mim estava diferente, tudo o que eu pensava, tudo o que eu sentia.
Stefan me abraçou e eu correspondi o abraço, mas não foi como das outras vezes, eu não senti nada. Ele me amava, eu podia sentir, mas eu já não o amava. Talvez nunca tenha o amado, não como homem, mas, sim, como amigo.O amor dele, o amor que eu tive por ele era um amor muito fácil, não faz com que meu coração se acelere, não faz com que eu sinta uma chama intensa e apaixonada queime em meu corpo, em minhas veias como se fosse tudo que eu quisesse.
Na verdade, esse amor intenso e inexplicável é o amor que eu sinto por Damon. Com Stefan é tudo muito certo, muito organizado. Mas isso nunca foi o que eu quis para mim. Com Damon sempre houve algo a mais, uma sensação de que tudo era possível, de liberdade, um amor onde não haja limites, um sentimento que não tem mais fim, que consome minha alma e aquece meu coração.
~Início do Flashback~
Mystic Falls – Dois anos atrás
Eu havia chegado da aula fazia pouco tempo, estava cansada, queria sair com as meninas, mas não podia, estava de castigo por ter chegado atrasada na noite da festa. Minha vida se resumia a ir da escola para casa durante um mês inteiro, nada de festas, nada de sair com as amigas.
Tia Jenna tinha ficado muito brava comigo, eu deveria estar em casa às dus horas da manhã e cheguei depois das quatro, deixando-na aflita, preocupadíssima com o que podia ter me acontecido. Eu tivera apenas a melhor noite da minha vida, passando a madrugada inteira conversando com Damon e ele era tão misterioso, tão cativante, tão incrível.
E provavelmente, eu não iria vê-lo novamente, ele se recusara a me dar seu número de telefone, apesar de ter pego o meu. Eu duvidava que ele fosse me ligar, já havia passado uma semana e eu já tinha cansado de esperar meu telefone tocar e ser ele. Tentei afastar os meus pensamentos dele.
Eu precisava me distrair, e bem, distraçã, para mim, seria fazer a lição de casa e estudar. Tinha prova de história no dia seguinte. Abri o livro e tentei ler, mas não conseguia me concentrar, não conseguia manter o foco. Fiquei daquela forma um bom tempo, lendo e relendo as mesmas páginas, mas não conseguia absorver o conteúdo. Tudo mudou quando meu celular tocou, era um número que não reconheci. Quando eu atendi o telefone reconheci aquela voz rouca e sedutora no mesmo instante. Nem pude acreditar que era verdade.
–Pensei que você nunca iria me ligar. – Falei sinceramente e era possível notar a animação em meu tom de voz. Passara os últimos dias suspirando para que ele me ligasse. Não conseguia entender muito bem como me sentia quando estava perto dele, quando escutava sua voz, eu só sabia que era algo muito intenso, algo que eu não podia definir.
–Mas eu liguei. – Falou em seu típico tom irônico e eu já podia imaginar o sorriso irresístivel se desenhando nos lábios dele, o brilho dos olhos azuis. Controlei-me para que ele não me ouvisse suspirar. –Eu liguei para te convidar para sair.
Meu coração acelerou-se freneticamente quando ouvi as palavras dele. Ele queria me convidar para sair, isso era tudo que eu estava esperando. –Quando você quer sair? – Perguntei mais ansiosa do que deveria, mas não consegui disfarçar a animação que tomou conta de todo meu corpo.
–Nós podemos sair hoje. – Falou no mesmo tom cínico e sua voz era tão melodiosa. Damon era incrivelmente sedutor e havia algo além. Ele era gentil, divertido, mesmo quando tentava ser apenas distante e irônico. Ele havia me cativado desde o início. –Na verdade, eu estou na porta da sua casa. Que tal agora?
–Agora? – Eu perguntei surpresa. Eu queria sair com ele, lógico, só não imaginava que seria naquele instante. E eu tinha mais um problema, tia Jenna tinha me colocado de castigo e nunca que ela me deixaria sair e para piorar ela estava em casa.
–Sim, agora. – Ele respondeu, o mesmo tom sarcástico. –Mas já que você não pode ir...-Seu tom mudou um pouco, além do sarcasmo, pude sentir uma certa provocação, um desafio. Eu sorri, como se gostasse daquilo, como se tivesse aceito o tal desafio.
–Eu posso, lógico que posso. –Interrompi antes que ele pudesse continuar. –Você pode me dar uma hora para eu me arrumar? –E arrumar um jeito de fugir de casa, pensei.
–Tudo bem. – Ele concordou.
Bem, eu não era do tipo que fugia de casa ou que deixava de cumprir as regras, mas algo nele me fazia achar que valia a pena o risco. Cada vez que eu o encontrava, sentia-me tão envolvida, mais e mais envolvida. Estar com ele não era como estar com outros garotos, algo previsível, que com o tempo se tornava entediante.
Damon era incrivelmente imprevisível, ele sempre me surpreendia. E agora eu já estava fazendo coisas que para mim seriam loucuras, chegar em casa depois do horário combinado, fugir. Eu gostava da sensação de perigo, da aventura e principalmente da forma como me sentia perto dele, como cada molécula de meu corpo se agitava involuntariamente, meu coraçã se acelerava e meus músculos imploravam para que eu me aproximasse mais. Considerei-me louca, depois, concluí que, talvez, apenas talvez, estivesse me apaixonando e aquele sentimento consumia cada parte do meu ser, fazia com que eu me sentisse diferente, como se fosse tudo que queria.
Damon tinha me convidado para sair! Eu ainda não acreditava nisso, ficava repetindo a frase mil vezes para mim mesma. Eu estava radiante! Eu precisava escolher um roupa, só que ainda não sabia muito bem qual, só sabia que eu queria estar linda quando o encontrasse.
Depois de ficar durante um bom tempo olhando para o armário, decidi usar um vestinho curtinho vermelho, que apesar não ser muito justo realçava as minhas curvas. Passei rímel, lápis preto, batom rosinha, um pouco de blush e uma sombra clarinha. Calcei uma sandália de salto plataforma e eu estava pronta. Ou, quase pronta.
Eu ainda precisava dar um jeito de fugir de casa. Abri cuidadosamente a porta de meu quarto e caminhei o mais devagar que pude para não fazer barulho. Droga,pensei. Tia Jenna estava assistindo TV na sala, era impossível sair. Voltei para o quarto. A essa altura meu coração já estava acelerado assim como minha respiração.
Olhei para a janela e bem ali, do lado de fora, havia uma árvore. Bem, dava para eu me apoiar nela facilmente. Sentei-me na janela, coloquei um dos pés na árvore, segurei-me com uma das mão e depois coloquei o outro pé no mesmo galho. Eu já estava me xingando por estar de vestido, o que tornava tudo mais difícil e embaraçosso se alguém visse.
Esperei que não houvesse ninguém na rua para ver e fiquei torcendo para que a tia Jenna não escutasse o barulho e viesse ver o que estava acontecendo e acabasse me vendo correndo pela rua. Enquanto eu ia até o carro dele, eu ia tentando me ajeitar, arrumar os cabelos, o vestido para que ele não percebesse que eu tinha fugido pela janela, aliás, ele não tinha visto isso, não é? Eu espero que não.
Abri a porta do carro e não pude evitar de sorrir quando eu o vi sorrindo para mim. Damon estava tão lindo, estava usando roupas pretas como sempre, mas eu conclui que preto combinava com ele, combina com aqueles olhos incrivelmente azuis como o mar que me olhavam de forma sedutora.
–Oi. -Falei, finalmente quebrando o silêncio.
–Oi, tudo bem? - Damon perguntou enquanto me analisava sem nenhuma discriçao e eu senti a pele de meu rosto queimar ao ver o sorrisinho malicioso nos lábios dele.
–Tudo sim e você? -Respondi tentando não encará-lo.
–Você parece cansada. -Ele observou.
Bem, minha respiração ainda estava acelerada e meu coração batia vergonhosamente alto não só pelo esforço que fiz ao pular a janela, mas também porque meu coração sempre acelerava quando eu o via.
–Ah, é impressão sua...-Eu respondi fugindo do assunto não ia crer falar que eu tinha fugido de casa nem que eu gostava dele. Ou melhor, eu nem gosto dele, falei para mim mesma.
–Quando você for fugir pela janela, me avise, assim eu paro mais perto e você não vai ter que ficar correndo...-Damon falou-me num tom cínico, pude ver o sorriso se delinear ironicamente em seu rosto.
Rolei meus olhos, tentando fingir que o que ele dizia não era nada demais, era apenas algo idiota que não me perturbava nenhum pouco. Mas a verdade é que eu estava morta de vergonha e estava estampado em meu rosto. Senti minhas bochechas esquentarem, queimando de constrangimento, já imaginava o quanto eu deveria estar vermelha.
–Eu só estou fugindo de casa por sua causa. – Eu arrisquei responder alguma coisa. – O Sr. é uma péssima influência. –Provoquei-no.
–Eu sou sim...-Ele sussurrou, em seio rosto o sorriso voltou a se alargar. Senti meu corpo estremecer ao vê-lo sorrindo daquela forma! Meu deus, ele é lindo!, eu pensei!- E você gosta..
–Talvez, eu goste...-Respondi tentando soar sedutora e abri um sorriso.
–Você não deveria subir em árvores de vestido...-Ele fez uma pausa.-A propósito adorei a sua calcinha rosa....
Não acredito!!! Ele tinha visto, ele tinha visto a minha calcinha! Isso é tão vergonhoso...
Se eu o estava achando lindo, naquele instante eu quis xingá-lo, bater nele, matá-lo. Ele estava me zuando! Que ódio! Ou melhor, que vergonha! Por que ele tinha que fazer isso? Por que ele sempre tinha que me deixar constrangida! Se eu já estava com vergonha antes, imagine agora! Eu queria achar um buraco para me enfiar e nunca mais sair de lá, eu queria morrer, ainda mais quando eu me toquei sobre a calcinha rosa rídicula de criança que eu estava usando! Ai que vergonha!
Mudei minha expressão, estava com raiva. Bem, eu não estava com raiva de verdade. Eu estava mais constrangida do que com raiva. A verdade é que eu não conseguia ficar brava de verdade com ele, ainda mais quando eu o olhava e via aquele sorriso tão lindo. Havia algo nele que era magnetizante, era algo que me atraía que e eu não conseguia entender direito.
Tudo bem, ele era irritante, mas eu sabia que ele era genti também, ele havia me segurado quando eu ia cair, ele havia dançado comigo quando eu estava sozinha e mais importante do que isso, ele me fazia rir e me sentir bem quando ninguém mais conseguia. Ainda assim, eu estava um pouco aborrecida e passei a ignorá-lo. Eu simplesmente não respondia quando ele falava comigo e Damon parecia estar se divertindo com isso. Depois de estarmos rodando de carro a um bom tempo e eu não aguentava mais.
–Para onde nós estamos indo? –Perguntei irritada.
–Decidiu voltar a falar comigo? –Damon perguntou-me como se estivesse se divertindo.
–Eu só quero saber para onde a gente está indo. –Insisti.
–Eu não sei. –Ele me respondeu com um sorriso descarado estampado em sua face. –Você parou de falar comigo e não me disse para onde queria ir. –Damon largou o volante e deu de ombros. – Então, eu só estou dirigindo. –Olhou-me e abriu um sorriso lindo e sedutor. –Ainda tem meio tanque de gasolina, podemos continuar dirigindo sem rumo e ver até onde chegamos...
Sem perceber, eu abri um sorriso. Bem, eu não duvidava que ele simplesmente continuasse dirigindo como havia me falado. Damon era tão imprevissível e eu gostava disso. Surpreendi-me ao perceber que a idéia de simplesmente dirigir para qualquer lugar. Era a idéia de liberdade e aventura que me fez gostar e, talvez, fosse por isso que eu gostava tanto da companhia dele, porque parecia que não haviam limites e nem algo estabelecido. Eu ficava completamente livre e feliz e era exatamente isso que eu queria e precisava.
–Do que você está rindo? – Damon me perguntou.
–Ah...de nada demais. – Respondi.
–Voce gostou, né? – Perguntou. – Da idéia de dirigir e ver até onde dá para ir...-Fez uma pausa e fitou-me diretamente em meus olhos e eu quase perdi o ar ao encarar os olhos tão azuis dele.
–Eu acho que sim...-Respondi sem jeito.
–Dá para perceber que você é uma menina que não gosta de rotina, nem de uma vida tão tranquila, só que não consegue achar ninguém que te mostre o lado divertido da vida...-Damon sorriu.
Como ele podia me conhecer tão bem? Era isso mesmo, eu queria me divertir e ser feliz. Eu já não era tão feliz mesmo antes de perder meus pais. Eu não era feliz com Matt porque ele era muito óbvio, era tudo muito certinho e não era isso que eu queria. E também não é o que eu quero agora. Eu nunca vou ser feliz com alguém que seja assim. Na verdade, eu seria feliz com alguém como Damon. Repreendi-me mentalmente. Você não deve ficar pensando nele assim, Elena! Ele não é do tipo que quer alguém como você, Elena!, falei para mim mesma. Que idéia a minha! Eu mal o conhecia, na verdade, eu não sabia nada dele.
–Você é tão misterioso...-Sussurrei enquanto o analisava cuidadosamente. Ele era mais do que apenas lindo, ele era divertido, encantador, gentil. Bem, ele era gentil quando queria ser, mas ainda assim, era e eu gostava do jeito dele.
–Isso faz parte do meu charme, Elena. – Damon respondeu e arqueou uma das sombrancelhas, em seguida olhando-me de uma forma que considerei incrivelmente atraente.
–Sério... – Continuei. – Você nunca fala de si mesmo...
–Você que nunca me perguntou nada. – Ele respondeu e olhou-me de forma irônica. – Você só fica aí suspirando por mim enquanto olha as estrelas... – Enfatizou as últimas palavras, como se estivesse fazendo graça por eu ter falado das estrelas mais cedo.
Ignorei o que ele havia dito por último, se eu respondesse, ele iria falar algo que me deixaria completamente envergonhada. – Se eu perguntasse você não ia me responder mesmo...-Completei.
–Depende...-Damon permaneceu sorrindo. –Talvez, eu responda. – Ele fez uma pausa. –Ou, talvez, não. – Arqueou novamente a sombrancelha e me olhou da mesma forma sedutora e desafiadora. – Mas você pode tentar se quiser.
–Seu nome é mesmo Damon? –Tentei soar séria, mas acabei rindo mais do que deveria. Não achava que ele estivesse mentindo o próprio nome.
–É sim. –Damon rolou os olhos. –Você perdeu a chance de fazer uma pergunta melhor. –Falou ironicamente. –Agora é minha vez de te perguntar.
–Não, não, não! –Eu retruquei.-Nós não falamos nada sobre você me fazer perguntas, só eu posso perguntar.
–Injusto isso, Elena...-Fez uma carinha de magoado.
–Eu não sabia que isso te magoava. –Respondi num tom de brincadeira.
–Lógico que magoa. –Ele insistiu, mas, depois, acabou sorrindo, divertindo-se com aquilo.
Iria fazer outra pergunta, mas me calei por um tempo. Consideirei se deveria mesmo perguntar o que eu queria perguntar.
–Posso te fazer uma pergunta pessoal? –Perguntei. Baixei o olhar meio envergonhada.
–Pode.
–Você tem namorada? –A pela de meu rosto queimou intensamente, olhei para o lado para que ele não visse que eu estava vermelha de novo.
–Mais ou menos. –Damon respondeu-me e pareceu sincero. A resposta dele me deixou intrigada.
–Como assim, mais ou menos?
–É uma longa história...-Respondeu evasivamente.
–Qual o nome dela?
–Katherine... –Damon respondeu e eu senti uma pontada de ciúmes. Já não gostava dela.
–Por que você está aqui comigo ao invés de estar com ela? –Era uma pergunta que fazia sentido e bem, do jeito que eu já estava gostando dele, esperava que ele preferisse estar comigo.
–Isso também é complicado. – Respondeu. –Mas eu estou aqui, agora, com você, porque eu gosto da sua companhia. –Completou e olhou-me diretamente nos olhos. Adorava cada vez que me olhava daquela forma, era um olhar intenso. Ás vezes, eu achava que ele também gostava de mim. Talvez, ele gostasse, ele havia dito isso.
Meu coração acelerou-se no mesmo instante. Ele gostava da minha companhia, afinal. Senti todo meu corpo pulsar por ele de uma forma que não podia descrever, eu só sabia que a cada instante gostava ainda mais dele.
–E você gosta de mim? –As palavras saíram de minha boca antes que eu pudesse pensar ou contê-las.
–Isso é segredo. –Ele arqueou uma das sombrancelhas e depois me deu um olhar provocador, sedutor. Ele não era do tipo que parecia falar sobre sentimentos mesmo, mas eu sentia que ele podia gostar de mim, eu sentia pela forma como ele me olhava.–A gasolina está quase no final...-Falou, já mudando de assunto. –Acho que nós vamos ter que parar em algum bar de beira de estrada mesmo...
–Por mim, tudo bem. – Concordei. Eu não ligava para o lugar que fossemos, eu só queria a companhia dele. Eu já estava ficando dependente da presença dele e isso era tão bom quanto ruim. Bom, porque ele me fazia bem. Era o único que fazia com que todos os problemas que eu tinha desaparecesse e ruim, porque eu não tinha nenhuma garantia que aquilo fosse dar certo.
Ele parou no primeiro posto de gasolina que apareceu no caminho. Não abastecemos de primeiro, fomos para o bar que havia lá. Sentamos em uma mesa no fundo e pedimos cerveja. Bem, eu não sou do tipo que bebe, mas eu queria me divertir, apenas isso. Ficamos durante um bom tempo apenas conversando. Ele era um companhia incrível, era sem dúvidas alguma a pessoa com quem eu mais gostava de ficar.
–Você não tem que voltar para casa? –Perguntou-me curioso. A verdade é que eu não fazia questão alguma de voltar, sentia-me tão bem como ele. Por mim não voltaria mais, ficaria ali para sempre.
–Eu já fugi do castigo mesmo, então...
–Você estava de castigo? –Ele pareceu surpreso.
–Sim, por causa da noite no baile, eu perdi o horário de voltar para casa,então... –Fiz uma pausa. –Mas eu não me importo com isso de horário mais, eu gosto de ficar com você. –Eu estava apaixonada, mas eu não precisava falar isso.
Passamos não só a tarde, mas, também, a noite conversando. Eu me diverti tanto, fazia tanto tempo que eu não me divertia desse jeito. Aliás, nem antes da morte de meus pais, eu havia me divertido tanto.
Já deveriam ser umas nove horas quando ele me deixou em casa. Bem, ele me ajudou a subir pela janela, para que, quem sabe se a tia Jenna não tivesse notado a minha ausência. Mas o que mais importou foi o que ele me disse antes de ir embora.
–Ah, Elena...-Chamou-me. –Quanto aquela pergunta, eu gosto de você, você é uma garota incrível.
~Final do Flashback~
Eu precisava achá-lo, embora eu ainda não soubesse exatamente como, eu iria encontrá-lo. Levantei-me e fui na direção do armário, precisava pegar alguma roupa para sair. E foi isso mesmo que fiz, peguei a primeira roupa que encontrei em minha frente, não estava no clima para escolher nada, para me arrumar.
Ainda estava triste o suficiente para não conseguir perder tempo com isso. Por outro lado, existia uma parte de mim que parecia tão bem, tão tranquila, como se essa parte não sentisse absolutamente nada, como se qualquer sentimento não existisse. Essa deve ser a parte que todos os vampiros falam, o “botão de desligar”.
Por um instante, dei vazão a esse lado e era como se tudo ficasse bem, como se eu não precisasse mais me preocupar com nada e pudesse simplesmente sair e ser feliz como se todos os meus problemas, medos, sofrimentos nunca tivessem existido. Iria voltar para o armário, escolher a roupa mais bonita que tinha e sair para curtir, mas algo me freou, não sei bem o que foi, mas algo me puxou para a realidade.
Cada sentimento, cada dor, cada alegria, cada lembrança voltaram a me atingir da mesma forma. Senti um turbilhão de emoções invadirem meu corpo numa velocidade altíssima e eu não tinha nenhum controle sobre isso. Como poderia ter? Eu sou uma vampira recém criada, tudo em mim está fora de controle, instável. Vesti as roupas de qualquer jeito, sentia-me totalmente sufocada naquele quarto.
Simplesmente precisava sair. Precisava fazer alguma coisa, sentia-me ansiosa, nervosa, aflita. Precisava falar com alguém. Na verdade, precisava falar com Damon, ele é exatamente o que eu quero. Eu o amo muito mais do que eu poderia prever. Nunca imaginei que eu pudesse amar alguém assim e isso não é simplesmente porque minhas emoções estão ampliadas, mesmo se eu fosse humana, meu amor por ele seria intenso da mesma forma.
Ele me cativou no primeiro momento que eu o vi, tudo que vivi com ele foi mágico, profundo. Nunca havia me sentido tão viva. Damon tem algo que me encanta, que me contagia, algo que não posso descrever, apenas sentir. Eu o amo, amo muito. Suspirei profundamente, precisava recuperar meu ânimo.
Se eu queria ficar com ele mesmo precisa fazer algo, porque ficar no quarto tentando ligar para um número que não existem mais não vai resolver. Decidi ir até a casa de Caroline, talvez, ela pudesse me ajudar. Sim, eu estava completamente decidida a contar para ela, não iria mais esconder meus sentimentos. Ela é minha amiga, então, qual o problema em contar o que eu sinto?
Eu já não consigo evitar ou lutar contra, na verdade, lutar contra os sentimentos que eu tenho por ele seria inútil e algo mudou dentro de mim, a transformação mexeu comigo, as lembranças se entranharam em minha alma, tatuaram-se sob minha pele e o amor que sempre senti desabrochou, não pode mais ficar guardado numa parte inacessível de minha alma. Quando estava pronta para sair, ouço a barulho da porta de meu quarto sendo aberta.
Era Stefan. Suspirei profundamente, por um instante, senti-me impaciente e extremamente irritante por vê-lo. Eu vinha o evitando a alguns dias já, porque quando eu estou com ele é como se algo estivesse faltando. Eu não me sinto mais da mesma forma, eu não sou mais a mesma.
E eu estou tão ansiosa para sair, para tomar uma atitude que é como se ele apenas estivesse me atrasando. Ainda assim, consegui me conter, manter-me calma. Stefan aproximou-se de mim com aquele mesmo olhar carinho de sempre, mas eu não senti nada. Eu não sinto mais nada quando olho para ele. Eu gosto dele, eu o amo, mas amo de uma forma diferente, amo como um irmão.
–Você está bem, Elena? – Perguntou-me carinhosamente.
–Sim, eu estou. – Menti, não iria contar todo meu drama e toda a ansiedade que tinha para poder sair quase denunciava a minha impaciência.
–Tem certeza? – Ele insistiu. – Aconteceu alguma coisa? – Perguntou enquanto olhava para os restos do celular que eu havia quebrado mais cedo.
–Tá tudo bem. – Continuei mentindo.Não iria ajudar em nada se eu contasse tudo. Eu iria contar só não precisava ser naquele momento. –Eu quebrei meu celular. – Falei antes que ele pudesse perguntar. –Não estava funcionando direito, eu me irritei e joguei na parede. –Bem, isso era quase a verdade, a diferença que era o aparelho havia sido quebrado por mim por estar tão frustrada depois de tentar falar tantas vezes com Damon e não conseguir.
–Ah, Elena. –Stefan falou preocupado.–Você está assim por causa da transformação, com o tempo você vai conseguir conter seus sentimentos. Isso é normal. – Falou como se tentasse me tranquilizar. Ele é um bomirmão, eu pensei, era assim que eu o via, como um irmão, um amigo.
–Eu sei. –Abri um sorriso. – Eu vou ficar bem. – Falei como se tentasse me livrar dele e ir embora de uma vez. Se ele continuasse falando, talvez, não conseguisse me controlar.
–Elena, você deve estar com sede. – Falou mostrando-me um tipo de copo com sangue. Torci o nariz ao sentir o cheiro. Era sangue animal. Sim, Stefan havia me colocado na mesma dieta dele, afinal, ele havia voltado novamente para o sangue animal.
–Eu não quero isso. –Falei irritada, não conseguia nem sentir o cheiro. Era horrível o gosto ainda pior. –Eu não vou beber e você não vai me obrigar.-Gritei. –Não tente me ensinar o que você nunca aprendeu. Se você é um descontrolado a culpa não é minha. –Continuei. – Se o Damon estivesse aqui, ele não estaria me fazendo beber essa coisa nojenta. – Se Damon estivesse aqui, seria tudo totalmente diferente. Eu estaria feliz, pensei.
–É melhor para você, amorzinho, para conseguir se controlar. – Falou com tanta doçura que eu acabei me sentindo culpada por estar gritando com ele. Stefan era uma pessoa maravilhosa, ele só não era o certo para mim.–É o único jeito que dá certo para mim, o único que eu posso te ensinar, eu sinto muito por isso...
–É que eu...-Eu iria me desculpar, mas não foi preciso.
–Tá tudo bem, Elena, suas emoções estão ampliadas...É só isso. – Bem, não era apenas isso. Tudo em mim estava diferente, tudo o que eu pensava, tudo o que eu sentia.
Stefan me abraçou e eu correspondi o abraço, mas não foi como das outras vezes, eu não senti nada. Ele me amava, eu podia sentir, mas eu já não o amava. Talvez nunca tenha o amado, não como homem, mas, sim, como amigo.O amor dele, o amor que eu tive por ele era um amor muito fácil, não faz com que meu coração se acelere, não faz com que eu sinta uma chama intensa e apaixonada queime em meu corpo, em minhas veias como se fosse tudo que eu quisesse.
Na verdade, esse amor intenso e inexplicável é o amor que eu sinto por Damon. Com Stefan é tudo muito certo, muito organizado. Mas isso nunca foi o que eu quis para mim. Com Damon sempre houve algo a mais, uma sensação de que tudo era possível, de liberdade, um amor onde não haja limites, um sentimento que não tem mais fim, que consome minha alma e aquece meu coração.
~Início do Flashback~
Mystic Falls – Dois anos atrás
Eu havia chegado da aula fazia pouco tempo, estava cansada, queria sair com as meninas, mas não podia, estava de castigo por ter chegado atrasada na noite da festa. Minha vida se resumia a ir da escola para casa durante um mês inteiro, nada de festas, nada de sair com as amigas.
Tia Jenna tinha ficado muito brava comigo, eu deveria estar em casa às dus horas da manhã e cheguei depois das quatro, deixando-na aflita, preocupadíssima com o que podia ter me acontecido. Eu tivera apenas a melhor noite da minha vida, passando a madrugada inteira conversando com Damon e ele era tão misterioso, tão cativante, tão incrível.
E provavelmente, eu não iria vê-lo novamente, ele se recusara a me dar seu número de telefone, apesar de ter pego o meu. Eu duvidava que ele fosse me ligar, já havia passado uma semana e eu já tinha cansado de esperar meu telefone tocar e ser ele. Tentei afastar os meus pensamentos dele.
Eu precisava me distrair, e bem, distraçã, para mim, seria fazer a lição de casa e estudar. Tinha prova de história no dia seguinte. Abri o livro e tentei ler, mas não conseguia me concentrar, não conseguia manter o foco. Fiquei daquela forma um bom tempo, lendo e relendo as mesmas páginas, mas não conseguia absorver o conteúdo. Tudo mudou quando meu celular tocou, era um número que não reconheci. Quando eu atendi o telefone reconheci aquela voz rouca e sedutora no mesmo instante. Nem pude acreditar que era verdade.
–Pensei que você nunca iria me ligar. – Falei sinceramente e era possível notar a animação em meu tom de voz. Passara os últimos dias suspirando para que ele me ligasse. Não conseguia entender muito bem como me sentia quando estava perto dele, quando escutava sua voz, eu só sabia que era algo muito intenso, algo que eu não podia definir.
–Mas eu liguei. – Falou em seu típico tom irônico e eu já podia imaginar o sorriso irresístivel se desenhando nos lábios dele, o brilho dos olhos azuis. Controlei-me para que ele não me ouvisse suspirar. –Eu liguei para te convidar para sair.
Meu coração acelerou-se freneticamente quando ouvi as palavras dele. Ele queria me convidar para sair, isso era tudo que eu estava esperando. –Quando você quer sair? – Perguntei mais ansiosa do que deveria, mas não consegui disfarçar a animação que tomou conta de todo meu corpo.
–Nós podemos sair hoje. – Falou no mesmo tom cínico e sua voz era tão melodiosa. Damon era incrivelmente sedutor e havia algo além. Ele era gentil, divertido, mesmo quando tentava ser apenas distante e irônico. Ele havia me cativado desde o início. –Na verdade, eu estou na porta da sua casa. Que tal agora?
–Agora? – Eu perguntei surpresa. Eu queria sair com ele, lógico, só não imaginava que seria naquele instante. E eu tinha mais um problema, tia Jenna tinha me colocado de castigo e nunca que ela me deixaria sair e para piorar ela estava em casa.
–Sim, agora. – Ele respondeu, o mesmo tom sarcástico. –Mas já que você não pode ir...-Seu tom mudou um pouco, além do sarcasmo, pude sentir uma certa provocação, um desafio. Eu sorri, como se gostasse daquilo, como se tivesse aceito o tal desafio.
–Eu posso, lógico que posso. –Interrompi antes que ele pudesse continuar. –Você pode me dar uma hora para eu me arrumar? –E arrumar um jeito de fugir de casa, pensei.
–Tudo bem. – Ele concordou.
Bem, eu não era do tipo que fugia de casa ou que deixava de cumprir as regras, mas algo nele me fazia achar que valia a pena o risco. Cada vez que eu o encontrava, sentia-me tão envolvida, mais e mais envolvida. Estar com ele não era como estar com outros garotos, algo previsível, que com o tempo se tornava entediante.
Damon era incrivelmente imprevisível, ele sempre me surpreendia. E agora eu já estava fazendo coisas que para mim seriam loucuras, chegar em casa depois do horário combinado, fugir. Eu gostava da sensação de perigo, da aventura e principalmente da forma como me sentia perto dele, como cada molécula de meu corpo se agitava involuntariamente, meu coraçã se acelerava e meus músculos imploravam para que eu me aproximasse mais. Considerei-me louca, depois, concluí que, talvez, apenas talvez, estivesse me apaixonando e aquele sentimento consumia cada parte do meu ser, fazia com que eu me sentisse diferente, como se fosse tudo que queria.
Damon tinha me convidado para sair! Eu ainda não acreditava nisso, ficava repetindo a frase mil vezes para mim mesma. Eu estava radiante! Eu precisava escolher um roupa, só que ainda não sabia muito bem qual, só sabia que eu queria estar linda quando o encontrasse.
Depois de ficar durante um bom tempo olhando para o armário, decidi usar um vestinho curtinho vermelho, que apesar não ser muito justo realçava as minhas curvas. Passei rímel, lápis preto, batom rosinha, um pouco de blush e uma sombra clarinha. Calcei uma sandália de salto plataforma e eu estava pronta. Ou, quase pronta.
Eu ainda precisava dar um jeito de fugir de casa. Abri cuidadosamente a porta de meu quarto e caminhei o mais devagar que pude para não fazer barulho. Droga,pensei. Tia Jenna estava assistindo TV na sala, era impossível sair. Voltei para o quarto. A essa altura meu coração já estava acelerado assim como minha respiração.
Olhei para a janela e bem ali, do lado de fora, havia uma árvore. Bem, dava para eu me apoiar nela facilmente. Sentei-me na janela, coloquei um dos pés na árvore, segurei-me com uma das mão e depois coloquei o outro pé no mesmo galho. Eu já estava me xingando por estar de vestido, o que tornava tudo mais difícil e embaraçosso se alguém visse.
Esperei que não houvesse ninguém na rua para ver e fiquei torcendo para que a tia Jenna não escutasse o barulho e viesse ver o que estava acontecendo e acabasse me vendo correndo pela rua. Enquanto eu ia até o carro dele, eu ia tentando me ajeitar, arrumar os cabelos, o vestido para que ele não percebesse que eu tinha fugido pela janela, aliás, ele não tinha visto isso, não é? Eu espero que não.
Abri a porta do carro e não pude evitar de sorrir quando eu o vi sorrindo para mim. Damon estava tão lindo, estava usando roupas pretas como sempre, mas eu conclui que preto combinava com ele, combina com aqueles olhos incrivelmente azuis como o mar que me olhavam de forma sedutora.
–Oi. -Falei, finalmente quebrando o silêncio.
–Oi, tudo bem? - Damon perguntou enquanto me analisava sem nenhuma discriçao e eu senti a pele de meu rosto queimar ao ver o sorrisinho malicioso nos lábios dele.
–Tudo sim e você? -Respondi tentando não encará-lo.
–Você parece cansada. -Ele observou.
Bem, minha respiração ainda estava acelerada e meu coração batia vergonhosamente alto não só pelo esforço que fiz ao pular a janela, mas também porque meu coração sempre acelerava quando eu o via.
–Ah, é impressão sua...-Eu respondi fugindo do assunto não ia crer falar que eu tinha fugido de casa nem que eu gostava dele. Ou melhor, eu nem gosto dele, falei para mim mesma.
–Quando você for fugir pela janela, me avise, assim eu paro mais perto e você não vai ter que ficar correndo...-Damon falou-me num tom cínico, pude ver o sorriso se delinear ironicamente em seu rosto.
Rolei meus olhos, tentando fingir que o que ele dizia não era nada demais, era apenas algo idiota que não me perturbava nenhum pouco. Mas a verdade é que eu estava morta de vergonha e estava estampado em meu rosto. Senti minhas bochechas esquentarem, queimando de constrangimento, já imaginava o quanto eu deveria estar vermelha.
–Eu só estou fugindo de casa por sua causa. – Eu arrisquei responder alguma coisa. – O Sr. é uma péssima influência. –Provoquei-no.
–Eu sou sim...-Ele sussurrou, em seio rosto o sorriso voltou a se alargar. Senti meu corpo estremecer ao vê-lo sorrindo daquela forma! Meu deus, ele é lindo!, eu pensei!- E você gosta..
–Talvez, eu goste...-Respondi tentando soar sedutora e abri um sorriso.
–Você não deveria subir em árvores de vestido...-Ele fez uma pausa.-A propósito adorei a sua calcinha rosa....
Não acredito!!! Ele tinha visto, ele tinha visto a minha calcinha! Isso é tão vergonhoso...
Se eu o estava achando lindo, naquele instante eu quis xingá-lo, bater nele, matá-lo. Ele estava me zuando! Que ódio! Ou melhor, que vergonha! Por que ele tinha que fazer isso? Por que ele sempre tinha que me deixar constrangida! Se eu já estava com vergonha antes, imagine agora! Eu queria achar um buraco para me enfiar e nunca mais sair de lá, eu queria morrer, ainda mais quando eu me toquei sobre a calcinha rosa rídicula de criança que eu estava usando! Ai que vergonha!
Mudei minha expressão, estava com raiva. Bem, eu não estava com raiva de verdade. Eu estava mais constrangida do que com raiva. A verdade é que eu não conseguia ficar brava de verdade com ele, ainda mais quando eu o olhava e via aquele sorriso tão lindo. Havia algo nele que era magnetizante, era algo que me atraía que e eu não conseguia entender direito.
Tudo bem, ele era irritante, mas eu sabia que ele era genti também, ele havia me segurado quando eu ia cair, ele havia dançado comigo quando eu estava sozinha e mais importante do que isso, ele me fazia rir e me sentir bem quando ninguém mais conseguia. Ainda assim, eu estava um pouco aborrecida e passei a ignorá-lo. Eu simplesmente não respondia quando ele falava comigo e Damon parecia estar se divertindo com isso. Depois de estarmos rodando de carro a um bom tempo e eu não aguentava mais.
–Para onde nós estamos indo? –Perguntei irritada.
–Decidiu voltar a falar comigo? –Damon perguntou-me como se estivesse se divertindo.
–Eu só quero saber para onde a gente está indo. –Insisti.
–Eu não sei. –Ele me respondeu com um sorriso descarado estampado em sua face. –Você parou de falar comigo e não me disse para onde queria ir. –Damon largou o volante e deu de ombros. – Então, eu só estou dirigindo. –Olhou-me e abriu um sorriso lindo e sedutor. –Ainda tem meio tanque de gasolina, podemos continuar dirigindo sem rumo e ver até onde chegamos...
Sem perceber, eu abri um sorriso. Bem, eu não duvidava que ele simplesmente continuasse dirigindo como havia me falado. Damon era tão imprevissível e eu gostava disso. Surpreendi-me ao perceber que a idéia de simplesmente dirigir para qualquer lugar. Era a idéia de liberdade e aventura que me fez gostar e, talvez, fosse por isso que eu gostava tanto da companhia dele, porque parecia que não haviam limites e nem algo estabelecido. Eu ficava completamente livre e feliz e era exatamente isso que eu queria e precisava.
–Do que você está rindo? – Damon me perguntou.
–Ah...de nada demais. – Respondi.
–Voce gostou, né? – Perguntou. – Da idéia de dirigir e ver até onde dá para ir...-Fez uma pausa e fitou-me diretamente em meus olhos e eu quase perdi o ar ao encarar os olhos tão azuis dele.
–Eu acho que sim...-Respondi sem jeito.
–Dá para perceber que você é uma menina que não gosta de rotina, nem de uma vida tão tranquila, só que não consegue achar ninguém que te mostre o lado divertido da vida...-Damon sorriu.
Como ele podia me conhecer tão bem? Era isso mesmo, eu queria me divertir e ser feliz. Eu já não era tão feliz mesmo antes de perder meus pais. Eu não era feliz com Matt porque ele era muito óbvio, era tudo muito certinho e não era isso que eu queria. E também não é o que eu quero agora. Eu nunca vou ser feliz com alguém que seja assim. Na verdade, eu seria feliz com alguém como Damon. Repreendi-me mentalmente. Você não deve ficar pensando nele assim, Elena! Ele não é do tipo que quer alguém como você, Elena!, falei para mim mesma. Que idéia a minha! Eu mal o conhecia, na verdade, eu não sabia nada dele.
–Você é tão misterioso...-Sussurrei enquanto o analisava cuidadosamente. Ele era mais do que apenas lindo, ele era divertido, encantador, gentil. Bem, ele era gentil quando queria ser, mas ainda assim, era e eu gostava do jeito dele.
–Isso faz parte do meu charme, Elena. – Damon respondeu e arqueou uma das sombrancelhas, em seguida olhando-me de uma forma que considerei incrivelmente atraente.
–Sério... – Continuei. – Você nunca fala de si mesmo...
–Você que nunca me perguntou nada. – Ele respondeu e olhou-me de forma irônica. – Você só fica aí suspirando por mim enquanto olha as estrelas... – Enfatizou as últimas palavras, como se estivesse fazendo graça por eu ter falado das estrelas mais cedo.
Ignorei o que ele havia dito por último, se eu respondesse, ele iria falar algo que me deixaria completamente envergonhada. – Se eu perguntasse você não ia me responder mesmo...-Completei.
–Depende...-Damon permaneceu sorrindo. –Talvez, eu responda. – Ele fez uma pausa. –Ou, talvez, não. – Arqueou novamente a sombrancelha e me olhou da mesma forma sedutora e desafiadora. – Mas você pode tentar se quiser.
–Seu nome é mesmo Damon? –Tentei soar séria, mas acabei rindo mais do que deveria. Não achava que ele estivesse mentindo o próprio nome.
–É sim. –Damon rolou os olhos. –Você perdeu a chance de fazer uma pergunta melhor. –Falou ironicamente. –Agora é minha vez de te perguntar.
–Não, não, não! –Eu retruquei.-Nós não falamos nada sobre você me fazer perguntas, só eu posso perguntar.
–Injusto isso, Elena...-Fez uma carinha de magoado.
–Eu não sabia que isso te magoava. –Respondi num tom de brincadeira.
–Lógico que magoa. –Ele insistiu, mas, depois, acabou sorrindo, divertindo-se com aquilo.
Iria fazer outra pergunta, mas me calei por um tempo. Consideirei se deveria mesmo perguntar o que eu queria perguntar.
–Posso te fazer uma pergunta pessoal? –Perguntei. Baixei o olhar meio envergonhada.
–Pode.
–Você tem namorada? –A pela de meu rosto queimou intensamente, olhei para o lado para que ele não visse que eu estava vermelha de novo.
–Mais ou menos. –Damon respondeu-me e pareceu sincero. A resposta dele me deixou intrigada.
–Como assim, mais ou menos?
–É uma longa história...-Respondeu evasivamente.
–Qual o nome dela?
–Katherine... –Damon respondeu e eu senti uma pontada de ciúmes. Já não gostava dela.
–Por que você está aqui comigo ao invés de estar com ela? –Era uma pergunta que fazia sentido e bem, do jeito que eu já estava gostando dele, esperava que ele preferisse estar comigo.
–Isso também é complicado. – Respondeu. –Mas eu estou aqui, agora, com você, porque eu gosto da sua companhia. –Completou e olhou-me diretamente nos olhos. Adorava cada vez que me olhava daquela forma, era um olhar intenso. Ás vezes, eu achava que ele também gostava de mim. Talvez, ele gostasse, ele havia dito isso.
Meu coração acelerou-se no mesmo instante. Ele gostava da minha companhia, afinal. Senti todo meu corpo pulsar por ele de uma forma que não podia descrever, eu só sabia que a cada instante gostava ainda mais dele.
–E você gosta de mim? –As palavras saíram de minha boca antes que eu pudesse pensar ou contê-las.
–Isso é segredo. –Ele arqueou uma das sombrancelhas e depois me deu um olhar provocador, sedutor. Ele não era do tipo que parecia falar sobre sentimentos mesmo, mas eu sentia que ele podia gostar de mim, eu sentia pela forma como ele me olhava.–A gasolina está quase no final...-Falou, já mudando de assunto. –Acho que nós vamos ter que parar em algum bar de beira de estrada mesmo...
–Por mim, tudo bem. – Concordei. Eu não ligava para o lugar que fossemos, eu só queria a companhia dele. Eu já estava ficando dependente da presença dele e isso era tão bom quanto ruim. Bom, porque ele me fazia bem. Era o único que fazia com que todos os problemas que eu tinha desaparecesse e ruim, porque eu não tinha nenhuma garantia que aquilo fosse dar certo.
Ele parou no primeiro posto de gasolina que apareceu no caminho. Não abastecemos de primeiro, fomos para o bar que havia lá. Sentamos em uma mesa no fundo e pedimos cerveja. Bem, eu não sou do tipo que bebe, mas eu queria me divertir, apenas isso. Ficamos durante um bom tempo apenas conversando. Ele era um companhia incrível, era sem dúvidas alguma a pessoa com quem eu mais gostava de ficar.
–Você não tem que voltar para casa? –Perguntou-me curioso. A verdade é que eu não fazia questão alguma de voltar, sentia-me tão bem como ele. Por mim não voltaria mais, ficaria ali para sempre.
–Eu já fugi do castigo mesmo, então...
–Você estava de castigo? –Ele pareceu surpreso.
–Sim, por causa da noite no baile, eu perdi o horário de voltar para casa,então... –Fiz uma pausa. –Mas eu não me importo com isso de horário mais, eu gosto de ficar com você. –Eu estava apaixonada, mas eu não precisava falar isso.
Passamos não só a tarde, mas, também, a noite conversando. Eu me diverti tanto, fazia tanto tempo que eu não me divertia desse jeito. Aliás, nem antes da morte de meus pais, eu havia me divertido tanto.
Já deveriam ser umas nove horas quando ele me deixou em casa. Bem, ele me ajudou a subir pela janela, para que, quem sabe se a tia Jenna não tivesse notado a minha ausência. Mas o que mais importou foi o que ele me disse antes de ir embora.
–Ah, Elena...-Chamou-me. –Quanto aquela pergunta, eu gosto de você, você é uma garota incrível.
~Final do Flashback~
NandaSalvatore- Mensagens : 81
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Re: Breathe Again
Estou adorando...
Luh Gomes- Mensagens : 316
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Re: Breathe Again
Ownnn obrigado
NandaSalvatore- Mensagens : 81
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Re: Breathe Again
Eu estava tão ansiosa quando cheguei na casa de Caroline, precisava contar tudo que estava acontecendo comigo, contar sobre todas as lembranças que eu nem sabia que tinha, mas fizeram com tudo em mim mudasse. Talvez, eu já me sentisse dessa forma antes.
Sim, eu já amava Damon antes de me lembrar de tudo, de lembrar de que eu era apaixonada por ele muito antes de conhecer Stefan, de saber que tinha sido ele que fizera toda a diferença na minha vida quando eu estava devastada pela morte de meus pais.
Damon fez com que eu sorrisse, com que eu fosse feliz novamente. Perdi-me em meus pensamentos, em meus pensamentos nele. Tudo que eu penso é em Damon, em todas as coisas que eu quero dizer a ele quando o encontrar, nos beijos que tanto anseio para compartilhar com ele. Sim, eu o amo. Eu, Elena Gilbert sempre fui apaixonada por Damon. Meus pensamentos foram afastados momentaneamente de mim pelo agudo da voz de Caroline que abria um sorriso simpático ao me ver.
–Oi Lena! – A loira falou em seu tom costumeiramente animado e me abraçou carinhosamente.
–Carr! –Excalmei seu nome e retribui o abraço fraternal. –Como você está? –Perguntei preocupada, eu sabia que ela também estava passando por problema, todos nós estávamos, nossas vidas pareciam cada vez mais complicadas.
–Eu estou bem. –Falou tentando soar animada. –Bem, eu estou tentando ficar, né? Agora que o conselho todo sabe que eu sou uma vampira e o Tyler está morto...-Deu de ombros, como se isso simplificasse em alguma coisa a situação. –Eu acho que eu estou indo até bem superando tudo.
–Ah, eu sinto muito por tudo isso. Eu me sinto culpada, sabe? –Desabafei. –Se eu não fosse a cópia, o Klaus nunca teria entrado nas nossas vidas, nada disso teria acontecido e...
–Não é culpa sua, Elena. –Um sorriso verdadeiro desenhou-se nos lábios dela. –Agora me diz como você está se sentindo.
–Eu não estou bem, Carr. –Baixei o olhar entristecida e envergonhada. Eu não tinha problemas, não comparados aos dela, meu namorado não tinha morrido. Aliás, eu não tenho mais um namorado, não é? Eu não considero que eu e Stefan estajamos juntos. –E é sobre isso que eu quero falar com você, mas é melhor deixar...-Fiz uma longa pausa. –Eu não quero te incomodar com os meus problemas.
–Nós somos amigas, está tudo bem. -Ela concordou olhando-me com preocupação. –Você está assim por causa da transformação, não é? Não é tão ruim, com o tempo você vai se sentir quase como era antes.
–Não é sobre isso, Carr...-Falei hesitante. Tive medo de contar, mas o medo logo desapareceu quando fiz questão de lembrar a mim mesma que foi este mesmo medo que me fez ficar sem ele.
–É sobre o que, então, Elena- Caroline interrompeu-me com um olhar curioso.
–É sobre o Damon. -Falei suavemente e percebi que ela me olhava um pouco confusa.
–Ele voltou para a cidade? -Perguntou-me surpresa.
–Não. -Respondi afetada. -E esse é exatamente o problema.-Continuei. -Você não faz idéia do quanto ele me faz falta, Carr. –A sinceridade invadiu minha voz, afinal, era isso mesmo, a saudade era tão intensa, tão forte, se enraizava em meu coração, abrindo uma ferida profunda.
–É porque você é apaixonada por ele, Elena. –Caroline falou tão naturalmente que até eu me surpreendi. Será que era tão evidente o meu amor por ele? Ela tinha percebido antes de mim. Eu precisei morrer, me tornar uma vampira e me lembrar de tantas coisas para poder me entregar ao que eu sentia, ou melhor, ao que eu sempre senti.
–Eu o amo. –Concordei, minha voz ganhou uma suavidade diferente. –Na verdade, eu o conheci na noite do acidente dos meus pais e depois disso, eu o encontrei várias vezes, nós saímos e nos divertimos e eu me apaixonei por ele. –Suspirei profundamente. –Eu sempre o amei.
–Ah, Elena, isso é tão bonitinho. –Falou num tom quase infantil. –Você precisa falar com ele.
–Eu não consigo falar, Carr...-Lamentei-me.Senti-me tão vazia, tão sozinha e isso tudo era culpa minha, se eu tivesse se entregue ao que sentia antes, não estaria dessa forma agora, tão sozinha. -O Damon sumiu...
–Como assim, sumiu? -A loira perguntou de forma surpresa. Pareceu que para ela o termo "sumir" foi um pouco exagerado, mas é porque ela não sabia que eu já havia tentado de tudo.
–Eu não consigo falar com ele. -Minha expressão se tornou ainda mais densa, pesarosa. Estava ficando cada vez mais dificil para mim suportar a dor que a ausêcia dele me causava.-Quando eu ligo no celular dele, diz que o número não existe...
–Ah, Lena, eu sinto muito.-Fez uma pausa, tentando pensar em alguma coisa. -Você já falou com o Stefan sobre isso? -Perguntou como se já soubesse qual seria a minha resposta. Eu era tão óbvia assim?
–Não, não, claro que não. -Falei balançando negativamente a cabeça. Lógico que eu não tinha falado, não queria magoa-lo e também tenho medo de perdê-lo, não porque o amo, mas porque tenho medo da solidão.
–Mas você tem que falar. -Caroline falou-me em um tom incentivador. -Se não, vou vai ficar sempre assim, sempre confusa, em dúvida.
–Eu não estou mais em dúvida. -A confiança fluiu em minha voz, de uma forma muito mais impulsiva e ríspida do que havia imaginado, eu havia gritado. Irritei-me ao perceber que ela ainda achava eu não sabia o que queria. -Eu estou cansada disso, cansada de todo mundo achar que eu não sei o que eu quero. Eu sei muito bem!-Falei no mesmo tom e demorei um pouco para notar que estava me desequilibrando novamente.
–Tudo bem, eu entendi. -Caroline falou hesitante, estava completamente surpresa com o meu comportamento.
–Ah, desculpa...-Falei em um tom de arrependimento. -Desde que eu me transformei, eu me perco o controle das minhas emoções muito fácil.
–Tudo bem, eu sei extamente como é. -Sorriu de forma simpática. -Parece que a gente está de TPM, né?
–É isso mesmo, tem horas que eu estou animada e depois eu fico ansiosa e depois nervosa, com muita raiva...-Suspirei pesadamente e baixei o olhar. –Mas na maioria das vezes eu estou triste mesmo...
–Por causa dele?
–Sim, por causa dele. –Repeti e só de falar senti aquela sensação angustiante tomar meu corpo lentamente.
–Elena você precisa resolver isso. Conta a verdade para o Stefan, tenho certeza que ele deve saber onde o Damon está.
–E se ele não souber? –Falei numa voz chorosa. –Aí, eu vou ficar sozinha, e eu não posso ficar assim.
–Ai, Elena, larga de ser chorona e principalmente de ser medrosa. –A garota revirou os olhos como se estivesse cansada daquele meu drama eterno.
...
As palavras de Caroline surtiram efeito. Eu realmente precisava tomar uma atitude, eu já sabia disso, mas ela me incentivou para que eu realmente fizesse alguma coisa. Acelerei o carro, ignorando que estava acima da velocidade, surpreendi-me ao perceber que eu gostava da sensação que isso me causava, talvez, eu gostasse um pouco do perigo, mesmo se não houvesse nenhum perigo de fato, uma vez que eu era uma vampira e não morreria mesmo se terminasse em um acidente. Senti-me poderosa e achei graça. Eu estava diferente, eu estava melhor. Eu não quero mais ser uma menininha, isso não combina mais comigo, na verdade, acho que nunca combinou.
Quando eu cheguei em casa tudo mudou. Senti uma fúria terrível percorrer meu corpo quando eu a vi. Aquilo era mesmo uma audácia. Katherine estava sentada no sofá da sala, na minha casa. Eu a odiava e só de ver a imagem dela eu senti vontade de matá-la. Não imaginei que eu me sentiria assim, tão violenta.
–Bom dia, Elena. –Katherine falou em seu tom mais sarcástico, seus olhos fulgaram em um brilho de satisfação. Ele amava me irritar, estava estampado na fac e dela.
–O que você está fazendo aqui? –Perguntei indo na direção dela de forma agressiva. Não conseguia suportar a presença dela.
Naquele instante, Stefan surgiu e também pareceu irritado com a presença dela, não estava tão irritado como eu, é lógico.
–Eu já disse para você sair daqui, Katherine. –Ele falou em um tom pouco educado.
–Eu não quero ela aqui, Stefan. – Falei no mesmo instante, mal conseguia conter minhas próprias palavras. –Eu não quero.
–Mas eu vim para ficar, Elena. –O sorriso alargou-ne nos lábios zombeteiros de Katherine. E eu desejei matá-la com ainda mais vontade do que antes. E desejei ainda mais quando ela se esticou no sofá, como se mostrasse que ela se sentia em casa.
–Sai daqui ou....-Ameacei, senti minha voz rosnar em um tom mais rude do que eu imaginei que poderia soar.
–Ou o que, Elena? –Ela caiu na gargalhada como se não levasse nada do que eu dizia a sério. –Você vai me matar? –Percebi que ela conteve o riso, porque se não gargalharia ainda mais alto.
–Não escuta o que ela está falando. – Stefan falou-me num tom paciente. –Ela só quer te provocar, meu amor.
–Não é ela quem eu quero provocar, Stefan...-Falou como se estivesse se insinuando para ele. – É você. – Sorriu maliciosamente. –Você sabe que eu ainda te quero.
–E você sabe o quanto eu te odeio. –Falou friamente, como se ela não o atingisse. Naquele instante desejei saber como ele fazia isso. Katherine era tão irritante, mas tanto, não tem como não ir para cima dela.
–Ah, sim, você ama a Elena, não é? –Katherine pareceu ainda mais satisfeita, como se a conversa estivesse tomando exatamente o rumo que ela queria que tomasse. –Mas eu acho que você deveria saber o que ela sente por você. –Fitou-me de forma desafiadora. –Não é mesmo, Elena?
–Cala a sua boca, sua piranha. – As palavras soaram instintivamente, não pude controlar, mas não me arrependo de tê-las dito, afinal, ela é uma piranha mesmo.
–Do que ela está falando, Elena? –Stefan perguntou desconfiado, pelo visto, ele deve ter percebido o quanto eu estava distante.
–Nada, ela é uma louca. –Falei tentando desconversar.
–Elena, eu andei tomando conta de você na última semana. – Ela falou como se estivesse se divertindo. –Você quer que eu conte o que você anda escrevendo no seu diário, sobre a sua conversinha com a Caroline, bem eu não ouvi tudo, mas até onde eu ouvi pareceu ser bem interessante.
–Você leu o meu dário? Você é uma safada mesmo. –Perdi a noção, por mim, eu a teria matado naquele instante, mas tive que lidar com os questionamentos de Stefan.
–Elena, você precisa me contar. – Ele pediu. –O que está acontecendo.
–A verdade é que a minha cópia...-Katherine fizera uma pausa, uma pausa para ser cínica, é claro. –Minha cópia mal feita, sejamos todos sinceros, uma versão menos gostosa de mim...-Riu incontrolavelmente.
–Calo boca, pelo menos eu não sou vadia como você sempre foi. –Retruquei.
–Não? –Ela perguntou ironicamente. – Bem, a sua namorada, Stefan, está perdidamente apaixonada pelo Damon. –Riu.-Eu queria dizer que eu sinto muito, mas eu não sinto. –Aproximou-se dele num andar sexy e tocou-lhe o rosto como se o acariciasse quase que de forma erótica. –Eles ficam juntos e você fica comigo, é um final perfeito.
Stefan afastou-se dela afetado e olhou-me questionadoramente. –É verdade isso?
Eu demorei um pouco para responder, as palavras pareceram ficar presas em minha garganta, eu não queria magoá-lo, mas eu precisava ser sincera. –Sim, eu o amo, amo muito....
–E você não ia me contar? –Perguntou decepcionado.
–Não, ela não pretendia te contar. –Katherine interviu. –Agora você me diga quem é a vadia? –Olhou-me sarcasticamente. –Ah, Elena, eu iria te ajudar, sabe? –Forjou uma cara de quem sentia muito. –Mas eu não gostei da forma que você me tratou, então, eu não vou te contar onde o Damon está.
–Como se você soubesse. –Devolvi a resposta na mesma da hora. Ela não sabia, só estava tentando me irritar ainda mais.
–É claro que eu sei, minha querida. –O sorriso se tornou ainda mais forte. –Onde você acha que eu estava antes de vir para cá? –Fitou-me como se pudesse me provocar mais do que já estava fazendo. –Eu e o Damon passamos noites muito intensas juntos. Só que depois eu me cansei, ou melhor, senti falta do Stefan, você sabe como é? Se você fica muito tempo com um, você quer o outro...-Fez uma pausa. -Você sabe como é, Elena.
–Eu não sei de nada e eu não sou como você. –Falei irritada, completamente fora de mim, senti que a raiva se intensificava de uma forma tão profunda em meu corpo, fluindo por minhas veias, percorrendo cada molécula de meu corpo, se entranhando dentro de mim. –E agora você me diz onde ele está?
–E por que eu faria isso, Elena? Se você ainda tivesse sido boazinha e me recebido bem....-Sorriu novamente. –Mas assim, eu não tenho porque te fazer um favor.
Não consegui controlar meu próprio corpo, a fúria era maior do que tudo e cegou minha razão. Senti meu rosto queimar e minhas feições se modificarem, revelando a vermelhidão em meus olhos e as presas que se estendiam em minha boca. Avancei contra ela com o intuito de jogá-la na parede, só que eu não havia considerado que ela era muito mais forte do que eu e naquele instante era eu que estava contra a parede sentindo-na pressionar meu pescoço, asfixiando-me.
–Além de sonsa, ainda é burra. –Katherine riu e eu senti-me ridícula. – Eu pensei que como vampira você seria menos patética, mas eu estava errado, só acentuou a sua “patetice”, aliás, eu gostei desse termo, patetice. –Repetiu várias vezes. Ela queria mesmo me tirar do sério e estava conseguindo. Deu-me um tapa com toda a sua força em minha face. –Isso é para você aprender a se colocar no seu lugar e me respeitar.
Iria me dar outro tapa, mas Stefan a impediu, jogando-na com violência para longe de mim.
–Para com isso, Katherine. –Ele a ordenou. –Você está bem, Elena? –Perguntou-me preocupado e eu me senti péssima por não ter falado a verdade, por estar escondendo o que eu sentia dele, não era justo.
–Eu acho que sim. –Respondi envergonhada. –Eu sinto muito. – Falei. – Eu não...
–Tudo bem, eu entendo. –Sorriu afetado, não estava realmente tudo bem. –Se você o ama...
–Eu amo, eu sinto tanto a falta dele. –Baixei o olhar. –Por que ele foi embora, Stefan? –Controlei o choro, sentia-me péssima por achar que Damon tinha me abandonado e também me sentia péssima por estar magoando Stefan.
–Nós fizemos um acordo, quando você escolhesse um, o outro iria embora da cidade. –Ele faz uma pausa. –Damon só cumpriu a parte dele do acordo, ele não te abandonou. Ele foi embora para te fazer feliz e nem me disse para onde ia.
Demorei um bom tempo para conseguir processar aquela informação. Eu precisava encontrá-lo, precisava dizer que eu o amava, eu precisava muito fazer isso. –Você acha que a Katherine realmente sabe onde ele está?
–Sim, eu acho.
Sim, eu já amava Damon antes de me lembrar de tudo, de lembrar de que eu era apaixonada por ele muito antes de conhecer Stefan, de saber que tinha sido ele que fizera toda a diferença na minha vida quando eu estava devastada pela morte de meus pais.
Damon fez com que eu sorrisse, com que eu fosse feliz novamente. Perdi-me em meus pensamentos, em meus pensamentos nele. Tudo que eu penso é em Damon, em todas as coisas que eu quero dizer a ele quando o encontrar, nos beijos que tanto anseio para compartilhar com ele. Sim, eu o amo. Eu, Elena Gilbert sempre fui apaixonada por Damon. Meus pensamentos foram afastados momentaneamente de mim pelo agudo da voz de Caroline que abria um sorriso simpático ao me ver.
–Oi Lena! – A loira falou em seu tom costumeiramente animado e me abraçou carinhosamente.
–Carr! –Excalmei seu nome e retribui o abraço fraternal. –Como você está? –Perguntei preocupada, eu sabia que ela também estava passando por problema, todos nós estávamos, nossas vidas pareciam cada vez mais complicadas.
–Eu estou bem. –Falou tentando soar animada. –Bem, eu estou tentando ficar, né? Agora que o conselho todo sabe que eu sou uma vampira e o Tyler está morto...-Deu de ombros, como se isso simplificasse em alguma coisa a situação. –Eu acho que eu estou indo até bem superando tudo.
–Ah, eu sinto muito por tudo isso. Eu me sinto culpada, sabe? –Desabafei. –Se eu não fosse a cópia, o Klaus nunca teria entrado nas nossas vidas, nada disso teria acontecido e...
–Não é culpa sua, Elena. –Um sorriso verdadeiro desenhou-se nos lábios dela. –Agora me diz como você está se sentindo.
–Eu não estou bem, Carr. –Baixei o olhar entristecida e envergonhada. Eu não tinha problemas, não comparados aos dela, meu namorado não tinha morrido. Aliás, eu não tenho mais um namorado, não é? Eu não considero que eu e Stefan estajamos juntos. –E é sobre isso que eu quero falar com você, mas é melhor deixar...-Fiz uma longa pausa. –Eu não quero te incomodar com os meus problemas.
–Nós somos amigas, está tudo bem. -Ela concordou olhando-me com preocupação. –Você está assim por causa da transformação, não é? Não é tão ruim, com o tempo você vai se sentir quase como era antes.
–Não é sobre isso, Carr...-Falei hesitante. Tive medo de contar, mas o medo logo desapareceu quando fiz questão de lembrar a mim mesma que foi este mesmo medo que me fez ficar sem ele.
–É sobre o que, então, Elena- Caroline interrompeu-me com um olhar curioso.
–É sobre o Damon. -Falei suavemente e percebi que ela me olhava um pouco confusa.
–Ele voltou para a cidade? -Perguntou-me surpresa.
–Não. -Respondi afetada. -E esse é exatamente o problema.-Continuei. -Você não faz idéia do quanto ele me faz falta, Carr. –A sinceridade invadiu minha voz, afinal, era isso mesmo, a saudade era tão intensa, tão forte, se enraizava em meu coração, abrindo uma ferida profunda.
–É porque você é apaixonada por ele, Elena. –Caroline falou tão naturalmente que até eu me surpreendi. Será que era tão evidente o meu amor por ele? Ela tinha percebido antes de mim. Eu precisei morrer, me tornar uma vampira e me lembrar de tantas coisas para poder me entregar ao que eu sentia, ou melhor, ao que eu sempre senti.
–Eu o amo. –Concordei, minha voz ganhou uma suavidade diferente. –Na verdade, eu o conheci na noite do acidente dos meus pais e depois disso, eu o encontrei várias vezes, nós saímos e nos divertimos e eu me apaixonei por ele. –Suspirei profundamente. –Eu sempre o amei.
–Ah, Elena, isso é tão bonitinho. –Falou num tom quase infantil. –Você precisa falar com ele.
–Eu não consigo falar, Carr...-Lamentei-me.Senti-me tão vazia, tão sozinha e isso tudo era culpa minha, se eu tivesse se entregue ao que sentia antes, não estaria dessa forma agora, tão sozinha. -O Damon sumiu...
–Como assim, sumiu? -A loira perguntou de forma surpresa. Pareceu que para ela o termo "sumir" foi um pouco exagerado, mas é porque ela não sabia que eu já havia tentado de tudo.
–Eu não consigo falar com ele. -Minha expressão se tornou ainda mais densa, pesarosa. Estava ficando cada vez mais dificil para mim suportar a dor que a ausêcia dele me causava.-Quando eu ligo no celular dele, diz que o número não existe...
–Ah, Lena, eu sinto muito.-Fez uma pausa, tentando pensar em alguma coisa. -Você já falou com o Stefan sobre isso? -Perguntou como se já soubesse qual seria a minha resposta. Eu era tão óbvia assim?
–Não, não, claro que não. -Falei balançando negativamente a cabeça. Lógico que eu não tinha falado, não queria magoa-lo e também tenho medo de perdê-lo, não porque o amo, mas porque tenho medo da solidão.
–Mas você tem que falar. -Caroline falou-me em um tom incentivador. -Se não, vou vai ficar sempre assim, sempre confusa, em dúvida.
–Eu não estou mais em dúvida. -A confiança fluiu em minha voz, de uma forma muito mais impulsiva e ríspida do que havia imaginado, eu havia gritado. Irritei-me ao perceber que ela ainda achava eu não sabia o que queria. -Eu estou cansada disso, cansada de todo mundo achar que eu não sei o que eu quero. Eu sei muito bem!-Falei no mesmo tom e demorei um pouco para notar que estava me desequilibrando novamente.
–Tudo bem, eu entendi. -Caroline falou hesitante, estava completamente surpresa com o meu comportamento.
–Ah, desculpa...-Falei em um tom de arrependimento. -Desde que eu me transformei, eu me perco o controle das minhas emoções muito fácil.
–Tudo bem, eu sei extamente como é. -Sorriu de forma simpática. -Parece que a gente está de TPM, né?
–É isso mesmo, tem horas que eu estou animada e depois eu fico ansiosa e depois nervosa, com muita raiva...-Suspirei pesadamente e baixei o olhar. –Mas na maioria das vezes eu estou triste mesmo...
–Por causa dele?
–Sim, por causa dele. –Repeti e só de falar senti aquela sensação angustiante tomar meu corpo lentamente.
–Elena você precisa resolver isso. Conta a verdade para o Stefan, tenho certeza que ele deve saber onde o Damon está.
–E se ele não souber? –Falei numa voz chorosa. –Aí, eu vou ficar sozinha, e eu não posso ficar assim.
–Ai, Elena, larga de ser chorona e principalmente de ser medrosa. –A garota revirou os olhos como se estivesse cansada daquele meu drama eterno.
...
As palavras de Caroline surtiram efeito. Eu realmente precisava tomar uma atitude, eu já sabia disso, mas ela me incentivou para que eu realmente fizesse alguma coisa. Acelerei o carro, ignorando que estava acima da velocidade, surpreendi-me ao perceber que eu gostava da sensação que isso me causava, talvez, eu gostasse um pouco do perigo, mesmo se não houvesse nenhum perigo de fato, uma vez que eu era uma vampira e não morreria mesmo se terminasse em um acidente. Senti-me poderosa e achei graça. Eu estava diferente, eu estava melhor. Eu não quero mais ser uma menininha, isso não combina mais comigo, na verdade, acho que nunca combinou.
Quando eu cheguei em casa tudo mudou. Senti uma fúria terrível percorrer meu corpo quando eu a vi. Aquilo era mesmo uma audácia. Katherine estava sentada no sofá da sala, na minha casa. Eu a odiava e só de ver a imagem dela eu senti vontade de matá-la. Não imaginei que eu me sentiria assim, tão violenta.
–Bom dia, Elena. –Katherine falou em seu tom mais sarcástico, seus olhos fulgaram em um brilho de satisfação. Ele amava me irritar, estava estampado na fac e dela.
–O que você está fazendo aqui? –Perguntei indo na direção dela de forma agressiva. Não conseguia suportar a presença dela.
Naquele instante, Stefan surgiu e também pareceu irritado com a presença dela, não estava tão irritado como eu, é lógico.
–Eu já disse para você sair daqui, Katherine. –Ele falou em um tom pouco educado.
–Eu não quero ela aqui, Stefan. – Falei no mesmo instante, mal conseguia conter minhas próprias palavras. –Eu não quero.
–Mas eu vim para ficar, Elena. –O sorriso alargou-ne nos lábios zombeteiros de Katherine. E eu desejei matá-la com ainda mais vontade do que antes. E desejei ainda mais quando ela se esticou no sofá, como se mostrasse que ela se sentia em casa.
–Sai daqui ou....-Ameacei, senti minha voz rosnar em um tom mais rude do que eu imaginei que poderia soar.
–Ou o que, Elena? –Ela caiu na gargalhada como se não levasse nada do que eu dizia a sério. –Você vai me matar? –Percebi que ela conteve o riso, porque se não gargalharia ainda mais alto.
–Não escuta o que ela está falando. – Stefan falou-me num tom paciente. –Ela só quer te provocar, meu amor.
–Não é ela quem eu quero provocar, Stefan...-Falou como se estivesse se insinuando para ele. – É você. – Sorriu maliciosamente. –Você sabe que eu ainda te quero.
–E você sabe o quanto eu te odeio. –Falou friamente, como se ela não o atingisse. Naquele instante desejei saber como ele fazia isso. Katherine era tão irritante, mas tanto, não tem como não ir para cima dela.
–Ah, sim, você ama a Elena, não é? –Katherine pareceu ainda mais satisfeita, como se a conversa estivesse tomando exatamente o rumo que ela queria que tomasse. –Mas eu acho que você deveria saber o que ela sente por você. –Fitou-me de forma desafiadora. –Não é mesmo, Elena?
–Cala a sua boca, sua piranha. – As palavras soaram instintivamente, não pude controlar, mas não me arrependo de tê-las dito, afinal, ela é uma piranha mesmo.
–Do que ela está falando, Elena? –Stefan perguntou desconfiado, pelo visto, ele deve ter percebido o quanto eu estava distante.
–Nada, ela é uma louca. –Falei tentando desconversar.
–Elena, eu andei tomando conta de você na última semana. – Ela falou como se estivesse se divertindo. –Você quer que eu conte o que você anda escrevendo no seu diário, sobre a sua conversinha com a Caroline, bem eu não ouvi tudo, mas até onde eu ouvi pareceu ser bem interessante.
–Você leu o meu dário? Você é uma safada mesmo. –Perdi a noção, por mim, eu a teria matado naquele instante, mas tive que lidar com os questionamentos de Stefan.
–Elena, você precisa me contar. – Ele pediu. –O que está acontecendo.
–A verdade é que a minha cópia...-Katherine fizera uma pausa, uma pausa para ser cínica, é claro. –Minha cópia mal feita, sejamos todos sinceros, uma versão menos gostosa de mim...-Riu incontrolavelmente.
–Calo boca, pelo menos eu não sou vadia como você sempre foi. –Retruquei.
–Não? –Ela perguntou ironicamente. – Bem, a sua namorada, Stefan, está perdidamente apaixonada pelo Damon. –Riu.-Eu queria dizer que eu sinto muito, mas eu não sinto. –Aproximou-se dele num andar sexy e tocou-lhe o rosto como se o acariciasse quase que de forma erótica. –Eles ficam juntos e você fica comigo, é um final perfeito.
Stefan afastou-se dela afetado e olhou-me questionadoramente. –É verdade isso?
Eu demorei um pouco para responder, as palavras pareceram ficar presas em minha garganta, eu não queria magoá-lo, mas eu precisava ser sincera. –Sim, eu o amo, amo muito....
–E você não ia me contar? –Perguntou decepcionado.
–Não, ela não pretendia te contar. –Katherine interviu. –Agora você me diga quem é a vadia? –Olhou-me sarcasticamente. –Ah, Elena, eu iria te ajudar, sabe? –Forjou uma cara de quem sentia muito. –Mas eu não gostei da forma que você me tratou, então, eu não vou te contar onde o Damon está.
–Como se você soubesse. –Devolvi a resposta na mesma da hora. Ela não sabia, só estava tentando me irritar ainda mais.
–É claro que eu sei, minha querida. –O sorriso se tornou ainda mais forte. –Onde você acha que eu estava antes de vir para cá? –Fitou-me como se pudesse me provocar mais do que já estava fazendo. –Eu e o Damon passamos noites muito intensas juntos. Só que depois eu me cansei, ou melhor, senti falta do Stefan, você sabe como é? Se você fica muito tempo com um, você quer o outro...-Fez uma pausa. -Você sabe como é, Elena.
–Eu não sei de nada e eu não sou como você. –Falei irritada, completamente fora de mim, senti que a raiva se intensificava de uma forma tão profunda em meu corpo, fluindo por minhas veias, percorrendo cada molécula de meu corpo, se entranhando dentro de mim. –E agora você me diz onde ele está?
–E por que eu faria isso, Elena? Se você ainda tivesse sido boazinha e me recebido bem....-Sorriu novamente. –Mas assim, eu não tenho porque te fazer um favor.
Não consegui controlar meu próprio corpo, a fúria era maior do que tudo e cegou minha razão. Senti meu rosto queimar e minhas feições se modificarem, revelando a vermelhidão em meus olhos e as presas que se estendiam em minha boca. Avancei contra ela com o intuito de jogá-la na parede, só que eu não havia considerado que ela era muito mais forte do que eu e naquele instante era eu que estava contra a parede sentindo-na pressionar meu pescoço, asfixiando-me.
–Além de sonsa, ainda é burra. –Katherine riu e eu senti-me ridícula. – Eu pensei que como vampira você seria menos patética, mas eu estava errado, só acentuou a sua “patetice”, aliás, eu gostei desse termo, patetice. –Repetiu várias vezes. Ela queria mesmo me tirar do sério e estava conseguindo. Deu-me um tapa com toda a sua força em minha face. –Isso é para você aprender a se colocar no seu lugar e me respeitar.
Iria me dar outro tapa, mas Stefan a impediu, jogando-na com violência para longe de mim.
–Para com isso, Katherine. –Ele a ordenou. –Você está bem, Elena? –Perguntou-me preocupado e eu me senti péssima por não ter falado a verdade, por estar escondendo o que eu sentia dele, não era justo.
–Eu acho que sim. –Respondi envergonhada. –Eu sinto muito. – Falei. – Eu não...
–Tudo bem, eu entendo. –Sorriu afetado, não estava realmente tudo bem. –Se você o ama...
–Eu amo, eu sinto tanto a falta dele. –Baixei o olhar. –Por que ele foi embora, Stefan? –Controlei o choro, sentia-me péssima por achar que Damon tinha me abandonado e também me sentia péssima por estar magoando Stefan.
–Nós fizemos um acordo, quando você escolhesse um, o outro iria embora da cidade. –Ele faz uma pausa. –Damon só cumpriu a parte dele do acordo, ele não te abandonou. Ele foi embora para te fazer feliz e nem me disse para onde ia.
Demorei um bom tempo para conseguir processar aquela informação. Eu precisava encontrá-lo, precisava dizer que eu o amava, eu precisava muito fazer isso. –Você acha que a Katherine realmente sabe onde ele está?
–Sim, eu acho.
NandaSalvatore- Mensagens : 81
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Re: Breathe Again
eu nem sei se eu fico de poker face ou se eu fico indignada pela reacçao PATÉTICA do Stefan!
pelo amor de deus, que coisa mais sem graça...
e a elena mesmo vampira continua monga e chata!!
Aff...
tem coisas que nunca mudam
pelo amor de deus, que coisa mais sem graça...
e a elena mesmo vampira continua monga e chata!!
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Jenn :D- Mensagens : 1570
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