Time to Change
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Time to Change
Nome da fanfic: Time to Change
Classificação: 13
Tipo: Amizade; Aventura; Romance;
Restrições: A história é Original minha e só posso agradecer à minha professora de Interpretação Textual por ser tão chata que me fez escrevê-la durante as aulas. Em determinado momento da história, haverá um romance Homossexual mas nada de mais.
Resumo: Alex era apenas um jovem de 23 anos que vivia na pacata ilha, até que se dá conta de que tudo que conhece restringe-se naquela cidade. Devido às guerras que ocorrem no país, ao invés de optar por um barco e viajar até a capital, ele se aventura pelo deserto em busca de conhecimento e experiências. Entretanto, ele não esperava que o escaldante Deserto de Artigan fosse lhe proporcionar muito mais do que o que ele desejava.
Classificação: 13
Tipo: Amizade; Aventura; Romance;
Restrições: A história é Original minha e só posso agradecer à minha professora de Interpretação Textual por ser tão chata que me fez escrevê-la durante as aulas. Em determinado momento da história, haverá um romance Homossexual mas nada de mais.
Resumo: Alex era apenas um jovem de 23 anos que vivia na pacata ilha, até que se dá conta de que tudo que conhece restringe-se naquela cidade. Devido às guerras que ocorrem no país, ao invés de optar por um barco e viajar até a capital, ele se aventura pelo deserto em busca de conhecimento e experiências. Entretanto, ele não esperava que o escaldante Deserto de Artigan fosse lhe proporcionar muito mais do que o que ele desejava.
Capítulo 01 ~ O Início
- Spoiler:
- Quente. Esse era o único vocábulo necessário para descrever o deserto de Artigan. Tudo naquela região que compreendia o deserto conhecido como o mais perigoso do continente, na verdade, não passava de uma terra distante e desconhecida além de, evidentemente, quente de uma maneira além da imaginação.
Em uma perfeita descrição, tudo que havia ali era baseado numa areia fina que formava montanhas que se estendiam até a onde a vista alcançava. Era raro ver algum viajante pelo deserto, uma vez que poucos eram os que tinham coragem de enveredar numa jornada nesta região seca e aparentemente sem vida. Além deste fator, diziam que era uma região amaldiçoada. Nem chegava a ser uma lenda, era mais um boato.
“O viajante que enveredar no deserto proibido está fadado a nunca retornar para o que um dia ele chamou de lar.”
Pessoalmente eu não acreditava naquelas histórias. E mesmo que acreditasse, não seria uma dúzia de boatos não comprovados que iriam me impedir naquele momento. Eu tinha coisas mais importantes para me preocupar. Estava ficando cansado. Ao avistar um pouco mais à frente uma pedra, apressei o passo, caindo sentado no chão, apoiado na rocha. Estava morna, assim como qualquer outra coisa que estivesse debaixo daquele sol escaldante. Não era de se admirar que dissessem que, ao entrar no deserto, não sairia mais vivo. O calor era tão intenso que era possível sentir sua vida se esvair aos poucos, enquanto suava debaixo daquela porção de panos, visando proteção contra o sol forte sobre minha cabeça.
Procurei minha garrada de água, abrindo-a rapidamente e despejando o conteúdo dentro da boca, sedento de sede. Foi bastante decepcionante sentir umas poucas gotas de água escorrendo pela minha garganta. A ideia de que não haveria nada além das montanhas de areia naquele deserto começou apenas como uma suposição remota e a cada dia se intensificava mais. Não que esse fosse um motivo para desistir, afinal, mesmo que não houvesse nada no deserto em si, certamente haveria algo além deste.
O que eu realmente buscava nem mesmo eu sabia. Quando decidi sair de casa e enveredar pelo deserto a fim de descobrir algo novo, não consigo imaginar o que me motivava a fazê-lo. Simplesmente estava caminhando pela praça após o almoço, uma mania antiga, admito. Foi quando percebi que tudo que conhecia resumia-se naquela pequena cidade que vivia do comércio e das atividades portuárias. Todos que eu conhecia haviam nascido aqui e nunca haviam saído. Quando fiz esse questionamento a meus amigos, primeiro começaram a rir imaginando que tipo de piada era aquela e quando eles perceberam que eu falava com seriedade, Locke foi o primeiro a responder, como de costume.
- Porque essa ideia de sair daqui? O mundo lá fora é corrupto e perigoso, cheio de conflitos que, acredite você não vai querer se envolver. – Afirmou enquanto passava o braço por meu pescoço.
Nesse momento, recordo não conseguir desviar os olhos da expressão espantada de Aria. Era um misto de surpresa com decepção.
- Esqueça essa ideia estupida de conhecer o mundo. As pessoas vão simplesmente dizer que está fugindo de suas obrigações e talha-lo de perdedor. – Dito isso, saiu andando à passos apressados.
- Qual o problema da Aria? Ela parecia esquisita. Aconteceu algo? – Locke perguntou logo que viu a mais nova sair apressadamente.
Meneei em negativa, que fez com que Locke se calasse por um breve momento, entretanto, logo retomou a conversa com um assunto completamente aleatório e sem nenhuma conexão com o nosso diálogo anterior. Mas eu sabia exatamente o que havia a deixado com raiva. Aria provavelmente nunca sairia daquela cidade. Depois dos pais a deixarem com o avô enquanto fariam uma viagem para conhecer um pouco do mundo exterior e nunca mais voltaram nem mandaram mais cartas, ela detesta viagens. Nunca saiu daqui. E mesmo que todos digam que eles devem estar mortos, eu sei que ela acredita receber alguma noticia deles. Se não fosse por isso, ela nunca teria se tornado carteira.
Antes, nenhuma mulher nunca havia trabalhado como carteira e devo admitir que nos primeiros dias, vê-la vestida com aquela calça verde, com o cabelo loiro preso dentro de um chapéu segurando uma bolsa surrada estufada de tantas cartas que chegaram pela balsa diária que vinha da capital, causou certa estranheza, não só para mim, mas para todos na cidade. Mas se ela se sente feliz se vestindo como um homem, andando por toda a cidade à pé, entregando cartas e provavelmente morrendo de calor embaixo daquele uniforme além de aguentar as piadas incessantes de Locke, quem sou eu para dizer algo.
Não quis discutir mais aquele assunto com eles, afinal, seria ruim se ficassem chateados comigo ou algo do gênero. Mas eu sabia que precisava sair dali. Tinha essa necessidade. Uma alternativa para sair da cidade era pegar um barco para atravessar a península, mas como várias pessoas chegaram da capital, procurando refúgio aqui, contando histórias horríveis sobre a guerra, não tardei a desistir dessa ideia, de forma que não restasse alternativa senão o deserto de Artigan.
Era realmente estranho esse sentimento. Como se eu tivesse vivido todo esse tempo normalmente e de repente, descobrir que não passei de um pássaro dentro da gaiola. E mais estranho que isso é a vontade imensurável de descobrir algo. Diferente de qualquer outra coisa. De conhece novas pessoas. De ir para novos lugares. De experimentar novos climas. De aprender sobre novas culturas. Imagino que seja por isso a irritação de Aria comigo. Mas não importa agora.
Levantei-me e batendo nas calças, a fim de retirar toda aquela areia somente para recomeçar minha caminhada. Eu já estava sem água então esperava encontrar algo logo, pois seria realmente ruim que eu morresse logo na minha primeira viagem. E o mais engraçado nesse pensamento é que consigo imaginar meu caixão, enquanto várias pessoas se despedem de mim e Aria espancando meu corpo já sem vida enquanto dizia que havia avisado para que não saísse de casa. A ideia me parece mais animada do que triste, o que é curioso uma vez que estou imaginando meu próprio enterro.
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Re: Time to Change
Capítulo 02 ~ Reconhecimento
- Spoiler:
- Aconteceu tudo rápido demais e eu ainda estava tentando processar os últimos acontecimentos. Há algumas horas eu estava apenas sentando, apoiado numa rocha quente, sem mais uma gota de água comigo, apenas desejando atravessar aquele deserto escaldante. E se isso havia acontecido há apenas algumas horas, como, neste exato momento, eu poderia estar sendo literalmente arrastado por uma multidão de pessoas para dentro de um enorme palácio.
Eu já estava cansado de tanto andar debaixo daquele sol. Apenas ficar com os olhos abertos já era muito trabalhoso, quando avistei uma muralha. Era feita de tijolos retangulares e de uma cor bege que parecia ser feito de areia, só que bem mais concreto. Por um longo momento, pude jurar que era apenas uma alucinação criada pela minha mente, muito provavelmente pela falta de água.
Acabei por me aproximar mais daquela muralha, que formava uma significativa sombra, devido sua altura elevada. Involuntariamente, me sentei assim que entrei nos limites daquela sombra. Estava mais cansado do que imaginava. E estava bem mais frio ali onde eu estava o que me fez acreditar que eu não estava tendo alucinações. E se aquilo era, de fato, uma muralha, é porque certamente havia algo dentro.
Movido pela curiosidade, levantei-me do chão e comecei a acompanhar os limites do muro, que parecia ter um formato redondo e abranger uma área muito maior do que o que aparentava de longe. Após alguns minutos caminhando, sempre dentro dos limites da sombra, encontrei um portão fechado. O portão era dourado, parecia feito de ouro e era talhado com desenhos rústicos. Em frente ao portão, havia dois homens altos e robustos, usando uma mesma vestimenta verde com branca.
Tentei durante algum tempo falar com um deles, mas eles apenas olhavam fixamente para frente, ignorando completamente minha presença. Acabei por desistir. Fiquei olhando para o portão e a vontade de descobrir o que havia do outro lado apenas aumentava. Apoiando a palma da minha mão direita sobre a porta dourada, passei lentamente a ponta dos dedos sobre os desenhos. Bastou um pouco mais de pressão sobre aquela porta para que ela se abrisse, o que me fez questionar mentalmente como uma porta daquela altura poderia ser tão leve.
E a visão do que havia do lado de dentro daquelas muralhas era indescritível. Uma cidade inteira era protegida por aqueles portões. Havia pessoas andando lá dentro, crianças correndo, tendas e barracas armadas, ruas e vielas por entre as construções mais elevadas. Camelos caminhavam ao lado de seus proprietários carregando uma quantidade imensurável de objetos.
E atrás de toda essa sociedade secreta, havia um palácio enorme. Diferente das construções de material semelhante a areia, esta era uma construção formada por uma base larga, composta por diversas torres que se conectavam umas com as outras por meio de corredores suspensos. Era pintada de um branco marfim, onde a ponta de cada torre era dispunha de uma cobertura dourada, semelhante a dos portões.
Fechei o portão lentamente, tentando não produzir nenhum ruído. Comecei a andar por entre as pessoas, apenas me misturando no meio da multidão. A cidade era enorme, não dava nem mesmo pra ver os limites desta. As pessoas pareciam não notar minha presença e de certa forma me senti grato com isto. Mas não durou muito tempo.
Logo um garoto esbarrou em mim e caiu sentado no chão. Por impulso, me ajoelhei e estendi a mão para que se levantasse, enquanto perguntei:
– Você está bem? Precisa de ajuda?
Mas ele apenas ficou me encarando com os olhos arregalados, permanecendo absolutamente imóvel. Não parecia ter mais que uns seis anos de idade. Depois de alguns segundos, ele se levantou de maneira desesperada e saiu correndo, tropeçando algumas vezes nas próprias pernas.
Por algum motivo, eu sentia que aquilo não iria acabar bem. Eu estava prestes a sair andando, a fim de evitar encontrar com aquele garoto novamente. Entretanto, bastou olhar para o lado e ver que ele voltava tão apressado quanto antes, segurando o pulso de sua senhora de idade. Quando pararam bem diante de mim, a senhora apenas arregalou os olhos tão como a criança fizera instantes antes. Num movimento rápido, ela segurou meu pulso, começando a me arrastar pelo meio da multidão enquanto gritava algumas palavras das quais eu não entendia nenhuma. Deduzi que eles falavam uma língua diferente da minha. Esse seria mais um problema.
Enquanto me arrastava, eu pensava como uma senhora tão idosa podia ter tanta força, pois não tardou a começar a sentir minha mão ficar dormente, tamanha força que ela impunha no punho, talvez para evitar minha fuga. E quanto mais ela gritava palavras incompreensíveis de maneira extremamente rápida, mais pessoas passavam a dirigir o olhar para mim. Logo, um homem moreno e muito mais alto que eu, segurou meu outro pulso e passou a me arrastar junto daquela senhora.
Eles andavam em tamanha velocidade que eu quase não conseguia acompanha-los. Direcionei meu olhar para trás, apenas para presenciar uma multidão de pessoas me seguindo. Algumas até mesmo empurravam minhas costas, provavelmente me instigando a andar mais rapidamente, como se isso fosse possível.
Quando eles finalmente pararam de andar, tive que agradecer mentalmente. Levantei a cabeça para ver onde eles tinham me levado. O palácio, que antes parecia distante e servia apenas como paisagem para aquela cidade estava bem à minha frente, mostrando-se maior que o esperado. Havia quatro guardas dispostos em uma fila horizontal, em pé em frente a quatro pilares, tão imóveis quanto os dois primeiros que eu havia visto.
E no corredor interno, vi um rápido, mas visível vulto vermelho passando. E eu quase não podia crer no que via. Uma garota estava correndo atrás dos pilares onde os guardas estavam postados. Mas assim que viu aquela multidão na porta, ela parou de correr, embora continuasse ali, parada, na sombra do palácio, olhando fixamente para mim.
Era a garota mais bonita que eu já tinha visto na minha vida. Era mais baixa que eu, tinha o cabelo escuro e liso, que chegava à altura de sua cintura. Os olhos mais pareciam duas folhas de tão verdes que eram. Usava um vestido vermelho de seda, que era aberto na altura do abdômen.
A senhora idosa fez uma pequena reverência para ela e voltou a gritar palavras incompreensíveis. Lentamente, a menina se aproximou. Ouvia atentamente tudo que a senhora lhe contava, mas sem tirar os olhos de mim.
– Yancha? – Foi a única palavra que a senhora idosa disse que eu consegui compreender. Mas ainda não sabia o que significava. Pela primeira vez, a garota tirou os olhos de mim, olhando para a senhora e assentindo.
– Yancha. – Ela respondeu com a mesma palavra. Dito isto, ela apenas se virou de costas e levantou a saia do vestido e voltou a correr, desta vez adentrando no palácio e por fim, desaparecendo no meio daqueles corredores escuros.
Dois dos quatro guardas que estavam parados saíram do posto e vieram até mim. Além de serem altos e possuírem uma expressão ameaçadora, eles seguravam lanças grande e aparentemente pontiagudas o suficiente para atravessar o corpo de uma pessoa.
Ambos apontaram as lanças para mim ao mesmo tempo e devo confessar suei frio. Mas a única que fizeram foi um meneio com a cabeça, indicando que eu deveria entrar no palácio, pelo mesmo caminho que a garota havia seguido.
Subimos algumas escadas e passamos por corredores suspensos. Pelas janelas, eu podia ver uma multidão de pessoas na porta, esperando pacientemente. Quando enfim os guardas pararam de andar, estávamos em frente de duas portas muito grandes. Estas não eram feitas do mesmo material dourado mas sim de madeira, embora possuíssem os mesmos desenhos rústicos dos portões de entrada da cidade. Os guardas deram um passo para frente e apoiaram as mãos na porta. Esta, apesar de se menor que as portas de entrada, tinham um aspecto de serem pesadas, o que explica a força imposta pelos guarda para movimentá-las lentamente.
Última edição por Vichan em Seg Dez 19, 2011 8:13 pm, editado 2 vez(es)
Vichan- Mensagens : 39
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Re: Time to Change
Vichan s fic ta muito boa..
estou curiosa pra saber o que vai acontecer!!
Quando tem mais?
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Susy- Mensagens : 2649
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Re: Time to Change
Obrigada pelo comentário, Susy. Eu ia postar na sexta, mas estive muito ocupada, assim como no sábado. Por isso, vou postar agora. ^^
Fico feliz que tenha gostado, espero que continue acompanhando. E desculpe se a vizualização do 2º capítulo ficou ruim, não tinha percebido, mas vou arrumar agora. Kissus.
Fico feliz que tenha gostado, espero que continue acompanhando. E desculpe se a vizualização do 2º capítulo ficou ruim, não tinha percebido, mas vou arrumar agora. Kissus.
Vichan- Mensagens : 39
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Re: Time to Change
Capítulo 03 ~ Ajuda Pessoal
- Spoiler:
- - Em que posso lhe ser útil, caro viajante?
Admito que devo ter ficado um ou dois minutos calados diante daquela interrogação. Eu ainda estava confuso com tudo que estava acontecendo. Há algumas horas eu estava no deserto, em seguida, arrastado por uma multidão dentro de uma cidade cercada por muros.
Agora, no entanto, eu estava numa sala fechada. Os dois guardas, muito provavelmente mantinham suas aparências inexpressivas do lado de fora do salão. Sim, um salão, com pisos de cerâmica, extremamente reluzente.
Havia alguns pilares da cor de marfim que davam sustentação ao palácio. E próximo a parede, mais ao fundo do salão, havia um trono. Não era exatamente um trono, mais parecia com um acento luxuoso, onde o estufado tinha um aspecto macio, além de ser forrado por uma seda roxa.
E pousado no acento, estava um homem. Era uma figura um tanto quanto peculiar, para ser sincero. Além de ter uma aparência pálida, eu podia jurar que também possuía os olhos avermelhados, mas a distância me impossibilitava de conferir tal fato. O cabelo era escuro e longo, que estava preso numa trança, apoiada no ombro direito e mesmo que o cabelo estivesse preso, os fios ainda possuíam um ar de desordem.
A garota que eu havia visto algum tempo antes, agora tinha os braços apoiados sobre o descanso da cadeira e a julgar pela altura mesma, creio que seus pés não estejam tocando o chão. Num ato que eu julgo ser de impaciência, o homem levantou um dos pés do chão e apoiou no assento, cruzando os dedos sobre o joelho, logo sem seguida apoiando o queixo nos mesmos.
- Não precisa ter pressa, tenho todo o tempo que precisar. – o homem afirmou um sorriso nos lábios, que eu não saberia diferenciar se era simpático ou meramente curioso.
- Vocês falam a minha língua? – assim que terminei a frase, tive vontade de voltar no tempo. Com tantas coisas que eu tinha curiosidade em perguntar, porque eu teria que começar com a mais banal de todas?
O homem simplesmente olhou para a garota atrás de si, erguendo uma das sobrancelhas, provavelmente um tanto incrédulo com a minha pergunta. A garota de cabelos negros apenas deus os ombros, enquanto dirigia o olhar para mim.
- Porque a pergunta? Só falar a sua não basta?
O salão foi inundado com uma risada, não minha nem da garota, mas sim do homem que estava sentado. Ele continuou rindo por mais alguns instantes até que o momento cessasse lentamente. Eu estava estático com toda aquela situação. A garota, por outro lado, ainda mantinha os olhos fixos em mim. E seu olhar era de pura curiosidade.
- O viajante está cansado. Aries, prepare um quarto para o rapaz. Tenho certeza de que depois de comer um pouco e descansar devidamente ele se sentirá mais disposto a contar o que faz por essas terras. Yancha?
- Yancha. – Foi tudo que ela respondeu. Desceu rapidamente do apoio da cadeira e andou diretamente para as portas de madeira talhada. O homem, por sua vez, apenas se levantou do assento, indo até uma sacada, do mesmo lado do palácio onde as pessoas estavam esperando.
Acaboi por dar meia volta e seguir a garota que estava a minha espera em frente as portas já abertas. Assim como eu esperava, lá estavam os guardas em seu posto. Eu esperava que quando saísse de dentro do salão, eles me seguissem também, mas não foi isso que aconteceu.
Eu andava apenas alguns passos atrás daquela garota e o único som provinha dos meus sapatos se chocando contra o piso de cerâmica. Por estar descalça, seus passos eram inaudíveis se comparados aos meus.
O silêncio meio constrangedor foi interrompido por uma chuva de gritos e aplausos, não tardando a dar início a uma música com instrumentos, sempre acompanhados de palmas e assobios. Não pude deixar de olhar pela janela de um dos corredores suspensos. Não só a multidão que estava parada em frente ao palácio, mas toda a cidade parecia estar no meio de uma comemoração.
- O que eles estão comemorando? – Não pude deixar de perguntar, enquanto apoiava as mãos na sacada da janela. Além da alegria que se espalhava como poeira na cidade, uma brisa leve de vento se chocou contra o meu rosto.
- Você. – ela respondeu, simplesmente, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Rapidamente, desviei minha atenção da multidão no andar de baixo para ela. Como assim? Aquela festa inteira não podia ser... Por minha causa.
- Isso não é verdade.
- Claro que é! – Ela afirmou rapidamente, de maneira quase impaciente. – É muito difícil aparecerem viajantes aqui. E as pessoas adoram festejar, embora não tenhamos muitos motivos para fazê-lo já que nada de muito interessante acontece por aqui. Por isso, quando um viajante aparece, é um motivo de festejar.
- Mas porque festejar a vinda de uma pessoa que vai ficar aqui temporariamente? – Questionei mais uma vez. Aquilo tudo ainda me parecia muito confuso.
- Porque quem entra nesta cidade não deseja mais voltar pra casa. – Ela afirmou com uma expressão satisfeita. Dito isto, voltou a seguir o caminho pelo corredor suspenso. Eu ainda andava alguns passos atrás dela.
Quando finalmente paramos, percebi que estávamos diante de um quarto. As portas eram de madeira e as figuras rústicas agora se limitavam apenas no rodapé da mesma. Aries adentrou no quarto. Era simples, mas também era arrumado.
Havia uma cama espaçosa, suficiente para duas pessoas. Na parede, um armário embutido com portas que pareciam ser feitas de palha ou algo similar. Havia uma cabeceira de cada lado da cama, ambas com um candelabro e velas.
Virei para agradecer pelo quarto, mas Aries já não se encontrava mais parada junto à porta. Devia ter saído enquanto eu reparava no cômodo. Fui até o corredor, mas estava vazio. Retornei para o quarto, indo em direção à janela. A festa se alastrava pela cidade e estranhamente, do local onde eu estava o som da música parecia bem mais abafado do que no corredor suspenso.
Era meio contagiante a forma como as pessoas se moviam. Para elas, aquela comemoração não aprecia algo banal, algo simplesmente por diversão. Parecia ser real. Beirava à felicidade pura. Só me custava entender o porque. Ver toda aquela empolgação normalmente faria eu me juntar a eles, mas não tardou até o cansaço da viagem agir sobre meu corpo.
A rápida visão da cama fez com que eu arrastasse meus pés até ela, deitando-me de costas, enquanto abria os braços sobre a mesma. Assim que fechei os olhos, inconscientemente visualizei o sorriso vitorioso de Aries, enquanto proferia aquelas palavras carregadas de orgulho. Quem entra nesta cidade não deseja mais voltar pra casa.
Não era possível que ninguém quisesse voltar para casa. Eu queria voltar para casa. Quer dizer, eu acreditava nisso. Eu tinha a convicção de que, em algum momento, eu teria que voltar para casa. Entretanto, quanto mais eu permanecia nessa cidade, essa convicção me parecia cada vez menos absoluta.
Última edição por Vichan em Seg Dez 19, 2011 7:48 pm, editado 1 vez(es)
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Re: Time to Change
Adorei o cap. Vichan
Essa cidade deve ser maravilhosa, se quem entra lá não quer mais ir embora...
Quando tem mais?
Essa cidade deve ser maravilhosa, se quem entra lá não quer mais ir embora...
Quando tem mais?
Susy- Mensagens : 2649
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Re: Time to Change
Susy escreveu:Adorei o cap. Vichan
Essa cidade deve ser maravilhosa, se quem entra lá não quer mais ir embora...
Quando tem mais?
Amanhã ou mais provavelmente, terça feira.
Obrigada pelo comentário. Agora, sobre a cidade, você vai ver que ela nem é tão maravilhosa assim, mas enfim, não vou dar spoilers.
Vichan- Mensagens : 39
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Re: Time to Change
Capítulo 04 ~ Um Amigo
- Spoiler:
- Quando finalmente acordei, o quarto já estava escuro e o ambiente frio. Andei até a sacada, me espantando com a visão dali. Por toda a cidade, a festa continuava. Lamparinas estavam acesas e devido à altura do quarto em que eu estava apenas pareciam um borrão luminoso.
A empolgação continuava a mesma. A música era agradável e dançante. Tudo estava muito feliz. Feliz demais para que eu continuasse dentro daquele quarto. Em cima da escrivaninha que havia numa das extremidades da sala havia uma roupa nova.
A princípio não compreendi o porquê daquela gentileza. Mas bastou olhas para minhas próprias roupas para entender tal gesto. As calças, originalmente escuras, tinham manchas de poeira consideráveis, além de alguns rasgos na perna esquerda. A blusa branca estava levemente escurecida e molhada de suor.
A roupa deixada em cima da escrivaninha era um casaco verde musgo de tecido fino, bastante frio e uma calça pesada, mas também confortável. Troquei rapidamente de roupa, fazendo um lembrete mental para perguntar a Aries onde eu poderia tomar um banho. Ao terminar, sai do quarto, demorando muito mais que uma pessoa comum para encontrar o caminho certo até o térreo.
As crianças corriam de um lado para o outro, as pessoas dançavam, a música inundava meus ouvidos de forma ensurdecedora e havia tantas pessoas que até mesmo se locomover estava difícil. Depois de levar muitos empurrões e tropeçar várias vezes, consegui chegar até uma viela mais vazia. Ao fim da viela, uma luz forte saía pelas frestas de uma cortina branca, ao que parecia uma barraca.
Assim que adentrei na barraca, percebi três coisas. A primeira é que a barraca era muito maior do lado de dentro do que aparentava ser do lado de fora. A segunda era que animação do lado de fora tinha a mesma intensidade aqui dentro, pois havia várias mesas e pessoas sentadas em bancos, bebendo e conversando, de maneira acalorada. E a terceira era que um cheiro bom e convidativo pairava no ar, fazendo meu estômago roncar, lembrando que eu não comia nada desde ontem.
Dirigi-me até um balcão mais ao fundo do local. Havia alguns bancos rentes ao balcão e acabei me sentando num deles. Atrás deste, não havia nada, apenas uma panela semelhante a uma frigideira e uma lareira acesa.Eu fiquei distraído apenas encarando as chamas calmas que vinham da lareira aquecendo o ambiente. E quando uma figura excêntrica saiu debaixo do balcão, tomei um susto, não conseguido fazer outra coisa senão encará-lo assustado.
Era um homem, parado atrás do balcão. Era moreno e alto, mesmo que o cabelo fosse peculiarmente branco. Tinha os olhos azuis e um sorriso largo no rosto. O físico era forte e por algum motivo, o seguinte pensamento percorreu minha mente: se ele quisesse me matar, não creio que teria dificuldades.
Ele se aproximou lentamente e eu me senti paralisado. E como um cachorro que viu um objeto novo, ele simplesmente cheirou o ar.
- Ora, se não é nosso viajante perdido. – Ele afirmou voltando a posição original, abrindo novamente um largo sorriso. – O que o trás a nossa pacata cidade?
- Defina pacata. – Foi a única coisa em que consegui pensar. Ele apenas soltou uma gargalhada, virando-se de costas para mim.
Retirou rapidamente uma faca que estava fincada no balcão de madeira e foi até uma mesa que estava localizada na parte interna do balcão, começando a cortar, a uma velocidade sobrenatural todas as frutas e legumes que havia ali.
Em poucos segundos, tudo estava simetricamente picotado. Rapidamente, despejou tudo que havia cortado dentro da frigideira e levou até a lareira acesa, começando a mexer com rapidez a panela.
Ao mesmo tempo em que mexia a panela, ao lado da lareira, havia vários sacos abertos. Sem nem mesmo olhar, ele simplesmente pegava os respectivos temperos e ia jogando dentro da frigideira, sem deixa-la parada um só segundo. Tudo foi feito com maestria e em pouco mais de dois minutos, ele colocou uma espécie de sopa na minha frente, dentro de uma tigela funda.
- Eu não tenho como pagar. – Foi o que me restringi a dizer, mas estava com tanta fome que minha ideia foi simplesmente ignorar o protocolo e devorar aquele prato com aroma tão saboroso.
- E eu sou cozinheiro. Seria errado deixar um viajante com fome. Além do que, a Coroa está assumindo todos os seus gastos.
- Como assim? – Não pude deixar de perguntar. Aquele homem parecia saber muito mais sobre a minha situação naquela cidade do que eu mesmo.
- Tudo que você usar, gastar ou consumir vai ser bancado pelo Rei. – Ele respondeu apoiando o cotovelo esquerdo na bancada.
- E como você sabe de tudo isso?
- O anel na sua mão. – Ele disse apontando para minha mão direita. No polegar, havia um anel prateado que se encaixava perfeitamente. Me pergunto em que momento do dia colocaram esse anel no meu dedo. – Com este anel, pode usufruir o que quiser na cidade. Mas me admira que não saiba disso. As notícias foram de que você chegou pelo fim da manhã. O que fez o dia inteiro?
- Dormi. – Respondi desta vez olhando para o prato, que parecia cada vez mais parecia mais saboroso. Não resisti e comecei a comer rapidamente. Estava maravilhoso. Tinha gosto de carne, embora eu tivesse consciência de que era a única coisa que não havia ali.
- Que desperdício de tempo. – Ele disse balançando a cabeça. – Coma depressa, temos muita coisa a fazer.
- Temos? – perguntei enquanto comia.
- Sim! Lugares pra ver, gente pra conhecer, coisas para aprender. Não devia ter passado o dia dormindo, agora está tudo atrasado.
Ao dizer isso, ele apenas assobiou e logo uma garota apareceu no balcão. Ela tinha a pele mais clara que a dele, mas possuía o mesmo cabelo branco. Ele disse algumas coisas para ela em sua língua original e ela apenas assentiu com um sorriso, voltando ao trabalho de servir os presentes. Ele voltou a olhar para mim.
- A propósito, acho que ainda não me apresentei. Meu nome é Shakkra. E você é?
- Alex. – Respondi limpando o canto da boca com a manga do casaco.
- Nome estranho. – Ele respondeu, pulava sobre o balcão. Somente depois de vê-lo em pé ao meu lado pude ver o quão alto ele era. Acho que era da mesma altura que os guardas do palácio, só que mais magro que eles.
Ele saiu andando pelo restaurante, sempre cumprimentando as pessoas sentadas com um largo sorriso. Creio que Shakkra deva ser o dono do restaurante. Depois de ter conversado com ele, já não parecia mais tão ameaçador assim.
Saímos da barraca e comecei a andar ao lado de Shakkra enquanto ele falava compulsivamente, de forma que eu tinha dificuldade de memorizar tudo que ele falava.
- Pra “sobreviver” aqui não é preciso muita coisa. A primeira coisa que você deve procurar é um lugar pra ficar. Quer dizer, você não pode ficar no Palácio de Marfim para sempre. Se você quiser, conheço uma pessoa que poderia alugar um quarto pra você.
- Seria muito cômodo. – Afirmei apenas por educação, enquanto observava as ruas, tentando memoriza-las, mas era difícil já que todas pareciam tão iguais.
- Depois, precisa encontrar um trabalho, a Coroa não vai se responsabilizar pelos seus gastos pra sempre também. Mas você tem sorte porque trabalho aqui é o que não falta.
- Não é bem o que parece, já que todo mundo parou o que estava fazendo para festejar. – Respondi quase sem pensar, mas meio que me arrependi. Temia que tivesse sido agressivo, mas Shakkra apenas assentiu, concordando com minhas palavras.
- Amanhã, todo mundo vai trabalhar em dobro, mas ninguém se importa muito com isso. Quando for procurar emprego, sempre o faça depois de uma festa, pois o trabalho se acumula e as pessoas ficam precisando ainda mais de ajuda. Eles podem até te pagar mais por isso.
Apenas meneei a cabeça com todas as dicas que ele me dava. E por um momento, não consegui para de pensar na garota de vestido vermelho e cabelos escuros, Aries. O que estaria fazendo agora. Parei de prestar atenção em Shakkra por um momento, enquanto me perguntava se seria ela quem teria levado aquela muda de roupas e colocado o anel prateado em meu polegar.
- Shakkra. – Chamei a atenção do meu novo amigo, assim por dizer. – Ah, desculpe, não queria interromper sua explicação.
- Mas aproveitando que já interrompeu, pode perguntar. – Ele disse com um tom de voz zombeteiro.
- Por acaso sabe quem é uma garota de vestido vermelho e cabelo escuro? – perguntei ponderando se deveria ou não dizer o nome dela.
- Cabelo escuro e vestido vermelho. – Ele repetiu minhas palavras. – Considerando que quase todas as mulheres daqui tem cabelo escuro e usam roupas coloridas, você precisa ser mais especifico que isso.
- Acho que o nome dela é Aries. – eu afirmei um pouco envergonhado de ter omitido tal informação.
- Ah bom, porque não disse antes. Todo mundo conhece a Aries.
- Eu a vi quando cheguei e ela que me deu um quarto no Palácio, mas depois disso eu ainda não a vi.
- Bom, não me admira. Você passou o dia dormindo e logo quando acorda vem direto para a cidade. Ela mora no Palácio.
- Porque ela mora lá? – não pude deixar de perguntar. Decerto era uma figura importante.
- Porque oras. Porque ela é a noiva do Rei. Você já deve ter visto ele. Juddah, um branquelo esquisito com o cabelo grande preso numa trança.
Dito isto, simplesmente seguimos caminho, enquanto Shakkra falava das maravilhas arquitetônicas da cidade. Mas eu não conseguia me concentrar na história das construções. Eu não conseguia parar de pensar que aquela garota que não aprecia ter mais que dezesseis anos era noiva justamente da pessoa mais importante da cidade.
Isso explicava porque ela estava no Palácio quando cheguei. Porque tinha toda aquela intimidade com quem agora eu sabia que era o Rei deste lugar. Como sabia andar pelo Palácio. E ainda assim, apesar todas as proibições óbvias e empecilhos que havia entre mim e ela, era impossível parar de pensar nela.
Vichan- Mensagens : 39
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Re: Time to Change
Bem, para começar tens quinze anos, e são poucos adolescentes com essa idade que escrevem bem. Aliás, nem eu me lembro de escrever assim.
Segundo, tens personagens muito bem construídos, consegui me identificar com todos eles, e mesmo a parecer uma daquelas triplas ou mais um amigo comum que se vêem em todo lado, conseguiste dar um toque pessoal a cada um , tornando-os diferentes. Outro ponto para ti.
A descrição da muralha, da cidade, foi muito bem feita. Parabéns, imaginei-me no olimpo, rsrsrsrs. E o que é Yancha, curiosa que estou! Tens momentos descritivos muito bons, sim senhor.
E por fim dizer que acho que vem M&%$# aí, isso de apreciar a noiva do rei, não sei não! Desculpa o texto enorme, mas não podia deixar de dizer.
Um ponto para ti.“O viajante que enveredar no deserto proibido está fadado a nunca retornar para o que um dia ele chamou de lar.”
Segundo, tens personagens muito bem construídos, consegui me identificar com todos eles, e mesmo a parecer uma daquelas triplas ou mais um amigo comum que se vêem em todo lado, conseguiste dar um toque pessoal a cada um , tornando-os diferentes. Outro ponto para ti.
A descrição da muralha, da cidade, foi muito bem feita. Parabéns, imaginei-me no olimpo, rsrsrsrs. E o que é Yancha, curiosa que estou! Tens momentos descritivos muito bons, sim senhor.
E por fim dizer que acho que vem M&%$# aí, isso de apreciar a noiva do rei, não sei não! Desculpa o texto enorme, mas não podia deixar de dizer.
miaDamphyr- Mensagens : 67
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Re: Time to Change
miaDamphyr escreveu:Bem, para começar tens quinze anos, e são poucos adolescentes com essa idade que escrevem bem. Aliás, nem eu me lembro de escrever assim.Um ponto para ti.“O viajante que enveredar no deserto proibido está fadado a nunca retornar para o que um dia ele chamou de lar.”
Segundo, tens personagens muito bem construídos, consegui me identificar com todos eles, e mesmo a parecer uma daquelas triplas ou mais um amigo comum que se vêem em todo lado, conseguiste dar um toque pessoal a cada um , tornando-os diferentes. Outro ponto para ti.
A descrição da muralha, da cidade, foi muito bem feita. Parabéns, imaginei-me no olimpo, rsrsrsrs. E o que é Yancha, curiosa que estou! Tens momentos descritivos muito bons, sim senhor.
E por fim dizer que acho que vem M&%$# aí, isso de apreciar a noiva do rei, não sei não! Desculpa o texto enorme, mas não podia deixar de dizer.
Agora quem ficou se achando fui eu. Nada de se desculpar, adoro comentários grandes. Ainda vão aparecer vários personagens e eu queria que cada um deles fosse único. Tanto em personalidade quando fisicamente, por isso me alongo tanto nas descrições, o que as vezes torna o texto um pouco chato, por isso tento moderar.
Simsim, essa história de admirar tanto a Aries... hum, não vai sair coisa boa. Enfim, ficou muito feliz com seus comentários, espero que continue acompanhando minha fanfic fofa. Kissus.
Vichan- Mensagens : 39
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Re: Time to Change
Capítulo 05 ~ Consequências
- Spoiler:
- Sentado numa cadeira extremamente confortável, fiquei apenas observando o nascer do sol, iluminando aquela cidade. E pensar que há dois dias eu pensei que não haveria nada vivo dentro deste deserto, até encontrar este lugar, que se mostrar, cada vez mais vivo e alegre. O céu parecia estar disposto em camadas, ora apenas o céu avermelhado, ora as nuvens brancas e finas.
Levantei-me da cadeira, fazendo menção de ir até a janela para sentir os resquícios de brisa antes que o dia quente inundasse a cidade. Entretanto, fui interrompido no meio da ação. Dois braços finos estavam em redor da minha cintura impedindo que eu desse mais um passo para frente. Virei levemente para trás, vendo que era Aries quem me segurava.
Pondo as mãos sobre as suas, eu retirei lentamente seus braços de cima de mim, apenas para me virar e encará-la de frente. Ela mantinha a cabeça baixa e aquilo me incomodava profundamente. Aries deu um passo para frente, apenas encostando a testa em meu ombro esquerdo, devido à diferença de alturas entre nós dois.
Ela acabou por levantar o rosto. Sua expressão era meio séria, mas seus olhos extavam brilhantes e expressivos demais para passarem despercebidos. Lentamente, ela levantou a duas mãos até encontrar meu cabelo escuro, puxando algumas mechas para frente da orelha. Seu olhar era terno.
Tudo que eu mais queria era poder abraça-la e ficar ali, mesmo que parado, apenas perto dela. Nem sempre podemos ter o que queremos. E foi com esse pensamento em mente que Aries desapareceu lentamente.
Abri os olhos rapidamente, logo levantando a cabeça. A visão ainda estava turva e quando finalmente se focaram em algo, foi na figura de Shakkra bem à minha frente, com os braços cruzados e seu costumeiro largo sorriso no rosto. Olhei em redor, percebendo que estava de volta ao seu restaurante. Algumas poucas pessoas estavam ali e lentamente chegavam mais. Um sonho. Apenas um sonho.
Quando voltei a olhar para Shakkra, inconscientemente, levei a mão até a parte de trás da cabeça. Parecia que eu tinha levado uma pedrada ali. Ele começou a soltar mais uma de suas gargalhadas.
- Dói, não é? – ele perguntou com seu costumeiro sorriso maroto.
- Demais. – respondi, até perceber que não fazia a menor ideia do porque estar com tanta dor de cabeça. – Que fizemos ontem?
- Não me admira que não se lembre. Mas de qualquer forma, devia ter avisado. Se você não aguenta beber, não devia ficar aceitando as bebidas da Baaza. Ao dizer isso, Shakkra virou para a mesa e começou com sua arte de cozinhar.
Olhei novamente para trás, vendo que algumas pessoas estavam dentro do restaurante, conversando com a mesma garota que ele vira no dia anterior. Do lado de fora, dava para ver os raios de sol entrando na tenda. Então já havia amanhecido.
Lentamente, comecei a recordar da noite anterior. Quando saímos para conhecer a cidade, acabamos por ver a velha senhora que havia me arrastado cidade adentro. Mais uma vez ela começou a berrar palavras incompreensíveis de maneira muito rápida. Quando ela veio correndo para perto de mim, olhei para Shakkra, em claro desespero. Acho que ela conseguia me assustar ainda mais do que ele.
Ele apenas riu da cena. Ela vinha com um copo na mão e me fez segura-lo, começando a fazer gestos estranhos, provavelmente querendo que eu provasse daquela bebida. Sem outra opção, fiz o que ela pedia. Não era ruim, mas a bebia criou um gosto azedo no fim da língua e tentei a todo custo não fazer uma careta. E ela simplesmente entrou numa casa com outro copo igual ao anterior. E isto se repetiu por mais algumas vezes. Certo, algumas é eufemismo. Muitas vezes.
Quando voltei meu olhar para Shakkra, ele estava novamente parado à minha frente, com três pratos postos na bancada. Num, havia um pão, com aspecto muito fresco. Noutro havia algumas frutas. E por último, num prato fundo similar ao da noite anterior, uma das sopas maravilhosas que ele cozinhava.
- Shakkra, já disse que não posso pagar por toda essa comida.
- Alex, já disse que a Coroa está assumindo seus gastos. Pare de se preocupar com besteira. – ela respondeu num tom zombeteiro. Havia esquecido o anel que me dava direito de consumir o que quisesse. Sem me importar mais com este problema, comecei a comer. De fato, a comida daquele lugar me surpreendia. Quando olhei para frente, Shakkra estava me olhando com uma expressão estranha.
- Que foi?
- Quem é ela? – ele perguntou com um olhar cúmplice.
- Ela quem? – Não pude deixar de perguntar, não fazia ideia de quem ele estava falando.
- Aria, a garota que você estava falando ontem quando estava bêbado. – ele respondeu falando mais baixo, como se fosse um segredo.
Congelei por um momento. Certo, recapitulando. Saímos do restaurante. Conversamos. Encontrar a senhora idosa e suas bebidas de composição duvidosa. E o restante é um branco em minha mente. Não me recordava, em momento algum, de ter citado Aria na conversa.
- Que tem a Aria? – perguntei. Ainda não estava conseguindo acompanhar o raciocínio dele.
- Ela é sua namorada ou o que? Não precisa mentir. A bebida sempre nos deixa mais sinceros.
Como assim? Aria nunca foi minha namorada e é provável que nunca seja. Eu só a conhecia porque sua casa era, literalmente, em frente a minha. E como ela era prima de Locke, no caso, meu melhor amigo (ou melhor, meu único amigo), apenas nos conhecíamos desde crianças.
- Não, ela é apenas minha amiga. – Ele fez uma expressão de quem não acreditou muito. – É sério, Shakkra.
- Não se preocupe, já tive muitas amigas assim também. – Ele respondeu com um ar cúmplice e saiu andando. Eu ia chamar sua atenção e dizer que não era nada do que ele estava pensando, mas acabei por desistir. Ele podia pensar o que quisesse não me importava muito.
Continuei comendo calmamente até me virar para trás e vi a mesma garota de ontem conversando com alguns dos clientes. Ela usava um vestido azul justo em seu corpo, preso por duas faixas transversais no pescoço. Usava um lenç o branco amarrado na cintura, que deixava cair uma parte do corpo, cobrindo apenas a perna direita. O cabelo branco todo estava preso do lado direito. Foi então que me dei conta de que não sabia quem ela era. Quando Shakkra voltou, logo começou a cozinhar com a mesma rapidez do dia anterior. Ainda assim, não pude deixar de perguntar.
- Shakkra, aquela garota de cabelo branco, que está conversando com os outros clientes... – ele nem mesmo me deixou terminar a frase.
- Sanallie, o que tem ela? – ele perguntou rapidamente, sem parar o que fazia.
- Ela é o quê sua? – perguntei, esperando que ele não achasse a pergunta muito indiscreta. – Funcionária, irmã?
- Minha noiva. – ele respondeu com simplicidade.
- Será que todas as pessoas dessa cidade estão noivas agora? – perguntei, fazendo-o soltar uma gargalhada alta.
- Boa observação, mas não. É um dos costumes daqui. Um homem só pode se casar depois que sua própria mãe morre.
- Porque existe isso? – não pude deixar de perguntar. Era estranho, diferente das coisas com as quais eu estava acostumado a viver. Mas tinha sido justamente para isso que eu havia viajado, para conhecer novas culturas.
- Eu não faço ideia. Algo haver com que você não pode ter duas mulheres na sua vida, ou alguma coisa do gênero, enfim.
Depois de ter feito aquela pergunta, voltei a comer em silêncio. Uma vez ou outra virei para trás apenas para observar Sanallie. Ela era bastante parecida com Shakkra em certos aspectos, não apenas fisicamente. Era tão risonha e alegre quanto o moreno, todas as pessoas pareciam gostar de sua presença. De fato, ele era um homem de sorte.
Quando terminei de comer, Shakkra serviu algumas pessoas dentro do restaurante, sempre mantendo o bom humor. Falou por alguns minutos com Sanallie em sua língua original e voltou para falar comigo. Eu já havia terminado de comer.
- Vamos melhor você voltar para o Palácio agora. – ele afirmou em bom tom, mas logo começou a sussurrar. – Você não vai querer topar com Rayzon pelos corredores.
- Quem é Rayzon? – perguntei normalmente, ignorando seu tom de sussurro. Grande erro.
Sabe aquele momento em que você está num lugar e tudo fica em silêncio e você tem certeza de que todas as pessoas estão olhando pra você? Uma vez, a uns dois anos atrás, eu e Locke estávamos num bar. Acho que era a festa de aniversário de alguém e apesar de não ter sido convidado, Locke fez questão que eu fosse com ele. Pelo fim da noite, quando ele já estava completamente bêbado, ele simplesmente virou a mesa em que estávamos sentados de cabeça para baixo, sem se importar com os pratos e copos que estava em cima destas. Depois, ele subiu em cima da mesa e com uma colher, começou a “remar” alegando que iria virar pirata. Tudo que eu mais desejei naquele momento era ter declinado o convite da festa. Todas as pessoas estavam em silêncio, apenas nos encarando e eu tinha certeza que mais tarde seriamos alvo de piadas. Hoje, foi a segunda vez que isto aconteceu.
Estavam todos calados, apenas nos encarando. Até mesmo Shakkra ficou me olhando com um ar espantado. Felizmente, depois de alguns segundos, Shakkra simplesmente quebrou o silêncio com sua gargalhada alta. Ele se virou para as outras pessoas, dizendo algo rapidamente em sua língua original. Ao terminar, ele me segurou pelo braço e me arrastou rapidamente para fora do restaurante.
- É, parece que você conseguiu criar uma situação bem constrangedora lá dentro. – ele disse passando a mão no cabelo, demonstrando nervosismo.
- O que disse a eles? – não pude deixar de perguntar.
- Apenas que você era o visitante que tinha acabado de chegar e que pouco sabia sobre a cidade. – ele respondeu dando os ombros. – Mas se quer uma dica para ser feliz o resto da vida, nunca diga o nome dele em voz alta.
- Acho que aprendi a lição. – respondi rapidamente. – Mas porque todos ficaram tão espantados daquele jeito?
- Digamos que, de uma maneira de gentil, Rayzon não seja uma pessoa muita fácil de lidar. E a sua posição não ajuda muita. Além de ser Comandante Geral do Exército, ainda é o irmão mais novo do Rei, então, por favor, não procure confusão com ele.
- Essa é a última coisa que eu quero. Shakkra riu alto e começamos a andar em direção ao Palácio.
Aquele era apenas meu segundo dia ali e, felizmente, eu já havia feito um amigo, coisa que não consegui a vida inteira na minha cidade. Shakkra era alegre e descontraído. Não parecia se incomodar com as minhas perguntas, além de ser bastante receptivo.
- A propósito. – Ele começou a falar. – Outra pessoa que você vai ouvir falar bastante por aqui é Kairan. Melhor ser amigo dele, ou você pode ser importunado pelo resto da vida.
- Tão perigoso quanto o anterior? – perguntei, evitando tocar no nome de Rayzon.
- Não chega nem perto. Kairan não é perigoso, apenas irritante. Ele é mais perigoso para si próprio do que para os outros.
Quando estávamos passando por uma das principais vias da cidade, ouvimos um barulho alto, como se algo estivesse se quebrando. Sem seguida, vários berros incompreensíveis para mim começaram a surgir de um beco estreito.
- Falando no diabo, ele aparece. Foi tudo que Shakkra disse antes de fazer um sinal com a mão para mim, indicando que eu deveria segui-lo beco adentro.
OBS: Apenas para explicar, o capítulo não ia terminar assim, mas tinha ficado muito grande então resolvi dividí-lo em dois.
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Re: Time to Change
AHHAHAHAH, primeiro que mico que o Locke passou a remar a mesa, não aguentei com essa! E isso dos homens só se casarem depois da mãe morrer, um ponto para a tua imaginação fértil, tens aqui um mundo quase real, com habitantes típicos, leis, comportamentos, tudo muito bem arquitectado.
Ahhhh, e eu gosto de cap. longos, mas enfim, espero que postes logo, tens aí uma história com perna e cabeça, e dizer de ante-mão, muito coerente. beijoa
Ahhhh, e eu gosto de cap. longos, mas enfim, espero que postes logo, tens aí uma história com perna e cabeça, e dizer de ante-mão, muito coerente. beijoa
miaDamphyr- Mensagens : 67
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Re: Time to Change
miaDamphyr escreveu:AHHAHAHAH, primeiro que mico que o Locke passou a remar a mesa, não aguentei com essa! E isso dos homens só se casarem depois da mãe morrer, um ponto para a tua imaginação fértil, tens aqui um mundo quase real, com habitantes típicos, leis, comportamentos, tudo muito bem arquitectado.
Ahhhh, e eu gosto de cap. longos, mas enfim, espero que postes logo, tens aí uma história com perna e cabeça, e dizer de ante-mão, muito coerente. beijoa
Eu estava escrevendo e essa ideia da mesa simplesmente surgiu na minha mente como mágica e eu pensei: não, eu tenho que escrever isso! asuhsauhsauhua
Essa ideia dos homens só se casarem depois que a mãe morre foi uma ideia que surgiu na hora também. Também explica o fato da Aries não ser, literalmente, esposa do Juddah. Fico imensamente feliz que esteja gostando da história. Amanhã mesmo posto mais um capítulo! Kissus
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Re: Time to Change
Capítulo 08 ~ A Brecha Para Os Segredos
Eu queria muito ter postado ontem, mas não tive tempo.
- Spoiler:
- A cada passo que dava em direção àquela viela eu sentia como se o espaço diminuísse mais ainda. Apesar das ruas estreitas, curtas e que se conectavam com várias outras, Shakkra parecia saber exatamente aonde ir. No meio do caminho, encontramos um senhor aos berros com um garoto mais jovem, mas simplesmente passamos por ele direto.
- O que ele estava dizendo? – perguntei, me referindo ao velho senhor.
- Parece que ele foi roubado. E só pode ter sido o Kairan.
Shakkra parecia estar com raiva. E andava cada vez mais depressa, evitando as pessoas com facilidade, esgueirando-se pelos escassos espaços livres. Já eu, estava sempre esbarrando ou pisando no pé de alguém, ficando feliz ao chegar numa rua um pouco mais larga. Shakkra acabou por entrar num peco escuro. Havia algumas barracas de índole duvidosa, pois eram escuras e exalavam odores atípicos.
E bem ao fundo do beco, havia alguém agachado junto ao muro. Shakkra simplesmente se aproximou e segurando com força a gola da camisa branca, ele ergueu a pessoa que estava anteriormente agachada. E apenas pelo tamanho e pela facilidade que Shakkra teve em levantá-lo, deduzi que era um menino, que não deveria ter mais que doze anos.
Ao sentir que havia sido erguido, o menino começou a se espernear no ar, enquanto proferia palavras rápidas em sua língua original. Mesmo que eu não entendesse absolutamente nada daquele dialeto, apenas por seu tom de voz, pude imaginar que não era lá termos muito educadas.
Com o garoto ainda erguido, Shakkra começou a andar lentamente em direção à rua mais larga, pois também era mais iluminada. Assim que retornamos, que soltou o garoto com brutalidade, que caiu sentado no chão.
- Kairan, quantas vezes eu tenho que lhe dizer para parar de roubar os comerciantes daqui? – Shakkra, que até agora havia se mostrado uma pessoa alegre e descontraída, estava sério e autoritário.
- Isso não é da sua conta! Além do que, eu não roubei nada! – o garoto falava alto e parecia nervoso.
Eu nunca poderia imaginar que Kairan, a pessoa que ele disse que seria melhor eu ser amigo para evitar problemas, era nada menos que um garoto de doze anos e que aparentemente tinha um histórico de pequenos delitos e furtos.
- Se não roubou nada, que é isto aqui? – Shakkra, com a mão livre, mostrou um colar dourado, de pedras escuras, com um aspecto de caro. O garoto pareceu ficar ainda mais nervoso.
- Isso não é meu. Se está com você, é porque você deve ter roubado.
Shakkra apenas revirou os olhos, segurando o garoto pelo pulso, enquanto o arrastava de volta para as ruas movimentadas. Quando paramos, estávamos em frente ao velho senhor e sua tenda. Ele estava sentado sobre um banco de madeira, com as mãos enterradas nos fios brancos e ralos que havia em sua cabeça. De fato, aquela deveria ser uma peça muito rara.
Com um forte empurrão nas costas de Kairan, Shakkra apenas o encarava com uma expressão séria. Com o rosto corado e a cabeça baixa, o garoto proferiu algumas palavras em sua língua original e devolveu o colar para o senhor.
Este, por usa vez, apenas tomou o colar da mão de Kairan, antes de berrar coisas incompreensíveis, mas que pareciam claramente dizer: Você não é bem vindo aqui. Ele apenas deu as costas e saiu andando pela rua, com uma expressão emburrada. Shakkra logo foi atrás dele.
- Kairan, até quando pretende ficar roubando coisas dos outros? Sabe que pode fazer muito mais do que isso.
- Cala a boca. Eu odeio essa cidade mais do que tudo. – Kairan respondeu apressando o passo, provavelmente querendo se livrar de nós.
E aquilo me surpreendeu de certa forma. Até agora, todas as pessoas que eu tinha visto ali pareciam exalar felicidade ao modo mais natural possível. E agora, acabo de conhecer um garoto que detesta este lugar, que, provavelmente, seria o mais adorável do mundo. Ele se virou rapidamente, com o rosto levemente vermelho. Parecia uma criança prestes a chorar, mas ele estava se aguentando firmemente.
- Se eu pudesse, eu já teria ido embora a muito tempo! Nessa cidade, ninguém sabe o que é verdade e o que não é.– ele disse com a voz meio baixa, para que outras pessoas além de nós não pudessem ouvir. Depois, se virou e saiu correndo, perdendo-se no meio da multidão.
Fiquei alguns segundos fitando Shakkra, mas ele não parecia nenhum pouco inclinado a seguir Kairan. Ele simplesmente deu a volta em direção à saída daquelas ruas. Apenas o segui em silêncio, entretanto, quando chegamos a um local menos movimentado, não pude deixar de perguntar.
- Porque Kairan odeia tanto ficar aqui? – perguntei incredulamente. E pela primeira vez desde que o havia conhecido, Shakkra parecia estar nervoso com a pergunta.
- Ele é apenas uma criança baderneira. Só estava com raiva. – ele respondeu, provavelmente tentando se desviar da minha pergunta. Eu só não compreendi o porque.
- Então porque ele disse aquilo. Das verdades e das mentiras.
Nesse momento, Shakkra se virou para mim e ficou me encarando com seriedade. Parecia fazer um apelo, embora não pudesse expressá-lo em palavras. Num pedido mudo, ele parecia querer que eu não tocasse mais no assunto.
- Apenas esqueça isso. Kairan apenas gosta de confusão. Não vale a pena ficar remoendo as mentiras que ele conta.
Depois daquilo fiquei calado e apenas segui Shakkra em direção ao palácio. Por mais que ele tivesse pedido, eu não conseguia parar de pensar naquelas palavras. Parecia que aquela cidade tinha mais segredos do que aparentava.
Já estávamos chegando perto do palácio quando pareci de andar, sem dizer absolutamente nada. Havia uma multidão, em redor de uma fonte. Ela jorrava água para cima, formando arcos perfeito e era feita do mesmo material dourado que os portões.
De pé, na beirada na fonte, se equilibrando na ponta dos pés estava Aries. Segurava um pano fino e branco, quase transparente, enquanto dançava em cima da fonte. Logo ela voltou para o chão, segurando as mãos de algumas crianças e logo havia formando um circulo perfeito em redor da fonte.
Como uma ciranda, todos começaram a pular e dançar alegremente em redor da fonte. Fiquei alguns minutos apenas observando, até que tudo estivesse terminado. Quando finalmente soltou as mãos das crianças, todos que assistiam inclusive ela mesma, começaram a bater palmas.
As pessoas começavam a se dissipar pela cidade. Algumas ainda iam falar com ela. Não importava quem fosse, ela recebia com um sorriso e dedicava 100% de sua atenção. Quando ninguém mais foi atrás dela, jogou uma mecha do cabelo para de trás da orelha e saiu andando para uma das laterais do palácio.
Não pensei duas vezes e segui para aquele caminho. Assim que cheguei lá, pude vê-la com os joelhos apoiados no chão, enquanto lavava as mãos num balda de água. Assim que percebeu a minha presença, ela se levantou rapidamente, ficando em pé, parada, com os braços colados ao corpo. Ela aprecia estar na defensiva, como se estivesse em alerta, pronta para fugir a qualquer momento.
- Eu não a vejo desde ontem. – foi a única coisa em que consegui pensar em dizer.
- Não faz tanto tempo assim. – ela respondeu, enquanto pegava a mecha de cabelo que a instantes atrás havia colocando dentro atrás da orelha e a jogava para frente, numa tentativa de cobrir o rosto, de criar uma camada que nos separava.
- Nessa cidade, ninguém sabe o que é verdade e o que mentira. – eu repeti as palavras de Kairan e apenas vi Aries elevar o rosto. – O que isso significa?
Ela ficou alguns segundos calada apenas me encarando. Eu não sei se ela estava apenas me avaliando ou tentando imaginar aonde eu queria chegar com aqueles questionamentos.
- Ignore isso. – Ela disse subitamente. – Kairan só quer arranjar confusão.
- Como sabe que foi Kairan quem disse isso? Eu não comentei em momento algum. – Aquilo estava ficando cada vez mais estranho.
- Isso é típico dele, ninguém mais nessa cidade diria algum assim. – ela começava a ficar cada vez mais irritada e por tabela, nervosa.
- Porque todos ficam tão nervosos e irritados quando se comenta isso?
- O que está dizendo? – ela deu alguns passos, se aproximando de mim, mesmo que fosse de uma maneira intimidadora. – Ignore isso e não comente com mais ninguém. Para alguém que acabou de chegar, você causa muitos problemas.
- E isso é ruim?
- Apenas não quero que se machuque. – ela disse rapidamente, começando a andar em direção a uma das entradas do palácio. Não pude deixar de correr atrás dela e segurar seu pulso, impedindo-a de ir.
- Então se importa?
De repente, o barulho das pessoas caminhando, da areia sendo arrastada pelo vento e todo o resto desapareceu. Ela ficou parada me encarando, com os mesmo olhos curiosos do dia anterior. E ia abrir a boca para falar mas ela não permitiu. Colocou a mão livre sobre a minha que segurava seu pulso.
- Não diga em voz alta.
Após isso, ela saiu correndo, entrando no palácio. E por um tempo, fiquei parado, apenas encarando meus próprios pés, numa disputa interna para descobrir se ela realmente sabia o que eu estava prestes a dizer.
Eu queria muito ter postado ontem, mas não tive tempo.
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Re: Time to Change
Leitora atrasada akii;
Adorei a sua historia, táá muito boa mesmo.
Ansiosa por mais. Bjs
Adorei a sua historia, táá muito boa mesmo.
Ansiosa por mais. Bjs
LuanaNunees- Mensagens : 767
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Re: Time to Change
LuanaNunees escreveu:Leitora atrasada akii;
Adorei a sua historia, táá muito boa mesmo.
Ansiosa por mais. Bjs
Que bom que está gostando! ^^
Essa semana estive muito ocupada, mas prometo que quarta feira tem capítulo novo.
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Re: Time to Change
Capítulo 07 ~ Descobrindo Coisas
Desculpa mesmo a demora mas tive problemas com o meu computador e eu viajei este fim de semana. E onde eu ina não tinha internet -perfect
- Spoiler:
- A água fria causava uma sensação estranha. Desde que comecei a viagem ainda não tinha tido oportunidade de tomar um banho, então era provável que eu estivesse colocando gambás para correr. Assim que adentrei o palácio, uma garota de cabelo castanho, que não parecia ter mais que doze anos de idade apareceu e me puxando pelo pulso, me conduziu até esta espécie de banheiro.
Era quase do tamanho do meu quarto. Bastante iluminado, com castiçais e velas, agora apagadas devido à claridade que entrava pelas persianas. No centro do cômodo, uma larga banheira, no formato de um hexágono perfeito. Ela brilhante como ouro e a água que havia dentro dela era transparente e fresca. Sem demora, adentrei na banheira e senti um alívio indescritível.
A água estava fria, perfeita para os dias quentes como aquele. Ainda assim, nem a sensação fria da água conseguiu me acalmar. “Não diga em voz alta”. Que diabos ela queria dizer com aquilo? As pessoas daqui eram realmente confusas, estão sempre falando por enigmas. Em minha terra natal, se você queria dizer algo, você simplesmente dizia, sem rodeios. Na realidade, eu nem mesmo fazia ideia do que ia dizer naquele momento. Porque eu não tinha planejado nada, eu apenas ia dizer... algo. Algo que não consigo lembrar.
Abaixei a cabeça até estar absolutamente dentro d’agua e quando ergui-a novamente, apoiei o queixo na beirada da banheira. Era sempre assim. Porque eu ficava tão inquieto quando pensava na Aries? Ainda assim, não parecia um sentimento estranho, era mais acolhedor. Aconchegante como um travesseiro macio. Péssima comparação, mas era assim que eu me sentia.
Fiquei mais algum tempo, aproveitando o banho para então sair da banheira e vestir as roupas novas que estavam depositadas rentes à parede. Olhei para o anel em meu dedo e pensei que era realmente prático ter tudo o que quiser por conta da Coroa. Chegando ao corredor, olhei para os dois lados. A garota que tinha me trazido para cá não estava em lugar nenhum. E quem disse que eu sabia como chegar no meu quarto?
Apostando na minha sorte (que por sinal, era péssima), comecei a andar para o corredor da esquerda, procurando os corredores suspensos e tentando recordar de algo que marcasse meu quarto. Nada. Perdi as contas de quanto tempo fiquei andando. Pareciam ter passado horas e eu não conseguia encontra nenhuma pessoa, nenhum guarda e nem mesmo meu quarto. Estava começando a ficar nervoso. A possibilidade de topar com Rayzon nos corredores me parecia cada vez mais perturbadora.
Se os próprios habitantes daqui tinham medo dele, quem dirá eu que não faço ideia de como ele poder ser. Devido ao nervosismo, comecei a andar mais rapidamente e prestar menos atenção em quais corredores eu entrava. Num deles, eu simplesmente esbarrei em alguém. A rápida visualização da minha vida foi um flash dos momentos mais vergonhosos que eu já passei, acabando por perceber a existência patética que eu era, enquanto eu tinha plena certeza de que havia esbarrando em Rayzon.
Graças aos deuses, eu estava errado. Olhando para baixo, vi alguém sentado no chão. A pessoa estava sentada de maneira desajeitada. Usava uma vestimenta verde clara com branca e tinha a cabeça cabisbaixa. Quando finalmente ergueu os olhos, entrei num conflito interno para descobrir se era uma garota ou um garoto.
Ela tinha o cabelo loiro, muito claro. A pele era pálida e sua estatura era baixa. Os olhos eram brancos, como eu nunca havia visto antes. Não importava o quanto eu olhasse, não passava de uma criança. Uma criança peculiar. Ele se levantou sozinho e apoiou uma das mãos na parede. Depois ficou me encarando, em silêncio.
- Eu não sei se você me entende, mas eu sou um viajante e eu estou perdido. Eu não faço ideia de onde fica meu quarto.
Ele continuou me encarando, como se não tivesse ouvido. Entretanto, ele começou a espalmar a mão que estava repousada na parede até achar a quina, onde dava para fazer a curva de onde ele vinha. Com a ponta dos dedos, ele parecia analisar algo imperceptível para mim. Subitamente, ele parou o que fazia e apontou para o corredor de onde ele tinha vindo.
- Seu quarto é o próximo.
Pela voz rouca, só podia ser um garoto, embora falasse baixo e com certo receio. Agradeci e ele continuou andando lentamente, enquanto deixava que os dedos deslizassem pela parede. Era um garoto muito estranho, de fato. Mas eu estava cansado e logo voltei para meu quarto. O garoto estava certo, era realmente ali.
E ao entrar, não pude deixar de lembrar o sonho que tive na noite passada. Aries de novo. Porque eu não conseguia parar de pensar nela? Era estranho embora não fosse incomodo. Era apenas diferente. Problemas demais. Pensamentos demais. Deitei na cama e ficou apenas tentando esvaziar a cabeça, enquanto rolava de um lado para o outro. Não tardou até que eu começasse a dormir. Um sono sem sonhos.
~xxx~
Quando acordou, olhou rapidamente para a janela. Certamente, o horário do almoço da havia passado, mais ainda estava bastante claro. Talvez fossem duas horas da tarde, ele não tinha absoluta certeza. Foi até a sacada e ficou observando o movimento das pessoas. Havia crianças correndo de um lado para o outro, pessoas conversando, serviçais trabalhando, jumentos e camelos se misturavam entra a multidão.
Um pouco mais ao longe, encostado numa parede estavam duas figuras bem conhecidas. O cabelo branco em contraste com a pele morena não deixava dúvidas de que era Shakkra que estava ali. E ao seu lado, a longa trança escura, apoiada no ombro me lembrava de Juddah. Eles pareciam estar tendo uma conversa animada e recordei-me das várias vezes que Shakkra disse que se acertaria com o Rei. Vendo a seguinte situação, eles pareciam ter uma certa intimidade.
Acabei por sair da sacada e andar rapidamente em direção ao corredor. Desta vez, tomei cuidado para decorar o caminho. Quando mais rápido eu sair do palácio melhor. Não quero me encontrar com mais ninguém por aqui.
Quando finalmente encontrei a saída, caminhei algum tempo até vê-los de longe. Mas algo chamou ainda mais a minha atenção do que o Rei e Shakkra. Foi a visão de Aries num dos corredores do pátio do palácio. Era parecia distraída com uma mecha do próprio cabelo. Andei lentamente até onde ela estava. Eu precisava saber o que ela queria dizer com aquilo naquela manhã.
Quando eu já estava muito próximo dela, Aries ergueu a cabeça. Bastou me ver para se levantar rapidamente de onde estava sentada e virar de costas, começando a andar com passos rápidos. Ela não iria escapar dessa vez. Corri até alcança-la e chamei por seu nome em voz alta.
- O que você quer agora? Será que não consegue me deixar em paz?
Suas sobrancelhas estavam juntas e obviamente, ela estava muito irritada.
- O que quis dizer com aquilo hoje de manhã?
- Eu disse uma porção de coisas hoje de manhã. – ela disse ficando ainda mais irritada e cruzando os braços, como se criasse, novamente, uma barreira protetora. Aquilo me incomodava muito.
- Disse que eu não deveria dizer em voz alta.
- Se eu disse que não deveria dizer, então não é necessário explicações. Sabia que você causa muitos problemas?
- Então porque se importa? - Rebati sem raciocinar direito.
- Eu sou uma princesa. Embora eu deteste, é meu dever se importar com os outros!
- Quer dizer que não gosta de ser princesa? – eu afirmei rapidamente, no calor do momento, sem raciocinar nem escolher palavras.
Aries estagnou. Tinha os olhos arregalados, como quem diz o que não deveria. Permaneceu calada e estática por um longo momento, até voltar lentamente ao normal e sussurrar em voz baixa.
- Eu não disse isso.
- Você está infeliz do jeito que está. – Não foi uma pergunta, e sim uma afirmação e pelo seu olhar eu podia ver que estava certo. Ela não gostava de ser princesa. Ela não gostava de cuidar dos outros. Então porque estaria noiva justamente do rei? Aquilo não fazia o menor sentido para mim.
- Não, eu não estou infeliz. – ela respondeu em seu tom de voz normal. – Pare de tentar me confundir, está me deixando louca.
- Por que está noiva do Rei se você o odeia? – ignorei seu pedido anterior, eu tinha necessidade de entender o porque de tudo aquilo, mas não importava o quanto eu perguntasse nunca obtinha respostas concretas.
- Eu não odeio o Juddah, pare de inventar mentiras!
- Então porque está noiva do Rei se não deseja ser rainha? Você o ama por acaso?
- Pare! – ela disse enquanto tapava os ouvidos com as mãos.
Aries fechou os olhos e deu dois passos para trás, tentando a todo custo se distanciar daquela conversa. Ela estava escondendo alguma coisa. Aquela cidade era demasiadamente estranha. Havia algo errado, eu tinha absoluta certeza de que havia algo errado com toda aquela situação.
- Isso é sério, pare de tentar me confundir. – Aries tinha a voz embargada, provavelmente tentando evitar o choro. Eu não queria fazê-la chorar, eu apenas queria respostas para minhas perguntas. E vê-la naquele estado tão frágil me fazia sentir culpado.
Quando estava apoiada no trono do Rei, suspensa devido à altura do assento e com palavras rudes ela parecia tão cheia de si, tão insuperável. Mas agora, tapando os ouvidos e segurando o choro parecia tão frágil e necessitada de ajuda. Os dois passos que ela havia dado para trás eu dei para frente. Ela mantinha a cabeça baixa e as mãos permaneciam tapando os ouvidos. Segurando seu queixo, fiz com que ela erguesse a cabeça e meio confusa, Aries abriu os olhos. Ela abriu a boca para falar, muito provavelmente para ordenar que eu me afastasse dela. Entretanto não teve oportunidade.
Foi rápido e ao mesmo tempo intenso. Antes que ela pudesse dizer alguma coisa, fiz algo que tive vontade desde que a vi pela primeira vez. Tomei os lábios dela para mim. Não me surpreendi com o fato deles serem extremamente macios, mas sim com o fato dela estar me correspondendo. Eu podia imaginar todas as maneiras possíveis dela se separar embora não o tenha feito.
Inconscientemente, espalmei as mãos em suas bochechas macias. Aries, por sua vez, pousou suas próprias mãos, que até agora se ocuparam em tapar os ouvidos, sobre as minhas.
Depois de um tempo que pareceu longo demais e ao mesmo tempo curto demais, tornando-o indefinido, nos separamos, apenas porque o ar era necessário. Com a ponta dos dedos, ela retirou minhas próprias mãos de seu rosto. Ali estava ele, o olhar curioso de uma criança que ela costumava fazer. Por impulso, abri a boca para falar e mais uma vez ela me impediu, colocando o dedo indicador sobre os meus lábios.
- Não diga em voz alta. – ela repetiu a mesma frase. – Quando você fala em voz alta, os sentimentos se tornam mais concretos.
Dito isso, ela voltou a correr, desta vez, para a praça que antes eu observava da sacada do meu quarto. Eu tinha que ir atrás dela, não sabia o porque, apenas a convicção de que deveria fazê-lo. Caminhei até a praça, procurando-lhe com cautela, não deixando que nenhum cidadão passasse despercebido. E lá estava ela.
Ela se aproximou rapidamente de onde Shakkra e Juddah estavam conversando e abraçou com força o braço do rei. Eu estava perto deles, e mesmo meio camuflado pela quantidade de pessoas que transitavam por ali nenhum dos dois tivesse notado minha presença. Ela continuava abraçada ao braço de Juddah e ele abriu um largo sorriso para ela.
- O que foi, aconteceu alguma coisa? – Juddah perguntou para ela enquanto passava as costas da mão carinhosamente por sua bochecha, que, instantes atrás, estavam debaixo de minhas mãos.
- Nada. – ela respondeu, devolvendo o mesmo sorriso aconchegante. – Apenas estava com saudades.
Desculpa mesmo a demora mas tive problemas com o meu computador e eu viajei este fim de semana. E onde eu ina não tinha internet -perfect
Vichan- Mensagens : 39
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Re: Time to Change
Eu gosto muito desta tua história, está cada vez a agarrar-me mais ainda, e a deixar-me muito curiosa. Desculpa pelo atrazo, mas já estou de volta, e confesso que gostei muito, do beijo então ai, esse cria muitos problemas mesmo. Mas no entanto eu tenho uma pequena sugestão, em vez de usares muito o "que" em certas frases, podes substituí-la por vírgula, como nesta frase: Assim que retornamos, que soltou o garoto com brutalidade, que caiu sentado no chão. o segundo que poderia ser eliminado. beijos.
miaDamphyr- Mensagens : 67
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Re: Time to Change
miaDamphyr escreveu:Eu gosto muito desta tua história, está cada vez a agarrar-me mais ainda, e a deixar-me muito curiosa. Desculpa pelo atrazo, mas já estou de volta, e confesso que gostei muito, do beijo então ai, esse cria muitos problemas mesmo. Mas no entanto eu tenho uma pequena sugestão, em vez de usares muito o "que" em certas frases, podes substituí-la por vírgula, como nesta frase: Assim que retornamos, que soltou o garoto com brutalidade, que caiu sentado no chão. o segundo que poderia ser eliminado. beijos.
Que bom que estás a gostar. Eu posso demorar um bocadinho para postar porque as aulas voltarem e estou lotada de tarefas, mas antes do fim da semana estou colocando a continuação (e lendo o capt. que você postou -kk).
Sim sim, obrigada pela dica. É um vício da cidade onde eu moro, as pessoas usam muito o 'que'. Eu até tento evitar mas as vezes não sei como. A vírgula é uma ótima ideia. Obrigada pela dica, beijos beijos.
Vichan- Mensagens : 39
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