I Can't Stay (+16)
4 participantes
Fanfics :: Categorias :: Livros :: Em Andamento
Página 2 de 2
Página 2 de 2 • 1, 2
Re: I Can't Stay (+16)
Capítulo dois: Friends Will Be Friends
*Nota: Desculpem o erro, pessoal, eu coloquei que a história se passa em outubro, mas na verdade se passa em setembro. Já está consertado.
”Não perca quem você é no borrão das estrelas
Ver é enganar, sonhar é acreditar
Está tudo bem em não estar bem
Às vezes é difícil de seguir seu coração
Lágrimas não significam que você está perdendo
Qualquer um se machuca
Só seja verdadeiro com quem você é."
- Who You Are, Jessie J
O dia começou como usual para Rachel. A mesma rotina de sempre. Levantar, escovar os dentes, tomar banho, fazer a higiene toda, se arrumar para ir para escola. Sempre a mesma maldita coisa.
- Obrigado por ter dormido aqui ontem à noite – Rachel murmurou, enquanto fechava o zíper de sua calça jeans.
- De nada – Ivy deu de ombros, e terminou de abotoar a blusa amarela. – Acho que eu precisava de uma noite de garotas. Hoje vamos ter treino?
- Yeep – Rachel disse, colocando a usual jaqueta de couro. – Por isso recomendo que você leve sua roupa de torcida.
- Ainda bem que eu trouxe – Ivy comentou, e olhou para baixo por um tempo, fazendo uma cara estranha, que preocupou Rachel.
- Tudo bem, Ivs? – Rachel perguntou num tom carinhoso, e se aproximando dela, tocando-a no ombro.
Ivy fez um sinal de ‘mais ou menos’ com a mão.
- Só estou meio tonta. Enjoada, se arriscar... – e deu um fraco sorriso. – Mas vou ficar bem. Foi provavelmente a pizza com atum ontem à noite.
Rachel deu um sorriso de lado, e suspirou:
- Por isso não como animais...
- Ugh – Ivy se estremeceu. – Falando desse jeito até me dá vontade de... – e Ivy mordeu o lábio, olhando para longe. – Nada, esquece.
Rachel não disse nada, ela apenas continuou encarando sua amiga. Sabia que havia algo de errado com ela, mas resolveu deixar quieto, por hora. Ivy conseguia ser tão teimosa quanto ela quando queria.
- Okay, acho melhor descermos – Rachel falou, agarrando sua bolsa, e dando uma voltinha para Ivy. – Como estou?
- Bem... – Ivy sorriu para ela, as sobrancelhas erguidas. – Bem Rachel.
Rachel piscou um olho para ela.
- Vamos logo.
-----------------x-----------------------
Carlie estava deitada em sua cama, o olhar distante, assim como sua consciência. Seus olhos estavam concentrados no teto, e seu corpo jogado na cama. Já estava pronta para ir para a escola, porém, não conseguia achar a vontade de se levantar da cama. Não conseguia sentir nada, na verdade. Apenas seu corpo entorpecido, dormente. Assim como seu cérebro, mas era tudo que ela conseguia sentir no momento.
Afinal, quando seu coração está quebrado, é meio difícil ter algum sentimento, certo?
Ela não estava chorando. E não tinha chorado nos dois últimos dias. Estava, na verdade, considerando matar aula mais uma vez, como tinha feito no dia anterior, mas não queria perder muito de sua matéria. Ela não estava brava, como Claude sugeriu que ela estava. Não.
Ela estava arrasada.
Carlie respirou fundo, e olhou para sua guitarra jogada em algum lugar de seu quarto. Foi quando ela escutou algumas batidas na porta, e logo a cabeça de seu irmão apareceu, dizendo:
- Carlie? – ele chamou, hesitantemente. – A Elisa tá chamando para vir tomar o café.
Carlie apenas respirou fundo, e olhou para suas unhas pintadas de roxo. Elas pareciam bem mais interessantes do que o que se passava na vida dela.
- Já desço.
Claude suspirou, e observou a irmã com cuidado, um gentil sorriso no seu rosto.
- Okay, eu vou entrar... – Claude disse, abrindo a porta de vez, e entrando no quarto. Carlie ergueu os olhos para ele e sorriu de lado. Seu irmão reclamava bastante do estilo dela, e do de Rachel, em querer usar jaquetas de couro o tempo todo, porém, quem era ele para julgar? Ele amava jaquetas de couro.
Talvez ele só não queira admitir que tem uma parte dele que é parecida com a Rach, Carlie considerou este pensamento, porém preferiu manter sua boca calada.
- Carlie, o que está acontecendo? – Claude foi direto, ficando de frente a ela, e cruzando os braços.
- Nada demais, Claude. Só não venho me sentindo muito feliz ultimamente, - ela suspirou, e olhou para longe. – O que perdi na escola?
- Bem, não perdeu muita coisa; Woodsen ainda está irritante, como sempre – Claude girou os olhos, e se sentou na cama da irmã. – Carlie, eu só vou dizer isso uma vez, e não vou dizer de novo: você está me deixando preocupado. – ele bufou. – Não vai a escola, não está se alimentando direito... Tem alguma coisa acontecendo, e não saio daqui até que me conte.
Carlie sentiu seu coração se apertando com as palavras do irmão. Claude raramente se demonstrava preocupado com algo ou alguém que não fosse ele, ou futebol. A situação dela estava realmente tão horrível a ponto de preocupar seu irmão?
- Eu só descobri umas coisas, e elas me deixaram deprimida. Só isso. Eu prometo que estou bem – ela lhe deu um sorriso confortante, e apertou a mão dele. – Não precisa se preocupar comigo.
Claude arregalou os olhos.
- É claro que eu preciso! – ele exclamou, indignado, e assustando Carlie. – Eu sei que pareço com um idiota irresponsável a maior parte do tempo, mas você é minha irmã mais nova, Carlie... – ele olhou para baixo. – É minha responsabilidade tomar conta de você.
Carlie suspirou, e levou a mão ao coração.
- Okay, venha cá... – ela fez um aceno com a cabeça para que ele se aproximasse. Ele se inclinou, e ela o cercou com seus braços, num abraço levemente confortável. – Obrigado por se importar.
- Hunf. Deixa de coisa... – Claude disse, porém não rejeitou o abraço, e causou uma risada na irmã. Eles se soltaram, e ele se levantou imediatamente. – Agora levanta essa bunda daí, e vamos para a escola. Alguém precisa me impedir de sufocar a Woodsen.
---------------x----------------------
- Filho, você está bem?
Era a segunda vez que Nathan escutava aquelas palavras saindo de sua mãe. Ele respirou fundo, e assentiu com a cabeça, tomando mais uma colherada de seu cereal.
- Estou ótimo, mãe. Apenas preocupado. – ele admitiu.
- Com o quê? – Flower McCartney perguntou, franzindo o cenho. O que poderia estar preocupando seu filho? – Se meteu em alguma encrenca, ou algo assim?
- Não, mãe. É só que uma amiga minha, ela, bem... Não está se sentindo bem ultimamente, e isto me preocupa. – Nathan suspirou. – Estou preocupado com ela. Ela não foi a aula ontem.
- Hum... – a mãe dele fez. – Essa sua amiga tem nome?
Nathan sorriu de lado.
- Carlie Hudson. – ele disse, e tomou mais colherada. – Não vai começar com o interrogatório agora, né, mãe?
- Me respeite, menino. Apenas quero seu bem. – Flower girou os olhos, e se sentou a mesa. – Já acabou?
Nathan assentiu, e estendeu o prato para a mãe. Ele pegou um guardanapo, e limpou-se.
- Tenho que ir. É Química no primeiro horário – ele disse, agarrando a mochila. – Quer que eu passe no restaurante antes de vir para casa?
- Sim, querido. Obrigado. – Flower lambeu os lábios. – Quero saber outras coisas sobre esta menina quando você chegar.
Nathan riu.
- Pode deixar, marujo – ele disse, fazendo um aceno com a cabeça. – Tchau.
E saiu pela porta, agarrando as chaves de sua moto.
----------------x----------------------
- Então... Você acha que Stelena é melhor? – Rachel perguntou, com uma careta, enquanto caminhava junto com Ivy para a escola.
- Claro que sim. Eles são épicos. Amor a primeira vista – Ivy deu um suspiro apaixonado, e Rachel podia jurar que tinha visto algumas lágrimas surgindo nos olhos da loira. – O amor deles é eterno. É perfeito, e...
- Ivy, você ainda está no segundo episódio da primeira temporada – Rachel disse, prendendo o riso.
- E daí? Eu me apaixonei pelo Stefan, oras. – Ivy fez birra.
Rachel girou os olhos.
- Espera só até o episódio 1x11 chegar. Algo me diz que você vai começar de Delena... – Rachel disse, esticando os lábios.
- O que te faz achar isso? – Ivy perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Bem, quando te coloquei para assistir True Blood, você disse que adorava o Bill e a Sookie. E que o Eric era nojento. – Rachel inclinou a cabeça para o lado. – Hoje, você odeia o Bill, e diz que Eric & Sookie pertencem juntos.
- Eles foram uma exceção! – Ivy exclamou, fazendo com que Rachel quase caísse de susto. – Okay?! Eu julguei o Eric errado.
Rachel riu.
- Tá legal... – antes que ela pudesse pensar em outra coisa para dizer, ela escutou o barulho alto de uma buzina, e quando olhou para o lado, viu uma moto vindo em sua direção.
Rachel deu um pulo de susto, e o dono da moto conseguiu parar a tempo.
Rachel ergueu seus olhos na direção da moto, assustada. O dono da moto parecia tão assustado quanto ela, e ela o observou retirar o capacete.
Era Nathan.
- Desculpe, eu me distraí, e... – Nathan congelou quando ele viu que sua quase-vítima tinha sido Rachel. – Oh, meu Deus. – ele deu um pulo para fora da moto, e correu até ela. – Você está bem?
Rachel assentiu, porém com os olhos levemente arregalados. Ao redor deles já estava se formando uma pequena plateia, o que irritou Ivy.
- O QUE ESTÃO OLHANDO?! – Ivy surtou de uma vez, assustando aqueles que observavam a cena. – ISSO AQUI NÃO É UM CIRCO! PODEM CIRCULAR!
E eles, assustados, fizeram o que ela mandou.
- Estou bem, não se preocupe... – Rachel disse, olhando para o garoto, e franzindo o cenho. – Apenas tente ter mais cuidado da próxima vez.
Nathan corou, e olhou para baixo.
- Me desculpe...
- Está tudo bem. – ela lhe deu um sorriso gentil. – Nada aconteceu. Okay?
Ele assentiu, e sorriu de lado, e lentamente a soltou, só percebendo naquele momento que a segurava firmemente.
- Eu realmente...
- Esqueça isso, Nathan – Rachel deu uma piscadela para ele. – Te vejo por aí.
E com isso, ela entrelaçou seus braços nos de Ivy, e as duas foram caminhando para dentro da escola, sob o olhar de Nathan.
Nathan estava começando a se surpreender com o efeito que aquela garota tinha nele. Foi só ele vê-la de longe, que totalmente perdeu o controle da moto, e de seu próprio corpo. Ele nem estava indo na direção dela, ele ia estacionar num lugar bem distante dali. O que estava acontecendo com ele?
Nathan soltou um suspiro longo, e olhou ao redor. Logo ele viu uma garota de cabelos louros escuros, pele branca e pálida, e usando roupas pretas. Ele deixou um sorriso surgir em seu rosto, e caminhou até sua moto novamente, estacionando-a em um lugar próximo, e correndo até a forma de Carlie Hudson antes que ela desaparecesse.
- Hey, Carlie!
A loira se virou na direção dele, com o cenho franzido.
- Nate?
- Hey – ele disse, erguendo uma mão, e ajeitando a mochila. – Como você está?
Carlie suspirou, e lhe deu um sorriso fraco.
- Já estive melhor – ela admitiu. – Mas eu vou superar. Eu sou a mulher maravilha.
Nathan sorriu lindamente para ela.
Claude, que estava caminhando para dentro da escola, se virou para ver se a irmã estava lhe acompanhando, e franziu o cenho ao ver que ela estava conversando com um cara, só a alguns metros de distância.
Claude conhecia aquele cara. Era o cara com quem Rachel estava conversando no dia anterior de ontem.
- Hm... – ele fez, desconfiado, mas resolveu deixar de lado, e girou os olhos. O cara aparentava ser legal, e Claude tinha quase 100% de certeza de que Carlie não iria querer nada com ele. Afinal, ela não estava com certeza de que era lésbica?
E então ele voltou a mover as pernas, e entrou na escola, logo avistando seu melhor amigo Jake... E a namorada do amigo que ele não conseguia suportar.
Depois de uma breve conversa, Nathan pode notar que Carlie realmente não estava bem, e aquilo apenas lhe deixou mais preocupado. E então o sinal tocou.
- Vem, eu te acompanho até a sala... – ele murmurou, passando um braço ao redor dos ombros dela, enquanto ela respirava fundo, e o abraçava pela cintura.
Era incrível em como em poucos dias eles conseguiram se conectar com o outro tão rapidamente. Aquilo raramente acontecia com Carlie. A primeira exceção foi Rachel. Quando seu irmão falou dela, Carlie obviamente imaginou que ela deveria ser uma rainha do gelo. Porém, quando a viu pessoalmente, Carlie logo soube que tudo aquilo era uma fachada. E que debaixo daquela fachada de líder de torcida, tinha um coração enorme, e uma alma perdida.
E havia acontecido o mesmo com Nathan. Ele salvou a sua vida duas vezes. Literalmente. Ela se sentia segura ao redor dele, como se nada pudesse a atingir quando estava com ele.
- Nate?
- Hm?
- Obrigado por existir.
Nathan lhe deu um sorriso dócil.
- De nada.
---------------------x-------------------------
Pelo menos uma hora depois...
- Sinto falta do meu John-Johnny – Ivy choramingava, enquanto ela e Rachel caminhavam pelos corredores. – Quando ele volta?
- Lá para noitinha ele chega – Rachel disse, olhando ao redor. – Você sabe que foi necessário ele ir, Ivy. Você quer que ele fique doente para sempre?
Ivy negou com a cabeça, e murmurou:
- Eu só sinto falta dele... – e os olhos dela se encheram de lágrimas.
Rachel sentiu seu coração se suavizar com as palavras da amiga, e a puxou para um abraço confortável. Ivy andava extremamente sensível ultimamente, o que estava começando a preocupar Rachel, mas ela resolveu deixar o assunto quieto. Por hora.
Enquanto caminhavam, Rachel notou que Carlie estava mexendo em seu armário, cabisbaixa, e com o olhar triste e distante.
- Hey, Ivs... – Rachel se virou para a amiga. – Você se incomoda de ir na frente? Eu... Huh... – Rachel pigarreou. – Eu tenho que falar com alguém.
Ivy apenas assentiu, beijou-a rapidamente na bochecha, e saiu andando na direção da sala de Literatura.
Com isso, em pequenos passos, Rachel caminhou até a figura de Carlie, hesitantemente, e disse:
- Carlie. – a garota se virou para ela. – Hey.
- Oh, hey, Rach – Carlie lhe deu um sorriso estranho.
Rachel franziu o cenho.
- Aconteceu alguma coisa?
Carlie mordeu o lábio, e respirou fundo, hesitante.
- Por que a pergunta? – ela perguntou, curiosa.
- Você parece... – Rachel procurou pelo adjetivo mais adequado. -... Levemente afetada.
Carlie mordeu o lábio novamente, e olhou para o chão. Aquela garota a conhecia tão bem. Realmente não tinha condição de que alguém a entendesse e a conhecesse tão bem quanto Rachel.
- Podemos conversar, por favor? – Carlie perguntou com a voz emotiva. – Eu preciso falar com alguém.
Rachel assentiu.
- Claro, venha cá... – ela agarrou Carlie pela mão, e a puxou para um corredor menos movimento, e para perto do banheiro, onde tinha menos de cinco pessoas. – O que está acontecendo?
Carlie sentiu sua cabeça pesar.
- Alexia.
Rachel já imaginava que fosse isso.
- O que foi desta vez? – Rachel perguntou. Se Alexia tivesse feito algo contra sua Carlie, ela não hesitaria em atacar a morena no treino de torcida.
- Ela, uh... – Carlie pigarreou. – Antes de ontem, você e eu estávamos conversando sobre meus sentimentos por ela, e eu te disse que eu estava planejando contar para ela. – Carlie parou por um momento, e respirou fundo. Então continuou. – Então eu fui contar. Eu estava pronta para lutar por ela. E antes de ontem, na festa, eu fui até ela só para convidá-la para sair, e então... – Carlie sentiu seu coração se apertar. – Eu descobri que ela está namorando.
O olhar de Rachel se tornou surpreso, e logo foi tomado por simpatia.
- Oh, Carlie. Eu sinto muito. – ela disse, levando uma mão para o ombro da amiga, e o apertando levemente. – Isso... Isso é uma droga. Eu realmente queria poder te ajudar mais, mas... – Rachel respirou fundo. – É difícil se segurar quando você tem sentimentos por alguém quando eles estão com outra pessoa. Mas nós temos que libertá-los, e apenas viver na esperança de que eles estejam felizes e talvez um dia... – O olhar de Rachel se tornou distante. – Eles virão para nós.
O olhar de Carlie se tornou confuso.
- E você? – Carlie perguntou, chamando a atenção de Rachel. – Você parece que também precisa conversar. – e olhou ao redor. – Onde está Ivy?
- Já foi para a aula – Rachel deu um sorriso de lado.
- E os outros? – Carlie ergueu uma sobrancelha. – Jake, John, as líderes de torcida, até meu irmão... Onde eles estão?
Rachel esticou os lábios, e se pegou pensando no que Carlie tinha lhe falado.
- Acho que tenho muitos amigos, mas... – ela inclinou a cabeça para o lado. – Não realmente tenho um com quem posso conversar. – e sorriu para Carlie, que retribuiu o sorriso. – Por isso é bom te ter por perto.
Carlie assentiu, e lambeu os lábios.
- Vai ficar tudo bem, certo? – Carlie disse, a voz levemente torturada. – No fim.
Rachel apenas ergueu os ombros.
- Acho que o melhor que podemos fazer é ter esperança.
Carlie fez um movimento estranho com a cabeça.
- Bem, eu venho tendo esperança pelos últimos quatro anos – e olhou para Rachel. – Não funcionou muito, né?
Rachel respirou fundo, e girou os olhos, puxando a amiga para si, num abraço. Carlie respirou fundo, e afundou seu rosto na região do cabelo cheiroso de Rachel.
- Não se preocupe, Carlie. – ela piscou para a amiga, assim que se soltaram. – Pessoas que são feitas para ficar juntas sempre se reencontram no fim.
Talvez tivesse sido coincidência, ou não. Mas na mesma hora em que Rachel falou isso, Claude estava passando pelos corredores, e não pode evitar trocar um breve olhar com a morena que acompanhava sua irmã.
--------------x-------------------
Depois do recreio, na aula de educação física...
A aula de educação física ocorria bem para Carlie. Embora seus olhos se desviassem constantemente para as líderes de torcida que praticavam apenas a alguns metros de distância.
A educação física era, na verdade, algo bastante estranho naquele colégio. Meninos e meninas faziam educação física, juntos, e haviam duas outras opções para não ter aula: fazer parte da torcida, ou do time de futebol.
Carlie, no entanto, não conseguia se imaginar como uma líder de torcida. Ao contrário de Rachel, ela não se sentia obrigada a fazer tais coisas, e preferiu deixar as coisas do jeito que estavam. Na verdade, ela se divertia em apenas assistir.
- Esse negócio é complicado – Nathan murmurou, com a cabeça praticamente batendo nos pés. – O que esse treinador acha que eu quero ser? Bailarina?
Carlie riu levemente.
- Só faça a educação física direito, e logo vão haver resultados. – Disse Carlie, se levantando, e fazendo o exercício na outra perna.
Enquanto isso, Rachel e as meninas da torcida praticavam a torcida, e bolavam uma nova coreografia para o jogo que viria no começo de novembro. E a alguns metros de distância, Claude jogava futebol com os meninos. É, era uma quadra bem longa.
- Okay, meninas – Rachel se inclinou, e parou a música, pegando sua garrafa de água. – Pausa de cinco minutos.
As meninas assentiram, e logo foram conversar entre si, algumas até sentaram no chão. Rachel tomou vários goles de água, e logo observou Ivy se aproximando dela. A expressão de Rachel logo se tornou preocupada ao ver como a amiga estava pálida.
- Rach, eu... – a loira respirou fundo. – Eu não me sinto muito bem. Será que você pode me liberar mais cedo?
- Claro, Ivy – Rachel disse, os olhos cheios de preocupação, e segurando a amiga quando ela quase caiu no chão. – Acho melhor você ir à enfermaria.
Ivy assentiu, e logo se adiantou, porém Rachel logo a parou.
- Espera aí... – e olhou para a equipe. – Alexia! – a morena logo a olhou. – Venha cá, por favor.
Alexia fez uma cara confusa. Rachel raramente lhe chamava a atenção. Ela fez um aceno de ‘volto logo’ para as meninas, e caminhou até Rachel.
- Pois não?
- Por favor, você pode acompanhar a Ivy até a enfermaria? Ela está quase desmaiando. – a voz de Rachel parecia a de uma mãe preocupada com um filho.
- Sim, claro, - disse Alexia, franzindo o cenho, e logo segurando Ivy. – Vamos.
E as duas caminharam para fora dali, sobre o olhar preocupado de Rachel. Porém, antes que ela pudesse se mover, ou fazer alguma coisa, ela sentiu dois braços fortes a abraçando por trás, e levou um susto quando sentiu lábios em seu pescoço.
- Hey, babe – Jake disse, beijando o cabelo dela, em seguida. Assim que percebeu que era seu namorado, Rachel deixou um sorrisinho escapar. – O que aconteceu?
- Ivy não está se sentindo bem. Estou preocupada com ela. – Rachel suspirou, e então se virou nos braços de Jake, ficando de frente a ele, e o rodeando com os braços.
- Tenho certeza de que ela vai ficar bem. Qualquer coisa, eu estou aqui – Jake disse, carinhosamente.
A expressão de Rachel se suavizou ao ouvir isso. Às vezes ela olhava para Jake, e ainda via o cara por quem tinha se interessado. Aquele cara com a expressão inocente, e um sorrisinho bobo, e sempre compreensivo e reconfortante. Eram raros os momentos nos quais ela o veria daquele jeito novamente, e aquele, no momento, era uma das exceções.
- Obrigado – Rachel murmurou, e se inclinou na direção dele, pressionando seus lábios nos dele. Não demorou muito até Jake aprofundar o beijo, e a segurar mais firmemente.
Claude, que estava conversando distraidamente com os rapazes do time, escolheu exatamente aquele momento para procurar Jake com os olhos. Assim que ele viu a cena dos dois, sua expressão de sorriso logo morreu, e seus olhos escureceram, fazendo com que seu maxilar endurecesse. Ele suspirou, e logo gritou para Jake:
- WELLANCE!
Jake imediatamente se separou de Rachel, e olhou na direção do amigo.
- SE MEXE LOGO, A PAUSA JÁ ACABOU! – Claude disse, sem se importar se estava sendo rude.
Os rapazes do time logo olharam para ele, com os cenhos franzidos.
- Você disse que quinze minutos de pausa. Ainda não passaram quinze minutos.
- Azar o de vocês – Claude disse, girando os olhos. – Movam-se.
Jake girou os olhos, e olhou para Rachel mais uma vez.
- Tchau – ele disse, beijando-a carinhosamente.
- Tchau – Rachel murmurou, quando ele se foi. As coisas finalmente estavam voltando aos trilhos para os dois, ao menos, era assim que ela pensava.
E assim continuou. Rachel estava praticando com suas meninas, enquanto Claude jogava futebol com os meninos. Porém, tinha uma garota loira, que chamou a atenção de Claude. Enquanto jogava futebol, ele direcionou um de seus olhares de flerte para aquela garota, várias vezes, e ela respondeu a ele. Tanto que ela chegava a esbarrar nas outras meninas, e atrapalhar a outra coreografia, o que estava começando a irritar Rachel.
E teve uma hora que ela não suportou mais.
- Okay, Tayla, o que está acontecendo com você hoje?! – Rachel perguntou para a loirinha, furiosamente.
A menina logo parou de olhar para Claude, e então olhou para Rachel, horrorizada.
Porém, Rachel logo percebeu o que era. Ela seguiu o lugar para onde a garota antes olhava, e logo soltou um suspiro irritado ao ver Claude.
- Outra pausa, meninas. – Rachel disse, pausando o som, e caminhando imediatamente até onde Claude estava, e logo o cutucou fortemente no ombro. – Hey, você!
- O que? – ele perguntou, enquanto levava as mãos para a barra da camisa, e a erguia, jogando-a no chão.
Rachel tomou um passo para trás, surpresa com a ação. O que ele pensava que estava fazendo?
- Pare de flertar com as minhas líderes de torcida – Rachel disse, entredentes.
Claude girou os olhos.
- O que tem de errado com isso?
- Elas estão perdendo a concentração. E eu realmente preciso que elas foquem para que eu faça a coreografia, e... – Rachel logo grunhiu, e olhou para longe, as bochechas vermelhas. – Será que dá para você colocar a maldita camisa de volta?
Claude franziu o cenho, confuso.
- Por quê? – ele perguntou, inocentemente. – Estou com calor.
Eu também, Rachel pensou, enquanto observava a visão na sua frente, e logo teve vontade de se bater por isso.
- Ugh. Tanto faz. Apenas pare, por favor – ela pediu, cruzando os braços.
- Você não pode me pedir isso! – Claude exclamou. – Eu sou homem, Rachel. Homem não escolhe hora nem lugar para flertar. Acontece.
- Você é nojento! – Rachel exclamou para ele, enquanto sua mente logo discordou dela, e mais uma vez, Rachel quis se bater por isso.
- E você é uma maluca! De quantos hospícios você já fugiu? – Claude rebateu.
Longe dali, Carlie e Nathan assistiam a discussão deles, com as expressões em choque.
- Eles realmente se odeiam tanto assim? – Nathan perguntou para ela, sem desviar os olhos dos dois brigões a alguns metros de distância.
Carlie deixou uma leve risada escapar.
- Não – ela disse, baixinho, para que apenas ele escutasse. – Eles só não conseguem lidar com a tensão sexual que há entre eles.
- Ah – foi tudo que Nathan disse, porém, ainda abismado.
- Idiota! – Rachel gritou para Claude, enquanto se virava, e continuava a andar.
- Bruxa! – Claude devolveu, ainda mais alto.
Jake se aproximou dele, respirando fundo.
- Será que um dia vocês vão se dar bem, Claude? – Jake perguntou, obviamente irritado. – Vocês tem que brigar o tempo TODO?! Será que não dá para haver um pequeno momento de amizade entre vocês?
- Hm... – Claude fez uma cara pensativa, e depois de um tempo, disse, simplesmente: - Nope.
Jake girou olhos.
- F*da-se, vamos voltar ao treino – disse Jake, se virando e se juntando aos outros rapazes.
-------------------x----------------------
Na aula de Sociologia...
Todos na sala de Sociologia estavam fazendo a atividade que o professor Hélio tinha passado. Rachel estava sentada na sua cadeira, normalmente, e fazendo seu dever. Olhou para sua cadeira ao lado, e logo sentiu seu coração se apertar ao lembrar-se que Ivy não estava lá.
Porém, a voz do professor, interrompeu seus pensamentos.
- Okay, agora vamos trabalhar sobre o processo de socialização nesta sala. Vamos ver o quão bem vocês conhecem um ao outro. E a cada palavra dita por seus colegas, escreverão num papel o que acham do que foi dito por eles. Certo? – O professor disse, e todos os alunos assentiram.
Rachel tinha a impressão de que aquilo não iria acabar em coisa boa. Então ela resolveu continuar escrevendo em seu caderno.
Ela escutou o professor falando alguns nomes, e respostas logo vieram. Houveram até algumas pequenas discussões, quando ela finalmente o ouviu chamar:
- Srta. Woodsen?
- Hm? – Rachel fez, dando um pulo de susto, e olhando para o professor.
Hélio girou os olhos, e suspirou. Por que tinha optado em ser professor mesmo?
- Descreva o Sr. Hudson com uma palavra.
A sala toda se virou para ela, incluindo Claude. Noo entanto, Rachel parecia mais interessada em olhar a nova cor preta de suas unhas do que responder, quando falou:
- Encosto.
A sala toda caiu no riso, e Claude estreitou os olhos para ela.
- Uma palavra séria, Srta. Woodsen – Hélio disse, rigidamente.
Rachel respirou fundo, e pensou bem. Então finalmente falou:
- Enigma. Sei lá, misterioso, algo do ramo.
Claude deixou um sorrisinho de lado escapar, e voltou a olhar para a tela do quadro.
- Hm – e então o professor Hélio se virou para Claude. – Sr. Hudson, descreva a Srta. Woodsen com uma palavra.
Claude ergueu a cabeça para ele.
- Animal não vale, não é? – Claude perguntou, fazendo com que a sala risse. Rachel girou os olhos, e o professor também.
- Não, Sr. Hudson.
- Okay.
E Claude se pegou pensando numa palavra que descrevesse Rachel. Haviam tantos apelidos na cabeça dele, porém todos eles, todos seus pensamentos, sempre levavam a uma única conclusão.
E com essa conclusão, Claude lentamente se virou para Rachel, e disse, a voz séria, e o olhar também:
- Solitária.
A sala toda ficou em silêncio. Rachel sentiu todos os olhares nela, mas o único que ela viu foi Claude. Eles ficaram se encarando por um bom tempo. Como ele podia conhecê-la tão bem? Eles mal se falavam, e quando falavam, era sempre para brigar.
Talvez tivesse sido porque ele havia lido sua música, assim ela concluiu.
Mas mesmo assim, aquela palavra, aquela única curta palavra foi capaz de mexer com o coração dela de uma forma que nenhuma outra palavra, nem mesmo um ‘eu te amo’, tinha sido capaz de mexer.
O professor Hélio notou a tensão, e logo fez questão de revirar os olhos.
Pelo amor de Deus, é a última coisa que preciso. Não tenho tempo para drama adolescente, ele pensou, e foi logo falando:
- Okay, agora escrevam nos papéis o que vocês acharam de como foram descrevidos, e entreguem para aqueles que haviam a falado... Depois, podem se retirar.
Os alunos assentiram, e começaram a escrever nos papéis. Um tempo depois, o sinal tocou, e todos foram entregando seus papéis para os outros. Claude entregou o de Rachel, e ela, timidamente, entregou o dele.
Antes de sair, Claude abriu o papel dela, e observou a opinião dela sobre o que ele havia falado.
Claude franziu o cenho com a resposta, e olhou na direção da garota, que estava saindo junto com Jake, porém antes de sair, ela olhou mais uma vez para Claude, e deu um longo suspiro. Então ele olhou mais uma vez para o pedaço de papel em suas mãos com a palavra no meio:
“Verdade”
CONTINUA...
-------------x-----------------
Gente, estou morrendo de sono, então vou deixar para postar o resto do cap amanhã. Não falta muito, só umas partezinhas finais. Espero que tenham gostado.
Beijos
*Nota: Desculpem o erro, pessoal, eu coloquei que a história se passa em outubro, mas na verdade se passa em setembro. Já está consertado.
”Não perca quem você é no borrão das estrelas
Ver é enganar, sonhar é acreditar
Está tudo bem em não estar bem
Às vezes é difícil de seguir seu coração
Lágrimas não significam que você está perdendo
Qualquer um se machuca
Só seja verdadeiro com quem você é."
- Who You Are, Jessie J
09 de setembro, 2013
O dia começou como usual para Rachel. A mesma rotina de sempre. Levantar, escovar os dentes, tomar banho, fazer a higiene toda, se arrumar para ir para escola. Sempre a mesma maldita coisa.
- Obrigado por ter dormido aqui ontem à noite – Rachel murmurou, enquanto fechava o zíper de sua calça jeans.
- De nada – Ivy deu de ombros, e terminou de abotoar a blusa amarela. – Acho que eu precisava de uma noite de garotas. Hoje vamos ter treino?
- Yeep – Rachel disse, colocando a usual jaqueta de couro. – Por isso recomendo que você leve sua roupa de torcida.
- Ainda bem que eu trouxe – Ivy comentou, e olhou para baixo por um tempo, fazendo uma cara estranha, que preocupou Rachel.
- Tudo bem, Ivs? – Rachel perguntou num tom carinhoso, e se aproximando dela, tocando-a no ombro.
Ivy fez um sinal de ‘mais ou menos’ com a mão.
- Só estou meio tonta. Enjoada, se arriscar... – e deu um fraco sorriso. – Mas vou ficar bem. Foi provavelmente a pizza com atum ontem à noite.
Rachel deu um sorriso de lado, e suspirou:
- Por isso não como animais...
- Ugh – Ivy se estremeceu. – Falando desse jeito até me dá vontade de... – e Ivy mordeu o lábio, olhando para longe. – Nada, esquece.
Rachel não disse nada, ela apenas continuou encarando sua amiga. Sabia que havia algo de errado com ela, mas resolveu deixar quieto, por hora. Ivy conseguia ser tão teimosa quanto ela quando queria.
- Okay, acho melhor descermos – Rachel falou, agarrando sua bolsa, e dando uma voltinha para Ivy. – Como estou?
- Bem... – Ivy sorriu para ela, as sobrancelhas erguidas. – Bem Rachel.
Rachel piscou um olho para ela.
- Vamos logo.
-----------------x-----------------------
Carlie estava deitada em sua cama, o olhar distante, assim como sua consciência. Seus olhos estavam concentrados no teto, e seu corpo jogado na cama. Já estava pronta para ir para a escola, porém, não conseguia achar a vontade de se levantar da cama. Não conseguia sentir nada, na verdade. Apenas seu corpo entorpecido, dormente. Assim como seu cérebro, mas era tudo que ela conseguia sentir no momento.
Afinal, quando seu coração está quebrado, é meio difícil ter algum sentimento, certo?
Ela não estava chorando. E não tinha chorado nos dois últimos dias. Estava, na verdade, considerando matar aula mais uma vez, como tinha feito no dia anterior, mas não queria perder muito de sua matéria. Ela não estava brava, como Claude sugeriu que ela estava. Não.
Ela estava arrasada.
Carlie respirou fundo, e olhou para sua guitarra jogada em algum lugar de seu quarto. Foi quando ela escutou algumas batidas na porta, e logo a cabeça de seu irmão apareceu, dizendo:
- Carlie? – ele chamou, hesitantemente. – A Elisa tá chamando para vir tomar o café.
Carlie apenas respirou fundo, e olhou para suas unhas pintadas de roxo. Elas pareciam bem mais interessantes do que o que se passava na vida dela.
- Já desço.
Claude suspirou, e observou a irmã com cuidado, um gentil sorriso no seu rosto.
- Okay, eu vou entrar... – Claude disse, abrindo a porta de vez, e entrando no quarto. Carlie ergueu os olhos para ele e sorriu de lado. Seu irmão reclamava bastante do estilo dela, e do de Rachel, em querer usar jaquetas de couro o tempo todo, porém, quem era ele para julgar? Ele amava jaquetas de couro.
Talvez ele só não queira admitir que tem uma parte dele que é parecida com a Rach, Carlie considerou este pensamento, porém preferiu manter sua boca calada.
- Carlie, o que está acontecendo? – Claude foi direto, ficando de frente a ela, e cruzando os braços.
- Nada demais, Claude. Só não venho me sentindo muito feliz ultimamente, - ela suspirou, e olhou para longe. – O que perdi na escola?
- Bem, não perdeu muita coisa; Woodsen ainda está irritante, como sempre – Claude girou os olhos, e se sentou na cama da irmã. – Carlie, eu só vou dizer isso uma vez, e não vou dizer de novo: você está me deixando preocupado. – ele bufou. – Não vai a escola, não está se alimentando direito... Tem alguma coisa acontecendo, e não saio daqui até que me conte.
Carlie sentiu seu coração se apertando com as palavras do irmão. Claude raramente se demonstrava preocupado com algo ou alguém que não fosse ele, ou futebol. A situação dela estava realmente tão horrível a ponto de preocupar seu irmão?
- Eu só descobri umas coisas, e elas me deixaram deprimida. Só isso. Eu prometo que estou bem – ela lhe deu um sorriso confortante, e apertou a mão dele. – Não precisa se preocupar comigo.
Claude arregalou os olhos.
- É claro que eu preciso! – ele exclamou, indignado, e assustando Carlie. – Eu sei que pareço com um idiota irresponsável a maior parte do tempo, mas você é minha irmã mais nova, Carlie... – ele olhou para baixo. – É minha responsabilidade tomar conta de você.
Carlie suspirou, e levou a mão ao coração.
- Okay, venha cá... – ela fez um aceno com a cabeça para que ele se aproximasse. Ele se inclinou, e ela o cercou com seus braços, num abraço levemente confortável. – Obrigado por se importar.
- Hunf. Deixa de coisa... – Claude disse, porém não rejeitou o abraço, e causou uma risada na irmã. Eles se soltaram, e ele se levantou imediatamente. – Agora levanta essa bunda daí, e vamos para a escola. Alguém precisa me impedir de sufocar a Woodsen.
---------------x----------------------
- Filho, você está bem?
Era a segunda vez que Nathan escutava aquelas palavras saindo de sua mãe. Ele respirou fundo, e assentiu com a cabeça, tomando mais uma colherada de seu cereal.
- Estou ótimo, mãe. Apenas preocupado. – ele admitiu.
- Com o quê? – Flower McCartney perguntou, franzindo o cenho. O que poderia estar preocupando seu filho? – Se meteu em alguma encrenca, ou algo assim?
- Não, mãe. É só que uma amiga minha, ela, bem... Não está se sentindo bem ultimamente, e isto me preocupa. – Nathan suspirou. – Estou preocupado com ela. Ela não foi a aula ontem.
- Hum... – a mãe dele fez. – Essa sua amiga tem nome?
Nathan sorriu de lado.
- Carlie Hudson. – ele disse, e tomou mais colherada. – Não vai começar com o interrogatório agora, né, mãe?
- Me respeite, menino. Apenas quero seu bem. – Flower girou os olhos, e se sentou a mesa. – Já acabou?
Nathan assentiu, e estendeu o prato para a mãe. Ele pegou um guardanapo, e limpou-se.
- Tenho que ir. É Química no primeiro horário – ele disse, agarrando a mochila. – Quer que eu passe no restaurante antes de vir para casa?
- Sim, querido. Obrigado. – Flower lambeu os lábios. – Quero saber outras coisas sobre esta menina quando você chegar.
Nathan riu.
- Pode deixar, marujo – ele disse, fazendo um aceno com a cabeça. – Tchau.
E saiu pela porta, agarrando as chaves de sua moto.
----------------x----------------------
- Então... Você acha que Stelena é melhor? – Rachel perguntou, com uma careta, enquanto caminhava junto com Ivy para a escola.
- Claro que sim. Eles são épicos. Amor a primeira vista – Ivy deu um suspiro apaixonado, e Rachel podia jurar que tinha visto algumas lágrimas surgindo nos olhos da loira. – O amor deles é eterno. É perfeito, e...
- Ivy, você ainda está no segundo episódio da primeira temporada – Rachel disse, prendendo o riso.
- E daí? Eu me apaixonei pelo Stefan, oras. – Ivy fez birra.
Rachel girou os olhos.
- Espera só até o episódio 1x11 chegar. Algo me diz que você vai começar de Delena... – Rachel disse, esticando os lábios.
- O que te faz achar isso? – Ivy perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Bem, quando te coloquei para assistir True Blood, você disse que adorava o Bill e a Sookie. E que o Eric era nojento. – Rachel inclinou a cabeça para o lado. – Hoje, você odeia o Bill, e diz que Eric & Sookie pertencem juntos.
- Eles foram uma exceção! – Ivy exclamou, fazendo com que Rachel quase caísse de susto. – Okay?! Eu julguei o Eric errado.
Rachel riu.
- Tá legal... – antes que ela pudesse pensar em outra coisa para dizer, ela escutou o barulho alto de uma buzina, e quando olhou para o lado, viu uma moto vindo em sua direção.
Rachel deu um pulo de susto, e o dono da moto conseguiu parar a tempo.
Rachel ergueu seus olhos na direção da moto, assustada. O dono da moto parecia tão assustado quanto ela, e ela o observou retirar o capacete.
Era Nathan.
- Desculpe, eu me distraí, e... – Nathan congelou quando ele viu que sua quase-vítima tinha sido Rachel. – Oh, meu Deus. – ele deu um pulo para fora da moto, e correu até ela. – Você está bem?
Rachel assentiu, porém com os olhos levemente arregalados. Ao redor deles já estava se formando uma pequena plateia, o que irritou Ivy.
- O QUE ESTÃO OLHANDO?! – Ivy surtou de uma vez, assustando aqueles que observavam a cena. – ISSO AQUI NÃO É UM CIRCO! PODEM CIRCULAR!
E eles, assustados, fizeram o que ela mandou.
- Estou bem, não se preocupe... – Rachel disse, olhando para o garoto, e franzindo o cenho. – Apenas tente ter mais cuidado da próxima vez.
Nathan corou, e olhou para baixo.
- Me desculpe...
- Está tudo bem. – ela lhe deu um sorriso gentil. – Nada aconteceu. Okay?
Ele assentiu, e sorriu de lado, e lentamente a soltou, só percebendo naquele momento que a segurava firmemente.
- Eu realmente...
- Esqueça isso, Nathan – Rachel deu uma piscadela para ele. – Te vejo por aí.
E com isso, ela entrelaçou seus braços nos de Ivy, e as duas foram caminhando para dentro da escola, sob o olhar de Nathan.
Nathan estava começando a se surpreender com o efeito que aquela garota tinha nele. Foi só ele vê-la de longe, que totalmente perdeu o controle da moto, e de seu próprio corpo. Ele nem estava indo na direção dela, ele ia estacionar num lugar bem distante dali. O que estava acontecendo com ele?
Nathan soltou um suspiro longo, e olhou ao redor. Logo ele viu uma garota de cabelos louros escuros, pele branca e pálida, e usando roupas pretas. Ele deixou um sorriso surgir em seu rosto, e caminhou até sua moto novamente, estacionando-a em um lugar próximo, e correndo até a forma de Carlie Hudson antes que ela desaparecesse.
- Hey, Carlie!
A loira se virou na direção dele, com o cenho franzido.
- Nate?
- Hey – ele disse, erguendo uma mão, e ajeitando a mochila. – Como você está?
Carlie suspirou, e lhe deu um sorriso fraco.
- Já estive melhor – ela admitiu. – Mas eu vou superar. Eu sou a mulher maravilha.
Nathan sorriu lindamente para ela.
Claude, que estava caminhando para dentro da escola, se virou para ver se a irmã estava lhe acompanhando, e franziu o cenho ao ver que ela estava conversando com um cara, só a alguns metros de distância.
Claude conhecia aquele cara. Era o cara com quem Rachel estava conversando no dia anterior de ontem.
- Hm... – ele fez, desconfiado, mas resolveu deixar de lado, e girou os olhos. O cara aparentava ser legal, e Claude tinha quase 100% de certeza de que Carlie não iria querer nada com ele. Afinal, ela não estava com certeza de que era lésbica?
E então ele voltou a mover as pernas, e entrou na escola, logo avistando seu melhor amigo Jake... E a namorada do amigo que ele não conseguia suportar.
Depois de uma breve conversa, Nathan pode notar que Carlie realmente não estava bem, e aquilo apenas lhe deixou mais preocupado. E então o sinal tocou.
- Vem, eu te acompanho até a sala... – ele murmurou, passando um braço ao redor dos ombros dela, enquanto ela respirava fundo, e o abraçava pela cintura.
Era incrível em como em poucos dias eles conseguiram se conectar com o outro tão rapidamente. Aquilo raramente acontecia com Carlie. A primeira exceção foi Rachel. Quando seu irmão falou dela, Carlie obviamente imaginou que ela deveria ser uma rainha do gelo. Porém, quando a viu pessoalmente, Carlie logo soube que tudo aquilo era uma fachada. E que debaixo daquela fachada de líder de torcida, tinha um coração enorme, e uma alma perdida.
E havia acontecido o mesmo com Nathan. Ele salvou a sua vida duas vezes. Literalmente. Ela se sentia segura ao redor dele, como se nada pudesse a atingir quando estava com ele.
- Nate?
- Hm?
- Obrigado por existir.
Nathan lhe deu um sorriso dócil.
- De nada.
---------------------x-------------------------
Pelo menos uma hora depois...
- Sinto falta do meu John-Johnny – Ivy choramingava, enquanto ela e Rachel caminhavam pelos corredores. – Quando ele volta?
- Lá para noitinha ele chega – Rachel disse, olhando ao redor. – Você sabe que foi necessário ele ir, Ivy. Você quer que ele fique doente para sempre?
Ivy negou com a cabeça, e murmurou:
- Eu só sinto falta dele... – e os olhos dela se encheram de lágrimas.
Rachel sentiu seu coração se suavizar com as palavras da amiga, e a puxou para um abraço confortável. Ivy andava extremamente sensível ultimamente, o que estava começando a preocupar Rachel, mas ela resolveu deixar o assunto quieto. Por hora.
Enquanto caminhavam, Rachel notou que Carlie estava mexendo em seu armário, cabisbaixa, e com o olhar triste e distante.
- Hey, Ivs... – Rachel se virou para a amiga. – Você se incomoda de ir na frente? Eu... Huh... – Rachel pigarreou. – Eu tenho que falar com alguém.
Ivy apenas assentiu, beijou-a rapidamente na bochecha, e saiu andando na direção da sala de Literatura.
Com isso, em pequenos passos, Rachel caminhou até a figura de Carlie, hesitantemente, e disse:
- Carlie. – a garota se virou para ela. – Hey.
- Oh, hey, Rach – Carlie lhe deu um sorriso estranho.
Rachel franziu o cenho.
- Aconteceu alguma coisa?
Carlie mordeu o lábio, e respirou fundo, hesitante.
- Por que a pergunta? – ela perguntou, curiosa.
- Você parece... – Rachel procurou pelo adjetivo mais adequado. -... Levemente afetada.
Carlie mordeu o lábio novamente, e olhou para o chão. Aquela garota a conhecia tão bem. Realmente não tinha condição de que alguém a entendesse e a conhecesse tão bem quanto Rachel.
- Podemos conversar, por favor? – Carlie perguntou com a voz emotiva. – Eu preciso falar com alguém.
Rachel assentiu.
- Claro, venha cá... – ela agarrou Carlie pela mão, e a puxou para um corredor menos movimento, e para perto do banheiro, onde tinha menos de cinco pessoas. – O que está acontecendo?
Carlie sentiu sua cabeça pesar.
- Alexia.
Rachel já imaginava que fosse isso.
- O que foi desta vez? – Rachel perguntou. Se Alexia tivesse feito algo contra sua Carlie, ela não hesitaria em atacar a morena no treino de torcida.
- Ela, uh... – Carlie pigarreou. – Antes de ontem, você e eu estávamos conversando sobre meus sentimentos por ela, e eu te disse que eu estava planejando contar para ela. – Carlie parou por um momento, e respirou fundo. Então continuou. – Então eu fui contar. Eu estava pronta para lutar por ela. E antes de ontem, na festa, eu fui até ela só para convidá-la para sair, e então... – Carlie sentiu seu coração se apertar. – Eu descobri que ela está namorando.
O olhar de Rachel se tornou surpreso, e logo foi tomado por simpatia.
- Oh, Carlie. Eu sinto muito. – ela disse, levando uma mão para o ombro da amiga, e o apertando levemente. – Isso... Isso é uma droga. Eu realmente queria poder te ajudar mais, mas... – Rachel respirou fundo. – É difícil se segurar quando você tem sentimentos por alguém quando eles estão com outra pessoa. Mas nós temos que libertá-los, e apenas viver na esperança de que eles estejam felizes e talvez um dia... – O olhar de Rachel se tornou distante. – Eles virão para nós.
O olhar de Carlie se tornou confuso.
- E você? – Carlie perguntou, chamando a atenção de Rachel. – Você parece que também precisa conversar. – e olhou ao redor. – Onde está Ivy?
- Já foi para a aula – Rachel deu um sorriso de lado.
- E os outros? – Carlie ergueu uma sobrancelha. – Jake, John, as líderes de torcida, até meu irmão... Onde eles estão?
Rachel esticou os lábios, e se pegou pensando no que Carlie tinha lhe falado.
- Acho que tenho muitos amigos, mas... – ela inclinou a cabeça para o lado. – Não realmente tenho um com quem posso conversar. – e sorriu para Carlie, que retribuiu o sorriso. – Por isso é bom te ter por perto.
Carlie assentiu, e lambeu os lábios.
- Vai ficar tudo bem, certo? – Carlie disse, a voz levemente torturada. – No fim.
Rachel apenas ergueu os ombros.
- Acho que o melhor que podemos fazer é ter esperança.
Carlie fez um movimento estranho com a cabeça.
- Bem, eu venho tendo esperança pelos últimos quatro anos – e olhou para Rachel. – Não funcionou muito, né?
Rachel respirou fundo, e girou os olhos, puxando a amiga para si, num abraço. Carlie respirou fundo, e afundou seu rosto na região do cabelo cheiroso de Rachel.
- Não se preocupe, Carlie. – ela piscou para a amiga, assim que se soltaram. – Pessoas que são feitas para ficar juntas sempre se reencontram no fim.
Talvez tivesse sido coincidência, ou não. Mas na mesma hora em que Rachel falou isso, Claude estava passando pelos corredores, e não pode evitar trocar um breve olhar com a morena que acompanhava sua irmã.
--------------x-------------------
Depois do recreio, na aula de educação física...
A aula de educação física ocorria bem para Carlie. Embora seus olhos se desviassem constantemente para as líderes de torcida que praticavam apenas a alguns metros de distância.
A educação física era, na verdade, algo bastante estranho naquele colégio. Meninos e meninas faziam educação física, juntos, e haviam duas outras opções para não ter aula: fazer parte da torcida, ou do time de futebol.
Carlie, no entanto, não conseguia se imaginar como uma líder de torcida. Ao contrário de Rachel, ela não se sentia obrigada a fazer tais coisas, e preferiu deixar as coisas do jeito que estavam. Na verdade, ela se divertia em apenas assistir.
- Esse negócio é complicado – Nathan murmurou, com a cabeça praticamente batendo nos pés. – O que esse treinador acha que eu quero ser? Bailarina?
Carlie riu levemente.
- Só faça a educação física direito, e logo vão haver resultados. – Disse Carlie, se levantando, e fazendo o exercício na outra perna.
Enquanto isso, Rachel e as meninas da torcida praticavam a torcida, e bolavam uma nova coreografia para o jogo que viria no começo de novembro. E a alguns metros de distância, Claude jogava futebol com os meninos. É, era uma quadra bem longa.
- Okay, meninas – Rachel se inclinou, e parou a música, pegando sua garrafa de água. – Pausa de cinco minutos.
As meninas assentiram, e logo foram conversar entre si, algumas até sentaram no chão. Rachel tomou vários goles de água, e logo observou Ivy se aproximando dela. A expressão de Rachel logo se tornou preocupada ao ver como a amiga estava pálida.
- Rach, eu... – a loira respirou fundo. – Eu não me sinto muito bem. Será que você pode me liberar mais cedo?
- Claro, Ivy – Rachel disse, os olhos cheios de preocupação, e segurando a amiga quando ela quase caiu no chão. – Acho melhor você ir à enfermaria.
Ivy assentiu, e logo se adiantou, porém Rachel logo a parou.
- Espera aí... – e olhou para a equipe. – Alexia! – a morena logo a olhou. – Venha cá, por favor.
Alexia fez uma cara confusa. Rachel raramente lhe chamava a atenção. Ela fez um aceno de ‘volto logo’ para as meninas, e caminhou até Rachel.
- Pois não?
- Por favor, você pode acompanhar a Ivy até a enfermaria? Ela está quase desmaiando. – a voz de Rachel parecia a de uma mãe preocupada com um filho.
- Sim, claro, - disse Alexia, franzindo o cenho, e logo segurando Ivy. – Vamos.
E as duas caminharam para fora dali, sobre o olhar preocupado de Rachel. Porém, antes que ela pudesse se mover, ou fazer alguma coisa, ela sentiu dois braços fortes a abraçando por trás, e levou um susto quando sentiu lábios em seu pescoço.
- Hey, babe – Jake disse, beijando o cabelo dela, em seguida. Assim que percebeu que era seu namorado, Rachel deixou um sorrisinho escapar. – O que aconteceu?
- Ivy não está se sentindo bem. Estou preocupada com ela. – Rachel suspirou, e então se virou nos braços de Jake, ficando de frente a ele, e o rodeando com os braços.
- Tenho certeza de que ela vai ficar bem. Qualquer coisa, eu estou aqui – Jake disse, carinhosamente.
A expressão de Rachel se suavizou ao ouvir isso. Às vezes ela olhava para Jake, e ainda via o cara por quem tinha se interessado. Aquele cara com a expressão inocente, e um sorrisinho bobo, e sempre compreensivo e reconfortante. Eram raros os momentos nos quais ela o veria daquele jeito novamente, e aquele, no momento, era uma das exceções.
- Obrigado – Rachel murmurou, e se inclinou na direção dele, pressionando seus lábios nos dele. Não demorou muito até Jake aprofundar o beijo, e a segurar mais firmemente.
Claude, que estava conversando distraidamente com os rapazes do time, escolheu exatamente aquele momento para procurar Jake com os olhos. Assim que ele viu a cena dos dois, sua expressão de sorriso logo morreu, e seus olhos escureceram, fazendo com que seu maxilar endurecesse. Ele suspirou, e logo gritou para Jake:
- WELLANCE!
Jake imediatamente se separou de Rachel, e olhou na direção do amigo.
- SE MEXE LOGO, A PAUSA JÁ ACABOU! – Claude disse, sem se importar se estava sendo rude.
Os rapazes do time logo olharam para ele, com os cenhos franzidos.
- Você disse que quinze minutos de pausa. Ainda não passaram quinze minutos.
- Azar o de vocês – Claude disse, girando os olhos. – Movam-se.
Jake girou os olhos, e olhou para Rachel mais uma vez.
- Tchau – ele disse, beijando-a carinhosamente.
- Tchau – Rachel murmurou, quando ele se foi. As coisas finalmente estavam voltando aos trilhos para os dois, ao menos, era assim que ela pensava.
E assim continuou. Rachel estava praticando com suas meninas, enquanto Claude jogava futebol com os meninos. Porém, tinha uma garota loira, que chamou a atenção de Claude. Enquanto jogava futebol, ele direcionou um de seus olhares de flerte para aquela garota, várias vezes, e ela respondeu a ele. Tanto que ela chegava a esbarrar nas outras meninas, e atrapalhar a outra coreografia, o que estava começando a irritar Rachel.
E teve uma hora que ela não suportou mais.
- Okay, Tayla, o que está acontecendo com você hoje?! – Rachel perguntou para a loirinha, furiosamente.
A menina logo parou de olhar para Claude, e então olhou para Rachel, horrorizada.
Porém, Rachel logo percebeu o que era. Ela seguiu o lugar para onde a garota antes olhava, e logo soltou um suspiro irritado ao ver Claude.
- Outra pausa, meninas. – Rachel disse, pausando o som, e caminhando imediatamente até onde Claude estava, e logo o cutucou fortemente no ombro. – Hey, você!
- O que? – ele perguntou, enquanto levava as mãos para a barra da camisa, e a erguia, jogando-a no chão.
Rachel tomou um passo para trás, surpresa com a ação. O que ele pensava que estava fazendo?
- Pare de flertar com as minhas líderes de torcida – Rachel disse, entredentes.
Claude girou os olhos.
- O que tem de errado com isso?
- Elas estão perdendo a concentração. E eu realmente preciso que elas foquem para que eu faça a coreografia, e... – Rachel logo grunhiu, e olhou para longe, as bochechas vermelhas. – Será que dá para você colocar a maldita camisa de volta?
Claude franziu o cenho, confuso.
- Por quê? – ele perguntou, inocentemente. – Estou com calor.
Eu também, Rachel pensou, enquanto observava a visão na sua frente, e logo teve vontade de se bater por isso.
- Ugh. Tanto faz. Apenas pare, por favor – ela pediu, cruzando os braços.
- Você não pode me pedir isso! – Claude exclamou. – Eu sou homem, Rachel. Homem não escolhe hora nem lugar para flertar. Acontece.
- Você é nojento! – Rachel exclamou para ele, enquanto sua mente logo discordou dela, e mais uma vez, Rachel quis se bater por isso.
- E você é uma maluca! De quantos hospícios você já fugiu? – Claude rebateu.
Longe dali, Carlie e Nathan assistiam a discussão deles, com as expressões em choque.
- Eles realmente se odeiam tanto assim? – Nathan perguntou para ela, sem desviar os olhos dos dois brigões a alguns metros de distância.
Carlie deixou uma leve risada escapar.
- Não – ela disse, baixinho, para que apenas ele escutasse. – Eles só não conseguem lidar com a tensão sexual que há entre eles.
- Ah – foi tudo que Nathan disse, porém, ainda abismado.
- Idiota! – Rachel gritou para Claude, enquanto se virava, e continuava a andar.
- Bruxa! – Claude devolveu, ainda mais alto.
Jake se aproximou dele, respirando fundo.
- Será que um dia vocês vão se dar bem, Claude? – Jake perguntou, obviamente irritado. – Vocês tem que brigar o tempo TODO?! Será que não dá para haver um pequeno momento de amizade entre vocês?
- Hm... – Claude fez uma cara pensativa, e depois de um tempo, disse, simplesmente: - Nope.
Jake girou olhos.
- F*da-se, vamos voltar ao treino – disse Jake, se virando e se juntando aos outros rapazes.
-------------------x----------------------
Na aula de Sociologia...
Todos na sala de Sociologia estavam fazendo a atividade que o professor Hélio tinha passado. Rachel estava sentada na sua cadeira, normalmente, e fazendo seu dever. Olhou para sua cadeira ao lado, e logo sentiu seu coração se apertar ao lembrar-se que Ivy não estava lá.
Porém, a voz do professor, interrompeu seus pensamentos.
- Okay, agora vamos trabalhar sobre o processo de socialização nesta sala. Vamos ver o quão bem vocês conhecem um ao outro. E a cada palavra dita por seus colegas, escreverão num papel o que acham do que foi dito por eles. Certo? – O professor disse, e todos os alunos assentiram.
Rachel tinha a impressão de que aquilo não iria acabar em coisa boa. Então ela resolveu continuar escrevendo em seu caderno.
Ela escutou o professor falando alguns nomes, e respostas logo vieram. Houveram até algumas pequenas discussões, quando ela finalmente o ouviu chamar:
- Srta. Woodsen?
- Hm? – Rachel fez, dando um pulo de susto, e olhando para o professor.
Hélio girou os olhos, e suspirou. Por que tinha optado em ser professor mesmo?
- Descreva o Sr. Hudson com uma palavra.
A sala toda se virou para ela, incluindo Claude. Noo entanto, Rachel parecia mais interessada em olhar a nova cor preta de suas unhas do que responder, quando falou:
- Encosto.
A sala toda caiu no riso, e Claude estreitou os olhos para ela.
- Uma palavra séria, Srta. Woodsen – Hélio disse, rigidamente.
Rachel respirou fundo, e pensou bem. Então finalmente falou:
- Enigma. Sei lá, misterioso, algo do ramo.
Claude deixou um sorrisinho de lado escapar, e voltou a olhar para a tela do quadro.
- Hm – e então o professor Hélio se virou para Claude. – Sr. Hudson, descreva a Srta. Woodsen com uma palavra.
Claude ergueu a cabeça para ele.
- Animal não vale, não é? – Claude perguntou, fazendo com que a sala risse. Rachel girou os olhos, e o professor também.
- Não, Sr. Hudson.
- Okay.
E Claude se pegou pensando numa palavra que descrevesse Rachel. Haviam tantos apelidos na cabeça dele, porém todos eles, todos seus pensamentos, sempre levavam a uma única conclusão.
E com essa conclusão, Claude lentamente se virou para Rachel, e disse, a voz séria, e o olhar também:
- Solitária.
A sala toda ficou em silêncio. Rachel sentiu todos os olhares nela, mas o único que ela viu foi Claude. Eles ficaram se encarando por um bom tempo. Como ele podia conhecê-la tão bem? Eles mal se falavam, e quando falavam, era sempre para brigar.
Talvez tivesse sido porque ele havia lido sua música, assim ela concluiu.
Mas mesmo assim, aquela palavra, aquela única curta palavra foi capaz de mexer com o coração dela de uma forma que nenhuma outra palavra, nem mesmo um ‘eu te amo’, tinha sido capaz de mexer.
O professor Hélio notou a tensão, e logo fez questão de revirar os olhos.
Pelo amor de Deus, é a última coisa que preciso. Não tenho tempo para drama adolescente, ele pensou, e foi logo falando:
- Okay, agora escrevam nos papéis o que vocês acharam de como foram descrevidos, e entreguem para aqueles que haviam a falado... Depois, podem se retirar.
Os alunos assentiram, e começaram a escrever nos papéis. Um tempo depois, o sinal tocou, e todos foram entregando seus papéis para os outros. Claude entregou o de Rachel, e ela, timidamente, entregou o dele.
Antes de sair, Claude abriu o papel dela, e observou a opinião dela sobre o que ele havia falado.
Claude franziu o cenho com a resposta, e olhou na direção da garota, que estava saindo junto com Jake, porém antes de sair, ela olhou mais uma vez para Claude, e deu um longo suspiro. Então ele olhou mais uma vez para o pedaço de papel em suas mãos com a palavra no meio:
“Verdade”
CONTINUA...
-------------x-----------------
Gente, estou morrendo de sono, então vou deixar para postar o resto do cap amanhã. Não falta muito, só umas partezinhas finais. Espero que tenham gostado.
Beijos
Última edição por Lys em Sáb Jul 27, 2013 10:47 pm, editado 3 vez(es)
Re: I Can't Stay (+16)
Bem, aqui estou eu pra felicitar o retorno dessa história maravilhosa de que eu já estava sentido tanta saudade! Vamos lá ver como continua…
Ooooun’t, Girls Night! Já estava pensando quando essas meninas teriam uma, hein?
Ohh não, Ivy já começa dando sinais de gravidez? Mas a menina tá de quanto tempo já? Meio que perdi a noção do tempo que passou, mas pra ser outubro… ok, sim, já passou algum, então ela já pode começar a ter sintomas sim.
Aaah mas não culpa a pizza de atum não! Melhor pizza do mundo, ela não tem direito de falar mal!
E a Carlie a deixar bem claro MAIS uma parecença do Claude e da Rachel. Me pergunto quanto tempo os dois levarão pra também perceberem isso…
Oooun’t, a relação dos irmãos é tão linda, Lys, você tem mesmo muito jeito pra descrever as cenas deles!
É muito fofo o Nathan estando preocupado com a Carlie. Que bom que está conseguindo criar uma boa relação de amizade com eles dois também, Lys, parabéns mais uma vez!
Não acredito como você conseguiu incluir a Eterna Discussão nesta sua história, que agora ainda ficou mais perfeita! Sempre vai haver esse Dilema Interminável: Eric VS Bill e Stefan VS Damon. Aii e a Ivy tá muito atrasada, é bom ela avançar logo porque a série já tá caminhando pra 5ª temporada e a pobrezinha ainda acha que o Stefan é o melhor pra Elena kkkk
P.S: Eu sou e sempre serei Delena, mas quant True Blood já tou meio confusa, são tantos pretendentes pra Sookie que nem sei bem o que achar de cada um, mas sim, tenho aquele fraquinho pelo Eric também. Que fazer quando se tem queda por Bad Boys, né??
O Nathan ia atropelando a Rachel! Felizmente não aconteceu nada… mas credo, se algum menino me tentar atropelar por ficar bobo por mim, é melhor eu começar a usar colete refletor! A Rachel devia pensar em fazer o mesmo kkkkkkkk
Pera, Lys, mas então só passaram dois dias?! Então como Ivy pode já estar sentido tudo isso? Ai agora me perdi mesmo, vai ter de me explicar isso tudo direitinho pra ver se eu não faço mais confusão. E tadinha da Carlie, a Alexia está a deixando tão pra baixo…
OOOOOOOOOOOOH minha nossa, que romântico! A Rachel acabou de dizer aquela frase épica pra Carlie e o Claude passa no corredor! Lys, que maravilha, muitos parabéns por essa cena tão bonita, ficou mesmo perfeita!
Toda a cena da aula de educação física foi muito boa, Lys. Gostei de tudo: fiquei preocupada pela saúde da Ivy, feliz por ver a Alexia fazendo outra coisa além de deprimir a Carlie, gostei da Carlie e do Nathan conversando sobre os exercícios bobos que o professor os obrigava a fazer (eu também passei por isso, nunca gostei de educação física, enfim), e adorei as discussões da Rachel e do Claude. Já sabe o que eu acho da relação da Rachel com o Jake, mas desta vez ele até que foi fofo pra ela, e nem tentou flertar com nenhuma menina. Mas a relação da Rachel e do Claude é mil vezes melhor! E aquela imagem, g-zuuuis, pra nossa alegria hein? Kkkkk
Lys, só uma notinha: você começou por dizer “Na aula de sociologia” mas logo abaixo fala em aula de inglês… fiquei meio confusa ao ler isso, qual das aulas é na verdade?
Ohhhh meu deus, essa ideia do professor deles vai dar errado. A minha turma fez isso uma vez também e por pouco as meninas não acabaram todas batendo umas nas outras. Agora tou ansiosa pra ver o que acontece aqui!
Eu sabia que não ia correr bem, mas está tão bem escrito! Foi mesmo muito bom Lys, adorei tudo, e finalmente a Rachel está começando a ceder ao Claude. E claro que ele a conhece bem! Essa é a melhor relação de amor-ódio do mundo desde Chuck e Blair! (como eu sinto falta de Gossip Girl…. )
Bem, terminei essa parte mais ansiosa que nunca pra saber o que se segue, por isso por favor não me faça esperar muito, Lys! Posta logo mais pra eu saber como isso avança! Tou gostando muito muito da história! Muitos parabéns!
Ooooun’t, Girls Night! Já estava pensando quando essas meninas teriam uma, hein?
Ohh não, Ivy já começa dando sinais de gravidez? Mas a menina tá de quanto tempo já? Meio que perdi a noção do tempo que passou, mas pra ser outubro… ok, sim, já passou algum, então ela já pode começar a ter sintomas sim.
Aaah mas não culpa a pizza de atum não! Melhor pizza do mundo, ela não tem direito de falar mal!
E a Carlie a deixar bem claro MAIS uma parecença do Claude e da Rachel. Me pergunto quanto tempo os dois levarão pra também perceberem isso…
Oooun’t, a relação dos irmãos é tão linda, Lys, você tem mesmo muito jeito pra descrever as cenas deles!
É muito fofo o Nathan estando preocupado com a Carlie. Que bom que está conseguindo criar uma boa relação de amizade com eles dois também, Lys, parabéns mais uma vez!
Não acredito como você conseguiu incluir a Eterna Discussão nesta sua história, que agora ainda ficou mais perfeita! Sempre vai haver esse Dilema Interminável: Eric VS Bill e Stefan VS Damon. Aii e a Ivy tá muito atrasada, é bom ela avançar logo porque a série já tá caminhando pra 5ª temporada e a pobrezinha ainda acha que o Stefan é o melhor pra Elena kkkk
P.S: Eu sou e sempre serei Delena, mas quant True Blood já tou meio confusa, são tantos pretendentes pra Sookie que nem sei bem o que achar de cada um, mas sim, tenho aquele fraquinho pelo Eric também. Que fazer quando se tem queda por Bad Boys, né??
O Nathan ia atropelando a Rachel! Felizmente não aconteceu nada… mas credo, se algum menino me tentar atropelar por ficar bobo por mim, é melhor eu começar a usar colete refletor! A Rachel devia pensar em fazer o mesmo kkkkkkkk
Pera, Lys, mas então só passaram dois dias?! Então como Ivy pode já estar sentido tudo isso? Ai agora me perdi mesmo, vai ter de me explicar isso tudo direitinho pra ver se eu não faço mais confusão. E tadinha da Carlie, a Alexia está a deixando tão pra baixo…
OOOOOOOOOOOOH minha nossa, que romântico! A Rachel acabou de dizer aquela frase épica pra Carlie e o Claude passa no corredor! Lys, que maravilha, muitos parabéns por essa cena tão bonita, ficou mesmo perfeita!
Toda a cena da aula de educação física foi muito boa, Lys. Gostei de tudo: fiquei preocupada pela saúde da Ivy, feliz por ver a Alexia fazendo outra coisa além de deprimir a Carlie, gostei da Carlie e do Nathan conversando sobre os exercícios bobos que o professor os obrigava a fazer (eu também passei por isso, nunca gostei de educação física, enfim), e adorei as discussões da Rachel e do Claude. Já sabe o que eu acho da relação da Rachel com o Jake, mas desta vez ele até que foi fofo pra ela, e nem tentou flertar com nenhuma menina. Mas a relação da Rachel e do Claude é mil vezes melhor! E aquela imagem, g-zuuuis, pra nossa alegria hein? Kkkkk
Lys, só uma notinha: você começou por dizer “Na aula de sociologia” mas logo abaixo fala em aula de inglês… fiquei meio confusa ao ler isso, qual das aulas é na verdade?
Ohhhh meu deus, essa ideia do professor deles vai dar errado. A minha turma fez isso uma vez também e por pouco as meninas não acabaram todas batendo umas nas outras. Agora tou ansiosa pra ver o que acontece aqui!
Eu sabia que não ia correr bem, mas está tão bem escrito! Foi mesmo muito bom Lys, adorei tudo, e finalmente a Rachel está começando a ceder ao Claude. E claro que ele a conhece bem! Essa é a melhor relação de amor-ódio do mundo desde Chuck e Blair! (como eu sinto falta de Gossip Girl…. )
Bem, terminei essa parte mais ansiosa que nunca pra saber o que se segue, por isso por favor não me faça esperar muito, Lys! Posta logo mais pra eu saber como isso avança! Tou gostando muito muito da história! Muitos parabéns!
Jess Silver- Mensagens : 958
Pontos : 6662
Data de inscrição : 20/08/2011
Localização : Com o Damon... a caminhar pelo Paraíso... ^^
Re: I Can't Stay (+16)
Jess Silver escreveu:Bem, aqui estou eu pra felicitar o retorno dessa história maravilhosa de que eu já estava sentido tanta saudade! Vamos lá ver como continua…
Ooooun’t, Girls Night! Já estava pensando quando essas meninas teriam uma, hein?
Ohh não, Ivy já começa dando sinais de gravidez? Mas a menina tá de quanto tempo já? Meio que perdi a noção do tempo que passou, mas pra ser outubro… ok, sim, já passou algum, então ela já pode começar a ter sintomas sim.
Aaah mas não culpa a pizza de atum não! Melhor pizza do mundo, ela não tem direito de falar mal!
E a Carlie a deixar bem claro MAIS uma parecença do Claude e da Rachel. Me pergunto quanto tempo os dois levarão pra também perceberem isso…
Oooun’t, a relação dos irmãos é tão linda, Lys, você tem mesmo muito jeito pra descrever as cenas deles!
É muito fofo o Nathan estando preocupado com a Carlie. Que bom que está conseguindo criar uma boa relação de amizade com eles dois também, Lys, parabéns mais uma vez!
Não acredito como você conseguiu incluir a Eterna Discussão nesta sua história, que agora ainda ficou mais perfeita! Sempre vai haver esse Dilema Interminável: Eric VS Bill e Stefan VS Damon. Aii e a Ivy tá muito atrasada, é bom ela avançar logo porque a série já tá caminhando pra 5ª temporada e a pobrezinha ainda acha que o Stefan é o melhor pra Elena kkkk
P.S: Eu sou e sempre serei Delena, mas quant True Blood já tou meio confusa, são tantos pretendentes pra Sookie que nem sei bem o que achar de cada um, mas sim, tenho aquele fraquinho pelo Eric também. Que fazer quando se tem queda por Bad Boys, né??
O Nathan ia atropelando a Rachel! Felizmente não aconteceu nada… mas credo, se algum menino me tentar atropelar por ficar bobo por mim, é melhor eu começar a usar colete refletor! A Rachel devia pensar em fazer o mesmo kkkkkkkk
Pera, Lys, mas então só passaram dois dias?! Então como Ivy pode já estar sentido tudo isso? Ai agora me perdi mesmo, vai ter de me explicar isso tudo direitinho pra ver se eu não faço mais confusão. E tadinha da Carlie, a Alexia está a deixando tão pra baixo…
OOOOOOOOOOOOH minha nossa, que romântico! A Rachel acabou de dizer aquela frase épica pra Carlie e o Claude passa no corredor! Lys, que maravilha, muitos parabéns por essa cena tão bonita, ficou mesmo perfeita!
Toda a cena da aula de educação física foi muito boa, Lys. Gostei de tudo: fiquei preocupada pela saúde da Ivy, feliz por ver a Alexia fazendo outra coisa além de deprimir a Carlie, gostei da Carlie e do Nathan conversando sobre os exercícios bobos que o professor os obrigava a fazer (eu também passei por isso, nunca gostei de educação física, enfim), e adorei as discussões da Rachel e do Claude. Já sabe o que eu acho da relação da Rachel com o Jake, mas desta vez ele até que foi fofo pra ela, e nem tentou flertar com nenhuma menina. Mas a relação da Rachel e do Claude é mil vezes melhor! E aquela imagem, g-zuuuis, pra nossa alegria hein? Kkkkk
Lys, só uma notinha: você começou por dizer “Na aula de sociologia” mas logo abaixo fala em aula de inglês… fiquei meio confusa ao ler isso, qual das aulas é na verdade?
Ohhhh meu deus, essa ideia do professor deles vai dar errado. A minha turma fez isso uma vez também e por pouco as meninas não acabaram todas batendo umas nas outras. Agora tou ansiosa pra ver o que acontece aqui!
Eu sabia que não ia correr bem, mas está tão bem escrito! Foi mesmo muito bom Lys, adorei tudo, e finalmente a Rachel está começando a ceder ao Claude. E claro que ele a conhece bem! Essa é a melhor relação de amor-ódio do mundo desde Chuck e Blair! (como eu sinto falta de Gossip Girl…. )
Bem, terminei essa parte mais ansiosa que nunca pra saber o que se segue, por isso por favor não me faça esperar muito, Lys! Posta logo mais pra eu saber como isso avança! Tou gostando muito muito da história! Muitos parabéns!
JESSS, QUE SAUDADE EU SENTI DE TUU, LINDA!!
Girl's Night. Eu adoro isso. Já faz tanto tempo que não tenho uma, desde o ensino fundamental, kkkk'.
Bom, eu vou relacionar esse comentário sobre a gravidez da Ivy com aquele da data debaixo. Eu sei que as meninas normalmente dão sinais depois uma ou duas semanas, porém aconteceu com a minha tia, quando ela ficou grávida da minha prima, de ficar com os sintomas um ou dois dias depois. E eu achei muito estranho, mas já que eu falei que a gravidez dela ia ser complicada, resolvi incluir isso aqui na história. Tudo vai levar a uma só conclusão no final, Jess, pode ter certeza.
KKKKK', pelo visto alguém aqui gosta de Atuuum.... kkkk'.
Os dois são mto lindos, né? Eu gosto de escrever as cenas assim entre eles. Carlie não perde uma quando é algo relacionado ao Claude e a Rach, kkkk'. Ela vai ser uma das primeiras a notar quando eles ficarem juntos. (O que pode não demorar mto...)
Mais uma vez, eu vou explicar. Aparentemente lá nos EUA, as aulas começam de setembro/outubro, e terminam lá para maio/junho. Resolvi começar essa em outubro, porque já deixa mais perto do aniversário da morte da avó da Rach, e vou logo adiantando que essa data não vai fazer bem nenhum para nossa Rach
Nathan/Carlie são outros que adoro escrever. Eu gosto de criar primeiro uma certa amizade entre os personagens, ao invés de fazer com que fiquem logo juntos de vez, como fizeram com Stefan & Elena, na primeira temporada de TVD, fazendo com que eles ficassem juntos logo no segundo ep. (Acho que é uma das razões pela qual não gostei mto deles dois juntos; a falta de desenvolvimento da relação.)
Fala em interminável, kkkkkk'. Eu tb tenho uma super queda por bad-boys, mas não sei se gostaria de namorar um cara assim na vida real, #tenso. Vou deixar só para a imaginação msm, rsrsrs.
Nesse negócio de True Blood é uma confusão mesmo. Sookie me lembra a Maria do Bairro, kkkkkk'.
A Rachel vai ter que andar com muita proteção na fic, então, até pq eu adoro a atriz que escolhi para 'interpretar' ela. Sophia Bush é incrível
O negócio da Ivy eu já expliquei. A gravidez dela é um pouquinho fora dos trilhos. Mas não se preocupa, que não vai nascer um Bebê Boneco Chuck não, tá? kkkk'. Alexia realmente sabe como mexer com a cabeça e o coração da nossa Carlie, né? E você vai ver o quanto no resto do cap. A Carlie realmente está afetada, e isso não é nem um pouco bom para ela. Mas o Nathan, a Rach, e o Claude vão estar lá para ela.
Acredite, foi tudo menos coincidência o Claude passar por ali na hora que a Rach falou aquilo. Mas eu acho que a frase serve para a Carlie mto bem. Afinal, definitivamente vai haver Carlie&Alexia nessa fic, mas não sei com quem a Carlie vai terminar no final.
Eu bem que queria que minha aula de educação física fosse assim. Acredite, o Claude e a Rachel ficaram com ciuminho um do outro, por isso aquela cena toda, kkkk'. Jake não vai sempre ser um canalha, ele ainda ama a Rach, como ele apontou várias vezes, só que o jeito dele de demonstrar indica o contrário.
Tom Welling é um dlç, assim vc me mata, né? kkkk
OMG, eu totalmente esqueci desta parte! #vergonha. É aula de sociologia mesmo, Jess, é que eu ia colocar como aula de inglês, mas desisti, kkkkkk'. Eu tava com sono mesmo, LOL. Vou ajeitar jajá.
O professor também já fez isso na minha aula. Eu quase avancei numa menina quando ela xingou minha amiga. Tiveram que me segurar, kkk.
Ooowwnts, obrigada por tantos elogios, linda. Assim fico até sem graça, #cora. É, ela já está começando a ver o Claude com outros olhos, mas lembrando que ainda tem duas outras pessoas na vida dela, certo: Nathan e o Sr. Jake.
Eu AMAVA Chuck & Blair nas duas primeiras temporadas de Gossip Girl, mas os escritores totalmente arruinaram a relação deles no fim da terceira temporada. Tipo, o Chuck vendendo a Blair, e depois ficando com a Jenny. Não foi mais a mesma coisa para mim depois disso. E na quarta para a quinta temporada, me apaixonei por Dan & Blair, eles eram, tipo, meu Brooke & Lucas, mas os escritores conseguiram arruinar a relação deles também. -.-
Claude e Rachel realmente se conhecem mto bem, o que eu acho bastante irônico, já que eles disseram 'você não me conhece' no outro capítulo, kkk. Só agora eu notei isso. Vamos deixar assim.
Oh, linda, prometo que vou tentar postar ainda hoje. Se sair, sai na tardinha, ou de noite. Mas algo me diz que você, sendo uma Clauchel tão fiel, vai gostar do cap. E vc vai se sentir mto mal pela Carliezinha.
Beeeijos, e até mais tarde
Obrigada por ser uma leitora tão presente
Re: I Can't Stay (+16)
Comentando o Comment:
Eu faço Girl's Night sempre que posso. Faz bem pra alma kkkkk
Eu adoro ATUM! Pizza de Atum = delícia e bom humor da Jess ^^
aaah já tou percebendo tudo da Ivy, agora sim está tudo bem, não se preocupa e continua assim, tenho a certeza que vai ficar fantástica, e quero mesmo ver como vai ser essa gravidez até ao fim!
aaah pois é, a morte da avó da Rach... tadinha, eu acho que vou chorar quando ler esse capítulo mais tenso, sabe?
eu também achei a relação do Stefan e da Elena demasiado precipitada. É aquilo que eu chamo de "Namoro de 1º Episódio pra Ganhar Audiências". Eles nem tiveram uma aproximação decente! Já foi muito diferente com a Elena e o Damon, felizmente...
hahhsuahahusuhasuuashah ri tanto aqui com essa tirada da Maria do Povo, mas vc tem toda a razão, é isso mesmo que ela é!
tou ansiosa pra ver Clauchel e Carléxia (Carlie e Alexia, esse nome de ship não ficou nada bem, dsclpa kkkk)
Tom Welling é doçura mesmo ^^
É, as aulas desse género, mais "intensas" sempre acabam desse jeito!
Eu vou estar aqui esperando os próximos capítulos, pode crer, mas não demora não, tah? beijooo
Eu faço Girl's Night sempre que posso. Faz bem pra alma kkkkk
Eu adoro ATUM! Pizza de Atum = delícia e bom humor da Jess ^^
aaah já tou percebendo tudo da Ivy, agora sim está tudo bem, não se preocupa e continua assim, tenho a certeza que vai ficar fantástica, e quero mesmo ver como vai ser essa gravidez até ao fim!
aaah pois é, a morte da avó da Rach... tadinha, eu acho que vou chorar quando ler esse capítulo mais tenso, sabe?
eu também achei a relação do Stefan e da Elena demasiado precipitada. É aquilo que eu chamo de "Namoro de 1º Episódio pra Ganhar Audiências". Eles nem tiveram uma aproximação decente! Já foi muito diferente com a Elena e o Damon, felizmente...
hahhsuahahusuhasuuashah ri tanto aqui com essa tirada da Maria do Povo, mas vc tem toda a razão, é isso mesmo que ela é!
tou ansiosa pra ver Clauchel e Carléxia (Carlie e Alexia, esse nome de ship não ficou nada bem, dsclpa kkkk)
Tom Welling é doçura mesmo ^^
É, as aulas desse género, mais "intensas" sempre acabam desse jeito!
Eu vou estar aqui esperando os próximos capítulos, pode crer, mas não demora não, tah? beijooo
Jess Silver- Mensagens : 958
Pontos : 6662
Data de inscrição : 20/08/2011
Localização : Com o Damon... a caminhar pelo Paraíso... ^^
Re: I Can't Stay (+16)
KKKK, eu nunca comi pizza de atum. Não como peixe... ou carne, ou qualquer coisa que seja feita de animais, lol. Eu nem sei pq, mas não sinto vontade de comer, rsrs.
Obg, floor, essa gravidez da Ivs vai ser complicada mesmo. Vou dar um adiantamento de que vai ser uma gravidez de riscos, e a Ivy vai ficar em grande perigo #tenso.
É, a morta da vovó da Rach. Vai ser na verdade, eu espero, um dos capítulos mais tristes daqui. Afinal, vão ter flashbacks, e tudo mais.
Foi uma relação completamente apressada, a desses dois. Uma das razões pq não gostei deles. Sem contar que eles já foram para o 'eu te amo' no episódio 10! Exatamente, Damon & Elena tiveram uma bela construção no relacionamento deles. Passou de ódio, para simpatia, e de simpatia para confiança, e de confiança para amizade, e de amizade para amor
A relação Delena é fantástica!
KKKKKKKKKKKKKK', ela é igualzinha, por isso a comparação, lol.
Clauchel vai ter um desenvolvimento diferente. Eles vão ficar juntos de uma forma bastante diferente. Não vai ser um 'eu te amo' de primeira vista, noope. Adorei o Carlexia, na vdd, kkk'. Ficou perfect. E melhor do que Carthan, kkk'.
Tom Welling é um dos meus sonhos
É, eu tenho um relação Chuck&Blair com Sociologia, nem sempre acaba em coisa boa, sempre há discussões, mas mesmo assim, eu ainda adoro a matéria.
Vou tentar não demorar. Vou almoçar primeiro, e depois vou voltar a escrever
Xeeero, linda.
Obg, floor, essa gravidez da Ivs vai ser complicada mesmo. Vou dar um adiantamento de que vai ser uma gravidez de riscos, e a Ivy vai ficar em grande perigo #tenso.
É, a morta da vovó da Rach. Vai ser na verdade, eu espero, um dos capítulos mais tristes daqui. Afinal, vão ter flashbacks, e tudo mais.
Foi uma relação completamente apressada, a desses dois. Uma das razões pq não gostei deles. Sem contar que eles já foram para o 'eu te amo' no episódio 10! Exatamente, Damon & Elena tiveram uma bela construção no relacionamento deles. Passou de ódio, para simpatia, e de simpatia para confiança, e de confiança para amizade, e de amizade para amor
A relação Delena é fantástica!
KKKKKKKKKKKKKK', ela é igualzinha, por isso a comparação, lol.
Clauchel vai ter um desenvolvimento diferente. Eles vão ficar juntos de uma forma bastante diferente. Não vai ser um 'eu te amo' de primeira vista, noope. Adorei o Carlexia, na vdd, kkk'. Ficou perfect. E melhor do que Carthan, kkk'.
Tom Welling é um dos meus sonhos
É, eu tenho um relação Chuck&Blair com Sociologia, nem sempre acaba em coisa boa, sempre há discussões, mas mesmo assim, eu ainda adoro a matéria.
Vou tentar não demorar. Vou almoçar primeiro, e depois vou voltar a escrever
Xeeero, linda.
Re: I Can't Stay (+16)
ohhh flor, porque nunca mais postou nessa historia maravilhosa??
eu queria saber o que ia acontecer de seguida!
por favor não demora!
beijooos
eu queria saber o que ia acontecer de seguida!
por favor não demora!
beijooos
Jess Silver- Mensagens : 958
Pontos : 6662
Data de inscrição : 20/08/2011
Localização : Com o Damon... a caminhar pelo Paraíso... ^^
Re: I Can't Stay (+16)
OMG, PESSOAL!
Sinto muito que eu nunca mais postei, é que as coisas complicaram um pouco para mim. Eu pensei, talvez, que nas férias eu tivesse um tempinho mais livre para postar, e tals, mas eu fiquei mais ocupada do que quando estou estudando.
Sem falar que ainda nessa semana eu estava com muitas dores, e tive que passar quase a noite toda no hospital. Eu fiquei doente por um bom tempo, e ainda tive trabalho para fazer -.-
Eu não tive tempo nenhum para vir aqui e atualizar, mas acreditem em mim, vontade não faltou. Vou parar de marcar data para postar, pois nunca consigo postar no dia msm #suspiro
Anyways, eu não sei mais quanto tempo vou levar para postar, talvez eu poste amanhã, ou domingo, ou até na próxima semana, mas o resto do cap vai vir, e eu vou fazer de tudo para que não demore, okay?
Beeeijo, pessoal, e mais uma vez, desculpas por ter sumido.
Sinto muito que eu nunca mais postei, é que as coisas complicaram um pouco para mim. Eu pensei, talvez, que nas férias eu tivesse um tempinho mais livre para postar, e tals, mas eu fiquei mais ocupada do que quando estou estudando.
Sem falar que ainda nessa semana eu estava com muitas dores, e tive que passar quase a noite toda no hospital. Eu fiquei doente por um bom tempo, e ainda tive trabalho para fazer -.-
Eu não tive tempo nenhum para vir aqui e atualizar, mas acreditem em mim, vontade não faltou. Vou parar de marcar data para postar, pois nunca consigo postar no dia msm #suspiro
Anyways, eu não sei mais quanto tempo vou levar para postar, talvez eu poste amanhã, ou domingo, ou até na próxima semana, mas o resto do cap vai vir, e eu vou fazer de tudo para que não demore, okay?
Beeeijo, pessoal, e mais uma vez, desculpas por ter sumido.
Re: I Can't Stay (+16)
Lys escreveu:OMG, PESSOAL!
Sinto muito que eu nunca mais postei, é que as coisas complicaram um pouco para mim. Eu pensei, talvez, que nas férias eu tivesse um tempinho mais livre para postar, e tals, mas eu fiquei mais ocupada do que quando estou estudando.
Sem falar que ainda nessa semana eu estava com muitas dores, e tive que passar quase a noite toda no hospital. Eu fiquei doente por um bom tempo, e ainda tive trabalho para fazer -.-
Eu não tive tempo nenhum para vir aqui e atualizar, mas acreditem em mim, vontade não faltou. Vou parar de marcar data para postar, pois nunca consigo postar no dia msm #suspiro
Anyways, eu não sei mais quanto tempo vou levar para postar, talvez eu poste amanhã, ou domingo, ou até na próxima semana, mas o resto do cap vai vir, e eu vou fazer de tudo para que não demore, okay?
Beeeijo, pessoal, e mais uma vez, desculpas por ter sumido.
aaai Lys não fazia ideia de que você tava doentinha, assim tem desculpa mais que suficiente pra me ter deixado esperando tanto tempo
agora trate de ficar melhor a 100% sim??
e quanto ás férias serem mais corridas do que o tempo de escola, pode ter razão porque é mesmo assim!
Mas a gente espera o tempo que for preciso por uma história maravilhosa como essa
espero que a próxima parte seja ótima, e eu vou estar aqui pra acompanhar ^^
beijooos flor e as melhoras!
Jess Silver- Mensagens : 958
Pontos : 6662
Data de inscrição : 20/08/2011
Localização : Com o Damon... a caminhar pelo Paraíso... ^^
Re: I Can't Stay (+16)
Gente, eu estou aqui para dar uma notícia nada agradável.
Como vocês já devem saber, faleceu ontem um grande ídolo meu, o Cory, que deu vida ao Finn em Glee. Infelizmente, eu não sou a única pessoa do fórum a estar sofrendo com essa perda: a Lys é Gleek, e ainda mais fã do que eu.
Como vocês podem imaginar, um turbilhão está se passando pela cabeça dela nesse momento. Perder um ídolo é algo doloroso demais para ser mensurado. Por conta de todo esse choque pelo qual ela está passando, a Lys pediu para eu avisar que, apesar de ter planejado postar o novo capítulo hoje, ela não vai conseguir fazê-lo até que a cabeça se desligue um pouco de toda essa tragédia.
Tudo se agrava também por que os personagens desse livro tem grande inspiração em Glee, então ela se encontra em uma situação realmente complicada.
De minha parte, peço para que vocês entendam os motivos dela - e sei que irão - e que desculpem a mim por usar este recado mais como um desabafo do que como uma mensagem.
Grata pela compreensão de vocês.
Como vocês já devem saber, faleceu ontem um grande ídolo meu, o Cory, que deu vida ao Finn em Glee. Infelizmente, eu não sou a única pessoa do fórum a estar sofrendo com essa perda: a Lys é Gleek, e ainda mais fã do que eu.
Como vocês podem imaginar, um turbilhão está se passando pela cabeça dela nesse momento. Perder um ídolo é algo doloroso demais para ser mensurado. Por conta de todo esse choque pelo qual ela está passando, a Lys pediu para eu avisar que, apesar de ter planejado postar o novo capítulo hoje, ela não vai conseguir fazê-lo até que a cabeça se desligue um pouco de toda essa tragédia.
Tudo se agrava também por que os personagens desse livro tem grande inspiração em Glee, então ela se encontra em uma situação realmente complicada.
De minha parte, peço para que vocês entendam os motivos dela - e sei que irão - e que desculpem a mim por usar este recado mais como um desabafo do que como uma mensagem.
Grata pela compreensão de vocês.
Re: I Can't Stay (+16)
Hey, pessoal.
Primeiro de tudo, quero agradecer a Juh, minha gêmola, por ter dado essa mensagem. Valeu mesmo, flor, estou muito grata.
Segundo de tudo, sinto muito por ter passado praticamente um mês inteiro sem postar. Como a Juh disse, tem muita coisa passando por minha cabeça ultimamente, e não só a morte do ídolo Cory Monteith, como também alguns problemas pessoais, que envolvem a minha família, mais especificamente a minha mãe, que anda muito doente ultimamente por causa de uns problemas com meu irmão, e eu vivo preocupada com ela. Mesmo assim, entendo se isso não for justificação por ter ficado sem postar por tanto tempo, tipo, a fic ainda tá na segunda parte do segundo capítulo, e já entrou em hiatus, LOL.
Mesmo assim, pretendo postar assim que possível, já estou melhor fisicamente, e também mentalmente. Não posso dizer com certeza quando sai o próximo post, mas prometo que farei meu possível para ser o mais rápido que eu conseguir.
Anyway, tem outra coisa que eu também gostaria de explicar sobre a história: a idade dos personagens. Eu estava escrevendo algumas cenas novas, e percebi que houveram algumas alterações, e que algumas coisas que eu coloquei nos primeiros capítulos não se encaixaram muito bem com meus planos recentes, então vou explicando algumas coisas para que não hajam mais dúvidas.
- A Rachel, o Claude, o Jake, e a Ivy têm 16, e vão fazer 17. O John, a Alexia, o Nathan, e a Carlie têm 15, e vão fazer dezesseis.
- A gravidez da Ivy vai ser algo complicado, porém esses enjôos que ela anda tendo ultimamente não são exatamante por causa da gravidez, mas sim porque ela está com uma doença.
- Os três personagens principais mesmo são a Rachel, o Claude, e a Carlie, mas obviamente, a história também vai focar nos outros personagens, só que os que mais ganharão destaques serão estes três primeiros.
- Embora a classificação da história seja de +16, haverão algunas cenas em alguns capítulos que serão um pouco mais pesadas do que o normal, mas não estou falando só sobre sexo, mas também sobre outras coisas que talvez possam ser fortes demais. Deixarei a classificação para +16, mas se vocês quiserem, eu posso mudar para +18, só acho melhor deixar como está porque nem em todo capítulo irão ter cenas pesadas.
- Nesta história, haverão cenas yuri, ou seja, de duas garotas se envolvendo, então quem não gosta, recomendo que simplesmente não leia as cenas, mas mesmo assim as postarei, porque serão precisas para ir de acordo com a história, afinal, esta história é bem realista.
- A Rachel entrou na escola quando ela tinha 13 anos, ou seja, ela só conhece o Claude, o Jake, e a Carlie há uns três ou quatro anos. A Ivy e a Rachel foram amigas desde que eram crianças, então a amizade delas é de mais longa duração.
- Eu coloquei no capítulo anterior que quando a Carlie conheceu a Rachel, Claude e ela já se odiavam, mas decidi que não era possível que Claude e Rachel tenham se odiado desde a primeira vez que se viram, então haverá uma certa alteração, e diremos que Rachel e Carlie se conheceram desde a primeira vez que Rachel entrou na escola.
- O passado de Rachel, por exemplo, com sua avó, e também quando ela entrou no colégio, será revelado em alguns capítulos, em flashbacks, porém apenas contarei as cenas que acho que serão necessárias para explicar algumas dúvidas.
- Marcus, o cara que está namorando a Kayla, não é o pai da Rachel e do John. Ele apenas está numa relação séria com a mãe deles. O pai da Rachel e do John foi embora há muito tempo, mas ele voltará para a história.
- Como dito, a mãe do Claude o abandonou quando ele era bebê, ou seja, ele nunca chegou a conhecê-la de verdade, mas assim como o pai da Rachel, a mãe dele retornará para tentar consertar seus erros.
- Nathan & Claude não vão ser amigos imediatamente como eu queria que fossem, por causa de uma certa morena que o Nate está afim, mas em breve, os dois se tornarão amigos, já que Claude precisará de outro amigo que possa contar com, por causa de uns certos acontecimentos.
- Eu devia ter mencionado antes, mas direi aqui: como eu falei alguns parágrafos acima, o passado da Rachel depois da morte de sua avó será mencionado, mas ela lidou com isso de uma forma bem mais obscura do que vocês pensam, e quando eu digo isso, não falo brincando, pois ela estava num lugar bem escuro e perdido depois da morte de sua avó. Na verdade, a Rach pode parecer super-legal, e uma pessoa que qualquer outro gostaria de ter ou de ser amigo, mas na verdade ela tem um lado bem obscuro que ninguém nunca conheceu, e em breve vocês conhecerão mais dele.
- Tiveram algumas cenas nesta fanfic que eu não consegui escrever por falta de inspiração, e tive que me basear em algumas séries, mas qquando eu escrever uma cena, por exemplo, baseada em um episódio de certa temporada, prometo que colocarei os créditos, se vocês quiserem.
- Por último, porém não menos importante, eu ia fazer apenas esta fic, e então eu a terminaria. Porém, ela ficou beeem mais longa do que eu esperava, então eu me vi obrigada em dividi-la em duas partes. Só que houve outro problema, e eu tive que dividi-la em três partes, ou seja, como se fossem três temporadas. A primeira, esta aqui, se chama I Can't Stay. A segunda se chamará Shattered Mirror, e a terceira se chamará Prelude To A Happily Ever After. Espero que tenham bastante paciência comigo por causa da minha falta de tempo, mas prometo que assim que possível, postarei, e não pretendo abandonar nenhum desses projetos.
Obrigado por sua atenção, e nos vemos logo,
Primeiro de tudo, quero agradecer a Juh, minha gêmola, por ter dado essa mensagem. Valeu mesmo, flor, estou muito grata.
Segundo de tudo, sinto muito por ter passado praticamente um mês inteiro sem postar. Como a Juh disse, tem muita coisa passando por minha cabeça ultimamente, e não só a morte do ídolo Cory Monteith, como também alguns problemas pessoais, que envolvem a minha família, mais especificamente a minha mãe, que anda muito doente ultimamente por causa de uns problemas com meu irmão, e eu vivo preocupada com ela. Mesmo assim, entendo se isso não for justificação por ter ficado sem postar por tanto tempo, tipo, a fic ainda tá na segunda parte do segundo capítulo, e já entrou em hiatus, LOL.
Mesmo assim, pretendo postar assim que possível, já estou melhor fisicamente, e também mentalmente. Não posso dizer com certeza quando sai o próximo post, mas prometo que farei meu possível para ser o mais rápido que eu conseguir.
Anyway, tem outra coisa que eu também gostaria de explicar sobre a história: a idade dos personagens. Eu estava escrevendo algumas cenas novas, e percebi que houveram algumas alterações, e que algumas coisas que eu coloquei nos primeiros capítulos não se encaixaram muito bem com meus planos recentes, então vou explicando algumas coisas para que não hajam mais dúvidas.
- A Rachel, o Claude, o Jake, e a Ivy têm 16, e vão fazer 17. O John, a Alexia, o Nathan, e a Carlie têm 15, e vão fazer dezesseis.
- A gravidez da Ivy vai ser algo complicado, porém esses enjôos que ela anda tendo ultimamente não são exatamante por causa da gravidez, mas sim porque ela está com uma doença.
- Os três personagens principais mesmo são a Rachel, o Claude, e a Carlie, mas obviamente, a história também vai focar nos outros personagens, só que os que mais ganharão destaques serão estes três primeiros.
- Embora a classificação da história seja de +16, haverão algunas cenas em alguns capítulos que serão um pouco mais pesadas do que o normal, mas não estou falando só sobre sexo, mas também sobre outras coisas que talvez possam ser fortes demais. Deixarei a classificação para +16, mas se vocês quiserem, eu posso mudar para +18, só acho melhor deixar como está porque nem em todo capítulo irão ter cenas pesadas.
- Nesta história, haverão cenas yuri, ou seja, de duas garotas se envolvendo, então quem não gosta, recomendo que simplesmente não leia as cenas, mas mesmo assim as postarei, porque serão precisas para ir de acordo com a história, afinal, esta história é bem realista.
- A Rachel entrou na escola quando ela tinha 13 anos, ou seja, ela só conhece o Claude, o Jake, e a Carlie há uns três ou quatro anos. A Ivy e a Rachel foram amigas desde que eram crianças, então a amizade delas é de mais longa duração.
- Eu coloquei no capítulo anterior que quando a Carlie conheceu a Rachel, Claude e ela já se odiavam, mas decidi que não era possível que Claude e Rachel tenham se odiado desde a primeira vez que se viram, então haverá uma certa alteração, e diremos que Rachel e Carlie se conheceram desde a primeira vez que Rachel entrou na escola.
- O passado de Rachel, por exemplo, com sua avó, e também quando ela entrou no colégio, será revelado em alguns capítulos, em flashbacks, porém apenas contarei as cenas que acho que serão necessárias para explicar algumas dúvidas.
- Marcus, o cara que está namorando a Kayla, não é o pai da Rachel e do John. Ele apenas está numa relação séria com a mãe deles. O pai da Rachel e do John foi embora há muito tempo, mas ele voltará para a história.
- Como dito, a mãe do Claude o abandonou quando ele era bebê, ou seja, ele nunca chegou a conhecê-la de verdade, mas assim como o pai da Rachel, a mãe dele retornará para tentar consertar seus erros.
- Nathan & Claude não vão ser amigos imediatamente como eu queria que fossem, por causa de uma certa morena que o Nate está afim, mas em breve, os dois se tornarão amigos, já que Claude precisará de outro amigo que possa contar com, por causa de uns certos acontecimentos.
- Eu devia ter mencionado antes, mas direi aqui: como eu falei alguns parágrafos acima, o passado da Rachel depois da morte de sua avó será mencionado, mas ela lidou com isso de uma forma bem mais obscura do que vocês pensam, e quando eu digo isso, não falo brincando, pois ela estava num lugar bem escuro e perdido depois da morte de sua avó. Na verdade, a Rach pode parecer super-legal, e uma pessoa que qualquer outro gostaria de ter ou de ser amigo, mas na verdade ela tem um lado bem obscuro que ninguém nunca conheceu, e em breve vocês conhecerão mais dele.
- Tiveram algumas cenas nesta fanfic que eu não consegui escrever por falta de inspiração, e tive que me basear em algumas séries, mas qquando eu escrever uma cena, por exemplo, baseada em um episódio de certa temporada, prometo que colocarei os créditos, se vocês quiserem.
- Por último, porém não menos importante, eu ia fazer apenas esta fic, e então eu a terminaria. Porém, ela ficou beeem mais longa do que eu esperava, então eu me vi obrigada em dividi-la em duas partes. Só que houve outro problema, e eu tive que dividi-la em três partes, ou seja, como se fossem três temporadas. A primeira, esta aqui, se chama I Can't Stay. A segunda se chamará Shattered Mirror, e a terceira se chamará Prelude To A Happily Ever After. Espero que tenham bastante paciência comigo por causa da minha falta de tempo, mas prometo que assim que possível, postarei, e não pretendo abandonar nenhum desses projetos.
Obrigado por sua atenção, e nos vemos logo,
Re: I Can't Stay (+16)
Querida Lys,
é tão bom ver que já está voltando e se sentindo melhor depois daquilo que passou! Foi realmente terrível, quando eu ouvi a notícia em todos os canais de televisão só consegui pensar em você porque sabia o quanto vc gostava do Cory é realmente uma grande perda e uma enorme pena que alguém tão jovem como ele se tenha perdido...
Mas agora o que importa é seguir em frente e reerguer a cabeça, e fico muito feliz por ver que você já o está fazendo tive tantas saudades tuas, querida!
AAAAAAAAIIIIII ESSAS REVELAÇÕES! Que maravilha, a história assim terá 3 partes! Que bom, Lys, não me podia ter deixado mais feliz agora!
venha logo essa história maravilhosa
beijoooos!
é tão bom ver que já está voltando e se sentindo melhor depois daquilo que passou! Foi realmente terrível, quando eu ouvi a notícia em todos os canais de televisão só consegui pensar em você porque sabia o quanto vc gostava do Cory é realmente uma grande perda e uma enorme pena que alguém tão jovem como ele se tenha perdido...
Mas agora o que importa é seguir em frente e reerguer a cabeça, e fico muito feliz por ver que você já o está fazendo tive tantas saudades tuas, querida!
AAAAAAAAIIIIII ESSAS REVELAÇÕES! Que maravilha, a história assim terá 3 partes! Que bom, Lys, não me podia ter deixado mais feliz agora!
venha logo essa história maravilhosa
beijoooos!
Jess Silver- Mensagens : 958
Pontos : 6662
Data de inscrição : 20/08/2011
Localização : Com o Damon... a caminhar pelo Paraíso... ^^
Re: I Can't Stay (+16)
ooooi more
fico feliz em saber que você está melhor
sei que é difícil, mas espero que essa força que tu tens não fique só por aqui, se espalhe por todas as dificuldades, e quando isso não funcionar, você conte comigo para te ajudar.
melhoras para a tua mãe, meu anjo. espero mesmo que ela e seu irmão fiquem bons logo.
e não precisa agradecer, viu? sempre que precisar, estarei aqui, mesmo que esteja meio afastada.
beijoos, e estou muito ansiosa para ler mais.
mas não se apresse, viu?
amo você, mana. forever and always.
fico feliz em saber que você está melhor
sei que é difícil, mas espero que essa força que tu tens não fique só por aqui, se espalhe por todas as dificuldades, e quando isso não funcionar, você conte comigo para te ajudar.
melhoras para a tua mãe, meu anjo. espero mesmo que ela e seu irmão fiquem bons logo.
e não precisa agradecer, viu? sempre que precisar, estarei aqui, mesmo que esteja meio afastada.
beijoos, e estou muito ansiosa para ler mais.
mas não se apresse, viu?
amo você, mana. forever and always.
Re: I Can't Stay (+16)
Continuação: parte 2
Depois daqueles segundos horríveis, tudo que Carlie queria era bater o pé e dar o fora daquela escola. Não estava se sentindo bem, queria se trancar dentro do quarto, colocar todas as músicas tristes que tinha em seu celular, colocar no som alto, e nunca mais sair de lá. Não sabia por que estava tão arrasada. Talvez pelo fato de que ela havia gostado de Alexia por muito tempo, e doía o fato dela ter achado outra pessoa.
Não que fosse uma novidade, Carlie tinha que admitir. Alexia era daquele tipo de líder de torcida que adorava sair com caras diferentes a cada semana. Carlie ainda se sentia mal ao vê-la com outros caras, mas talvez desta vez doesse mais pelo fato de que Alexia parecia séria sobre o outro cara, Logan. Ela parecia gostar mesmo dele.
Eu tenho que ficar feliz por ela, Carlie pensou, enquanto corria os dedos pelas folhas em branco em seu caderno. Afinal, nós devemos ficar feliz se aquele que amamos está feliz... Certo?
Ela rolou os olhos para cima, e soltou um suspiro de aperreio. O que ela deveria fazer? Não aguentava mais sofrer pela morena de olhos azuis. Parecia que para todo canto que olhava, Alexia surgia de repente aos beijos com o namorado novo. Ugh, aquilo era tão injusto!
- Srta. Hudson? – Chamou uma voz conhecida, e Carlie imediatamente ergueu os olhos, encontrando os olhos castanhos da professora de matemática.
- Pois não? – Carlie perguntou, pigarreando em seguida.
- Tem alguma razão boa o suficiente para não estar prestando atenção em minha aula?
Carlie apenas mordeu o lábio, e olhou para o lado, seus olhos verdes encontrando as íris azuis dos olhos de Nathan, que apenas lhe enviou um pequeno sorriso.
- Eu não estou me sentindo muito bem hoje – Carlie foi honesta. – Estou com um pouco de dor de cabeça.
A carranca no rosto da professora se desfez, e foi substituída por uma de preocupação.
- Oh... A Srta. quer ir até a enfermaria? Ou deseja ir logo para casa?
- Eu aguento mais um pouco – Carlie deu de ombros. – Faltam poucos minutos para tocar, de qualquer jeito.
- Hm... – A professora fez, ainda parecendo preocupada. – Qualquer coisa, avise.
Carlie apenas assentiu com a cabeça, e depois se afundou na cadeira, voltando a focar seus olhos nas folhas em branco do caderno.
Lentamente, ela levou suas mãos até a caneta, segurou-a entre os dedos, e começou a escrever pequenas palavras no centro da folha, para em seguida soltar um leve sonzinho de riso, porém sem graça nenhuma, enquanto contemplava as palavras que havia escrito:
“Eu sou uma droga.”
--------------x-------------------
Finalmente, o sinal tinha tocado, e Rachel estava mais do que pronta para ir para casa, e depois ligar para sua amiga Ivy, querendo saber o que havia de errado com ela. O jeito que a amiga tinha agido desde que vieram para a escola estava muito suspeito, e Rachel iria descobrir imediatamente o que era.
Pelo menos, era isso que ela tinha em mente, até sentir pequenos dedos tocando com pouca firmeza em seu ombro.
- R-Rachel Woodsen?
Rachel imediatamente se virou, com as sobrancelhas erguidas, e viu uma garota que parecia ter aproximadamente catorze anos, usava óculos, e roupas com estampas xadrez. A garota parecia assustada.
- O quê? – Rachel perguntou, tentando não soar rude, o que era meio difícil, já que estava bastante tensa naquele dia.
- O... Hm... O Sr. Paul deseja vê-la em seu e-escritório...
- Eu? – Rachel perguntou confusa, e franziu o cenho imediatamente. Por que o diretor da escola queria vê-la? Ela não tinha feito nada de errado!
- S-Sim.
E abaixou a cabeça.
- Okay – Rachel mordeu o interior de sua bochecha. – Valeu. Já tô indo.
A garota apenas assentiu, e começou a andar. Rachel soltou um leve suspiro triste, e se virou, assistindo a garota andar em pequenos passos para longe dela. Ela imediatamente se sentiu mal. A garota não havia feito nada. Não tinha razão para ser tão rude.
- Hey, garota!
A menina imediatamente se virou, engolindo em seco.
- S-Sim?
Rachel apenas sorriu e perguntou:
- Qual seu nome?
A menina parecia surpresa com a pergunta.
- M-meu nome? – Rachel apenas assentiu. Um leve sorrisinho apareceu nos lábios da menina, enquanto ela dizia com a voz levemente contente: - Leah. Meu nome é Leah.
- Obrigada por ter me avisado, Leah – Rachel deu um sorriso de lado para a garota. – A gente se vê por aí.
E agarrando sua bolsa, Rachel marchou em seus tênis Converse de forma elegante até a sala do diretor, recebendo olhares por onde passava, e sem perceber o sorriso de alegria brilhando nos lábios de Leah pelo fato de que alguém havia se importado o suficiente para querer saber seu nome.
Em longos passos, e dobrando pelo menos dois corredores, Rachel finalmente chegou à porta da sala da diretoria, e deu duas batidas antes de abrir.
- Com licença... – Rachel abriu a porta, e ficou em choque ao ver Claude na mesma sala, com uma cara entediada, e os braços cruzados. – Claude?
Claude apenas a olhou por cima do ombro, e disse:
- Fala aí, Woodsen.
- Srta. Woodsen, sente-se, por favor – Paul pediu educadamente, e ela o fez, porém sem retirar a expressão de confusão de seu rosto. – Então... Presumo que estejam se perguntando por que os chamei aqui, certo?
Rachel assentiu, de forma educada, porém Claude apenas disse:
- Eu só quero ir para casa logo. Hoje vai passar uma maratona de Sobrenatural.
Rachel olhou-o de canto de olho, sem conseguir conter a empolgação de saber que sua série favorita iria passar na TV à tarde. Agora ela tinha mais uma motivação para querer chegar em casa logo.
- Hm – o diretor fez, pouco interessado na informação. – Bem, de qualquer jeito, eu quero conversar sobre algo sério com vocês. Então preciso que levem isso a sério. Fui claro? – os dois assentiram. – Alguns dos professores desta escola, cujos nomes não serão revelados, me contaram que vocês dois não se não bem. Vivem se atacando verbalmente, e isso já foi motivo de discussão entre os professores várias vezes. Estou correto?
Claude e Rachel se entreolharam, e suspiraram, para em seguida ambos assentirem com a cabeça, confirmando a pergunta do diretor.
- Então devo perguntar... – O diretor se inclinou um pouco sobre sua mesa, e olhou diretamente para os dois alunos. – Por que vivem brigando? Por que não conseguem ficar num ambiente só sem acabarem discutindo?
Claude e Rachel se olharam mais uma vez, e disseram juntos:
- Ele/Ela é insuportável.
O diretor suspirou.
- Okay – ele voltou a se recostar contra a cadeira, e fechou a mão contra seu próprio queixo. – É o seguinte: esta é uma escola, não uma luta livre. Não posso permitir que dois alunos brigões manchem a reputação de minha escola.
- O que você vai fazer? – Claude perguntou, a voz esquisita. – Expulsar a gente? Só por brigarmos de vez em quando?
- Vocês não brigam ‘de vez em quando’. Vocês brigam sempre. – O diretor disse, sério. – Mas não, Sr. Hudson. Não pretendo expulsá-los. Pelo contrário. Quero que vocês dois comecem a trabalhar juntos.
Ambos Claude e Rachel ergueram suas sobrancelhas em choque.
- Desculpe... Como? – Rachel perguntou, inclinando-se mais para perto. Seus ouvidos não conseguiam acreditar nem entender o que ela tinha escutado.
- O melhor jeito de resolver um problema é o enfrentando, e é isso que vamos fazer – O diretor disse, orgulhoso de si mesmo por sua ideia. – A partir de hoje, a cada oportunidade que houver, a cada trabalho que existir, vocês dois o realizarão juntos.
- O QUÊ?! – Ambos Claude e Rachel exclamaram.
- Isso mesmo. Isso já foi discutido com os outros professores. A cada trabalho em dupla que houver, vocês o farão juntos. Realizarão atividades ordenadas por mim. E hoje, vocês estarão a serviço da escola, e virão juntos às três da tarde para ajudar a arrumar a escola para a reunião dos pais que haverá hoje a noite.
Rachel estava com cara de quem estava prestes a ter um ataque do coração.
- Diretor, isso é muito injusto! – Rachel exclamou. – Eu não quero passar meu tempo com ele, ele é insuportável!
Claude a olhou e disse, a voz tão irritada quanto a dela, porém levemente sarcástica:
- Até por que você é uma delicadeza de pessoa, né?
- Puff – Rachel fez, e olhou para ele. – Você deveria se sentir honrado em ter que passar tempo comigo, okay? Mas não se sinta, pois isso NÃO vai acontecer!
- Ih, coitada. Acha que eu não tenho coisa melhor para fazer não, é? – ele perguntou, revidando, enquanto o diretor os assistia como se visse uma partida de ping-pong.
- Claaaaro que você tem, como por exemplo, ser um idiota!
- Olha só quem está falando, a...
- JÁ CHEGA! – O diretor bateu com força na mesa, assustando os dois alunos. – Não gosto de brigões. Não suporto brigões. Por isso vocês farão exatamente o que eu disse, a não ser que queiram ficar reprovados pelo resto do ano! FUI CLARO?!
Rachel apenas bufou, e assentiu com a cabeça, enquanto Claude apenas se voltava para o diretor, e cruzava os braços.
- Irão vir hoje a tarde, e irão agir de forma educada com o outro. Caso contrário, perderão pontos. Colocarei dois funcionários para assisti-los enquanto fazem suas atividades, e espero que os resultados sejam positivos.
- UGH! – Rachel fez, se alterando, e se levantando. – Está certo, faça como quiser! Vamos vir para a droga da tarde! Mas se acidentalmente nos matarmos, EXIGO QUE COLOQUEM MINHA LÁPIDE LONGE DA DELE!
- Woodsen... – Claude começou, surpreso com o estresse da garota.
- NÃO FALE COMIGO! – Ela gritou, fazendo com que ambos homens levassem um susto. – ISSO É TUDO CULPA SUA! EU ODEIO VOCÊ!
E logo ela saiu dali, batendo a porta com força.
E em seguida, o diretor olhou para Claude com choque, porém o jovem apenas deu de ombros, e pegou seu celular, levantando-se da cadeira, agindo como em qualquer outra situação. Não era como se aquilo fosse novidade para ele, de qualquer forma.
------------------x------------------------
Enquanto Nathan passava pelos corredores, ele procurava pela forma pequena e loira de Carlie Hudson, porém não conseguia encontra-la. Faziam poucos minutos desde que a aula tinha acabado, e Nathan a procurava pela multidão, mas nada dela aparecer.
Foi, finalmente, quando Nathan viu uma garota passar furiosamente por ele. Mas não era Carlie. Era Rachel.
Ele ficou assistindo, em surpresa, enquanto ela murmurava vários palavrões, e muitos deles pareciam ser direcionados a alguém. Ele percebeu isso pelos seguintes usados: bastardo, filho de uma égua, ogro inútil, jogador de futebol idiota, e muitos outros que definitivamente não deveriam ser usados num programa de família.
- Rachel? – Nathan chamou, enquanto a garota chutava a parede da escola. – Você está bem?
- Ugh, aquele filho de uma p... Uh, Nathan? – A garota se virou imediatamente e olhou para o rapaz que estava na sua frente. – Olá... O que foi?
- Nada, eu só te vi irritada, e resolvi perguntar o que era – ele disse, franzindo o cenho. – Aconteceu alguma coisa?
Rachel logo se irritou novamente.
- Aquele miserável...
- Quem é miserável? – Nathan perguntou.
- TODOS ELES! – Rachel disse, furiosa, e assustando Nathan. – Minha mãe, que autorizou a minha vinda para essa escola! Os infelizes professores dedos duros de uma figa que vão pro inferno e se depender de mim, vão morrer pela MINHA mão! O diretor desgraçado desse colégio que decidiu ser racional de uma hora para outra! E principalmente aquele... Aquela... Grrr... Coisa!
Nathan franziu o cenho, e resolveu tentar:
-... Claude?
- Isso mesmo. – Rachel disse, agarrando sua mochila com força. – Trasgo infeliz, legume estragado...
- O que ele fez?
- ELE EXISTE! Esse é o problema! – Rachel suspirou fundo, correndo os dedos entre seus cabelos. – Aquele filho de uma ÉGUA arruinou a minha vida! Será que dá para acreditar que o diretor me colocou de detenção com o Claude só pelo fato da gente viver brigando?! Eu vou ter que passar horas com aquele imbecil! Isso só pode ser carma mesmo! EU DEVO TER FERRADO COM A VIDA DE MUITA GENTE NUMA OUTRA VIDA MINHA!
- Bem, pensa bem, vai ser pelo menos só por um d... – Antes que Nathan terminasse, algo no olhar de Rachel o fez recuar ligeiramente. – O que foi? A detenção vai ser mais longa do que isso?
Rachel fez que sim lentamente, com um olhar psicopata.
Depois de uma pausa dramática, ela gritou:
- UM ANO! Um ano inteiro fazendo deveres, atividades, e trabalhos com aquela besta cabeluda! Alguém pode me condenar se, no meio disso, eu cometer um assassinato? Porque é exatamente o que eu vou fazer, Nathan, não só com ele, mas também com as outras garotas que vão vir miar ao meu redor querendo saber do Claude! UGH!
Ela chutou a parede com força novamente.
- Realmente, Rachel... – Nathan disse, ainda em choque. – Eu não gostaria de estar na sua pele.
- Obrigada pelo apoio – Rachel resmungou.
- Desculpe – ele disse, dando um sorriso divertido, e isso acabou fazendo com que Rachel risse também. A morena respirou fundo, e correu seus dedos pelo cabelo.
- Foi mal, Nate. Esse está sendo um dia tenso. – ela disse, e então colocou as mãos na cintura.
- Nem me fale – Nathan disse, finalmente retirando seu olhar de Rachel. – Eu estou preocupado com a Carlie.
Rachel imediatamente o olhou.
- Ela ainda está mal assim?
Nathan apenas assentiu.
- O engraçado é que eu a conheço a poucos dias, mas mesmo assim... – Nathan deu de ombros. – Parece que já a conheço há anos.
- Sei como é. É impossível desgostar da Carlie. – Rachel disse, gentilmente, e cruzando os braços.
- É, e... Espera, cadê seu carro?
Rachel olhou ao redor, e suspirou.
- Bem, a Ivy tinha vindo comigo para escola hoje, e como ela foi para casa mais cedo, eu dei minhas chaves e ela foi no meu carro. – Rachel explicou.
- Hm... Quer uma carona? – Nathan perguntou, casualmente, fazendo a garota erguer o olhar para ele, ligeiramente surpresa com a oferta. Nathan imediatamente corou. – Nada, esquece, eu...
- Okay. – Rachel disse, abrindo um leve sorriso.
Nathan pestanejou, surpreso.
- Sério? Posso te levar?
- Claro, por que não? – Rachel deu de ombros. – Não é isso que amigos fazem?
Nathan não conseguiu conter o sorriso de alegria que chegou em seus lábios.
- Tá. Pera aí. – ele caminhou com ela até um certo canto, subiu na moto, ligou, e estendeu um capacete para ela. Rachel o pegou, colocou-o, e subiu na moto, enquanto Nathan colocava um fone de ouvido numa orelha, e deixava a outra livre, caso Rachel falasse com ele.
Ironicamente, enquanto Rachel passava seus braços firmemente ao redor da cintura dele, e pressionava seu corpo nas costas dele, começaram a tocar os primeiros versos da música You’re Beautiful, de James Blunt.
----------------x----------------------
- Tem certeza que se sente bem agora?
- Sim, eu vou sobreviver – Ivy dizia, enquanto sua mãe a examinava de cima para baixo. – Mãe, não tem necessidade disso.
Haley Katlin Parker olhou para a filha com surpresa nos olhos.
- Como assim não tem necessidade? Filha, você raramente fica doente, deve ser alguma coisa grave, e você quer que eu não me preocupe? – a mulher parecia realmente indignada.
- Não, mãe, não estou dizendo para você não se preocupar comigo. Só acho que estou me sentindo melhor agora. Eu só preciso descansar. – Ivy disse, com a voz cansada. Haley a olhou de canto de olho, desconfiada, mas acabou cedendo e suspirando fundo.
- Você é um caso perdido, menina.
Ivy sorriu e abraçou a mãe.
- Te amo, mãe.
- Também te amo, borboleta.
E dando um longo cheiro nos cabelos louros da filha, Haley deixou o quarto, e fechou a porta lentamente.
Ivy finalmente deixou sair a respiração que ela nem se tocou que estava segurando, e olhou para o telefone ao seu lado. Ela imediatamente o pegou em suas mãos e digitou alguns números, e levou o telefone à orelha.
Não demorou muito até:
- Alô?
- Johnny? – Ivy falou, suavemente.
- Ivs! Que bom ouvir sua voz! Estou com saudades.
- Eu sei, amor, sinto sua falta também. – ela disse, suspirando fundo. – Como você tá?
- Bem, a virose vai passar em pelo menos três dias. Até lá preciso de muito descanso, e, bem, na minha opinião, de internet.
Ivy deixou uma risada gostosa escapar de sua garganta.
- Okay...
- Mas e você? Chegou da escola agora?
- Não, faz tempo já. Tava me sentindo meio mal, e pedi para vir para casa mais cedo.
Ela logo escutou a preocupação na voz de John:
- Se sentiu mal? O que aconteceu? Você está bem?
- Sim, estou, mas ainda não sei o porquê desse mal estar. O médico vai vir aqui em casa mais tarde para dar uma olhada em mim.
- Hm... Te desejo melhoras então, baby. Diz para Rachel que a mamãe e eu não vamos poder chegar em casa a tempo hoje. Só amanhã mesmo.
Ivy suspirou.
- Okay, eu digo a ela... John?
- Hm?
- Eu te amo.
Ela quase pode o ver sorrindo do outro lado da linha.
- Eu também te amo. E eu realmente queria poder estar aí.
- Eu sei, querido... – Ivy não soube por que, mas sua mão viajou da própria mexa de cabelo, que ela estava segurando, e foi descendo, até alcançar sua barriga, e ela a acariciou. Coisa estranha. – Eu sei...
--------------x----------------
Quando Claude chegou em casa, ele apenas beijou rapidamente Elisa no rosto, rolou os olhos quando ela falou que o pai dele ficaria mais duas semanas fora, e imediatamente subiu para seu quarto, ligando em alto seus fones de ouvido, colocando no último volume uma música de Green Day.
Enquanto fazia caminho para seu quarto, ele notou a porta meio-aberta de Carlie, e não pode evitar que seus pés parassem, e ficassem a encarando. Deveria entrar? Talvez ela quisesse ficar sozinha...
- Que se dane – Claude murmurou para si mesmo, e deu duas batidas na porta, para em seguida entrar de vez. – Carlie?
A sua irmã estava deitada na cama, com vários corpos de bonecas jogados no chão, e as cabeças de muitas junto na cama com Carlie, enquanto ela segurava uma grande tesoura.
- Típico... – ele murmurou, enquanto fechava a porta atrás de si.
- Hey, bro. – foi tudo que Carlie disse, enquanto brincava com a ponta afiada da tesoura.
Claude empurrou algumas das cabeças cortadas para fora da cama, e se sentou na mesma, encarando agora sua irmã, que ainda tinha seu olhar focado na tesoura em suas mãos.
- Carlie? – ele chamou mais uma vez.
A garota o olhou de canto de olho, e então finalmente o olhou de vez. Ela estivera chorando. Claude soube disso no instante em que ele viu as marcas levemente roxas por baixo dos olhos verdes dela.
E também pelo fato dos lábios dela estarem tremendo, e algumas lágrimas ainda brilhassem em seus olhos.
- Hey... – Claude fez, e foi tudo que bastou para que ela desabasse de vez. Ela se debulhou em lágrimas, e Claude imediatamente a puxou para si, num abraço estranho, porém reconfortante. – Não chore, Carlie, não vale a pena...
Ela não disse nada, ela apenas se aconchegou no peito dele, e puxou-o para mais perto dela, enquanto suas lágrimas corriam livremente.
Depois de segundos, ou talvez até minutos, quem sabe quase meia-hora, Carlie parou de chorar, e agora estava apenas sentada na cama, com seu irmão ainda lhe abraçando firmemente, e fazendo carinho nos cabelos louro escuro dela.
- Por que esse tipo de coisa tem que acontecer comigo, Claude? – ela perguntou, enquanto ele corria os dedos pelos fios de cabelo dela. – Por que eu não posso gostar de alguém que goste de mim?
- É porque você é masoquista – Claude disse simplesmente, porém com um tom sarcástico, que fez Carlie sorrir um pouco. – Sei lá, Carles... Eu sei que faz tempo que você gosta dela, e tudo mais... Mas tem certeza de que isso é aquilo?
Carlie franziu o cenho.
- Isso é... ‘Aquilo’?
- É... – Claude disse, rolando os olhos. – Aquilo que vocês chamam de amor.
Carlie deu um meio-sorriso.
- Honestamente? Eu nem sei mais. O que eu sei é que ela passa 24 horas por dia na minha cabeça, e eu sempre me pego pensando no quão ótimo seria se um dia ela sentisse por mim o mesmo que eu sinto por ela... – Carlie deu um longo suspiro triste, enquanto erguia o olhar ainda levemente choroso para o irmão. – O que eu devo fazer agora, Claude?
- Viva sua vida, siga em frente... Não dizem que o tempo cura tudo? – Claude falou. Na verdade, ele se sentia meio desconfortável em ter que falar naquele assunto. Era sobre algo que ele não entendia, e definitivamente não acreditava em, e também não queria sentir. Mas era sua irmãzinha. Ela precisava de sua ajuda, e ele não a recusaria. Se fosse preciso, ele roubaria letras de música, ou até mesmo frases melosas de um pensador qualquer por aí, se apenas isso a fizesse se sentir melhor.
- Podia ter curado mais cedo... – Carlie murmurou, para em seguida limpar a lágrima que saiu, enquanto Claude plantava um leve beijo nos cabelos dela. – É tão triste, sabe? O amor é uma coisa tão bonita, e saudável. E é tão horrível saber que há pessoas nesse mundo que vivem sem ele.
- As coisas mudam, Carlie. As pessoas mudam, e coisas que não deveriam importar, geralmente começam a importar. O mundo é cruel, e mesquinho. Não tem mais espaço para amor no coração das pessoas. – Claude disse, e não conseguiu conter sua voz amarga e desgostada. – As pessoas só se importam com elas mesmas. Eu sei que dói, mas pensa pelo lado bom... – o desgosto no rosto de Claude se tornou ainda mais visível. – Pelo menos você não foi abandonada pela Elisa quando era criança.
Carlie imediatamente olhou para o irmão, sentindo seu coração doer ainda mais.
- Desculpe, Claude. Eu não queria que você...
- Ela me deixou. Eu segui em frente. Mais alguma coisa? – Claude falou, tentando seu melhor para não soar rude. Era a última coisa que sua irmã precisava. Carlie negou com a cabeça. – Olha... Por que você não deixa as coisas acontecerem, hm? Tenta seguir em frente, tente se dar mais valor... Você é muito mais do que isso, Carlie.
- Eu sei, Claude, mas eu não posso evitar! – Carlie exclamou, angustiada. – Sabe... – ela suspirou fundo. – Sabe como é ter... Sentimentos fortes e profundos por alguém, e mesmo assim... Você não pode contar para essa pessoa sobre como você se sente, por que ela está com outra pessoa?
O olhar de Claude logo se tornou distante, enquanto ele respirava fundo.
- Eu sei. – ele disse, fazendo com que a irmã se assustasse com sua resposta. – É muito louco.
Carlie o olhou, de forma interrogativa, porém logo um sorrisinho brotou em seu rosto, e ela o cutucou levemente no ombro.
- Quem é ela?
Aquela pergunta pareceu despertar Claude de seu transe interno, e ele se virou, olhando para a irmã, com a sobrancelha erguida.
- ‘Ela’ quem?
- A garota que você gosta, mas não pode ficar, oras... – Carlie disse, como se fosse a coisa mais simples do mundo. – Você mesmo admitiu aqui.
- Não, não admiti nada. – Claude imediatamente negou.
- Claro que admitiu – Carlie disse, sorrindo ainda mais. – Quer dizer que você está apaixonado?
Claude olhou para ela como se ela fosse uma doida que tivesse acabado de fugir do hospício mais seguro da cidade.
- Olha, Carlie, você tá ficando louca. Eu vou te deixar aqui, antes que vire contagioso... – Claude disse, soltando a irmã, e se levantando da cama. – Falando em loucas, vou ter que aturar a sua alma gêmea hoje de tarde.
- Rachel? – Carlie franziu o cenho. – Por quê?
- O diretor fumou crack. Longa história.
E antes que Carlie pudesse falar algo, ele tinha sumido do quarto, e fechado a porta.
--------------------x-----------------------------
Finalmente a tarde havia chegado, e Claude e Rachel estavam no colégio, esperando parados na porta do diretor do colégio. Ambos com os braços cruzados, e as caras emburradas.
Rachel estava usando uma blusa branca normal, praticamente um top, a diferença é que a blusa era um pouco mais longa, mostrando apenas pequena parte de sua barriga sequinha. Um short jeans que batia até o meio de suas coxas, e chinelas de cor azul. Normalmente ela usaria um tênis, mas seus dedos estavam doloridos, e já que iria ‘trabalhar’, ela presumiu que uma chinela seria a melhor opção. Naquele dia, estava bastante quente, então por isso Rachel resolveu prender os cabelos num rabo-de-cavalo, porém deixando sua franja solta.
Já Claude estava da mesma maneira de sempre. Usava uma camiseta qualquer, de cor azul escuro, praticamente uma das camisas que ele usava quando estava treinando para os jogos, deixando à mostra seus braços fortes. Usava um calção de cor amarelo-branco, uma mistura dos dois, e chinelas brancas. Seu cabelo estava bagunçado como sempre, e ele encarava a parede com um olhar de tédio, e se recusava a olhar para Rachel.
- Oh! Vejo que já chegaram. – O Sr. Paul disse, assim que apareceu, chamando a atenção dos dois adolescentes. Ambos se viraram para ele. – Bom saber que cumpriram seus compromissos. Agora... Vamos começar.
-------------x-----------------
- Eu odeio você.
Claude apenas suspirou.
- Você já me disse isso.
- Não me importa, eu odeio você.
Claude rolou os olhos.
- Sabe... – ele começou, enquanto suas pernas os levavam até a quadra da escola. – Neste momento, o sentimento é bastante recíproco.
Rachel apenas o olhou por cima de seu ombro.
- Estou até surpresa que você saiba o significado disso.
Claude fez uma carranca para ela.
- Será que dá para falar comigo sem ser a vadia das vadias por pelo menos um segundo? – Claude falou, enquanto a olhava furiosamente. – Não é minha culpa se você está com raiva!
Ela apenas o olhou:
- Tem certeza?
Nenhum dos dois disse mais nada. Eles finalmente chegaram à quadra, e encontraram um lugar bastante sujo. Rachel fez uma careta de nojo, enquanto Claude apenas erguia os ombros, como se não fosse a primeira vez.
- E vamos começar... – Claude disse, com uma falsa voz animada.
Rachel rolou os olhos, irritada, e caminhou até as paredes.
- Vamos começar por aqui, colar esses negócios na parede parece ser a parte mais fácil do dia... – ela falou, e Claude apenas acenou com a cabeça. Ela logo agarrou vários panos e cartolinas em sua mão, e tentou subir em cima do pequeno banquinho para começar a coloca-los, porém toda vez que ela tentava, ela caía.
No início, Claude estava se divertindo com a cena, porém, a cada minuto gastado no qual Rachel tentava subir aquele troçinho, Claude já estava começando a perder a paciência, e agora batia seus dedos com força contra seu próprio braço.
- Ai, que droga, eu não... – Rachel nem teve tempo de terminar, e apenas soltou um gritinho de surpresa quando ela sentiu os braços de Claude a segurando pelas pernas e a erguendo o suficiente para que ela alcançasse o pequeno banquinho, e ficasse de frente com a parede.
- Tá bom agora? – Claude perguntou simplesmente, ainda segurando-a.
- S-Sim. – ela disse, ainda em choque. E em seguida olhou para baixo, onde ele permanecia em seu lugar, segurando-a firmemente, porém com a expressão de quem estava levantando uma pena. Rachel imediatamente esticou os lábios, uma certa admiração tomando conta dela. – Belos braços.
Claude deixou um sorrisinho escapar enquanto a segurava, e dava uma certa ‘checada’ em partes que ele podia ver.
- Belas pernas. – ele disse, e olhou para cima.
Rachel o direcionou um olhar mortal, fazendo com que ele risse um pouco.
- Só fica quieto aí enquanto eu faço o trabalho sujo... – ela disse, colocando as cartolinas nas paredes cuidadosamente, enquanto ele ainda a segurava. Porém, ele desfez um pouco o aperto, e tomou apenas um passo para trás, para que então ela tivesse mais espaço. Finalmente, depois de um longo silêncio, Rachel perguntou. – Você acha que conseguimos?
- Conseguimos o quê? – Claude perguntou, erguendo o olhar para ela.
- Trabalhar como um time. – Rachel disse, enquanto colocava tudo nas paredes, e lavava algumas partes sujas. – O diretor disse que talvez as coisas melhorássemos se nós virássemos amigos... – Rachel pausou por um momento, mordendo sua própria língua, hesitante. – Você acha que ele estava certo?
Claude pareceu considerar a questão por um instante, mas então deu de ombros, e fez cara de indiferença.
- Não.
- Não? – ela perguntou, levemente surpresa.
- É, não. – Ele suspirou um pouco. – Nós não conseguimos ficar sem brigar com o outro. É quase como uma coisa do instinto. Nunca daríamos certo como amigos.
Rachel nunca admitiria em voz alta, mas a resposta lhe desapontou um pouco. Não que ela estivesse surpresa, é só que por um momento, ela tinha se esquecido de quem a estava segurando.
- É, acho que você está certo... – ela comentou, se inclinando um pouco para trás, para que então ela pudesse colar mais cartolinas. – Não servimos para ser amigos, e eu definitivamente não ia conseguir passar mais de três minutos sem te chamar de id...
Rachel nunca terminou de falar, pois num pequeno vacilo dela, suas pernas cederam, e ela sentiu seu corpo caindo para trás. Ela nem sequer gritou, ou algo parecido, ela só fechou seus olhos com força. Porém ela nunca sentiu seu corpo colidindo com o chão. Ela apenas sentiu dois braços a segurando firmemente, e quando ela lentamente abriu os olhos, suas íris amendoadas se encontraram com as de Claude.
Eles estavam numa posição bastante constrangedora, na verdade.
Quando Rachel caiu, Claude imediatamente estendeu os braços, e a segurou, impedindo que ela chegasse ao chão. Porém ela tinha caído muito rapidamente, e isso fez com que ele tivesse que se apressar um pouco, e não pensasse muito. E agora finalmente lá estava ela, nos braços dele, o encarando com certa surpresa, e também um pouco de choque.
Claude engoliu em seco com a sua visão. O rosto dela estava próximo do dele, enquanto os braços dele seguravam firmemente as costas e as coxas dela; porém, o mais embaraçoso era o fato de que os seios dela estavam praticamente abaixo do queixo dele, roçando contra sua pele, e ele estava fazendo seu melhor para não olhar para baixo. Ele sabia que uma vez que olhasse, ele estaria perdido.
Então ele continuou olhando nos olhos dela. Os braços dela estavam ao redor do pescoço dele, tornando a aproximação maior ainda, e ela teve que engolir em seco enquanto ela percebia a posição que se encontravam. Qualquer um que passasse por ali e os vissem, com certeza iria pensar que eles estavam fazendo algo demais.
- Então, hm... – Rachel engoliu em seco novamente, desviando seu olhar do de Claude. – Você já pode me colocar no chão...
Claude franziu o cenho, como se não tivesse entendido o que ela havia falado, quando finalmente a realização o atingiu como um balde de água fria.
- Oh, claro... – ele disse, sentindo o calor subindo ao seu rosto, e cuidadosamente colocando os pés dela de volta ao chão.
Os dois tomaram um grande passo de distância do outro, ambos ruborizados com a situação que acabara de acontecer.
- Valeu, por falar nisso... – ela murmurou, olhando para todo canto com exceção do de onde ele permanecia.
- Eh. De nada. – Claude pigarreou.
O silêncio permaneceu por vários minutos, até que os dois finalmente tomaram a coragem de encarar um ao outro.
- Então... – Rachel cruzou os braços. – Temos muito trabalho a fazer. Vamos continuar?
- Claro.
-------------------x-------------------------
A noite finalmente tinha chegado, quando Carlie decidiu que já tinha tido o suficiente. Estava cansada de ficar em casa, apenas pensando em Alexia diretamente. Enquanto ela calçava suas botas de salto alto, e colocava uma calça jeans, e uma blusa vermelha, ela resolveu que a melhor maneira de esquecer Alexia por pelo menos alguns minutos era sair de casa e beber um pouco.
Ela agradeceu a Deus que sua mãe resolveu ficar até mais tarde no trabalho hoje, e que seu pai estava sempre ausente. Enquanto andava pelas escadas, ela escutou o som da televisão ligada, e logo deduziu que Claude provavelmente deveria estar na sala, assistindo televisão.
E suas deduções estavam certas. Ele estava deitado no sofá, assistindo a oitava temporada de Sobrenatural, comendo pipoca feita no micro-ondas. Ele ria um pouco a cada cena violenta que passava na TV, e Carlie deduzia cada vez mais que seu irmão tinha possibilidades de ser um psicopata quando mais velho.
- Claude... – ela chamou, colocando seu grande casaco por cima, cobrindo sua roupa, para que ele não notasse que ela estava indo para um bar. – Eu vou sair.
Claude imediatamente se virou, com o cenho franzido.
- Para onde você vai? – ele perguntou, tirando completamente sua atenção da TV.
Carlie deu de ombros.
- Vou lá na Rachel – ela mentiu, e implorou mentalmente que Claude acreditasse nela. Ela realmente se odiava por ter que meter o nome de Rachel em sua mentira. – Perguntar se ela quer tomar um sorvete, ou algo assim.
Estranhamente, Claude pareceu um pouco tenso com a menção do nome de Rachel. Ele apenas pigarreou, e assentiu com a cabeça, voltando-se para a TV, e voltando a assistir a série. Carlie ficou parada por um momento, mas então suspirou, e saiu pela porta, mas não sem antes ouvir a voz profissional de Claude:
- Não volte muito tarde.
Carlie teve que rir um pouco com isso, e com essa pequena distração, enquanto abria a porta, ela deixou seu celular cair de seu bolso, e fechou a porta, deixando o celular preto caído no tapete de dentro da casa.
Ela resolveu pegar um táxi, já que desde seu pequeno encontro com um bêbado na rua, ela estava certa de que nunca mais iria querer andar por ali, sozinha, de noite. Enquanto sentava no banco de trás, e dizia o nome da rua ao taxista, Carlie escorou sua cabeça no conforto do banco, e se pegou, mais uma vez, pensando em Alexia. E a pergunta que a rodeava todo dia, toda hora, e todo minuto:
Por quê?
Por que, dentre tantas pessoas, ela tinha que ser escolhida para ter uma paixão lésbica por uma garota completamente hétero? Aquilo era tão ferrado. Carlie sabia que não existia forma nenhuma dela ter um final feliz nesta história. Mesmo que uma pequena parte sua acreditasse que um dia Alexia a perceberia, e sentiria o mesmo, ela sabia que as probabilidades daquilo acontecer eram uma em um milhão. Aquilo não era um conto de fadas, e ela tinha certeza de que em nenhum dos contos de fadas, duas garotas acabavam juntas.
Falando em contos de fadas, Carlie pensou em seu ‘salvador’. Nathan tinha estado lá para ela tantas vezes em apenas poucos dias, e aquilo a surpreendia. Além de Rachel ou seu irmão, Carlie não tinha muitos amigos. Claro, ela ainda falava com algumas pessoas na escola, e algumas pessoas de sua rua. Ela poderia aguentar uma conversa longa com uma pessoa desconhecida, e se dar bem com ela. Mas era muito raro que alguém realmente conseguisse ser seu amigo por simplesmente querer.
Na escola, ela era conhecida como a irmã mais nova de Claude Hudson. Ninguém mexia com ela exatamente por causa disso. Todos naquela escola sabiam do que Claude era capaz de fazer se alguém mexesse com a irmãzinha dele. Eles tiveram a prova disso uma vez, quando um garoto a chamou de esquisita, e Claude imediatamente atacou o menino. Desde então, seu irmão era respeitado e temido naquela escola, e Carlie poderia ser chamada de sua ‘protegida’.
E Nathan, ele simplesmente entrou em sua vida de uma forma que ela não poderia ter esperado. Ele a salvou. Duas vezes. E ele não cobrou nada em retorno, e nem fez aquilo pois queria conquistar a confiança do irmão dela, não. Ele fez aquilo porque a viu, e simplesmente soube que queria ser amigo dela. Carlie se sentia honrada e ao mesmo tempo assustada com aquilo. A única pessoa que já tinha se tornado sua amiga tão rapidamente na vida toda havia sido Rachel, mas por razões óbvias. Havia sido uma conexão instantânea, e elas simplesmente viraram amigas.
Talvez fosse bom ela ter outros amigos além de seu irmão ou Rachel. Nathan era bom para ela, de certa forma. Sua presença sempre a impedia de ficar triste ou depressiva. E naquele momento, ela realmente daria tudo para que ele estivesse ali ao seu lado, para que ela se sentisse segura, e em paz, como sempre acontecia quando ele estava ao lado dela. Mas ela sabia que caso ele soubesse o que ela estava prestes a fazer, ele iria pessoalmente até aquele táxi, a jogaria no ombro dele, e a levaria de volta para casa, lhe dando um grande sermão logo após.
Carlie foi acordada de seus pensamentos quando o táxi parou, e o motorista a informou que eles haviam chegado à rua que ela havia lhe pedido para irem. Ela apenas assentiu, murmurou um ‘obrigada’, e entregou o dinheiro assim que ele lhe informou o valor. Ela desceu do táxi, ajeitou sua roupa, e fez seu caminho até o bar mais conhecido da cidade, que ficava bem no fim da cidade de São Francisco.
Ela entrou no bar, atraindo o olhar de alguns homens que estavam bêbados, e lhes mostravam seus sorrisos, a maior parte deles faltavam dentes. Carlie se estremeceu, e caminhou até o homem do balcão que ela já conhecia muito bem.
- Hey, Biron – ela disse, sentando-se em uma das cadeiras em frente ao balcão.
O louro olhou para cima, e abriu um sorriso levemente surpreso ao ver a garota à sua frente.
- Ora, ora, mas se não é Carlie Hudson – ele disse, lhe dando um leve aperto no ombro. Carlie apenas sorriu, e olhou para baixo rapidamente. – O que te traz aqui hoje?
- Raiva, mágoa, e precisão de álcool no estômago – Carlie deu de ombros. – Posso conseguir esse último agora?
Biron pareceu hesitar um pouco.
- Você ainda não tem dezoito anos.
- Isso não me impediu da última vez.
- Eu posso ser preso por isso.
- Isso também não te impediu da última vez.
Biron finalmente suspirou, e então assentiu com a cabeça.
- Okay. – e então apontou para ela, de uma forma brincalhona. – Mas só porque sei que você é responsável o suficiente para tomar responsabilidade por suas próprias ações. Se lhe perguntarem, você nem sabe quem lhe deu, falou?
Carlie assentiu com a sua cabeça, e estendeu um dólar para ele.
- Me dê sua mais pesada, rapaz.
---------------x-------------------
Rachel estava presa em seu quarto.
Não literalmente, apenas musicalmente.
Pelo menos, era disso que ela dizia a si mesma mentalmente, enquanto tentava achar algo que lhe desse inspiração o suficiente para conseguir escrever mais alguma coisa em seu caderninho. Mas não havia nada em sua cabeça, muito menos no papel em branco do caderno. Ela batia o lápis repetidamente contra o caderno, enquanto mordia seu lábio, pensando em qualquer coisa que lhe motivasse à escrever, mas tudo que encontrava era um vazio, e Rachel não pôde evitar o pensamento de que talvez tudo seria melhor para ela se sua avó ainda estivesse viva.
Ela finalmente largou o lápis, deixando-o cair na cama, e inclinou sua cabeça para trás, estalando seu pescoço, e finalmente focando seu olhar na parede. De novo.
Foi quando ela escutou um barulho irritante, que ela logo pôde reconhecer como a campainha.
Ela girou os olhos, largou suas coisas, e saiu do quarto, descendo as escadas rapidamente, até que chegou à porta de sua casa. Ela imediatamente a abriu, e arregalou seus olhos rapidamente ao ver a imagem de Nathan.
- Hey – ele disse timidamente.
Rachel ficou calada por um tempo, até que disse:
- Hey...?
- É, você deve estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui – ele disse, coçando sua nuca, e corando.
- Isso, e também como diabos você descobriu onde era minha casa – ela disse, erguendo suas sobrancelhas.
- Por favor – ele disse, dando de ombros. – Você é Rachel Woodsen. Só precisei de um telefonema, e me contaram até a cor da sua calcinha favorita.
Rachel arregalou os olhos.
- O QUÊ?!
- Estou brincando, se acalme – ele disse, rindo, e erguendo suas mãos em defensa. – Eu só vim aqui para perguntar se você tem algum livro de química do ano passado, porque eu realmente estou precisando de um para entender o assunto.
- Oh, claro – ela disse, sorrindo de lado, e acenando para que ele entrasse. – Espera aí no sofá. Eu vou checar aqui no armário debaixo da escada.
Nathan assentiu, e lentamente se sentou no sofá. Olhou ao redor, e se viu cercado por fotografias. Várias delas eram de Rachel quando bebê, e as outras eram de John quando era criança. Porém a que mais chamou a atenção de Nathan foi uma que estava bem ao lado dele, em cima da escrivaninha.
Ele, timidamente, pegou a foto e a encarou bem de perto. Aparentemente, era o aniversário de nove anos de Rachel. Isso ele deduziu pelas velas, e pelo fato de que tinha escrito na parede, na foto. Porém, ele notou, enquanto todos aplaudiam e pareciam felizes, a versão pequena de Rachel apenas encarava o bolo com uma cara um tanto triste e desanimada.
- Solitária desde sempre – ele teve que notar, suspirando.
- Hey, voltei – ela disse, de repente, voltando com uma caixa enorme, e o susto que ela causou nele foi tão grande que ele quase derrubou o porta-retrato no chão.
- Oh, okay. – ele colocou a foto em seu lugar, e se voltou para ela, fazendo uma careta. – O que é isso?
- Uma caixa com meus livros do primeiro ano – ela disse, se aproximando, e jogando a caixa no chão, sentando-se junto com ele. - Vamos precisar revirar isso tudo.
Nathan esticou os lábios, em deboche.
- Eu estou muito animado para isso.
Rachel apenas o olhou de canto de olho, um sorrisinho brincando em seus lábios.
- Cale a boca, e comece o trabalho, Nathaniel.
-----------x-----------------
- MAS QUE MER...?!
Claude nem sequer teve tempo de terminar sua frase, assim que terminou a maratona de Sobrenatural, e começou a passar a série de Falling Skies. Ele quase jogou o controle na parede de tanta raiva.
O maldito filho da put* que tinha organizado aquela maratona definitivamente não soube como escolher os episódios. Todos foram bons, obviamente, até que eles exibiram um episódio que Claude não tinha visto até agora, e no meio de uma cena bastante empolgante, a maratona acabou, e começou a passar outra série. E ele estava prestes a tocar fogo na casa de tanta raiva.
- Mas que filho da ****, jumento, vadio vagabundo dado, VIADO! – Claude rosnava, enquanto fuçava entre a caixa de DVD’s que tinha debaixo da mesa, e procurava por seu box da oitava temporada de Sobrenatural. Se ele não veria na TV, ele então veria no DVD, que definitivamente era melhor, pois ele não tinha que aturar comerciais estúpidos.
Ele continuou revirando as coisas, até que finalmente achou a capa que tanto procurava. Ele sentiu aquele pedacinho de esperança nascendo nele novamente, enquanto ela abria o box, e ao invés de achar o disco três da oitava temporada... Ele achou o disco do Rei Leão, 3 em 1.
Ele sentiu a raiva nascendo em seu peito novamente, enquanto rosnava o nome da irmã. Aquilo obviamente tinha sido coisa dela. Pois agora ela iria dizer exatamente onde a porcaria do DVD estava, nem que ele tivesse que ir busca-la na casa de Rachel pessoalmente.
Porém, por hora, ele decidiu apenas ligar para ela, pronto para dar um sermão enorme...
... Quando o toque do celular dela veio do chão, do outro lado da sala. Claude imediatamente franziu o cenho, e caminhou em direção ao toque, achando o celular caído no chão. Ele imediatamente grunhiu ao perceber que a irmã tinha esquecido o celular.
- Aquela pequena vad**... – Claude murmurou, e então grunhiu novamente para si mesmo. Além de irresponsável, também era descuidada. Que ótima irmã ele tinha!
Resolveu então que o melhor seria ligar para Rachel, e pedir para falar com Carlie. Ele fazia questão de assistir aquele episódio imediatamente, e estava disposto a fazer o que fosse preciso para que seu desejo se realizasse.
Ele então clicou em algumas teclas de seu celular, foi em contatos, e achou o nome de Rachel em ‘Rachel W. (a.k.a Bruxa de Blair)’, sorriu um pouco para si mesmo, clicou no número, e levou seu telefone ao ouvido, ouvindo chamar algumas vezes, quando a voz dela finalmente o atendeu:
- Alô? – Rachel disse, como se estivesse um pouco ofegante. Era como se ela estivesse dando umas boas risadas até que ele tinha ligado. Estranho.
- Hey, sou eu – ele disse, olhando ao redor. – Passa para a Carlie, por favor, eu preciso perguntar uma coisa a ela.
Teve um silêncio de tempo indeterminado na linha, e ele quase pensou que talvez ela tivesse desligado na sua cara, quando finalmente a voz dela tomou contato novamente, porém parecia um pouco estranha, enquanto ela dizia:
- Carlie?
- É, minha irmã, sua amiga, creio que nós dois a conhecemos muito bem – Claude disse, sem perder tempo. – Passe para ela, por favor, é uma situação precisa.
Mais silêncio. Claude já estava começando a ficar irritado, quando mais uma vez Rachel falou:
- Huh... Claude, eu não sei de onde você tá tirando isso... A Carlie não está aqui.
E de repente, toda a raiva e a pressa foram tomadas por preocupação e choque.
- Como é?
- Ela não está aqui.
- Mas... Mas... – Claude mal conseguia achar palavras. – Ela disse para mim que estava indo para sua casa.
- Desculpe, Claude, mas ela nem sequer passou aqui. A casa está vazia, então creio que se ela tivesse chamado, eu teria ouvido, por causa do silêncio.
Era como se as paredes estivessem se fechando ao redor dele.
- Se ela não está na sua casa... – ele falou, olhando para o celular dela preocupadamente. – Então onde ela está?
-----------------x-------------------------
Depois daqueles segundos horríveis, tudo que Carlie queria era bater o pé e dar o fora daquela escola. Não estava se sentindo bem, queria se trancar dentro do quarto, colocar todas as músicas tristes que tinha em seu celular, colocar no som alto, e nunca mais sair de lá. Não sabia por que estava tão arrasada. Talvez pelo fato de que ela havia gostado de Alexia por muito tempo, e doía o fato dela ter achado outra pessoa.
Não que fosse uma novidade, Carlie tinha que admitir. Alexia era daquele tipo de líder de torcida que adorava sair com caras diferentes a cada semana. Carlie ainda se sentia mal ao vê-la com outros caras, mas talvez desta vez doesse mais pelo fato de que Alexia parecia séria sobre o outro cara, Logan. Ela parecia gostar mesmo dele.
Eu tenho que ficar feliz por ela, Carlie pensou, enquanto corria os dedos pelas folhas em branco em seu caderno. Afinal, nós devemos ficar feliz se aquele que amamos está feliz... Certo?
Ela rolou os olhos para cima, e soltou um suspiro de aperreio. O que ela deveria fazer? Não aguentava mais sofrer pela morena de olhos azuis. Parecia que para todo canto que olhava, Alexia surgia de repente aos beijos com o namorado novo. Ugh, aquilo era tão injusto!
- Srta. Hudson? – Chamou uma voz conhecida, e Carlie imediatamente ergueu os olhos, encontrando os olhos castanhos da professora de matemática.
- Pois não? – Carlie perguntou, pigarreando em seguida.
- Tem alguma razão boa o suficiente para não estar prestando atenção em minha aula?
Carlie apenas mordeu o lábio, e olhou para o lado, seus olhos verdes encontrando as íris azuis dos olhos de Nathan, que apenas lhe enviou um pequeno sorriso.
- Eu não estou me sentindo muito bem hoje – Carlie foi honesta. – Estou com um pouco de dor de cabeça.
A carranca no rosto da professora se desfez, e foi substituída por uma de preocupação.
- Oh... A Srta. quer ir até a enfermaria? Ou deseja ir logo para casa?
- Eu aguento mais um pouco – Carlie deu de ombros. – Faltam poucos minutos para tocar, de qualquer jeito.
- Hm... – A professora fez, ainda parecendo preocupada. – Qualquer coisa, avise.
Carlie apenas assentiu com a cabeça, e depois se afundou na cadeira, voltando a focar seus olhos nas folhas em branco do caderno.
Lentamente, ela levou suas mãos até a caneta, segurou-a entre os dedos, e começou a escrever pequenas palavras no centro da folha, para em seguida soltar um leve sonzinho de riso, porém sem graça nenhuma, enquanto contemplava as palavras que havia escrito:
“Eu sou uma droga.”
--------------x-------------------
Finalmente, o sinal tinha tocado, e Rachel estava mais do que pronta para ir para casa, e depois ligar para sua amiga Ivy, querendo saber o que havia de errado com ela. O jeito que a amiga tinha agido desde que vieram para a escola estava muito suspeito, e Rachel iria descobrir imediatamente o que era.
Pelo menos, era isso que ela tinha em mente, até sentir pequenos dedos tocando com pouca firmeza em seu ombro.
- R-Rachel Woodsen?
Rachel imediatamente se virou, com as sobrancelhas erguidas, e viu uma garota que parecia ter aproximadamente catorze anos, usava óculos, e roupas com estampas xadrez. A garota parecia assustada.
- O quê? – Rachel perguntou, tentando não soar rude, o que era meio difícil, já que estava bastante tensa naquele dia.
- O... Hm... O Sr. Paul deseja vê-la em seu e-escritório...
- Eu? – Rachel perguntou confusa, e franziu o cenho imediatamente. Por que o diretor da escola queria vê-la? Ela não tinha feito nada de errado!
- S-Sim.
E abaixou a cabeça.
- Okay – Rachel mordeu o interior de sua bochecha. – Valeu. Já tô indo.
A garota apenas assentiu, e começou a andar. Rachel soltou um leve suspiro triste, e se virou, assistindo a garota andar em pequenos passos para longe dela. Ela imediatamente se sentiu mal. A garota não havia feito nada. Não tinha razão para ser tão rude.
- Hey, garota!
A menina imediatamente se virou, engolindo em seco.
- S-Sim?
Rachel apenas sorriu e perguntou:
- Qual seu nome?
A menina parecia surpresa com a pergunta.
- M-meu nome? – Rachel apenas assentiu. Um leve sorrisinho apareceu nos lábios da menina, enquanto ela dizia com a voz levemente contente: - Leah. Meu nome é Leah.
- Obrigada por ter me avisado, Leah – Rachel deu um sorriso de lado para a garota. – A gente se vê por aí.
E agarrando sua bolsa, Rachel marchou em seus tênis Converse de forma elegante até a sala do diretor, recebendo olhares por onde passava, e sem perceber o sorriso de alegria brilhando nos lábios de Leah pelo fato de que alguém havia se importado o suficiente para querer saber seu nome.
Em longos passos, e dobrando pelo menos dois corredores, Rachel finalmente chegou à porta da sala da diretoria, e deu duas batidas antes de abrir.
- Com licença... – Rachel abriu a porta, e ficou em choque ao ver Claude na mesma sala, com uma cara entediada, e os braços cruzados. – Claude?
Claude apenas a olhou por cima do ombro, e disse:
- Fala aí, Woodsen.
- Srta. Woodsen, sente-se, por favor – Paul pediu educadamente, e ela o fez, porém sem retirar a expressão de confusão de seu rosto. – Então... Presumo que estejam se perguntando por que os chamei aqui, certo?
Rachel assentiu, de forma educada, porém Claude apenas disse:
- Eu só quero ir para casa logo. Hoje vai passar uma maratona de Sobrenatural.
Rachel olhou-o de canto de olho, sem conseguir conter a empolgação de saber que sua série favorita iria passar na TV à tarde. Agora ela tinha mais uma motivação para querer chegar em casa logo.
- Hm – o diretor fez, pouco interessado na informação. – Bem, de qualquer jeito, eu quero conversar sobre algo sério com vocês. Então preciso que levem isso a sério. Fui claro? – os dois assentiram. – Alguns dos professores desta escola, cujos nomes não serão revelados, me contaram que vocês dois não se não bem. Vivem se atacando verbalmente, e isso já foi motivo de discussão entre os professores várias vezes. Estou correto?
Claude e Rachel se entreolharam, e suspiraram, para em seguida ambos assentirem com a cabeça, confirmando a pergunta do diretor.
- Então devo perguntar... – O diretor se inclinou um pouco sobre sua mesa, e olhou diretamente para os dois alunos. – Por que vivem brigando? Por que não conseguem ficar num ambiente só sem acabarem discutindo?
Claude e Rachel se olharam mais uma vez, e disseram juntos:
- Ele/Ela é insuportável.
O diretor suspirou.
- Okay – ele voltou a se recostar contra a cadeira, e fechou a mão contra seu próprio queixo. – É o seguinte: esta é uma escola, não uma luta livre. Não posso permitir que dois alunos brigões manchem a reputação de minha escola.
- O que você vai fazer? – Claude perguntou, a voz esquisita. – Expulsar a gente? Só por brigarmos de vez em quando?
- Vocês não brigam ‘de vez em quando’. Vocês brigam sempre. – O diretor disse, sério. – Mas não, Sr. Hudson. Não pretendo expulsá-los. Pelo contrário. Quero que vocês dois comecem a trabalhar juntos.
Ambos Claude e Rachel ergueram suas sobrancelhas em choque.
- Desculpe... Como? – Rachel perguntou, inclinando-se mais para perto. Seus ouvidos não conseguiam acreditar nem entender o que ela tinha escutado.
- O melhor jeito de resolver um problema é o enfrentando, e é isso que vamos fazer – O diretor disse, orgulhoso de si mesmo por sua ideia. – A partir de hoje, a cada oportunidade que houver, a cada trabalho que existir, vocês dois o realizarão juntos.
- O QUÊ?! – Ambos Claude e Rachel exclamaram.
- Isso mesmo. Isso já foi discutido com os outros professores. A cada trabalho em dupla que houver, vocês o farão juntos. Realizarão atividades ordenadas por mim. E hoje, vocês estarão a serviço da escola, e virão juntos às três da tarde para ajudar a arrumar a escola para a reunião dos pais que haverá hoje a noite.
Rachel estava com cara de quem estava prestes a ter um ataque do coração.
- Diretor, isso é muito injusto! – Rachel exclamou. – Eu não quero passar meu tempo com ele, ele é insuportável!
Claude a olhou e disse, a voz tão irritada quanto a dela, porém levemente sarcástica:
- Até por que você é uma delicadeza de pessoa, né?
- Puff – Rachel fez, e olhou para ele. – Você deveria se sentir honrado em ter que passar tempo comigo, okay? Mas não se sinta, pois isso NÃO vai acontecer!
- Ih, coitada. Acha que eu não tenho coisa melhor para fazer não, é? – ele perguntou, revidando, enquanto o diretor os assistia como se visse uma partida de ping-pong.
- Claaaaro que você tem, como por exemplo, ser um idiota!
- Olha só quem está falando, a...
- JÁ CHEGA! – O diretor bateu com força na mesa, assustando os dois alunos. – Não gosto de brigões. Não suporto brigões. Por isso vocês farão exatamente o que eu disse, a não ser que queiram ficar reprovados pelo resto do ano! FUI CLARO?!
Rachel apenas bufou, e assentiu com a cabeça, enquanto Claude apenas se voltava para o diretor, e cruzava os braços.
- Irão vir hoje a tarde, e irão agir de forma educada com o outro. Caso contrário, perderão pontos. Colocarei dois funcionários para assisti-los enquanto fazem suas atividades, e espero que os resultados sejam positivos.
- UGH! – Rachel fez, se alterando, e se levantando. – Está certo, faça como quiser! Vamos vir para a droga da tarde! Mas se acidentalmente nos matarmos, EXIGO QUE COLOQUEM MINHA LÁPIDE LONGE DA DELE!
- Woodsen... – Claude começou, surpreso com o estresse da garota.
- NÃO FALE COMIGO! – Ela gritou, fazendo com que ambos homens levassem um susto. – ISSO É TUDO CULPA SUA! EU ODEIO VOCÊ!
E logo ela saiu dali, batendo a porta com força.
E em seguida, o diretor olhou para Claude com choque, porém o jovem apenas deu de ombros, e pegou seu celular, levantando-se da cadeira, agindo como em qualquer outra situação. Não era como se aquilo fosse novidade para ele, de qualquer forma.
------------------x------------------------
Enquanto Nathan passava pelos corredores, ele procurava pela forma pequena e loira de Carlie Hudson, porém não conseguia encontra-la. Faziam poucos minutos desde que a aula tinha acabado, e Nathan a procurava pela multidão, mas nada dela aparecer.
Foi, finalmente, quando Nathan viu uma garota passar furiosamente por ele. Mas não era Carlie. Era Rachel.
Ele ficou assistindo, em surpresa, enquanto ela murmurava vários palavrões, e muitos deles pareciam ser direcionados a alguém. Ele percebeu isso pelos seguintes usados: bastardo, filho de uma égua, ogro inútil, jogador de futebol idiota, e muitos outros que definitivamente não deveriam ser usados num programa de família.
- Rachel? – Nathan chamou, enquanto a garota chutava a parede da escola. – Você está bem?
- Ugh, aquele filho de uma p... Uh, Nathan? – A garota se virou imediatamente e olhou para o rapaz que estava na sua frente. – Olá... O que foi?
- Nada, eu só te vi irritada, e resolvi perguntar o que era – ele disse, franzindo o cenho. – Aconteceu alguma coisa?
Rachel logo se irritou novamente.
- Aquele miserável...
- Quem é miserável? – Nathan perguntou.
- TODOS ELES! – Rachel disse, furiosa, e assustando Nathan. – Minha mãe, que autorizou a minha vinda para essa escola! Os infelizes professores dedos duros de uma figa que vão pro inferno e se depender de mim, vão morrer pela MINHA mão! O diretor desgraçado desse colégio que decidiu ser racional de uma hora para outra! E principalmente aquele... Aquela... Grrr... Coisa!
Nathan franziu o cenho, e resolveu tentar:
-... Claude?
- Isso mesmo. – Rachel disse, agarrando sua mochila com força. – Trasgo infeliz, legume estragado...
- O que ele fez?
- ELE EXISTE! Esse é o problema! – Rachel suspirou fundo, correndo os dedos entre seus cabelos. – Aquele filho de uma ÉGUA arruinou a minha vida! Será que dá para acreditar que o diretor me colocou de detenção com o Claude só pelo fato da gente viver brigando?! Eu vou ter que passar horas com aquele imbecil! Isso só pode ser carma mesmo! EU DEVO TER FERRADO COM A VIDA DE MUITA GENTE NUMA OUTRA VIDA MINHA!
- Bem, pensa bem, vai ser pelo menos só por um d... – Antes que Nathan terminasse, algo no olhar de Rachel o fez recuar ligeiramente. – O que foi? A detenção vai ser mais longa do que isso?
Rachel fez que sim lentamente, com um olhar psicopata.
Depois de uma pausa dramática, ela gritou:
- UM ANO! Um ano inteiro fazendo deveres, atividades, e trabalhos com aquela besta cabeluda! Alguém pode me condenar se, no meio disso, eu cometer um assassinato? Porque é exatamente o que eu vou fazer, Nathan, não só com ele, mas também com as outras garotas que vão vir miar ao meu redor querendo saber do Claude! UGH!
Ela chutou a parede com força novamente.
- Realmente, Rachel... – Nathan disse, ainda em choque. – Eu não gostaria de estar na sua pele.
- Obrigada pelo apoio – Rachel resmungou.
- Desculpe – ele disse, dando um sorriso divertido, e isso acabou fazendo com que Rachel risse também. A morena respirou fundo, e correu seus dedos pelo cabelo.
- Foi mal, Nate. Esse está sendo um dia tenso. – ela disse, e então colocou as mãos na cintura.
- Nem me fale – Nathan disse, finalmente retirando seu olhar de Rachel. – Eu estou preocupado com a Carlie.
Rachel imediatamente o olhou.
- Ela ainda está mal assim?
Nathan apenas assentiu.
- O engraçado é que eu a conheço a poucos dias, mas mesmo assim... – Nathan deu de ombros. – Parece que já a conheço há anos.
- Sei como é. É impossível desgostar da Carlie. – Rachel disse, gentilmente, e cruzando os braços.
- É, e... Espera, cadê seu carro?
Rachel olhou ao redor, e suspirou.
- Bem, a Ivy tinha vindo comigo para escola hoje, e como ela foi para casa mais cedo, eu dei minhas chaves e ela foi no meu carro. – Rachel explicou.
- Hm... Quer uma carona? – Nathan perguntou, casualmente, fazendo a garota erguer o olhar para ele, ligeiramente surpresa com a oferta. Nathan imediatamente corou. – Nada, esquece, eu...
- Okay. – Rachel disse, abrindo um leve sorriso.
Nathan pestanejou, surpreso.
- Sério? Posso te levar?
- Claro, por que não? – Rachel deu de ombros. – Não é isso que amigos fazem?
Nathan não conseguiu conter o sorriso de alegria que chegou em seus lábios.
- Tá. Pera aí. – ele caminhou com ela até um certo canto, subiu na moto, ligou, e estendeu um capacete para ela. Rachel o pegou, colocou-o, e subiu na moto, enquanto Nathan colocava um fone de ouvido numa orelha, e deixava a outra livre, caso Rachel falasse com ele.
Ironicamente, enquanto Rachel passava seus braços firmemente ao redor da cintura dele, e pressionava seu corpo nas costas dele, começaram a tocar os primeiros versos da música You’re Beautiful, de James Blunt.
----------------x----------------------
- Tem certeza que se sente bem agora?
- Sim, eu vou sobreviver – Ivy dizia, enquanto sua mãe a examinava de cima para baixo. – Mãe, não tem necessidade disso.
Haley Katlin Parker olhou para a filha com surpresa nos olhos.
- Como assim não tem necessidade? Filha, você raramente fica doente, deve ser alguma coisa grave, e você quer que eu não me preocupe? – a mulher parecia realmente indignada.
- Não, mãe, não estou dizendo para você não se preocupar comigo. Só acho que estou me sentindo melhor agora. Eu só preciso descansar. – Ivy disse, com a voz cansada. Haley a olhou de canto de olho, desconfiada, mas acabou cedendo e suspirando fundo.
- Você é um caso perdido, menina.
Ivy sorriu e abraçou a mãe.
- Te amo, mãe.
- Também te amo, borboleta.
E dando um longo cheiro nos cabelos louros da filha, Haley deixou o quarto, e fechou a porta lentamente.
Ivy finalmente deixou sair a respiração que ela nem se tocou que estava segurando, e olhou para o telefone ao seu lado. Ela imediatamente o pegou em suas mãos e digitou alguns números, e levou o telefone à orelha.
Não demorou muito até:
- Alô?
- Johnny? – Ivy falou, suavemente.
- Ivs! Que bom ouvir sua voz! Estou com saudades.
- Eu sei, amor, sinto sua falta também. – ela disse, suspirando fundo. – Como você tá?
- Bem, a virose vai passar em pelo menos três dias. Até lá preciso de muito descanso, e, bem, na minha opinião, de internet.
Ivy deixou uma risada gostosa escapar de sua garganta.
- Okay...
- Mas e você? Chegou da escola agora?
- Não, faz tempo já. Tava me sentindo meio mal, e pedi para vir para casa mais cedo.
Ela logo escutou a preocupação na voz de John:
- Se sentiu mal? O que aconteceu? Você está bem?
- Sim, estou, mas ainda não sei o porquê desse mal estar. O médico vai vir aqui em casa mais tarde para dar uma olhada em mim.
- Hm... Te desejo melhoras então, baby. Diz para Rachel que a mamãe e eu não vamos poder chegar em casa a tempo hoje. Só amanhã mesmo.
Ivy suspirou.
- Okay, eu digo a ela... John?
- Hm?
- Eu te amo.
Ela quase pode o ver sorrindo do outro lado da linha.
- Eu também te amo. E eu realmente queria poder estar aí.
- Eu sei, querido... – Ivy não soube por que, mas sua mão viajou da própria mexa de cabelo, que ela estava segurando, e foi descendo, até alcançar sua barriga, e ela a acariciou. Coisa estranha. – Eu sei...
--------------x----------------
Quando Claude chegou em casa, ele apenas beijou rapidamente Elisa no rosto, rolou os olhos quando ela falou que o pai dele ficaria mais duas semanas fora, e imediatamente subiu para seu quarto, ligando em alto seus fones de ouvido, colocando no último volume uma música de Green Day.
Enquanto fazia caminho para seu quarto, ele notou a porta meio-aberta de Carlie, e não pode evitar que seus pés parassem, e ficassem a encarando. Deveria entrar? Talvez ela quisesse ficar sozinha...
- Que se dane – Claude murmurou para si mesmo, e deu duas batidas na porta, para em seguida entrar de vez. – Carlie?
A sua irmã estava deitada na cama, com vários corpos de bonecas jogados no chão, e as cabeças de muitas junto na cama com Carlie, enquanto ela segurava uma grande tesoura.
- Típico... – ele murmurou, enquanto fechava a porta atrás de si.
- Hey, bro. – foi tudo que Carlie disse, enquanto brincava com a ponta afiada da tesoura.
Claude empurrou algumas das cabeças cortadas para fora da cama, e se sentou na mesma, encarando agora sua irmã, que ainda tinha seu olhar focado na tesoura em suas mãos.
- Carlie? – ele chamou mais uma vez.
A garota o olhou de canto de olho, e então finalmente o olhou de vez. Ela estivera chorando. Claude soube disso no instante em que ele viu as marcas levemente roxas por baixo dos olhos verdes dela.
E também pelo fato dos lábios dela estarem tremendo, e algumas lágrimas ainda brilhassem em seus olhos.
- Hey... – Claude fez, e foi tudo que bastou para que ela desabasse de vez. Ela se debulhou em lágrimas, e Claude imediatamente a puxou para si, num abraço estranho, porém reconfortante. – Não chore, Carlie, não vale a pena...
Ela não disse nada, ela apenas se aconchegou no peito dele, e puxou-o para mais perto dela, enquanto suas lágrimas corriam livremente.
Depois de segundos, ou talvez até minutos, quem sabe quase meia-hora, Carlie parou de chorar, e agora estava apenas sentada na cama, com seu irmão ainda lhe abraçando firmemente, e fazendo carinho nos cabelos louro escuro dela.
- Por que esse tipo de coisa tem que acontecer comigo, Claude? – ela perguntou, enquanto ele corria os dedos pelos fios de cabelo dela. – Por que eu não posso gostar de alguém que goste de mim?
- É porque você é masoquista – Claude disse simplesmente, porém com um tom sarcástico, que fez Carlie sorrir um pouco. – Sei lá, Carles... Eu sei que faz tempo que você gosta dela, e tudo mais... Mas tem certeza de que isso é aquilo?
Carlie franziu o cenho.
- Isso é... ‘Aquilo’?
- É... – Claude disse, rolando os olhos. – Aquilo que vocês chamam de amor.
Carlie deu um meio-sorriso.
- Honestamente? Eu nem sei mais. O que eu sei é que ela passa 24 horas por dia na minha cabeça, e eu sempre me pego pensando no quão ótimo seria se um dia ela sentisse por mim o mesmo que eu sinto por ela... – Carlie deu um longo suspiro triste, enquanto erguia o olhar ainda levemente choroso para o irmão. – O que eu devo fazer agora, Claude?
- Viva sua vida, siga em frente... Não dizem que o tempo cura tudo? – Claude falou. Na verdade, ele se sentia meio desconfortável em ter que falar naquele assunto. Era sobre algo que ele não entendia, e definitivamente não acreditava em, e também não queria sentir. Mas era sua irmãzinha. Ela precisava de sua ajuda, e ele não a recusaria. Se fosse preciso, ele roubaria letras de música, ou até mesmo frases melosas de um pensador qualquer por aí, se apenas isso a fizesse se sentir melhor.
- Podia ter curado mais cedo... – Carlie murmurou, para em seguida limpar a lágrima que saiu, enquanto Claude plantava um leve beijo nos cabelos dela. – É tão triste, sabe? O amor é uma coisa tão bonita, e saudável. E é tão horrível saber que há pessoas nesse mundo que vivem sem ele.
- As coisas mudam, Carlie. As pessoas mudam, e coisas que não deveriam importar, geralmente começam a importar. O mundo é cruel, e mesquinho. Não tem mais espaço para amor no coração das pessoas. – Claude disse, e não conseguiu conter sua voz amarga e desgostada. – As pessoas só se importam com elas mesmas. Eu sei que dói, mas pensa pelo lado bom... – o desgosto no rosto de Claude se tornou ainda mais visível. – Pelo menos você não foi abandonada pela Elisa quando era criança.
Carlie imediatamente olhou para o irmão, sentindo seu coração doer ainda mais.
- Desculpe, Claude. Eu não queria que você...
- Ela me deixou. Eu segui em frente. Mais alguma coisa? – Claude falou, tentando seu melhor para não soar rude. Era a última coisa que sua irmã precisava. Carlie negou com a cabeça. – Olha... Por que você não deixa as coisas acontecerem, hm? Tenta seguir em frente, tente se dar mais valor... Você é muito mais do que isso, Carlie.
- Eu sei, Claude, mas eu não posso evitar! – Carlie exclamou, angustiada. – Sabe... – ela suspirou fundo. – Sabe como é ter... Sentimentos fortes e profundos por alguém, e mesmo assim... Você não pode contar para essa pessoa sobre como você se sente, por que ela está com outra pessoa?
O olhar de Claude logo se tornou distante, enquanto ele respirava fundo.
- Eu sei. – ele disse, fazendo com que a irmã se assustasse com sua resposta. – É muito louco.
Carlie o olhou, de forma interrogativa, porém logo um sorrisinho brotou em seu rosto, e ela o cutucou levemente no ombro.
- Quem é ela?
Aquela pergunta pareceu despertar Claude de seu transe interno, e ele se virou, olhando para a irmã, com a sobrancelha erguida.
- ‘Ela’ quem?
- A garota que você gosta, mas não pode ficar, oras... – Carlie disse, como se fosse a coisa mais simples do mundo. – Você mesmo admitiu aqui.
- Não, não admiti nada. – Claude imediatamente negou.
- Claro que admitiu – Carlie disse, sorrindo ainda mais. – Quer dizer que você está apaixonado?
Claude olhou para ela como se ela fosse uma doida que tivesse acabado de fugir do hospício mais seguro da cidade.
- Olha, Carlie, você tá ficando louca. Eu vou te deixar aqui, antes que vire contagioso... – Claude disse, soltando a irmã, e se levantando da cama. – Falando em loucas, vou ter que aturar a sua alma gêmea hoje de tarde.
- Rachel? – Carlie franziu o cenho. – Por quê?
- O diretor fumou crack. Longa história.
E antes que Carlie pudesse falar algo, ele tinha sumido do quarto, e fechado a porta.
--------------------x-----------------------------
Finalmente a tarde havia chegado, e Claude e Rachel estavam no colégio, esperando parados na porta do diretor do colégio. Ambos com os braços cruzados, e as caras emburradas.
Rachel estava usando uma blusa branca normal, praticamente um top, a diferença é que a blusa era um pouco mais longa, mostrando apenas pequena parte de sua barriga sequinha. Um short jeans que batia até o meio de suas coxas, e chinelas de cor azul. Normalmente ela usaria um tênis, mas seus dedos estavam doloridos, e já que iria ‘trabalhar’, ela presumiu que uma chinela seria a melhor opção. Naquele dia, estava bastante quente, então por isso Rachel resolveu prender os cabelos num rabo-de-cavalo, porém deixando sua franja solta.
Já Claude estava da mesma maneira de sempre. Usava uma camiseta qualquer, de cor azul escuro, praticamente uma das camisas que ele usava quando estava treinando para os jogos, deixando à mostra seus braços fortes. Usava um calção de cor amarelo-branco, uma mistura dos dois, e chinelas brancas. Seu cabelo estava bagunçado como sempre, e ele encarava a parede com um olhar de tédio, e se recusava a olhar para Rachel.
- Oh! Vejo que já chegaram. – O Sr. Paul disse, assim que apareceu, chamando a atenção dos dois adolescentes. Ambos se viraram para ele. – Bom saber que cumpriram seus compromissos. Agora... Vamos começar.
-------------x-----------------
- Eu odeio você.
Claude apenas suspirou.
- Você já me disse isso.
- Não me importa, eu odeio você.
Claude rolou os olhos.
- Sabe... – ele começou, enquanto suas pernas os levavam até a quadra da escola. – Neste momento, o sentimento é bastante recíproco.
Rachel apenas o olhou por cima de seu ombro.
- Estou até surpresa que você saiba o significado disso.
Claude fez uma carranca para ela.
- Será que dá para falar comigo sem ser a vadia das vadias por pelo menos um segundo? – Claude falou, enquanto a olhava furiosamente. – Não é minha culpa se você está com raiva!
Ela apenas o olhou:
- Tem certeza?
Nenhum dos dois disse mais nada. Eles finalmente chegaram à quadra, e encontraram um lugar bastante sujo. Rachel fez uma careta de nojo, enquanto Claude apenas erguia os ombros, como se não fosse a primeira vez.
- E vamos começar... – Claude disse, com uma falsa voz animada.
Rachel rolou os olhos, irritada, e caminhou até as paredes.
- Vamos começar por aqui, colar esses negócios na parede parece ser a parte mais fácil do dia... – ela falou, e Claude apenas acenou com a cabeça. Ela logo agarrou vários panos e cartolinas em sua mão, e tentou subir em cima do pequeno banquinho para começar a coloca-los, porém toda vez que ela tentava, ela caía.
No início, Claude estava se divertindo com a cena, porém, a cada minuto gastado no qual Rachel tentava subir aquele troçinho, Claude já estava começando a perder a paciência, e agora batia seus dedos com força contra seu próprio braço.
- Ai, que droga, eu não... – Rachel nem teve tempo de terminar, e apenas soltou um gritinho de surpresa quando ela sentiu os braços de Claude a segurando pelas pernas e a erguendo o suficiente para que ela alcançasse o pequeno banquinho, e ficasse de frente com a parede.
- Tá bom agora? – Claude perguntou simplesmente, ainda segurando-a.
- S-Sim. – ela disse, ainda em choque. E em seguida olhou para baixo, onde ele permanecia em seu lugar, segurando-a firmemente, porém com a expressão de quem estava levantando uma pena. Rachel imediatamente esticou os lábios, uma certa admiração tomando conta dela. – Belos braços.
Claude deixou um sorrisinho escapar enquanto a segurava, e dava uma certa ‘checada’ em partes que ele podia ver.
- Belas pernas. – ele disse, e olhou para cima.
Rachel o direcionou um olhar mortal, fazendo com que ele risse um pouco.
- Só fica quieto aí enquanto eu faço o trabalho sujo... – ela disse, colocando as cartolinas nas paredes cuidadosamente, enquanto ele ainda a segurava. Porém, ele desfez um pouco o aperto, e tomou apenas um passo para trás, para que então ela tivesse mais espaço. Finalmente, depois de um longo silêncio, Rachel perguntou. – Você acha que conseguimos?
- Conseguimos o quê? – Claude perguntou, erguendo o olhar para ela.
- Trabalhar como um time. – Rachel disse, enquanto colocava tudo nas paredes, e lavava algumas partes sujas. – O diretor disse que talvez as coisas melhorássemos se nós virássemos amigos... – Rachel pausou por um momento, mordendo sua própria língua, hesitante. – Você acha que ele estava certo?
Claude pareceu considerar a questão por um instante, mas então deu de ombros, e fez cara de indiferença.
- Não.
- Não? – ela perguntou, levemente surpresa.
- É, não. – Ele suspirou um pouco. – Nós não conseguimos ficar sem brigar com o outro. É quase como uma coisa do instinto. Nunca daríamos certo como amigos.
Rachel nunca admitiria em voz alta, mas a resposta lhe desapontou um pouco. Não que ela estivesse surpresa, é só que por um momento, ela tinha se esquecido de quem a estava segurando.
- É, acho que você está certo... – ela comentou, se inclinando um pouco para trás, para que então ela pudesse colar mais cartolinas. – Não servimos para ser amigos, e eu definitivamente não ia conseguir passar mais de três minutos sem te chamar de id...
Rachel nunca terminou de falar, pois num pequeno vacilo dela, suas pernas cederam, e ela sentiu seu corpo caindo para trás. Ela nem sequer gritou, ou algo parecido, ela só fechou seus olhos com força. Porém ela nunca sentiu seu corpo colidindo com o chão. Ela apenas sentiu dois braços a segurando firmemente, e quando ela lentamente abriu os olhos, suas íris amendoadas se encontraram com as de Claude.
Eles estavam numa posição bastante constrangedora, na verdade.
Quando Rachel caiu, Claude imediatamente estendeu os braços, e a segurou, impedindo que ela chegasse ao chão. Porém ela tinha caído muito rapidamente, e isso fez com que ele tivesse que se apressar um pouco, e não pensasse muito. E agora finalmente lá estava ela, nos braços dele, o encarando com certa surpresa, e também um pouco de choque.
Claude engoliu em seco com a sua visão. O rosto dela estava próximo do dele, enquanto os braços dele seguravam firmemente as costas e as coxas dela; porém, o mais embaraçoso era o fato de que os seios dela estavam praticamente abaixo do queixo dele, roçando contra sua pele, e ele estava fazendo seu melhor para não olhar para baixo. Ele sabia que uma vez que olhasse, ele estaria perdido.
Então ele continuou olhando nos olhos dela. Os braços dela estavam ao redor do pescoço dele, tornando a aproximação maior ainda, e ela teve que engolir em seco enquanto ela percebia a posição que se encontravam. Qualquer um que passasse por ali e os vissem, com certeza iria pensar que eles estavam fazendo algo demais.
- Então, hm... – Rachel engoliu em seco novamente, desviando seu olhar do de Claude. – Você já pode me colocar no chão...
Claude franziu o cenho, como se não tivesse entendido o que ela havia falado, quando finalmente a realização o atingiu como um balde de água fria.
- Oh, claro... – ele disse, sentindo o calor subindo ao seu rosto, e cuidadosamente colocando os pés dela de volta ao chão.
Os dois tomaram um grande passo de distância do outro, ambos ruborizados com a situação que acabara de acontecer.
- Valeu, por falar nisso... – ela murmurou, olhando para todo canto com exceção do de onde ele permanecia.
- Eh. De nada. – Claude pigarreou.
O silêncio permaneceu por vários minutos, até que os dois finalmente tomaram a coragem de encarar um ao outro.
- Então... – Rachel cruzou os braços. – Temos muito trabalho a fazer. Vamos continuar?
- Claro.
-------------------x-------------------------
A noite finalmente tinha chegado, quando Carlie decidiu que já tinha tido o suficiente. Estava cansada de ficar em casa, apenas pensando em Alexia diretamente. Enquanto ela calçava suas botas de salto alto, e colocava uma calça jeans, e uma blusa vermelha, ela resolveu que a melhor maneira de esquecer Alexia por pelo menos alguns minutos era sair de casa e beber um pouco.
Ela agradeceu a Deus que sua mãe resolveu ficar até mais tarde no trabalho hoje, e que seu pai estava sempre ausente. Enquanto andava pelas escadas, ela escutou o som da televisão ligada, e logo deduziu que Claude provavelmente deveria estar na sala, assistindo televisão.
E suas deduções estavam certas. Ele estava deitado no sofá, assistindo a oitava temporada de Sobrenatural, comendo pipoca feita no micro-ondas. Ele ria um pouco a cada cena violenta que passava na TV, e Carlie deduzia cada vez mais que seu irmão tinha possibilidades de ser um psicopata quando mais velho.
- Claude... – ela chamou, colocando seu grande casaco por cima, cobrindo sua roupa, para que ele não notasse que ela estava indo para um bar. – Eu vou sair.
Claude imediatamente se virou, com o cenho franzido.
- Para onde você vai? – ele perguntou, tirando completamente sua atenção da TV.
Carlie deu de ombros.
- Vou lá na Rachel – ela mentiu, e implorou mentalmente que Claude acreditasse nela. Ela realmente se odiava por ter que meter o nome de Rachel em sua mentira. – Perguntar se ela quer tomar um sorvete, ou algo assim.
Estranhamente, Claude pareceu um pouco tenso com a menção do nome de Rachel. Ele apenas pigarreou, e assentiu com a cabeça, voltando-se para a TV, e voltando a assistir a série. Carlie ficou parada por um momento, mas então suspirou, e saiu pela porta, mas não sem antes ouvir a voz profissional de Claude:
- Não volte muito tarde.
Carlie teve que rir um pouco com isso, e com essa pequena distração, enquanto abria a porta, ela deixou seu celular cair de seu bolso, e fechou a porta, deixando o celular preto caído no tapete de dentro da casa.
Ela resolveu pegar um táxi, já que desde seu pequeno encontro com um bêbado na rua, ela estava certa de que nunca mais iria querer andar por ali, sozinha, de noite. Enquanto sentava no banco de trás, e dizia o nome da rua ao taxista, Carlie escorou sua cabeça no conforto do banco, e se pegou, mais uma vez, pensando em Alexia. E a pergunta que a rodeava todo dia, toda hora, e todo minuto:
Por quê?
Por que, dentre tantas pessoas, ela tinha que ser escolhida para ter uma paixão lésbica por uma garota completamente hétero? Aquilo era tão ferrado. Carlie sabia que não existia forma nenhuma dela ter um final feliz nesta história. Mesmo que uma pequena parte sua acreditasse que um dia Alexia a perceberia, e sentiria o mesmo, ela sabia que as probabilidades daquilo acontecer eram uma em um milhão. Aquilo não era um conto de fadas, e ela tinha certeza de que em nenhum dos contos de fadas, duas garotas acabavam juntas.
Falando em contos de fadas, Carlie pensou em seu ‘salvador’. Nathan tinha estado lá para ela tantas vezes em apenas poucos dias, e aquilo a surpreendia. Além de Rachel ou seu irmão, Carlie não tinha muitos amigos. Claro, ela ainda falava com algumas pessoas na escola, e algumas pessoas de sua rua. Ela poderia aguentar uma conversa longa com uma pessoa desconhecida, e se dar bem com ela. Mas era muito raro que alguém realmente conseguisse ser seu amigo por simplesmente querer.
Na escola, ela era conhecida como a irmã mais nova de Claude Hudson. Ninguém mexia com ela exatamente por causa disso. Todos naquela escola sabiam do que Claude era capaz de fazer se alguém mexesse com a irmãzinha dele. Eles tiveram a prova disso uma vez, quando um garoto a chamou de esquisita, e Claude imediatamente atacou o menino. Desde então, seu irmão era respeitado e temido naquela escola, e Carlie poderia ser chamada de sua ‘protegida’.
E Nathan, ele simplesmente entrou em sua vida de uma forma que ela não poderia ter esperado. Ele a salvou. Duas vezes. E ele não cobrou nada em retorno, e nem fez aquilo pois queria conquistar a confiança do irmão dela, não. Ele fez aquilo porque a viu, e simplesmente soube que queria ser amigo dela. Carlie se sentia honrada e ao mesmo tempo assustada com aquilo. A única pessoa que já tinha se tornado sua amiga tão rapidamente na vida toda havia sido Rachel, mas por razões óbvias. Havia sido uma conexão instantânea, e elas simplesmente viraram amigas.
Talvez fosse bom ela ter outros amigos além de seu irmão ou Rachel. Nathan era bom para ela, de certa forma. Sua presença sempre a impedia de ficar triste ou depressiva. E naquele momento, ela realmente daria tudo para que ele estivesse ali ao seu lado, para que ela se sentisse segura, e em paz, como sempre acontecia quando ele estava ao lado dela. Mas ela sabia que caso ele soubesse o que ela estava prestes a fazer, ele iria pessoalmente até aquele táxi, a jogaria no ombro dele, e a levaria de volta para casa, lhe dando um grande sermão logo após.
Carlie foi acordada de seus pensamentos quando o táxi parou, e o motorista a informou que eles haviam chegado à rua que ela havia lhe pedido para irem. Ela apenas assentiu, murmurou um ‘obrigada’, e entregou o dinheiro assim que ele lhe informou o valor. Ela desceu do táxi, ajeitou sua roupa, e fez seu caminho até o bar mais conhecido da cidade, que ficava bem no fim da cidade de São Francisco.
Ela entrou no bar, atraindo o olhar de alguns homens que estavam bêbados, e lhes mostravam seus sorrisos, a maior parte deles faltavam dentes. Carlie se estremeceu, e caminhou até o homem do balcão que ela já conhecia muito bem.
- Hey, Biron – ela disse, sentando-se em uma das cadeiras em frente ao balcão.
O louro olhou para cima, e abriu um sorriso levemente surpreso ao ver a garota à sua frente.
- Ora, ora, mas se não é Carlie Hudson – ele disse, lhe dando um leve aperto no ombro. Carlie apenas sorriu, e olhou para baixo rapidamente. – O que te traz aqui hoje?
- Raiva, mágoa, e precisão de álcool no estômago – Carlie deu de ombros. – Posso conseguir esse último agora?
Biron pareceu hesitar um pouco.
- Você ainda não tem dezoito anos.
- Isso não me impediu da última vez.
- Eu posso ser preso por isso.
- Isso também não te impediu da última vez.
Biron finalmente suspirou, e então assentiu com a cabeça.
- Okay. – e então apontou para ela, de uma forma brincalhona. – Mas só porque sei que você é responsável o suficiente para tomar responsabilidade por suas próprias ações. Se lhe perguntarem, você nem sabe quem lhe deu, falou?
Carlie assentiu com a sua cabeça, e estendeu um dólar para ele.
- Me dê sua mais pesada, rapaz.
---------------x-------------------
Rachel estava presa em seu quarto.
Não literalmente, apenas musicalmente.
Pelo menos, era disso que ela dizia a si mesma mentalmente, enquanto tentava achar algo que lhe desse inspiração o suficiente para conseguir escrever mais alguma coisa em seu caderninho. Mas não havia nada em sua cabeça, muito menos no papel em branco do caderno. Ela batia o lápis repetidamente contra o caderno, enquanto mordia seu lábio, pensando em qualquer coisa que lhe motivasse à escrever, mas tudo que encontrava era um vazio, e Rachel não pôde evitar o pensamento de que talvez tudo seria melhor para ela se sua avó ainda estivesse viva.
Ela finalmente largou o lápis, deixando-o cair na cama, e inclinou sua cabeça para trás, estalando seu pescoço, e finalmente focando seu olhar na parede. De novo.
Foi quando ela escutou um barulho irritante, que ela logo pôde reconhecer como a campainha.
Ela girou os olhos, largou suas coisas, e saiu do quarto, descendo as escadas rapidamente, até que chegou à porta de sua casa. Ela imediatamente a abriu, e arregalou seus olhos rapidamente ao ver a imagem de Nathan.
- Hey – ele disse timidamente.
Rachel ficou calada por um tempo, até que disse:
- Hey...?
- É, você deve estar se perguntando o que eu estou fazendo aqui – ele disse, coçando sua nuca, e corando.
- Isso, e também como diabos você descobriu onde era minha casa – ela disse, erguendo suas sobrancelhas.
- Por favor – ele disse, dando de ombros. – Você é Rachel Woodsen. Só precisei de um telefonema, e me contaram até a cor da sua calcinha favorita.
Rachel arregalou os olhos.
- O QUÊ?!
- Estou brincando, se acalme – ele disse, rindo, e erguendo suas mãos em defensa. – Eu só vim aqui para perguntar se você tem algum livro de química do ano passado, porque eu realmente estou precisando de um para entender o assunto.
- Oh, claro – ela disse, sorrindo de lado, e acenando para que ele entrasse. – Espera aí no sofá. Eu vou checar aqui no armário debaixo da escada.
Nathan assentiu, e lentamente se sentou no sofá. Olhou ao redor, e se viu cercado por fotografias. Várias delas eram de Rachel quando bebê, e as outras eram de John quando era criança. Porém a que mais chamou a atenção de Nathan foi uma que estava bem ao lado dele, em cima da escrivaninha.
Ele, timidamente, pegou a foto e a encarou bem de perto. Aparentemente, era o aniversário de nove anos de Rachel. Isso ele deduziu pelas velas, e pelo fato de que tinha escrito na parede, na foto. Porém, ele notou, enquanto todos aplaudiam e pareciam felizes, a versão pequena de Rachel apenas encarava o bolo com uma cara um tanto triste e desanimada.
- Solitária desde sempre – ele teve que notar, suspirando.
- Hey, voltei – ela disse, de repente, voltando com uma caixa enorme, e o susto que ela causou nele foi tão grande que ele quase derrubou o porta-retrato no chão.
- Oh, okay. – ele colocou a foto em seu lugar, e se voltou para ela, fazendo uma careta. – O que é isso?
- Uma caixa com meus livros do primeiro ano – ela disse, se aproximando, e jogando a caixa no chão, sentando-se junto com ele. - Vamos precisar revirar isso tudo.
Nathan esticou os lábios, em deboche.
- Eu estou muito animado para isso.
Rachel apenas o olhou de canto de olho, um sorrisinho brincando em seus lábios.
- Cale a boca, e comece o trabalho, Nathaniel.
-----------x-----------------
- MAS QUE MER...?!
Claude nem sequer teve tempo de terminar sua frase, assim que terminou a maratona de Sobrenatural, e começou a passar a série de Falling Skies. Ele quase jogou o controle na parede de tanta raiva.
O maldito filho da put* que tinha organizado aquela maratona definitivamente não soube como escolher os episódios. Todos foram bons, obviamente, até que eles exibiram um episódio que Claude não tinha visto até agora, e no meio de uma cena bastante empolgante, a maratona acabou, e começou a passar outra série. E ele estava prestes a tocar fogo na casa de tanta raiva.
- Mas que filho da ****, jumento, vadio vagabundo dado, VIADO! – Claude rosnava, enquanto fuçava entre a caixa de DVD’s que tinha debaixo da mesa, e procurava por seu box da oitava temporada de Sobrenatural. Se ele não veria na TV, ele então veria no DVD, que definitivamente era melhor, pois ele não tinha que aturar comerciais estúpidos.
Ele continuou revirando as coisas, até que finalmente achou a capa que tanto procurava. Ele sentiu aquele pedacinho de esperança nascendo nele novamente, enquanto ela abria o box, e ao invés de achar o disco três da oitava temporada... Ele achou o disco do Rei Leão, 3 em 1.
Ele sentiu a raiva nascendo em seu peito novamente, enquanto rosnava o nome da irmã. Aquilo obviamente tinha sido coisa dela. Pois agora ela iria dizer exatamente onde a porcaria do DVD estava, nem que ele tivesse que ir busca-la na casa de Rachel pessoalmente.
Porém, por hora, ele decidiu apenas ligar para ela, pronto para dar um sermão enorme...
... Quando o toque do celular dela veio do chão, do outro lado da sala. Claude imediatamente franziu o cenho, e caminhou em direção ao toque, achando o celular caído no chão. Ele imediatamente grunhiu ao perceber que a irmã tinha esquecido o celular.
- Aquela pequena vad**... – Claude murmurou, e então grunhiu novamente para si mesmo. Além de irresponsável, também era descuidada. Que ótima irmã ele tinha!
Resolveu então que o melhor seria ligar para Rachel, e pedir para falar com Carlie. Ele fazia questão de assistir aquele episódio imediatamente, e estava disposto a fazer o que fosse preciso para que seu desejo se realizasse.
Ele então clicou em algumas teclas de seu celular, foi em contatos, e achou o nome de Rachel em ‘Rachel W. (a.k.a Bruxa de Blair)’, sorriu um pouco para si mesmo, clicou no número, e levou seu telefone ao ouvido, ouvindo chamar algumas vezes, quando a voz dela finalmente o atendeu:
- Alô? – Rachel disse, como se estivesse um pouco ofegante. Era como se ela estivesse dando umas boas risadas até que ele tinha ligado. Estranho.
- Hey, sou eu – ele disse, olhando ao redor. – Passa para a Carlie, por favor, eu preciso perguntar uma coisa a ela.
Teve um silêncio de tempo indeterminado na linha, e ele quase pensou que talvez ela tivesse desligado na sua cara, quando finalmente a voz dela tomou contato novamente, porém parecia um pouco estranha, enquanto ela dizia:
- Carlie?
- É, minha irmã, sua amiga, creio que nós dois a conhecemos muito bem – Claude disse, sem perder tempo. – Passe para ela, por favor, é uma situação precisa.
Mais silêncio. Claude já estava começando a ficar irritado, quando mais uma vez Rachel falou:
- Huh... Claude, eu não sei de onde você tá tirando isso... A Carlie não está aqui.
E de repente, toda a raiva e a pressa foram tomadas por preocupação e choque.
- Como é?
- Ela não está aqui.
- Mas... Mas... – Claude mal conseguia achar palavras. – Ela disse para mim que estava indo para sua casa.
- Desculpe, Claude, mas ela nem sequer passou aqui. A casa está vazia, então creio que se ela tivesse chamado, eu teria ouvido, por causa do silêncio.
Era como se as paredes estivessem se fechando ao redor dele.
- Se ela não está na sua casa... – ele falou, olhando para o celular dela preocupadamente. – Então onde ela está?
-----------------x-------------------------
Última edição por Lys em Sex Set 06, 2013 7:35 pm, editado 1 vez(es)
Re: I Can't Stay (+16)
Continuação: parte 3
- Nathan, levanta. – Rachel disse, rapidamente, enquanto colocava sua jaqueta de couro, e calçava seu tênis. – Nós vamos sair.
- Huh? – O garoto perguntou, retirando seus olhos dos livros jogados para todos os lados. Ele esperava ver um leve sorriso no rosto de Rachel, mas logo se surpreendeu quando ele viu nada além de seriedade nas feições dela. – O que aconteceu?
- Não tenho tempo de contar. – ela disse, agarrando sua bolsa, e as chaves de seu carro. – Nós vamos dar uma parada rápida nos Hudson, para pegar o Claude, e aí nós vamos de vez.
Nathan se levantou, a mesma confusão em seus olhos, enquanto ele assistia Rachel andar de um lado pro outro.
- Rachel. – ele falou firme desta vez, fazendo com que ela o encarasse. – O que foi?
Rachel respirou fundo, enquanto corria os dedos por seu cabelo, e dizia:
- É a Carlie.
E ela não precisou dizer mais nada.
--------------------x------------------------
-... E aí ela arranjou um namorado. Tipo, do nada. – Carlie dizia, achando graça alto, enquanto Biron a encarava, levemente preocupado com o estado dela. Ela lhe jogou outra nota de um dólar. – Mais uma, Biron.
- Nada disso, Carlie – o louro disse. – Você já tomou muitas. Acho que já chega.
- Ugh. – ela fez, fazendo um beicinho. – Você é um chato, Biron. – e ela soluçou. – Eu ainda aguento muito, tá legal?
- Claro que sim. – ele disse, saindo do balcão, e se aproximando dela. – Venha cá, venha se deitar um pouco aqui atrás. Eu vou ligar para alguém vir lhe buscar.
Carlie tentou dizer algo, mas sua cabeça estava pesada demais, então ela apenas grunhiu, e deixou que Biron a guiasse até o pequeno quartinho que tinha por trás do balcão. Ele a deitou na cama, e logo se levantou.
- Espere apenas um pouco, que eu já ligo para seu irmão. – ele disse, lhe dando um sorriso simpático.
Carlie imediatamente arregalou os olhos.
- Você não pode ligar pro meu irmão. Ele não sabe que eu estou aqui, eu vim escondida. – e então ela começou a rir, de uma forma ‘garota’ demais. – Eu sou uma garota má. – e gargalhou ainda mais.
Biron a encarou estranhamente, e então assentiu, e voltou para o balcão.
O que ele não notou foi o homem grande que estava por perto, e aproveitou para entrar no quartinho.
Carlie encarou estranhamente enquanto o homem se aproximava dela.
- Quem diabos é você? – ela perguntou, enxugando os olhos.
- Meu nome não importa – o homem disse, sentando-se perto dela. – Ouvi sua história lá fora. Sobre como você precisa de algo para relaxar, e o Biron não vai lhe dar mais bebida.
Carlie ergueu uma sobrancelha.
- E...?
- Eu acho que tenho algo aqui para te animar... – ele disse, oferecendo a ela um estranho copo com um líquido vermelho. Carlie se aproximou e fez uma careta.
- Isso fede.
- Mas o efeito compensa. Acredite.
Carlie nem sequer raciocinou direito. Logo, ela estava tomando aquela bebida com o gosto pior do que fossa, e o cheiro não ficava para trás. Porém, logo ela se sentiu ainda mais tonta, e levou sua mão à boca, com vontade de vomitar.
- O que é isso? – ela choramingou.
- É uma bebida especial. Com uns comprimidinhos para te deixar mais relaxada. – ele disse, fazendo com que ela tomasse um passo para trás. Ele se inclinou mais na direção dela, falando diretamente e literalmente cara a cara. – Eu volto logo, querida. Por que você não me espera aqui para a gente terminar a festinha?
Carlie não conseguia falar nada, não conseguia raciocinar direito. Tudo que ela via parecia um borrão, mas ela escutou bem as palavras dele. E estas a assustaram. E por isso mesmo, ela logo buscou por seu celular, pronta para ligar para Rachel, quando percebeu que seu celular não estava lá.
Oh, merd*!
Ela olhou ao redor, quase desmaiando, e achou um celular perto da cama. Ela imediatamente o pegou, e começou a digitar o primeiro número de telefone que ela podia lembrar e ligou, antes que o homem retornasse.
-------------x--------------------
- Eu não acredito que ela mentiu para mim!
- Claude, se acalma, tá legal? – Rachel disse, sem tirar os olhos da estrada. – A gente tá quase chegando lá!
- Como você sabe onde ela está? – Nathan finalmente se manifestou. Ele estava sentado no banco de trás, enquanto Claude e Rachel estavam sentados no banco da frente, Claude reclamando sem parar, e Rachel dirigindo rapidamente, e com uma habilidade incrível.
- Ela me perguntou hoje onde esse bar era. Eu deveria saber que era para algo desse tipo. – Rachel disse, chateada consigo mesmo por ter dado as informações do lugar para Carlie.
- Onde é isso? – Claude perguntou, enquanto passava as mãos pelo cabelo.
- É no fim da cidade de São Francisco. – ela disse, olhando ao redor da ponte. – Estamos bem perto, mas nós definitivamente andaríamos mais rápido se não fosse por causa desse trânsito DESNECESSÁRIO!
- O que mais você sabe desse lugar? – Claude perguntou.
- O Biron trabalha lá.
- Quem é Biron?
- Ele é um rapaz que eu e a Carlie conhecemos ano passado. Ele é gente boa, mas quando falta grana, ele trabalha lá por uns tempos. – ela disse, tentando ficar calma. – Se a Carlie estiver com algum problema, pelo menos ele vai tentar ajudar.
- Uma preocupação a menos – Claude murmurou, enquanto batia seu pé repetidamente sobre o chão do carro.
Foi finalmente quando o celular de Nathan tocou, e ele o atendeu imediatamente.
- Alô? – ele disse, estranhamente, já que a ligação vinha de um número desconhecido.
- N-Nate?
Nathan imediatamente reconheceu a voz.
- É a Carlie! – ele disse, enquanto Rachel dava um suspiro de alívio, e Claude praticamente virava o assento para trás. – Carlie, você pode me ouvir? A ligação tá esquisita...
- Nate, eu... Eu me meti em encrenca...
O sorriso de Nathan imediatamente desapareceu.
- Como assim se meteu em encrenca?
- Um cara, ele... Ele me deu uma bebida, e agora eu... – ela começou a tossir.
- Oh, não – Nathan disse, tentando ignorar os gritos de Claude que ordenavam que ele lhe passasse o celular. – Carlie? O que aconteceu? Carlie?
- Nate... Me ajuda... – foi tudo que ele ouviu, até a ligação cair.
- Merd*! – Nathan disse, jogando o celular com força no banco.
- O que foi? O que aconteceu? – Claude repetia sem parar.
- Ela... – Nathan engoliu em seco. – Ela disse que um cara deu algo para ela beber, e depois disse que tava em encrenca, e precisava de ajuda. E depois a ligação caiu.
- P*rra! – Claude grunhiu, chutando a porta do carro. – Isso é tudo minha culpa! Eu não devia ter deixado ela sair...
- Claude, a última coisa que você deve sentir agora é culpa. – Rachel disse, ainda concentrada na estrada, enquanto ela virava algumas curvas. – Vamos nos concentrar em acha-la, okay? É a nossa prioridade, lembra?
Claude apenas assentiu.
- Acelera, Rachel, por favor. – ele pediu, angustiado, passando a mão pelos cabelos castanhos, que estavam ainda mais bagunçados.
Rachel suspirou, e o olhou de canto de olho, se sentindo tão angustiada quanto ele. E foi com isso que ela pressionou seu pé contra o acelerador, e foi na velocidade máxima.
---------------x---------------------
Quando eles finalmente chegaram, eles praticamente pularam para fora do carro, e caminharam até a entrada do bar. Felizmente, não havia nenhum segurança, e eles entraram facilmente.
- Biron! – Rachel chamou, assim que reconheceu o louro.
- Woodsen? – ele disse, surpreso em vê-la. – O que faz aqui?
- Eu procuro a Carlie. Ela veio para cá hoje, não veio? – Rachel disse, sem perder tempo.
- Oh, sim. – Biron disse. – Eu estava prestes a ligar. Ela bebeu muito, então a coloquei lá dentro para ela descansar.
- Não, espera... – Nathan disse, se aproximando. – Ela disse que um cara deu uma bebida esquisita para ela. E depois a ligação caiu.
Biron franziu o cenho.
- Bebida esquisita? Mas eu não dei nada para ela além de álcool. – ele olhou ao redor. – Detron, você sabe se...? – Biron olhou mais uma vez por seu companheiro de balcão, e não o encontrou. – Onde ele se meteu?
E Rachel imediatamente reconheceu a situação.
- Sai da frente, Biron. – Rachel disse, subindo pelo balcão, e descendo, logo indo até a fechadura da porta. Ela tentou abrir, mas estava obviamente trancada. – Tá trancado.
- O que? – Biron ficou em choque. – Mas eu não tranquei.
- Não foi você. – Claude disse, quase tremendo em ódio, enquanto ele entrava pelo balcão. – Se afaste, Rachel.
Rachel se afastou, como ele pediu, enquanto ele respirava fundo, e sacava um chute forte na porta, que foi o suficiente para arrombá-la e derrubá-la.
E a vista que ele teve fez seus olhos ficarem vermelhos.
- SAIA DE CIMA DA MINHA IRMÃ, SEU FILHO DA ÉGUA! – Claude disse, saltando sobre o homem que tentava despir sua irmã, e jogando-o no chão. Rachel e Nathan imediatamente correram até Carlie, e a ajudaram a ficar de pé, porém ela estava inconsciente.
Rachel murmurava vários palavrões, enquanto continuava tentando fazer sua amiga ficar em pé, mas o corpo da garota estava completamente mole.
- O que você deu a ela? – Rachel perguntou, raivosa, enquanto deixava Carlie nos braços de Nathan, e se aproximava do cara que Claude estava praticamente enforcando.
O homem riu.
- Eu só queria me divertir.
Claude lhe deu outro soco.
- O. QUE. VOCÊ. DEU. A. ELA? – ele repetiu, raivosamente, apertando suas mãos ao redor do pescoço do homem, que estava começando a tossir.
O homem tentou resistir, mas o medo estava lhe comendo por completo.
- Um boa noite cinderela, okay? – o homem disse. – Como dito, eu só queria me divert...
Claude lhe atingiu com outro soco. O homem estava ficando zonzo, enquanto era atingido com mais golpes. Claude realmente não se importava se ele fosse preso por aquilo, mas ele iria acabar com aquele imbecil ali e agora mesmo.
- Claude! – Rachel exclamava, cutucando-o. – Solta ele, ele não vale a pena.
- Não! – Claude exclamava. – Ele merece sim! Ele machucou a minha irmã!
- Carlie vai ficar bem, nós vamos cuidar dela! – Claude não fez nada. – Claude!
Ela finalmente chamou a atenção dele. Os olhos dele brilhavam em fúria, e ela queria muito que ele continuasse a torturar o imbecil que ele estava enforcando, mas ela sabia que ele valia muito mais do que aquilo. Ele tinha muito a perder, e aquele homem definitivamente não valia a pena tudo aquilo.
- Solta ele. – ela sussurrou, calmamente. – A sua irmã precisa de você agora.
O olhar de Claude suavizou um pouco, e ele parecia estar tendo uma luta interna, quando finalmente soltou o homem, mas não sem antes soca-lo mais uma vez no estômago.
Ele então finalmente andou até sua irmã, e a pegou nos braços, carregando-a para fora do lugar, sendo seguido por Nathan.
Rachel estava prestes a segui-los, quando ela ouviu um risada nojenta vinda do chão. Ela olhou para baixo, e viu o homem rindo.
- Você é bem gostosa, né não?
O que ele recebeu de resposta foi um chute bem na cara, que o deixou imediatamente inconsciente.
- Porco nojento – Rachel disse, em desgosto, agarrando sua bolsa, e saindo de lá.
---------------x---------------------
A saída do Hell House de volta para a casa dos Hudson no meio da cidade de São Francisco foi uma viagem bem longa. Nathan ficou atrás com Carlie, cuidando dela, e a ajudando a vomitar quando ela acordou. Claude e Rachel, mais uma vez, iam na frente, ambos tensos, e com as cabeças pesadas. E quando finalmente chegaram em casa, Nathan foi o que carregou Carlie desta vez. Claude abriu a porta, e todos eles entraram. Nathan a carregou até a porta do quarto dela, e a partir dali, Rachel assumiu o controle, indo dar um banho na garota.
Enquanto eles esperavam Rachel terminar de dar banho em Carlie, ambos Nathan e Claude estavam sentados em silêncio na sala. Nathan estava preocupado, mas estava bem na cara que Claude pareia mais distante do que ele. Ele se culpava, e Nathan sabia disso.
- Não foi sua culpa. – Nathan disse, chamando a atenção do outro. – Ninguém aqui acha isso, então você não deveria achar também.
Claude não chegou a responder. Não queria responder, e mesmo que quisesse, Rachel chegou bem na hora, com sua roupa um pouco molhada, e a expressão cansada.
- Ela já está toda banhada. Joguei uma boa quantidade de água fria nela. – Rachel disse. – Ela está deitada agora, meio acordada, caso queiram ver ela. Eu vou preparar um chá para ela tomar.
Ambos Nathan e Claude assentiram com a cabeça, e se levantaram ao mesmo tempo, caminhando até o quarto de Carlie.
Quando chegaram lá, a encontraram deitada na cama, vestida num roupão branco, com os cabelos molhados, e os olhos semiabertos.
Ela logo avistou Nathan e Claude, e deu um sorriso fraco para os dois.
- Hey. – a voz dela saiu meio embargada.
Claude não disse nada. Nathan, porém, se aproximou dela e sentou-se na cama com ela.
- Você nos deu um grande susto hoje, Carlie. – Nathan disse.
- É, desculpa por isso. – Ela disse, suspirando.
Foi finalmente quando Claude se manifestou:
- Você mentiu para mim, se embriagou num bar qualquer, se meteu numa das piores encrencas do mundo, e tudo que tem a dizer é ‘desculpa por isso’? – ele perguntou, se aproximando.
Carlie suspirou novamente, franzindo o cenho.
- Claude, eu realmente não gostaria de discutir isso agora... – ela murmurou.
- E quando vamos falar sobre isso, Carlie? Da próxima vez que acontecer? – ele perguntou, seu tom de voz se elevando.
- Claude...
- Nem tente pedir para eu me acalmar. Você faz ideia do que nos fez passar? Do susto e da angústia que nós três passamos tentando achar você? Nathan não estava nem no meio disso, e mesmo assim você o envolveu nessa bagunça toda!
- Hudson, eu... – Nathan tentou falar, mas foi cortado por Rachel, que entrou no quarto com um chá.
- Eu consigo ouvir você lá de baixo, Claude. – Rachel disse, olhando para o rapaz, seriamente. Ela então se sentou na cama, e estendeu o chá para Carlie, que murmurou um obrigado, e o tomou. – Hey, amigona. Só queria dizer que quando você estiver melhor amanhã... – o olhar suave de Rachel logo foi substituído por um de raiva e preocupação. – EU VOU TE DAR A MAIOR SURRA, FUI CLARA?!
Carlie se assustou com a reação de Rachel.
- Rach, eu...
- Carlie, você nunca mais pense em me dar um susto desses! Ainda bem que seu irmão me ligou, imagina o que teria acontecido se ele não tivesse ligado! – ela estendeu um dedo para Carlie. – Você nunca mais pense em fazer uma coisa dessas com a gente de novo, me entendeu? Eu espero que essa tenha sido a primeira e última vez que você tenta me matar do coração dessa forma!
Carlie riu um pouco, que causou Claude a perguntar:
- Do que você tá rindo?
- De vocês dois. – ela disse, olhando para Claude e Rachel. – Vocês parecem até a mamãe e o papai desse jeito.
Ambos Claude e Rachel suspiram, e giraram os olhos.
- Olha, nós só queremos seu bem, tá legal? – Rachel disse, acariciando os cabelos molhados de Carlie, que olhou para baixo. – Da próxima vez, Carlie, por favor... Fale conosco.
Carlie lutou contra as lágrimas que surgiram em seus olhos, e então assentiu com a cabeça. Rachel se aproximou dela, e a beijou na testa, trazendo-a para mais perto dela, num gesto protetor.
Carlie então olhou para Claude, como se esperasse que ele dissesse algo mais. Mas tudo que ele fez foi suspirar, e correr as mãos pelos cabelos, para apenas dizer:
- Só... Não faça mais isso.
E com isso, ele saiu do quarto. Rachel suspirou, sem retirar os olhos da porta escancarada, e então se levantou.
- Eu acho melhor eu ir atrás dele. – Rachel disse, olhando então para Nathan. – Você pode ficar aqui com ela?
Nathan assentiu.
- Ótimo.
Enquanto Rachel se preparava para sair, Carlie fracamente a chamou.
- Rach?
- Hm?
- Sem querer pedir muito, mas será que você pode me fazer um chocolate quente. Para tirar o gosto do chá?
Rachel lhe enviou um sorriso quase maternal.
- Claro que sim, Carles.
E ela saiu do quarto, deixando apenas Carlie e Nathan. Assim que a morena saiu, Nathan olhou para Carlie, se aproximando dela, e fazendo-lhe um carinho no cabelo, que causou um sorriso nela.
- O que você estava pensando, hein, Carlie? – ele perguntou, sua voz cansada.
Ela respirou fundo, e deixou seus olhos escaparem para o teto, encarando a forte luz amarela que estava lhe dando dor nos olhos. Mas ela achou que talvez merecesse aquela dor.
- Acho que não estava pensando. – ela concluiu, e logo o silêncio havia dominado o quarto.
---------------x-----------------
Quando Rachel desceu, ela encontrou Claude sentado em uma das cadeiras da mesa, com o rosto escondido entre as mãos. Rachel respirou fundo, e tomou alguns passos em direção a ele, sentando-se na cadeira ao lado dele.
- Para com isso, Claude. – ela falou, quase carinhosamente. – A Carlie está bem agora.
- Mas ela não estava duas horas atrás. – ele disse, finalmente baixando as mãos. Seus olhos estavam um pouco vermelhos, e ela deduziu que era porque ele estava muito cansado.
- Isso está no passado, Claude. O que importa é o agora.
- Não significa que não aconteceu. – ele disse, se levantando, e andando em direção à pia da cozinha. Ele pegou a xícara que Carlie tinha tomado seu chá em, e começou a lavá-la. Rachel apenas o assistia, atentamente. Foi finalmente quando ele acabou focando demais em sua raiva, e apertou a xícara com força, fazendo com que ela se quebrasse em sua mão. – Merd*!
Rachel fez uma careta, e se levantou, indo até ele, e logo o ajudando a limpar sua mão, tirando os cacos da caneca, e olhando a mão dele, que estava cortada.
- Venha cá... – ela disse, puxando-a para mesa. Ela praticamente o forçou a sentar, e foi até uma pequena bandeja, onde continha alguns guardanapos. Ela pegou três, e caminhou até ele, começando a ajuda-lo a limpar o ferimento. Claude fez algumas caretas, mas seu olhar estava levemente distante.
- Isso é tudo minha culpa. – ele finalmente disse, causando Rachel a olhar para ele. – Se... Se eu tivesse questionado mais, se eu tivesse feito ela ficar em casa, ela não teria... – ele não conseguiu completar a frase.
Rachel suspirou, quase sentindo a dor dele.
- Claude, pare de se punir tanto. Isso não foi culpa sua. Não tinha como você saber, a Carlie não é de fazer isso. – Rachel hesitou um pouco, e então cuidadosamente pousou sua mão em cima da dele, apertando-a levemente. – O importante é que ela está aqui, segura. Okay? Não é culpa sua.
Claude, novamente, não disse nada. Ele apenas ficou encarando a mão de Rachel que estava em cima da dele. Ele então finalmente lhe enviou um sorriso levemente amigável, o que era definitivamente novo para ela, e correspondeu o aperto na mão dela.
Eles ficaram assim por longos segundos, até que o clima estranho tomou conta, e eles largaram as mãos do outro imediatamente.
- Então, hm... – ele pigarreou, olhando para a mesa. – Você vai fazer o chocolate?
- Sim, claro. – ela disse, pigarreando também, e se levantando da cadeira, indo novamente até a bandeja onde estavam todos os ingredientes que ela precisava. – Eu faço, e depois vou para casa.
Claude ficou estranhamente calado por algum tempo, enquanto Rachel começava a fazer o chocolate quente para Carlie. Foi finalmente quando ela escutou a voz dele:
- Não vá.
Rachel ficou paralisada por alguns segundos, até que finalmente se virou para ele, um olhar interrogativo no rosto.
- Como?
Claude corou um pouco, enquanto avaliava sua escolha de palavras, e então se ajeitava na cadeira.
- É porque já está tarde. – ele se explicou. – E você está sozinha em casa, e eu acho que vou precisar de alguém aqui comigo para tomar conta da Carlie.
Rachel mordeu o lábio, como se pensasse no que deveria responder, então assentiu com a cabeça.
- Okay. – e lhe deu um leve sorriso, virando-se para o fogão, e começando a esquentar o chocolate.
------------x-------------
Jake respirou fundo, e jogou a bola de futebol no teto, praticamente brincando com ela como se fosse um tipo de ping-pong. A garota em seu lado dormia pacificamente, mas ele não poderia se importar menos. Mais uma vez, ele ia lá e cometia um dos erros que Claude vivia lhe criticando por fazer.
A verdade? Nem Jake sabia por que ele fazia isso. Ele poderia usar uma desculpa, e dizer que um homem tinha necessidades, e que Rachel não estava sendo a namorada do ano ultimamente. Mas aquilo não era culpa dela. Ele se sentia irritado, e frustrado pelo fato dela nunca realmente lhe deixar entrar no coração dela.
Eles conversariam, uma conversa casual, sobre como o dia estava, sobre seus amigos, mas Jake não conseguia lembrar da última vez que eles conversaram sobre alguma coisa real. Ou da última vez que ele prestou atenção em alguma das coisas que ela disse. E ele podia sentir que ela estava lentamente escapando entre seus dedos, e aquilo o assustava profundamente. Ele precisava de Rachel. Mas ele também precisava de alguém para se divertir.
E, Deus, ele amava a garota. Ele só não sabia mais o que fazer para que eles voltassem a ser o que eram antes. Então ele simplesmente desistiu, e resolveu continuar com a vida daquele jeito. Rachel sabia do que ele andava fazendo, e eles ainda estavam juntos, certo? Aquilo tinha que significar alguma coisa. Talvez ela aceitasse o fato dele precisar satisfazer suas necessidades. E eles podiam viver brigando, mas mesmo assim, ela sempre voltava para ele. Aquilo definitivamente significava que eles eram feitos um pro outro, certo?
Se não fosse isso, então ele realmente não sabia o que era.
-------------------------x-------------------------
- Eles parecem tão angelicais quando estão dormindo, não é? – Rachel murmurou, respirando fundo, seus braços cruzados.
- É. – Claude concordou, e então finalmente fez um aceno com a cabeça. – Ele parece ser um cara legal. O Nathan.
- Ele é. – Rachel disse, com firmeza, sem remover seus olhos dos dois adormecidos. – Sei que o conhecemos a, tipo, dois dias atrás, mas ele parece ser um cara bem legal.
Claude apenas assentiu com a cabeça. Alguns minutos de silêncio reinaram o local por uma longa duração de tempo, até que Rachel finalmente pigarreou.
- Acho melhor descermos. – ela disse, baixinho, para que apenas Claude ouvisse. Ele acenou com a cabeça, desligou a luz, e lentamente fechou a porta do quarto de Carlie, enquanto ele e Rachel saíam do local.
- Mais uma xícara de café?
Rachel riu levemente.
- Não estou com sono, só estou cansada. Foi um dia bem longo. – ela disse, estalando seu pescoço, e respirando fundo. – Especialmente para nós dois.
- É. – Claude concordou, estendendo seus pés, e os pousando em cima da mesa, deixando um leve rugido de prazer, por finalmente descansar, escapar por sua garganta.
Rachel o assistiu por um minuto, quando finalmente teve a coragem de falar:
- Nós conseguimos.
Claude ergueu o olhar para ela, o cenho franzido, como se perguntasse o que ela queria dizer com aquilo.
- Conseguimos o quê?
- É. – Claude teve que concordar com ela. – Até que você não é a pior pessoa do mundo para passar o tempo.
Rachel riu um pouco, quando passou os dedos pelos fios de seu próprio cabelo, e olhou para Claude, um sorriso brincando em seus lábios.
- Nós somos meio que amigos, Claude. Admita. – ela disse, com uma voz levemente brincalhona, mas ela estava falando sério.
Claude estreitou os olhos para ela, por um segundo, mas em seguida sorriu também, e disse, antes de tomar um gole de seu café:
- Meio que amigos.
- Okay. – ela disse, girando os olhos, e tomando um gole de café também.
Rachel assentiu.
- Claro que vai. Não imediatamente, é claro. Vai levar um tempo. Isso não é uma coisa que alguém simplesmente esquece e segue em frente. – ela suspirou. – Mas nós estamos aqui para ela. E ela sabe disso.
- Ama mesmo ela, não é?
- Claro que sim. – Rachel disse, carinhosamente, para em seguida aninhar seu rosto em uma das almofadas, e respirar fundo. – Parece que eu e você finalmente temos algo em comum, não é?
Claude suspirou, um sorriso brincando nos lábios, e disse:
- Obrigado, por falar nisso. – quando ela franziu o cenho, ele logo tratou de se explicar. – Se você não tivesse me parado hoje, eu...
- Tudo bem. – ela disse, erguendo um de seus ombros. – Parte de mim queria deixar você bater nele até ele virar esqueleto, mas... Você vale mais do que isso.
- Eu sei. – ele suspirou. – Só foi difícil lembrar disso na hora.
- É para isso que estou aqui, garoto do futebol. – ela disse, jogando uma almofada nele. – Eu sou a única que pode estragar a sua vida, me entendeu?
Claude assentiu, um sorriso brincalhão nos lábios.
- Okay.
- Ótimo. Agora liga essa televisão e vamos assistir um filme.
- Certo. Você faz a pipoca?
- Hunf. O que seria de você sem mim, Hudson?
Ele realmente não sabia.
FINALMENTE, ATUALIZEI! Desculpem pela demora, pessoal, mas aqui está. Ele ficou bem maior do que eu imaginava, por isso dividi ele desse jeito. Desculpem os capítulos serem tão grandes, prometo que vou tentar diminuir um pouco o tamanho deles.
Até a próxima
- Nathan, levanta. – Rachel disse, rapidamente, enquanto colocava sua jaqueta de couro, e calçava seu tênis. – Nós vamos sair.
- Huh? – O garoto perguntou, retirando seus olhos dos livros jogados para todos os lados. Ele esperava ver um leve sorriso no rosto de Rachel, mas logo se surpreendeu quando ele viu nada além de seriedade nas feições dela. – O que aconteceu?
- Não tenho tempo de contar. – ela disse, agarrando sua bolsa, e as chaves de seu carro. – Nós vamos dar uma parada rápida nos Hudson, para pegar o Claude, e aí nós vamos de vez.
Nathan se levantou, a mesma confusão em seus olhos, enquanto ele assistia Rachel andar de um lado pro outro.
- Rachel. – ele falou firme desta vez, fazendo com que ela o encarasse. – O que foi?
Rachel respirou fundo, enquanto corria os dedos por seu cabelo, e dizia:
- É a Carlie.
E ela não precisou dizer mais nada.
--------------------x------------------------
-... E aí ela arranjou um namorado. Tipo, do nada. – Carlie dizia, achando graça alto, enquanto Biron a encarava, levemente preocupado com o estado dela. Ela lhe jogou outra nota de um dólar. – Mais uma, Biron.
- Nada disso, Carlie – o louro disse. – Você já tomou muitas. Acho que já chega.
- Ugh. – ela fez, fazendo um beicinho. – Você é um chato, Biron. – e ela soluçou. – Eu ainda aguento muito, tá legal?
- Claro que sim. – ele disse, saindo do balcão, e se aproximando dela. – Venha cá, venha se deitar um pouco aqui atrás. Eu vou ligar para alguém vir lhe buscar.
Carlie tentou dizer algo, mas sua cabeça estava pesada demais, então ela apenas grunhiu, e deixou que Biron a guiasse até o pequeno quartinho que tinha por trás do balcão. Ele a deitou na cama, e logo se levantou.
- Espere apenas um pouco, que eu já ligo para seu irmão. – ele disse, lhe dando um sorriso simpático.
Carlie imediatamente arregalou os olhos.
- Você não pode ligar pro meu irmão. Ele não sabe que eu estou aqui, eu vim escondida. – e então ela começou a rir, de uma forma ‘garota’ demais. – Eu sou uma garota má. – e gargalhou ainda mais.
Biron a encarou estranhamente, e então assentiu, e voltou para o balcão.
O que ele não notou foi o homem grande que estava por perto, e aproveitou para entrar no quartinho.
Carlie encarou estranhamente enquanto o homem se aproximava dela.
- Quem diabos é você? – ela perguntou, enxugando os olhos.
- Meu nome não importa – o homem disse, sentando-se perto dela. – Ouvi sua história lá fora. Sobre como você precisa de algo para relaxar, e o Biron não vai lhe dar mais bebida.
Carlie ergueu uma sobrancelha.
- E...?
- Eu acho que tenho algo aqui para te animar... – ele disse, oferecendo a ela um estranho copo com um líquido vermelho. Carlie se aproximou e fez uma careta.
- Isso fede.
- Mas o efeito compensa. Acredite.
Carlie nem sequer raciocinou direito. Logo, ela estava tomando aquela bebida com o gosto pior do que fossa, e o cheiro não ficava para trás. Porém, logo ela se sentiu ainda mais tonta, e levou sua mão à boca, com vontade de vomitar.
- O que é isso? – ela choramingou.
- É uma bebida especial. Com uns comprimidinhos para te deixar mais relaxada. – ele disse, fazendo com que ela tomasse um passo para trás. Ele se inclinou mais na direção dela, falando diretamente e literalmente cara a cara. – Eu volto logo, querida. Por que você não me espera aqui para a gente terminar a festinha?
Carlie não conseguia falar nada, não conseguia raciocinar direito. Tudo que ela via parecia um borrão, mas ela escutou bem as palavras dele. E estas a assustaram. E por isso mesmo, ela logo buscou por seu celular, pronta para ligar para Rachel, quando percebeu que seu celular não estava lá.
Oh, merd*!
Ela olhou ao redor, quase desmaiando, e achou um celular perto da cama. Ela imediatamente o pegou, e começou a digitar o primeiro número de telefone que ela podia lembrar e ligou, antes que o homem retornasse.
-------------x--------------------
- Eu não acredito que ela mentiu para mim!
- Claude, se acalma, tá legal? – Rachel disse, sem tirar os olhos da estrada. – A gente tá quase chegando lá!
- Como você sabe onde ela está? – Nathan finalmente se manifestou. Ele estava sentado no banco de trás, enquanto Claude e Rachel estavam sentados no banco da frente, Claude reclamando sem parar, e Rachel dirigindo rapidamente, e com uma habilidade incrível.
- Ela me perguntou hoje onde esse bar era. Eu deveria saber que era para algo desse tipo. – Rachel disse, chateada consigo mesmo por ter dado as informações do lugar para Carlie.
- Onde é isso? – Claude perguntou, enquanto passava as mãos pelo cabelo.
- É no fim da cidade de São Francisco. – ela disse, olhando ao redor da ponte. – Estamos bem perto, mas nós definitivamente andaríamos mais rápido se não fosse por causa desse trânsito DESNECESSÁRIO!
- O que mais você sabe desse lugar? – Claude perguntou.
- O Biron trabalha lá.
- Quem é Biron?
- Ele é um rapaz que eu e a Carlie conhecemos ano passado. Ele é gente boa, mas quando falta grana, ele trabalha lá por uns tempos. – ela disse, tentando ficar calma. – Se a Carlie estiver com algum problema, pelo menos ele vai tentar ajudar.
- Uma preocupação a menos – Claude murmurou, enquanto batia seu pé repetidamente sobre o chão do carro.
Foi finalmente quando o celular de Nathan tocou, e ele o atendeu imediatamente.
- Alô? – ele disse, estranhamente, já que a ligação vinha de um número desconhecido.
- N-Nate?
Nathan imediatamente reconheceu a voz.
- É a Carlie! – ele disse, enquanto Rachel dava um suspiro de alívio, e Claude praticamente virava o assento para trás. – Carlie, você pode me ouvir? A ligação tá esquisita...
- Nate, eu... Eu me meti em encrenca...
O sorriso de Nathan imediatamente desapareceu.
- Como assim se meteu em encrenca?
- Um cara, ele... Ele me deu uma bebida, e agora eu... – ela começou a tossir.
- Oh, não – Nathan disse, tentando ignorar os gritos de Claude que ordenavam que ele lhe passasse o celular. – Carlie? O que aconteceu? Carlie?
- Nate... Me ajuda... – foi tudo que ele ouviu, até a ligação cair.
- Merd*! – Nathan disse, jogando o celular com força no banco.
- O que foi? O que aconteceu? – Claude repetia sem parar.
- Ela... – Nathan engoliu em seco. – Ela disse que um cara deu algo para ela beber, e depois disse que tava em encrenca, e precisava de ajuda. E depois a ligação caiu.
- P*rra! – Claude grunhiu, chutando a porta do carro. – Isso é tudo minha culpa! Eu não devia ter deixado ela sair...
- Claude, a última coisa que você deve sentir agora é culpa. – Rachel disse, ainda concentrada na estrada, enquanto ela virava algumas curvas. – Vamos nos concentrar em acha-la, okay? É a nossa prioridade, lembra?
Claude apenas assentiu.
- Acelera, Rachel, por favor. – ele pediu, angustiado, passando a mão pelos cabelos castanhos, que estavam ainda mais bagunçados.
Rachel suspirou, e o olhou de canto de olho, se sentindo tão angustiada quanto ele. E foi com isso que ela pressionou seu pé contra o acelerador, e foi na velocidade máxima.
---------------x---------------------
Quando eles finalmente chegaram, eles praticamente pularam para fora do carro, e caminharam até a entrada do bar. Felizmente, não havia nenhum segurança, e eles entraram facilmente.
- Biron! – Rachel chamou, assim que reconheceu o louro.
- Woodsen? – ele disse, surpreso em vê-la. – O que faz aqui?
- Eu procuro a Carlie. Ela veio para cá hoje, não veio? – Rachel disse, sem perder tempo.
- Oh, sim. – Biron disse. – Eu estava prestes a ligar. Ela bebeu muito, então a coloquei lá dentro para ela descansar.
- Não, espera... – Nathan disse, se aproximando. – Ela disse que um cara deu uma bebida esquisita para ela. E depois a ligação caiu.
Biron franziu o cenho.
- Bebida esquisita? Mas eu não dei nada para ela além de álcool. – ele olhou ao redor. – Detron, você sabe se...? – Biron olhou mais uma vez por seu companheiro de balcão, e não o encontrou. – Onde ele se meteu?
E Rachel imediatamente reconheceu a situação.
- Sai da frente, Biron. – Rachel disse, subindo pelo balcão, e descendo, logo indo até a fechadura da porta. Ela tentou abrir, mas estava obviamente trancada. – Tá trancado.
- O que? – Biron ficou em choque. – Mas eu não tranquei.
- Não foi você. – Claude disse, quase tremendo em ódio, enquanto ele entrava pelo balcão. – Se afaste, Rachel.
Rachel se afastou, como ele pediu, enquanto ele respirava fundo, e sacava um chute forte na porta, que foi o suficiente para arrombá-la e derrubá-la.
E a vista que ele teve fez seus olhos ficarem vermelhos.
- SAIA DE CIMA DA MINHA IRMÃ, SEU FILHO DA ÉGUA! – Claude disse, saltando sobre o homem que tentava despir sua irmã, e jogando-o no chão. Rachel e Nathan imediatamente correram até Carlie, e a ajudaram a ficar de pé, porém ela estava inconsciente.
Rachel murmurava vários palavrões, enquanto continuava tentando fazer sua amiga ficar em pé, mas o corpo da garota estava completamente mole.
- O que você deu a ela? – Rachel perguntou, raivosa, enquanto deixava Carlie nos braços de Nathan, e se aproximava do cara que Claude estava praticamente enforcando.
O homem riu.
- Eu só queria me divertir.
Claude lhe deu outro soco.
- O. QUE. VOCÊ. DEU. A. ELA? – ele repetiu, raivosamente, apertando suas mãos ao redor do pescoço do homem, que estava começando a tossir.
O homem tentou resistir, mas o medo estava lhe comendo por completo.
- Um boa noite cinderela, okay? – o homem disse. – Como dito, eu só queria me divert...
Claude lhe atingiu com outro soco. O homem estava ficando zonzo, enquanto era atingido com mais golpes. Claude realmente não se importava se ele fosse preso por aquilo, mas ele iria acabar com aquele imbecil ali e agora mesmo.
- Claude! – Rachel exclamava, cutucando-o. – Solta ele, ele não vale a pena.
- Não! – Claude exclamava. – Ele merece sim! Ele machucou a minha irmã!
- Carlie vai ficar bem, nós vamos cuidar dela! – Claude não fez nada. – Claude!
Ela finalmente chamou a atenção dele. Os olhos dele brilhavam em fúria, e ela queria muito que ele continuasse a torturar o imbecil que ele estava enforcando, mas ela sabia que ele valia muito mais do que aquilo. Ele tinha muito a perder, e aquele homem definitivamente não valia a pena tudo aquilo.
- Solta ele. – ela sussurrou, calmamente. – A sua irmã precisa de você agora.
O olhar de Claude suavizou um pouco, e ele parecia estar tendo uma luta interna, quando finalmente soltou o homem, mas não sem antes soca-lo mais uma vez no estômago.
Ele então finalmente andou até sua irmã, e a pegou nos braços, carregando-a para fora do lugar, sendo seguido por Nathan.
Rachel estava prestes a segui-los, quando ela ouviu um risada nojenta vinda do chão. Ela olhou para baixo, e viu o homem rindo.
- Você é bem gostosa, né não?
O que ele recebeu de resposta foi um chute bem na cara, que o deixou imediatamente inconsciente.
- Porco nojento – Rachel disse, em desgosto, agarrando sua bolsa, e saindo de lá.
---------------x---------------------
A saída do Hell House de volta para a casa dos Hudson no meio da cidade de São Francisco foi uma viagem bem longa. Nathan ficou atrás com Carlie, cuidando dela, e a ajudando a vomitar quando ela acordou. Claude e Rachel, mais uma vez, iam na frente, ambos tensos, e com as cabeças pesadas. E quando finalmente chegaram em casa, Nathan foi o que carregou Carlie desta vez. Claude abriu a porta, e todos eles entraram. Nathan a carregou até a porta do quarto dela, e a partir dali, Rachel assumiu o controle, indo dar um banho na garota.
Enquanto eles esperavam Rachel terminar de dar banho em Carlie, ambos Nathan e Claude estavam sentados em silêncio na sala. Nathan estava preocupado, mas estava bem na cara que Claude pareia mais distante do que ele. Ele se culpava, e Nathan sabia disso.
- Não foi sua culpa. – Nathan disse, chamando a atenção do outro. – Ninguém aqui acha isso, então você não deveria achar também.
Claude não chegou a responder. Não queria responder, e mesmo que quisesse, Rachel chegou bem na hora, com sua roupa um pouco molhada, e a expressão cansada.
- Ela já está toda banhada. Joguei uma boa quantidade de água fria nela. – Rachel disse. – Ela está deitada agora, meio acordada, caso queiram ver ela. Eu vou preparar um chá para ela tomar.
Ambos Nathan e Claude assentiram com a cabeça, e se levantaram ao mesmo tempo, caminhando até o quarto de Carlie.
Quando chegaram lá, a encontraram deitada na cama, vestida num roupão branco, com os cabelos molhados, e os olhos semiabertos.
Ela logo avistou Nathan e Claude, e deu um sorriso fraco para os dois.
- Hey. – a voz dela saiu meio embargada.
Claude não disse nada. Nathan, porém, se aproximou dela e sentou-se na cama com ela.
- Você nos deu um grande susto hoje, Carlie. – Nathan disse.
- É, desculpa por isso. – Ela disse, suspirando.
Foi finalmente quando Claude se manifestou:
- Você mentiu para mim, se embriagou num bar qualquer, se meteu numa das piores encrencas do mundo, e tudo que tem a dizer é ‘desculpa por isso’? – ele perguntou, se aproximando.
Carlie suspirou novamente, franzindo o cenho.
- Claude, eu realmente não gostaria de discutir isso agora... – ela murmurou.
- E quando vamos falar sobre isso, Carlie? Da próxima vez que acontecer? – ele perguntou, seu tom de voz se elevando.
- Claude...
- Nem tente pedir para eu me acalmar. Você faz ideia do que nos fez passar? Do susto e da angústia que nós três passamos tentando achar você? Nathan não estava nem no meio disso, e mesmo assim você o envolveu nessa bagunça toda!
- Hudson, eu... – Nathan tentou falar, mas foi cortado por Rachel, que entrou no quarto com um chá.
- Eu consigo ouvir você lá de baixo, Claude. – Rachel disse, olhando para o rapaz, seriamente. Ela então se sentou na cama, e estendeu o chá para Carlie, que murmurou um obrigado, e o tomou. – Hey, amigona. Só queria dizer que quando você estiver melhor amanhã... – o olhar suave de Rachel logo foi substituído por um de raiva e preocupação. – EU VOU TE DAR A MAIOR SURRA, FUI CLARA?!
Carlie se assustou com a reação de Rachel.
- Rach, eu...
- Carlie, você nunca mais pense em me dar um susto desses! Ainda bem que seu irmão me ligou, imagina o que teria acontecido se ele não tivesse ligado! – ela estendeu um dedo para Carlie. – Você nunca mais pense em fazer uma coisa dessas com a gente de novo, me entendeu? Eu espero que essa tenha sido a primeira e última vez que você tenta me matar do coração dessa forma!
Carlie riu um pouco, que causou Claude a perguntar:
- Do que você tá rindo?
- De vocês dois. – ela disse, olhando para Claude e Rachel. – Vocês parecem até a mamãe e o papai desse jeito.
Ambos Claude e Rachel suspiram, e giraram os olhos.
- Olha, nós só queremos seu bem, tá legal? – Rachel disse, acariciando os cabelos molhados de Carlie, que olhou para baixo. – Da próxima vez, Carlie, por favor... Fale conosco.
Carlie lutou contra as lágrimas que surgiram em seus olhos, e então assentiu com a cabeça. Rachel se aproximou dela, e a beijou na testa, trazendo-a para mais perto dela, num gesto protetor.
Carlie então olhou para Claude, como se esperasse que ele dissesse algo mais. Mas tudo que ele fez foi suspirar, e correr as mãos pelos cabelos, para apenas dizer:
- Só... Não faça mais isso.
E com isso, ele saiu do quarto. Rachel suspirou, sem retirar os olhos da porta escancarada, e então se levantou.
- Eu acho melhor eu ir atrás dele. – Rachel disse, olhando então para Nathan. – Você pode ficar aqui com ela?
Nathan assentiu.
- Ótimo.
Enquanto Rachel se preparava para sair, Carlie fracamente a chamou.
- Rach?
- Hm?
- Sem querer pedir muito, mas será que você pode me fazer um chocolate quente. Para tirar o gosto do chá?
Rachel lhe enviou um sorriso quase maternal.
- Claro que sim, Carles.
E ela saiu do quarto, deixando apenas Carlie e Nathan. Assim que a morena saiu, Nathan olhou para Carlie, se aproximando dela, e fazendo-lhe um carinho no cabelo, que causou um sorriso nela.
- O que você estava pensando, hein, Carlie? – ele perguntou, sua voz cansada.
Ela respirou fundo, e deixou seus olhos escaparem para o teto, encarando a forte luz amarela que estava lhe dando dor nos olhos. Mas ela achou que talvez merecesse aquela dor.
- Acho que não estava pensando. – ela concluiu, e logo o silêncio havia dominado o quarto.
---------------x-----------------
Quando Rachel desceu, ela encontrou Claude sentado em uma das cadeiras da mesa, com o rosto escondido entre as mãos. Rachel respirou fundo, e tomou alguns passos em direção a ele, sentando-se na cadeira ao lado dele.
- Para com isso, Claude. – ela falou, quase carinhosamente. – A Carlie está bem agora.
- Mas ela não estava duas horas atrás. – ele disse, finalmente baixando as mãos. Seus olhos estavam um pouco vermelhos, e ela deduziu que era porque ele estava muito cansado.
- Isso está no passado, Claude. O que importa é o agora.
- Não significa que não aconteceu. – ele disse, se levantando, e andando em direção à pia da cozinha. Ele pegou a xícara que Carlie tinha tomado seu chá em, e começou a lavá-la. Rachel apenas o assistia, atentamente. Foi finalmente quando ele acabou focando demais em sua raiva, e apertou a xícara com força, fazendo com que ela se quebrasse em sua mão. – Merd*!
Rachel fez uma careta, e se levantou, indo até ele, e logo o ajudando a limpar sua mão, tirando os cacos da caneca, e olhando a mão dele, que estava cortada.
- Venha cá... – ela disse, puxando-a para mesa. Ela praticamente o forçou a sentar, e foi até uma pequena bandeja, onde continha alguns guardanapos. Ela pegou três, e caminhou até ele, começando a ajuda-lo a limpar o ferimento. Claude fez algumas caretas, mas seu olhar estava levemente distante.
- Isso é tudo minha culpa. – ele finalmente disse, causando Rachel a olhar para ele. – Se... Se eu tivesse questionado mais, se eu tivesse feito ela ficar em casa, ela não teria... – ele não conseguiu completar a frase.
Rachel suspirou, quase sentindo a dor dele.
- Claude, pare de se punir tanto. Isso não foi culpa sua. Não tinha como você saber, a Carlie não é de fazer isso. – Rachel hesitou um pouco, e então cuidadosamente pousou sua mão em cima da dele, apertando-a levemente. – O importante é que ela está aqui, segura. Okay? Não é culpa sua.
Claude, novamente, não disse nada. Ele apenas ficou encarando a mão de Rachel que estava em cima da dele. Ele então finalmente lhe enviou um sorriso levemente amigável, o que era definitivamente novo para ela, e correspondeu o aperto na mão dela.
Eles ficaram assim por longos segundos, até que o clima estranho tomou conta, e eles largaram as mãos do outro imediatamente.
- Então, hm... – ele pigarreou, olhando para a mesa. – Você vai fazer o chocolate?
- Sim, claro. – ela disse, pigarreando também, e se levantando da cadeira, indo novamente até a bandeja onde estavam todos os ingredientes que ela precisava. – Eu faço, e depois vou para casa.
Claude ficou estranhamente calado por algum tempo, enquanto Rachel começava a fazer o chocolate quente para Carlie. Foi finalmente quando ela escutou a voz dele:
- Não vá.
Rachel ficou paralisada por alguns segundos, até que finalmente se virou para ele, um olhar interrogativo no rosto.
- Como?
Claude corou um pouco, enquanto avaliava sua escolha de palavras, e então se ajeitava na cadeira.
- É porque já está tarde. – ele se explicou. – E você está sozinha em casa, e eu acho que vou precisar de alguém aqui comigo para tomar conta da Carlie.
Rachel mordeu o lábio, como se pensasse no que deveria responder, então assentiu com a cabeça.
- Okay. – e lhe deu um leve sorriso, virando-se para o fogão, e começando a esquentar o chocolate.
------------x-------------
Jake respirou fundo, e jogou a bola de futebol no teto, praticamente brincando com ela como se fosse um tipo de ping-pong. A garota em seu lado dormia pacificamente, mas ele não poderia se importar menos. Mais uma vez, ele ia lá e cometia um dos erros que Claude vivia lhe criticando por fazer.
A verdade? Nem Jake sabia por que ele fazia isso. Ele poderia usar uma desculpa, e dizer que um homem tinha necessidades, e que Rachel não estava sendo a namorada do ano ultimamente. Mas aquilo não era culpa dela. Ele se sentia irritado, e frustrado pelo fato dela nunca realmente lhe deixar entrar no coração dela.
Eles conversariam, uma conversa casual, sobre como o dia estava, sobre seus amigos, mas Jake não conseguia lembrar da última vez que eles conversaram sobre alguma coisa real. Ou da última vez que ele prestou atenção em alguma das coisas que ela disse. E ele podia sentir que ela estava lentamente escapando entre seus dedos, e aquilo o assustava profundamente. Ele precisava de Rachel. Mas ele também precisava de alguém para se divertir.
E, Deus, ele amava a garota. Ele só não sabia mais o que fazer para que eles voltassem a ser o que eram antes. Então ele simplesmente desistiu, e resolveu continuar com a vida daquele jeito. Rachel sabia do que ele andava fazendo, e eles ainda estavam juntos, certo? Aquilo tinha que significar alguma coisa. Talvez ela aceitasse o fato dele precisar satisfazer suas necessidades. E eles podiam viver brigando, mas mesmo assim, ela sempre voltava para ele. Aquilo definitivamente significava que eles eram feitos um pro outro, certo?
Se não fosse isso, então ele realmente não sabia o que era.
It's funny how,
The walk of life,
Can take you down
Without a fight
.The walk of life,
Can take you down
Without a fight
-------------------------x-------------------------
So many years,
Can leave behind,
Regretfully until it's time,
To realize that moment,
When you turn around.
Já devia ser pelo menos umas duas horas da manhã, até que Carlie e Nathan finalmente pegaram no sono. Nathan havia adormecido na cadeira, e Carlie dormia pacificamente na cama. Enquanto isso, ambos Claude e Rachel estavam na porta, apenas encarando os dois dorminhocos com pequenos sorrisinhos no rosto.Can leave behind,
Regretfully until it's time,
To realize that moment,
When you turn around.
- Eles parecem tão angelicais quando estão dormindo, não é? – Rachel murmurou, respirando fundo, seus braços cruzados.
- É. – Claude concordou, e então finalmente fez um aceno com a cabeça. – Ele parece ser um cara legal. O Nathan.
- Ele é. – Rachel disse, com firmeza, sem remover seus olhos dos dois adormecidos. – Sei que o conhecemos a, tipo, dois dias atrás, mas ele parece ser um cara bem legal.
Claude apenas assentiu com a cabeça. Alguns minutos de silêncio reinaram o local por uma longa duração de tempo, até que Rachel finalmente pigarreou.
- Acho melhor descermos. – ela disse, baixinho, para que apenas Claude ouvisse. Ele acenou com a cabeça, desligou a luz, e lentamente fechou a porta do quarto de Carlie, enquanto ele e Rachel saíam do local.
I'm coming home
To breath again, to start again,
I'm coming home
From all the places
I have been,
With nothing but,
A voice within
That calls me...
Calls me home.
Eles finalmente desceram as escadas, e chegaram na sala. Rachel se sentou no sofá, e deixou um bocejo escapar pelos seus lábios. Claude riu com a ação dela, e se sentou no outro sofá, cuidadosamente, ligando a televisão em seguida, e dizendo:To breath again, to start again,
I'm coming home
From all the places
I have been,
With nothing but,
A voice within
That calls me...
Calls me home.
- Mais uma xícara de café?
Rachel riu levemente.
- Não estou com sono, só estou cansada. Foi um dia bem longo. – ela disse, estalando seu pescoço, e respirando fundo. – Especialmente para nós dois.
- É. – Claude concordou, estendendo seus pés, e os pousando em cima da mesa, deixando um leve rugido de prazer, por finalmente descansar, escapar por sua garganta.
Rachel o assistiu por um minuto, quando finalmente teve a coragem de falar:
- Nós conseguimos.
Claude ergueu o olhar para ela, o cenho franzido, como se perguntasse o que ela queria dizer com aquilo.
- Conseguimos o quê?
Back in the day,
When I was younger
I was so lost and proud
I've gained the world
But If I never,
Compare of what
I've heard.
In the quiet morning,
When the earth holds still.
- Você disse hoje que talvez não fosse possível sermos amigos, ou trabalhar como um time, mas nós conseguimos. – ela disse, a voz com leve orgulho. – Nós conseguimos trabalhar como um time hoje.When I was younger
I was so lost and proud
I've gained the world
But If I never,
Compare of what
I've heard.
In the quiet morning,
When the earth holds still.
- É. – Claude teve que concordar com ela. – Até que você não é a pior pessoa do mundo para passar o tempo.
Rachel riu um pouco, quando passou os dedos pelos fios de seu próprio cabelo, e olhou para Claude, um sorriso brincando em seus lábios.
- Nós somos meio que amigos, Claude. Admita. – ela disse, com uma voz levemente brincalhona, mas ela estava falando sério.
Claude estreitou os olhos para ela, por um segundo, mas em seguida sorriu também, e disse, antes de tomar um gole de seu café:
- Meio que amigos.
- Okay. – ela disse, girando os olhos, e tomando um gole de café também.
I'm coming home
To breath again,
To start again,
I'm coming home
From all the places
I have been,
With nothing but,
A voice within
That calls me...
Calls me home.
- Ela vai ficar bem, não é? – ele disse, de repente. – A Carlie?To breath again,
To start again,
I'm coming home
From all the places
I have been,
With nothing but,
A voice within
That calls me...
Calls me home.
Rachel assentiu.
- Claro que vai. Não imediatamente, é claro. Vai levar um tempo. Isso não é uma coisa que alguém simplesmente esquece e segue em frente. – ela suspirou. – Mas nós estamos aqui para ela. E ela sabe disso.
Calls me home...
Oh...
I'm coming home
To breath again,
To start again...
Claude lambeu seus lábios, e então deu um meio sorriso gentil para Rachel.Oh...
I'm coming home
To breath again,
To start again...
- Ama mesmo ela, não é?
- Claro que sim. – Rachel disse, carinhosamente, para em seguida aninhar seu rosto em uma das almofadas, e respirar fundo. – Parece que eu e você finalmente temos algo em comum, não é?
Claude suspirou, um sorriso brincando nos lábios, e disse:
- Obrigado, por falar nisso. – quando ela franziu o cenho, ele logo tratou de se explicar. – Se você não tivesse me parado hoje, eu...
- Tudo bem. – ela disse, erguendo um de seus ombros. – Parte de mim queria deixar você bater nele até ele virar esqueleto, mas... Você vale mais do que isso.
- Eu sei. – ele suspirou. – Só foi difícil lembrar disso na hora.
- É para isso que estou aqui, garoto do futebol. – ela disse, jogando uma almofada nele. – Eu sou a única que pode estragar a sua vida, me entendeu?
Claude assentiu, um sorriso brincalhão nos lábios.
- Okay.
- Ótimo. Agora liga essa televisão e vamos assistir um filme.
- Certo. Você faz a pipoca?
- Hunf. O que seria de você sem mim, Hudson?
Ele realmente não sabia.
I'm coming home
To breath again,
To start again,
I'm coming home
From all the places
I have been,
With nothing but,
A voice within
That calls me...
-----------x---------------To breath again,
To start again,
I'm coming home
From all the places
I have been,
With nothing but,
A voice within
That calls me...
FINALMENTE, ATUALIZEI! Desculpem pela demora, pessoal, mas aqui está. Ele ficou bem maior do que eu imaginava, por isso dividi ele desse jeito. Desculpem os capítulos serem tão grandes, prometo que vou tentar diminuir um pouco o tamanho deles.
Até a próxima
Re: I Can't Stay (+16)
Comentário para "Continuação: Parte 2"
Aaaah Lys, que bom que já voltou a postar, eu já estava sentido saudade dessa história!
Querida, só uma dúvida: quando vc diz “sair com caras diferentes a cada pessoa” é mesmo assim ou é mais algo do género “sair com caras diferentes a cada semana”? eu só achei estranho, mas se for mesmo a intenção deixa pra lá, vc sabe que eu às vezes ainda me confundo um pouco com o português do brasil e essa pode ser uma expressão que eu não conheça
Aahhhahahahhahh os professores logo mudam de expressão quando nós falamos que estamos com dor de qualquer coisa! Eles têm tanto medo que a gente caía pro lado no meio das suas aulas que procuram logo uma maneira de ajudar xD
Oooohhh a menina se chama Leah e quase se veste como a Rachel do Glee *-* se vê bem onde foi buscar a inspiração flor, continue, acho que estava faltando uma menina tímida no grupinho dessa história (além de Carlie, pronto, mas Carlie não é tão timida assim, é mais… bem, vc entende o que eu quero dizer)
“Hoje vai passar uma maratona de Sobrenatural” kkkkkkkkkkk rachei agora kkkkk
Uuuuiii agora vai meter os dois a trabalhar juntos, ai vai dar problema de certeza hahahahhaha
“Legume estragado” aaaaaaaaaaaaaaaaaai nunca ri tanto na minha vida oh meu deus hahahahahahhahahh:lol!:
Aii Lys não faiz isso comigo! A Rachel TEM DE FICAR com o Claude, por mais guerrinhas que haja entre eles, por favor não tenta juntá-la com o Nate não! O Nathan é muito fofo mas não pra ela, e depois começa a tocar aquela música tão romãntica quanto eles subiram na moto… não é justo!
Ai a Carlie corta cabeças de bonecas, que psico!
“Sabe como é ter... Sentimentos fortes e profundos por alguém, e mesmo assim... Você não pode contar para essa pessoa sobre como você se sente, por que ela está com outra pessoa?
O olhar de Claude logo se tornou distante, enquanto ele respirava fundo.
- Eu sei. – ele disse, fazendo com que a irmã se assustasse com sua resposta. – É muito louco.” AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI que lindoooo, já começa a dar dicas pela Rachel! Que amoroso Lys, adorei essa parte!
Ai ele levantando a Rachel que cavalheiro e que querido… ai Lys tudo que voce escreve desses dois é maravilhoso *-*
Essa quase-queda da Rachel merecia um prémio. Que momento incrível e tão bem descrito, Lys, muitos parabens!
Aiii a Carlie pensando no Nate… eu sei que o amor eterno dela é a Alexia, mas ela ia ficar tão bem com esse garoto… a maneira como ela pensa nele é adorável e de certeza que ele, se namorasse com ela, jamais deixaria que ela fosse pra um bar beber dessa maneira…
Rei Leão 3 em 1… aii que máximo, o quanto eu ri agorinha!!!!
Oh meu deus, a Carlie desapareceu, e agora?!?
Lys essa parte foi ótima mesmo, adorei sério! Vou já já ler a próxima, espero que esteja tão boa como essa!
Aaaah Lys, que bom que já voltou a postar, eu já estava sentido saudade dessa história!
Querida, só uma dúvida: quando vc diz “sair com caras diferentes a cada pessoa” é mesmo assim ou é mais algo do género “sair com caras diferentes a cada semana”? eu só achei estranho, mas se for mesmo a intenção deixa pra lá, vc sabe que eu às vezes ainda me confundo um pouco com o português do brasil e essa pode ser uma expressão que eu não conheça
Aahhhahahahhahh os professores logo mudam de expressão quando nós falamos que estamos com dor de qualquer coisa! Eles têm tanto medo que a gente caía pro lado no meio das suas aulas que procuram logo uma maneira de ajudar xD
Oooohhh a menina se chama Leah e quase se veste como a Rachel do Glee *-* se vê bem onde foi buscar a inspiração flor, continue, acho que estava faltando uma menina tímida no grupinho dessa história (além de Carlie, pronto, mas Carlie não é tão timida assim, é mais… bem, vc entende o que eu quero dizer)
“Hoje vai passar uma maratona de Sobrenatural” kkkkkkkkkkk rachei agora kkkkk
Uuuuiii agora vai meter os dois a trabalhar juntos, ai vai dar problema de certeza hahahahhaha
“Legume estragado” aaaaaaaaaaaaaaaaaai nunca ri tanto na minha vida oh meu deus hahahahahahhahahh:lol!:
Aii Lys não faiz isso comigo! A Rachel TEM DE FICAR com o Claude, por mais guerrinhas que haja entre eles, por favor não tenta juntá-la com o Nate não! O Nathan é muito fofo mas não pra ela, e depois começa a tocar aquela música tão romãntica quanto eles subiram na moto… não é justo!
Ai a Carlie corta cabeças de bonecas, que psico!
“Sabe como é ter... Sentimentos fortes e profundos por alguém, e mesmo assim... Você não pode contar para essa pessoa sobre como você se sente, por que ela está com outra pessoa?
O olhar de Claude logo se tornou distante, enquanto ele respirava fundo.
- Eu sei. – ele disse, fazendo com que a irmã se assustasse com sua resposta. – É muito louco.” AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAI que lindoooo, já começa a dar dicas pela Rachel! Que amoroso Lys, adorei essa parte!
Ai ele levantando a Rachel que cavalheiro e que querido… ai Lys tudo que voce escreve desses dois é maravilhoso *-*
Essa quase-queda da Rachel merecia um prémio. Que momento incrível e tão bem descrito, Lys, muitos parabens!
Aiii a Carlie pensando no Nate… eu sei que o amor eterno dela é a Alexia, mas ela ia ficar tão bem com esse garoto… a maneira como ela pensa nele é adorável e de certeza que ele, se namorasse com ela, jamais deixaria que ela fosse pra um bar beber dessa maneira…
Rei Leão 3 em 1… aii que máximo, o quanto eu ri agorinha!!!!
Oh meu deus, a Carlie desapareceu, e agora?!?
Lys essa parte foi ótima mesmo, adorei sério! Vou já já ler a próxima, espero que esteja tão boa como essa!
Jess Silver- Mensagens : 958
Pontos : 6662
Data de inscrição : 20/08/2011
Localização : Com o Damon... a caminhar pelo Paraíso... ^^
Re: I Can't Stay (+16)
Comentário de "Continuação: Parte 3"
Aiii a Carlie não devia ter feito isso, que besteira, que irresponsabilidade! Eu só espero que nada de mal aconteça com ela meu deus….
A cena do salvamento foi fenomenal, Lys. Uma das melhores que já li, juro! Não consegui nem despegar os olhos, foi muito boa. Aquele porco nojento realmente mereceu o que recebeu, que filho da chata!
Mas a maneira como a Rachel, o Claude e o Nathan salvaram a Carlie foi tão bonita… e o Nate ajudando ela no quarto enquanto a Rachel e o Claude desciam pra cozinha foi tão linda também! Acho que estou me apaixonando cada vez mais por esses dois, a maneira como eles já se encaram é linda mesmo! Quem diria que, depois da maneira como discutiram no escritório do diretor nessa manhã, agora estariam se tratando desse jeito… foi lindo, Lys, muito bom!
Oooooiiinnn a Rachel e o Claude finalmente admitiram que serão amigos e vão até ver um filme com pipoca!
Lys não sei como pôde ser tão má e parar justo nessa parte! Eu quero ver o que vai acontecer a seguir, por amor de Deus posta logo, sim? Esse momento será épico!
Tem de me dedicar o capitulo, taaah?
Muito obrigada por continuar me encantando com essa história, está linda linda linda! Muitos parabéns querida!
Aiii a Carlie não devia ter feito isso, que besteira, que irresponsabilidade! Eu só espero que nada de mal aconteça com ela meu deus….
A cena do salvamento foi fenomenal, Lys. Uma das melhores que já li, juro! Não consegui nem despegar os olhos, foi muito boa. Aquele porco nojento realmente mereceu o que recebeu, que filho da chata!
Mas a maneira como a Rachel, o Claude e o Nathan salvaram a Carlie foi tão bonita… e o Nate ajudando ela no quarto enquanto a Rachel e o Claude desciam pra cozinha foi tão linda também! Acho que estou me apaixonando cada vez mais por esses dois, a maneira como eles já se encaram é linda mesmo! Quem diria que, depois da maneira como discutiram no escritório do diretor nessa manhã, agora estariam se tratando desse jeito… foi lindo, Lys, muito bom!
Oooooiiinnn a Rachel e o Claude finalmente admitiram que serão amigos e vão até ver um filme com pipoca!
Lys não sei como pôde ser tão má e parar justo nessa parte! Eu quero ver o que vai acontecer a seguir, por amor de Deus posta logo, sim? Esse momento será épico!
Tem de me dedicar o capitulo, taaah?
Muito obrigada por continuar me encantando com essa história, está linda linda linda! Muitos parabéns querida!
Jess Silver- Mensagens : 958
Pontos : 6662
Data de inscrição : 20/08/2011
Localização : Com o Damon... a caminhar pelo Paraíso... ^^
Re: I Can't Stay (+16)
Gente, mais uma vez, me desculpem pelo atraso de capítulos. Sempre que tenho bloqueio para escrever, começo outra história, e essa outra história começa a tomar meu tempo, e quando me toco, estou escrevendo várias histórias ao mesmo tempo, e meu tempo para escrever diminui.
Tanto que eu já estou escrevendo alguns capítulos, mas parece que alguma coisa sempre acontece para me impedir de postar, o que no caso deste foi que eu salvei o capítulo num pendrive, já que meu Netbook tava sem internet, e eu achei que ia ficar indo para o escritório da minha mãe para escrever, mas acabou que a minha internet voltou e eu esqueci de tirar a história do pendrive.
E o que acontece? Meu pendrive some.
Isso mesmo.
Estou procurando ele já fazem três dias, e já estou ficando maluca.
E como dito, também tem essas outras três histórias que estou escrevendo, que são:
- Criminal (+16)
- Summer Love (+16)
- Serendipity (+17)
Talvez quando elas tiverem mais avançadas, eu possa até postar elas aqui, mas por enquanto, minha prioridade é conseguir postar pelo menos até o capítulo 19 em ICS até o fim de ano.
Agradeço por aqueles que ainda se interessam em minha história, e assim que eu encontrar o maldito pendrive, prometo que ganharão o capítulo.
Lys.
Tanto que eu já estou escrevendo alguns capítulos, mas parece que alguma coisa sempre acontece para me impedir de postar, o que no caso deste foi que eu salvei o capítulo num pendrive, já que meu Netbook tava sem internet, e eu achei que ia ficar indo para o escritório da minha mãe para escrever, mas acabou que a minha internet voltou e eu esqueci de tirar a história do pendrive.
E o que acontece? Meu pendrive some.
Isso mesmo.
Estou procurando ele já fazem três dias, e já estou ficando maluca.
E como dito, também tem essas outras três histórias que estou escrevendo, que são:
- Criminal (+16)
- Summer Love (+16)
- Serendipity (+17)
Talvez quando elas tiverem mais avançadas, eu possa até postar elas aqui, mas por enquanto, minha prioridade é conseguir postar pelo menos até o capítulo 19 em ICS até o fim de ano.
Agradeço por aqueles que ainda se interessam em minha história, e assim que eu encontrar o maldito pendrive, prometo que ganharão o capítulo.
Lys.
Re: I Can't Stay (+16)
Capítulo três: Gotta Love Music
”A verdade é a melhor escolha. Todo mundo diz isso. Mas não é a mais fácil. E as pessoas, todas elas, sempre optam pela escolha mais fácil.”
- Desconhecido.
Já haviam se passado alguns dias desde o acontecido com Carlie. Cinco ou quatro dias desde que a garota quase tinha tido sua inocência roubada da forma mais cruel no mundo. E desde aquele dia, Claude, Nathan e Rachel tinham praticamente virado a sombra de Carlie. Nunca mais a deixavam sozinha. Nathan passava o dia com Carlie na escola, Rachel de tarde, e Claude... Bem, Claude passava o tempo todo a vigiando. Não que Carlie os culpasse por ficarem com um pé atrás depois do que havia acontecido, mas ela estava começando a se sentir como um pássaro encurralado por vários felinos. Ela precisava de seu espaço também.
Naquele momento, ela estava de braços dados com Rachel enquanto ela, Rachel, e Ivy andavam pelo shopping, jogando conversa fora e comentando sobre vários shows de música que aconteceriam em algumas países. Bem, pelo menos, ela e Rachel estavam conversando sobre isso; Ivy estava ocupada demais entrando em cada loja de moda que ela via.
- Eu realmente não sei sobre você, mas na minha opinião, Green Day, Linkin Park, Joan Jett, e Avril Lavigne tem as melhores músicas do mundo. Sem desmerecer as outras bandas e cantores, mas eles são meus favoritos. – Rachel dizia, enquanto tentava carregar uma das bolsas cheias de roupa que Ivy havia lhe forçado a carregar, alegando estar muito cansada para fazê-lo.
- Oh, eu os adoro, mas os Ramones sempre vão ser meu sonho de consumo. Eles estiveram na minha vida desde que eu aprendi a diferenciar ‘m’ de ‘n’. – Carlie disse, jogando seu cabelo louro para o lado, enquanto suspirava. – Embora eu tenha que admitir. Os Scorpions definitivamente estão me ganhando.
Rachel lhe deu um leve sorriso.
- Eles ganham a todas nós. – Rachel olhou ao redor. – O que você comprou tanto hoje?
- Umas calças jeans, e uma blusa do ACDC. O mesmo de sempre. – Carlie deu de ombros. – Você?
- Não escolhi nada para mim ainda. – Rachel disse, e Carlie ergueu uma sobrancelha. – Não me olhe assim, isso tudo que eu estou carregando pertence à Ivy. Você acha mesmo que eu tenho cara de quem gosta de fazer compras?
Carlie teve que prender o riso.
- Acredito que não.
- Hey, meninas! – Ivy apareceu do nada, novamente, com mais bolsas de shopping, fazendo Rachel desanimar-se. Carlie não conseguiu mais prender o riso. – O que foi? – ela perguntou, confusa.
- Por que você tem que comprar tanta coisa? – Rachel reclamou, enquanto olhava rapidamente para uma das cem bolsas. – Aposto como você não precisa de metade das coisas que estão aqui.
- Claro que preciso. Shopping é como terapia para mim, faz bem para alma. – Ivy disse, com ar de poderosa. – Assim como música é para você.
Rachel girou os olhos, enquanto mandava um olhar mortal para Carlie, como um aviso para que ela parasse de rir de sua desgraça. Quando se virou para frente, Rachel franziu o cenho.
- Hey... – ela disse, cutucando Carlie. – Você já tinha visto essa loja?
Carlie fez uma cara confusa, e olhou para onde Rachel estava olhando. Ela fez a mesma cara.
- Na verdade, não. – e olhou para Rachel. – Deve ser nova.
Rachel assentiu com a cabeça, e Carlie voltou a olhar a loja.
- Que tal a gente entrar lá e dar uma olhada? – Rachel sugeriu. Carlie imediatamente assentiu, e elas rapidamente foram indo naquela direção.
Ivy, que estava ocupada olhando uma das vitrines, escolheu a mesma hora para avisar que Rachel ou Carlie carregassem as sacolas pesadas. Porém, quando ela se virou, tudo que viu foi as meninas correndo apressadamente em direção a uma certa loja.
- Mas que sacanagem! – Ivy grunhiu. – Garotas, voltem aqui!
-------------x------------
A loja era como um pequeno restaurante, na opinião de Rachel, só que melhor.
Quando se entrava, a primeira coisa a ser vista eram inúmeras prateleiras com discos de músicas antigas, e modernas. A pintura do local era escura, parecia preta, mas Rachel tinha certeza que era azul escuro. E depois das prateleiras, tinha um local com algumas mesinhas, um lugar para comprar lanche, e um enorme palco, com algumas pessoas acima, como se estivessem ajustando o lugar.
Resumindo, para Rachel, aquele lugar era o paraíso.
- Wow. – ela ouviu Carlie dizendo, enquanto se soltava dos braços de Rachel, e caminhava até uma das prateleiras. – Cara, tem tanto CD aqui. É como um sonho.
- Nem me fala. – disse Rachel, ainda em choque. – Esse lugar, é... – Rachel parou por um instante, enquanto examinava a loja mais uma vez, e deixava um sorriso tomar conta de seus lábios. – É perfeito.
Enquanto Carlie se maravilhava com o lugar, Rachel procurou com os olhos para ver se achava algum gerente, ou coisa do tipo, e assim que viu um homem se aproximando, ela pulou logo em sua chance:
- Desculpe, essa loja é nova?
- Sim. – o homem confirmou. – Foi aberta semana passada.
- Oh. Ela é muito legal. – Rachel disse, ainda olhando ao redor. – Onde eu posso encontrar alguém para pagar os... – ela fez uma cara pensativa. – 300 cd’s que eu vou comprar?
O homem lhe deu um pequeno sorriso.
- É com aquele cara ali. – ele falou, apontando para um rapaz que conversava com alguns funcionários.
Rachel assentiu, agradeceu, e logo se dirigiu a uma das prateleiras, e começou a examinar alguns CD’s. Em menos de três minutos, ela tinha certeza que já tinha escolhido uns trinta.
Ela olhou para o lado e viu Carlie praticamente tendo um ataque do coração ao ver todos os CD’s dos Ramones que existiam.
Enquanto tentava segurar nas mãos todos os CD’s que pegara, Rachel se dirigiu ao homem que agora estava no caixa.
- Com licença, eu vou levar estes. – ela disse, colocando todos em cima do balcão, causando uma leve surpresa no homem.
- Wow, você é a nossa primeira cliente. – o homem disse, enquanto examinava todos os CD’s. – Ainda nem promovemos a loja ainda.
- Eu a vi, e a achei incrível. – ela olhou ao redor. – Na verdade, me surpreende que não hajam mais pessoas aqui. Por que ainda não a promoveram?
- Precisamos de uma banda. – ele disse, enquanto passava todos os CD’s no caixa, e os colocava numa sacola. – E todas a que chamamos ainda não deram retorno.
- Oh. – Rachel disse, um pouco desapontada. – Bem, eu acredito que posso ajudar a promover um pouco este lugar. Tipo, panfletos, e algo parecido.
O homem lhe deu um sorriso.
- Isso é muito gentil, hm... – ele a olhou, como se pedisse por seu nome.
- Rachel – ela foi rápida em dizer. – E você?
- Meu nome é Cory. – ele disse.
- Hm. Cory, você parece ser bastante novo... – ela o examinou. – Você não deveria estar na faculdade ainda?
- Obrigado pelo elogio, mas eu já estou chegando aos 30. – ele disse, surpreendendo-a, e rindo com a reação dela.
- Wow. – ela disse, pestanejando. – Okay. Desculpe. Quanto custa?
Ele lhe disse o preço, e ela abriu sua bolsa, pegando o valor que precisava, e lhe entregando.
- Obrigado, Srta. Rachel, volte sempre. – ele disse, piscando o olho.
- Oh, eu vou. – ela disse, fazendo com que ele risse. – Acredite em mim.
E assim que ela se virou, não conseguiu conter sua risada quando viu Carlie se aproximando com uma pilha de CD’s.
---------------------x--------------------------
Isso até ser acordada por seu despertador.
Rachel grunhiu, e ergueu seu corpo um pouco da cama, ficando apenas sentada. Ela encarou o rádio ao seu lado, e ligou-o. Logo a música ‘I Love Rock’n’Roll’ de Joan Jett começou a tocar. Rachel se levantou, os olhos fechados, enquanto dançava de uma forma muito louca no quarto, mexendo o corpo, o cabelo, e tudo junto. Odiava dançar, mas havia sempre uma exceção para o rock.
Rachel rapidamente se olhou no espelho enquanto dançava, e começou a rir de si mesma.
Deus, eu pareço uma galinha dançando.
Ela imaginou o quanto Claude zoaria com ela pelo resto de sua vida se lhe pegasse nesta cena embaraçosa.
Claude.
Eles na verdade, desde o incidente com Carlie, haviam passado bastante tempo juntos. Havia começado com conversas casuais, e depois eles começaram a marcar de assistir filmes juntos, e estavam até saindo juntos. Não mais porque eram obrigados, mas sim porque eles se divertiam juntos.
Era difícil admitir que o garoto de cabelo castanho estava começando a crescer, de certa forma, nela. Alguns dias atrás, ele era o melhor amigo idiota de seu namorado. E agora, ela já o considerava seu amigo. Não era incrível como as coisas mudavam?
Ela se despiu rapidamente, e entrou no chuveiro. Lavou seu cabelo, fez sua higiene matinal, e desligou o chuveiro, se enxugando e se enrolando em sua toalha. Ela saiu do banheiro, e se preparou para pegar sua roupa, quando percebeu algo, e franziu o cenho.
Onde diabos estava sua calça?
Sua blusa, sua jaqueta, calcinha, e sutiã estavam ali. Mas onde estava sua calça? Rachel olhou mais uma vez, e outra vez, e outra vez, até que cruzou os braços. Ela deixou a toalha cair, colocou sua calcinha, seu sutiã, e pegou seu roupão rosa, se cobrindo, calçou um par de chinelas, e saiu de seu quarto.
- MÃE!
Ela desceu as escadas rapidamente, e encontrou sua mãe sentada em uma das cadeiras da mesa de jantar, lendo uma revista tranquilamente.
- Pois não, querida? – Kayla perguntou, sem sequer retirar seus olhos da revista.
- Você viu a minha calça jeans? – ela perguntou, bagunçando o cabelo. – Eu a separei para ir com ela para a escola hoje, mas quando fui me vestir, não a achei.
Kayla fez uma cara esquisita.
- Ah, aquela calça que você sempre usa? – Rachel assentiu. – Eu a coloquei para lavar.
Sabe quando você sente como se fosse ter um ataque do coração? É, Rachel estava quase lá.
- Você O QUÊ?! – Ela surtou.
- Filha, estava muito suja. Você sempre a usa, e eu achei que deveria coloca-la para lavar.
- Mas, mãe, todas as minhas calças estão para lavar. – Rachel choramingou. – Com o que eu vou para a escola hoje?!
Sua mãe fez uma cara pensativa, e então um sorriso surgiu em seus lábios.
- Quando eu fui para Los Angeles, comprei uma coisinha para você. – sua mãe disse, dando uns passos para dentro do quarto onde dormia, fazendo Rachel ficar parada lá, com o cenho franzido. E logo sua mãe voltou, com o pior pesadelo de Rachel em seus braços. – Que tal?
Rachel arregalou os olhos.
- Tira isso de perto de mim. – Rachel disse, dando três passos para trás, enquanto sua mãe fazia uma cara confusa.
- Mas, filha, é só uma saia.
- NÃO! Isso não é uma saia, isso é o demônio – Rachel disse, com uma cara espantada.
Sua mãe pestanejou, ainda segurando a minissaia em suas mãos.
- Mas você usava tanto quando você era criança. – Sua mãe tentou mais uma vez.
- Isso mesmo! Eu era criança na época, os caras não ficavam olhando para mim. – Rachel deixou sua cabeça tombar para o lado, pensativa. – Pelo menos, não os normais.
- Mas Rachel, é só isso que você tem para usar hoje. A não ser que você vá só de calcinha. – Sua mãe provocou. – Aí que eles vão olhar mesmo.
Rachel soltou um gemido de raiva, e parou por um momento. Depois de alguns minutos em silêncio, ela deduziu que estava atrasada, e que realmente não tinha outra opção.
- Okay, me dá essa coisa. – Rachel disse, e sua mãe imediatamente lhe deu a saia. E então Rachel estreitou os olhos para ela. – Mas da próxima vez que você for comprar roupas para mim, eu vou junto, fui clara?
Kayla apenas assentiu, um sorriso brincando em seus olhos.
Cinco minutos depois...
- Cadê a Rachel, mãe? – John reclamou, enquanto terminava seu café da manhã. – Nós já estamos atrasados.
- Ela foi terminar de se trocar, filho. – Kayla disse, calmamente. – Acho que está tentando evitar descer. – e deu uma pequena risada.
John franziu o cenho, pronto para perguntar o que era, quando escutou o barulho dos tênis all-star de sua irmã batendo na escada. Quando ele se virou, imediatamente arregalou os olhos.
Tudo que saiu de sua boca foi:
- Uau.
Rachel imediatamente ficou vermelha, e estreitou os olhos para ele.
- Fica quieto.
- É, John. – Kayla riu, jogando um pano em seu filho, que ainda olhava para a irmã. – Pare de olhar para as pernas da sua irmã.
- Não estou olhando, só... Eu nunca tinha notado como elas... – John deixou a cabeça cair pro lado. – Eram tão torneadas.
Tomou quase todo o controle possível em Rachel para que ela não jogasse sua mochila pesada no irmão.
Era exatamente por isso que ela não gostava de saias, pior ainda de minissaias.
Usava uma blusa branca de botões, e por baixo, um top vermelho. Sua típica jaqueta de couro também estava envolvida. Porém, por causa de sua adorável mãe, ela agora usava uma minissaia jeans, que não durava nem até o meio de suas cochas. Ela tentava inutilmente baixar a saia, para que esta a cobrisse mais, o que obviamente não estava funcionando. E seus normais e usuais tênis de marca Converse.
- Podemos ir logo? Como John disse, estamos atrasados. – Rachel disse, enquanto agarrava uma maçã, e dava uma mordida.
- Você vai mesmo para a escola assim? – John provocou, um sorrisinho de maldade surgindo em seu rosto.
Se olhares matassem, John sabia que ele estaria mutilado e queimado no chão.
-------------x--------------
- Você quer que eu te acompanhe até a sala?
- Claude, me deixa.
- Não. Não vou tirar meus olhos de você até você fazer 60 anos.
- Ugh.
- Não faça cara feia para mim. Você fez sua cama. Agora se deite nela.
- Você anda passando muito tempo com a Rachel, sabia?
- Fica quieta.
Era isso que Claude e Carlie discutiam enquanto chegavam à escola. Tinham acabado de estacionar a moto no estacionamento, e agora andavam em direção à instituição. Carlie amava seu irmão profundamente, mas ela nunca quis tanto que uma garota chegasse e o agarrasse como ela queria no momento.
Mas quem apareceu foi Nathan.
- Hey, gente. – ele disse, enquanto se aproximava.
- Hey, Nate. – Carlie falou, se animando um pouco mais. A presença de Nathan lhe passava, de certa forma, um conforto inexplicável.
- Fala, McCartney. – Claude disse, sem sequer olhar para o rapaz direito.
Carlie quase teve vontade de rir. Não era como se seu irmão desgostasse de Nathan, ele era simplesmente daquele jeito.
- Fez o dever de história? – Nathan perguntou, enquanto olhava ao redor.
Carlie imediatamente soltou um palavrão, o que causou que algumas pessoas parassem e olhassem na direção dela.
- Eu sabia que tinha me esquecido de alguma coisa! – ela disse, passando a mão sobre seu cabelo, bagunçando-o.
- Se a Elisa te ouvisse... – Claude murmurou, ganhando um olhar feio de Carlie. – Que foi? Já tá com fome? Porque você acabou de comer três torradas, desse jeito você vai ficar gorda.
- Você é tão adorável. – Carlie disse, ironicamente.
Claude deu de ombros.
- Eu tento.
Nathan soltou uma leve risada.
- Cadê a minha terceira sombra? – Carlie perguntou, olhando ao redor, e se referindo à Rachel.
- Sei lá. Provavelmente deve tá chegando. – Claude acenou para Jake assim que o viu. – Tenho que ir. McCartney, cuide bem da minha irmã, se não cuidar... Vou fazer você desejar nunca ter me conhecido.
Claude nem deu ao rapaz uma chance de responder, e logo ele já não estava mais ali.
- Meu irmãozinho. Tenho tanto orgulho dele. – Carlie comentou, num tom sarcástico, enquanto Nathan sorria. – Como você está?
- Me sinto bem. Saudável. – Ele disse, respirando fundo. – Você?
- Estou voltando aos trilhos. – ela disse, dando-lhe um sorriso firme. – Não me sinto mais tão triste, sabe?
A feição de Nathan endureceu enquanto ele observava algo.
- Desculpa, Carlie, mas eu acho que esse pensamento está prestes a mudar.
Carlie franziu o cenho, e olhou na mesma direção que Nathan olhava, para então suspirar tristemente.
Lá estava ela, Alexia Davis, agarrada com seu namorado. Carlie às vezes suspeitava que a razão de Alexia ser tão magrinha era o fato de que ela deixava as pessoas lhe sugarem o tempo todo. Carlie não ia mentir, ela queria ser uma daquelas pessoas.
- Eu oficialmente desisti, sabe? – Carlie disse, sentindo o olhar de Nathan sobre ela. – Eu não tenho chance nenhuma com ela.
- Por que você acha isso? – Nathan perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Não é óbvio? Ela gosta de garotos. – Carlie ergueu suas sobrancelhas. – Sei que algumas pessoas não percebem isso, mas eu aconteço de ser uma garota, e não um garoto.
Nathan esticou os lábios.
- Eu acho que você só está procurando razões para fazer seu coração doer menos. – ele disse, com um tom de razão. – Mas eu vou deixar isso quieto, okay? A decisão é sua.
Ela sorriu, e assentiu.
- Obrigada, Nathan.
Ela realmente agradecia a Deus por ter colocado aquele menino em sua vida.
-------------x---------------
Eu quero MORRER!
Era exatamente isso que Rachel pensava enquanto ela descia do seu carro, e logo maior parte dos olhares se desviou para ela, muitos boquiabertos.
Não demorou muito para que Ivy viesse ao encontro dos irmãos Woodsen, e ela tinha um olhar irônico e sorridente, como sempre.
- Olhe, se não é meu namorado John. – ela disse, se atirando nos braços de John, beijando-lhe rapidamente nos lábios. Assim que estava terminada, Ivy se virou para sua amiga, que lhe observava desconfiadamente. – E aqui está minha amiga Rachel. Mas não fique com ciúme, querida. Com essas pernas, até eu lhe namorava.
- Eu te odeio. – Rachel disse, fazendo bico.
- Hamham. – Ivy disse, rindo, enquanto se aproximava, e lhe abraçava. – Mas eu falei sério. Eu nunca percebi o quanto suas pernas eram bonitas. E isso porque você já se trocou na minha frente, viu?
- Por favor, parem de falar nisso. – Rachel choramingou. – Eu não aguento mais ouvir comentários sobre esta saia diabólica.
- Não acho que seja algo diabólico, tá mais pra um presente de Deus. – disse uma voz que se aproximava, e assim que olharam, viram que era Jake. – Hey, babe. – ele disse, lhe dando um suave beijo nos lábios.
Ela lhe deu um leve sorriso.
- Agora... Hm, por mais que eu ame as suas pernas, o que lhe bateu na cabeça para exibi-las hoje? – Jake perguntou, enquanto passava o braço ao redor dos ombros dela.
- Minha mãe. É uma longa história. Trágica, e a pior que eu poderia contar. – ela suspirou. – Cadê o fiel escudeiro?
- ‘Cê sabe como o Claude é. Vê uma fêmea, e parece que os outros não existem. – Jake disse, erguendo as sobrancelhas para ela, lhe fazendo rir levemente.
- Que bom que ele não está aqui então. Não preciso de mais comentários hoje sobre esta... Saia desprovida de tamanho. – Rachel disse, com desgosto.
Os outros riram.
- E a Carlie? – Rachel perguntou, de repente. – Onde ela está?
- Claude me disse que ela já tinha entrado. – Jake disse.
- Bem, o sino vai tocar em um minuto, então sugiro que nós façamos o mesmo. – Ivy disse, enlaçando seu braço no de John. – Vamos?
Os outros apenas assentiram, e começaram a andar em direção a enorme porta da escola.
--------------x----------------
Enquanto seus amigos conversavam e iam para as aulas, Claude estava preso no armário do zelador com Janice Portman, num amasso intenso. Tanto que ele mal ouviu quando o sinal tocou duas vezes.
- Sabe, as pessoas sempre me disseram como você era bom... – Janice gemia. – Mas eu sempre tive uma pequena dúvida. – ela sorriu ofegante para ele. – Mas agora eu sei.
- Sabe o quê? – Claude perguntou, enquanto afundava seu rosto no pescoço dela.
- Que você é o melhor cara que eu já beijei. – ela disse, dando-lhe um enorme sorriso.
Claude retirou o rosto do pescoço dela, e subiu o rosto até ficar cara a cara com ela.
- Não me diga algo que eu já não sei. – Ele falou, antes de puxá-la para si, e beijá-la profundamente mais uma vez. Ela lançou os braços ao redor do seu pescoço, enquanto ele deixava que suas mãos viajassem ao redor do corpo dela.
Seus dedos imediatamente acharam as costas dela, por baixo da blusa apertada, e começaram a subir, e subir, até que seus dedos acharam o fecho do sutiã dela.
Porém, antes de qualquer reação, ele finalmente ouviu o sinal tocar, pela terceira vez (fato desconhecido por ele), e então arregalou os olhos, se afastando dela.
- Oh, merd*! – Ele falou, agarrando sua mochila, e colocando sua camisa de volta. – Eu tenho que ir, a aula já deve ter começado. Te vejo mais tarde... Hm... Eh...
- Janice. – A garota falou, firmemente.
- Isso aí. Tchau. – ele disse, abrindo a porta do armário, e saindo, deixando a menina para trás. Enquanto andava para a sala de Inglês, ele aproveitou e ajeitou os cabelos, pigarreando, e se sentindo nervoso ao perceber que os corredores estavam vazios.
Quando finalmente alcançou a sala, ele abriu a porta, e olhou ao redor. A sala toda se virou para ele.
- Oi, Sra. Sandler. – Ele disse, abrindo um sorriso Colgate. – Posso entrar?
- Você está atrasado, Sr. Hudson. – ela disse, cruzando os braços. – De novo.
- Me desculpe, querida. Eu sei que você sentiu minha falta. – Claude disse, erguendo as sobrancelhas para ela. – Não sentiu?
Metade da classe compartilhou uma alta risada.
- Vá se sentar, Sr. Hudson. A não sequer que você goste de receber detenções. – A mulher disse, se virando para o quadro, e voltando a escrever.
Claude suspirou, e começou a andar em direção a cadeira livre ao lado de Jake. Assim que se sentou, seus olhos caíram na garota que sentava ao lado deles, e seus olhos se arregalaram.
- Por que a Rachel tá de saia hoje? – Ele realmente estava chocado.
Jake deixou uma leve risada escapar.
- Ela não quis me dizer. Só disse que foi uma coisa lá com a mãe dela. – Jake disse, abrindo seu caderno. – Mas dá para perceber que ela não está nem um pouco feliz em ter que usar isso.
Claude sorriu para ele, e olhou para Rachel.
- Eu sei que eu estou – Claude disse, deixando seu olhar cair sobre as pernas cruzadas de Rachel.
Jake pigarreou, chamando a atenção de Claude.
- Ela ainda é minha namorada, sabia? – Jake avisou.
- Claro que eu sei. Mas isso não me torna cego. – Claude disse, erguendo as sobrancelhas, e recebendo um olhar repreensivo do amigo. – O que? Eu sou seu amigo, não um padre.
- Vamos só assistir a aula. Eu realmente preciso tirar uma nota boa nesse semestre. – Jake disse, rapidamente virando o olhar para o quadro, onde a professora começava a escrever algo.
Claude deu de ombros.
- Tanto faz.
-------------------x------------------------
Carlie passou metade da aula escrevendo os exercícios que o professor de História passava. Ela estava ficando cansada de ter que escrever tanto. Mas talvez esse fosse seu castigo por não ter feito o dever.
Ela desejou, por um momento, que tivesse herdado o dom de Claude para desenhar as coisas. Ele definitivamente sabia como passar o tempo, quando estivesse entediado. Mas ela não. Ela não sabia desenhar. E definitivamente não tinha o talento e a criatividade de Rachel para escrever.
Olhou por cima de seu ombro, e teve que prender o riso ao ver Nathan praticamente cochilando. Ela girou os olhos, e desviou-os para o professor Harry. E foi exatamente a mesma hora que ele decidiu parar de escrever, e se virar para turma.
- Aqui está o questionário que vocês irão usar no trabalho, que será em grupo. – Ele começou a falar, segurando firmemente entre seus dedos o piloto. – Para ninguém ficar de fora, nós vamos de acordo com a chamada, certo?
Carlie passou um tempo com o cenho franzido, quando levemente seus olhos se arregalaram, e ela percebeu o que estava prestes à acontecer. Só tinha uma pessoa na sala cujo nome começava com ‘A’, e nenhuma com ‘B’, o que indicava que...
- Alexia Davis e Carlie Hudson – O professor dizia, sem perceber horrorizado de Carlie. – Chloe Martinez e Daniel Courteney...
Enquanto o professor continuava a dizer as duplas, Carlie sentiu como se seu coração estivesse pronto para sair seu peito. Ela literalmente sentiu que seu coração tinha se movido de lugar, de tão forte que estavam as batidas.
O ar começou a faltar, e ela teve certeza que estava começando a suar. Ela sentiu os olhos de Nathan sobre ela, mas não conseguiu olhar para ele. Ela não conseguiu fazer nada. Era como se ela estivesse paralisada. Como é que podiam fazer aquilo com ela? Parecia até que Deus não queria que ela esquecesse Alexia!
- Hey... – ela sentiu a mão quente de Nathan pousando sobre seu ombro, e quase se sobressaltou. – Você está bem? – ele perguntou, preocupado.
Carlie não conseguia falar. Uma habilidade que ela tinha adquirido toda vez que algo envolvia Alexia. Então tudo que ela fez foi acenar, e olhar para longe. Resolveu que ficar na sua era melhor. Ela realmente preferia fazer aquele trabalho sozinha, pois ela realmente precisava tirar uma nota boa em história. O que nunca aconteceria, já que com Alexia ao seu lado, ela nunca conseguia fazer as coisas direito.
- Então... Na minha casa ou na sua? – Os ouvidos de Carlie foram invadidos por uma voz que ela raramente ouvia, e que era uma voz preciosa em sua vida. Ela engoliu em seco, e ao olhar para seu lado direito, achou-se encarando os profundos olhos azuis de Alexia.
- Eh... – Carlie não sabia o que dizer. Não que fosse novidade o fato de Alexia roubar suas palavras... E talvez também sua respiração. – P-pode ser na sua. – Ela odiava virar gaga na frente de Alexia.
- Okay, então. Que tal às três? Eu estou completamente disponível a essa hora. – Alexia disse, com um sorriso que quase fez Carlie desmaiar de tão lindo que era.
- Okay. – Carlie engoliu em seco, e agradeceu a Deus pela força que ele lhe deu para que ela não gaguejasse. – Te vejo lá então.
- Certo. – E então, quando Carlie menos esperava, Alexia tinha pegado sua mão. Carlie sentiu como se uma avalanche estivesse ocorrendo dentro dela enquanto Alexia segurava sua mão firmemente, mas não pôde evitar franzir o cenho quando viu Alexia pegar uma caneta, e começar a escrever em sua mão.
Ao ver o olhar interrogativo da garota, Alexia riu levemente, soltou sua mão assim que acabou, e explicou:
- Você precisa do endereço da minha casa, certo?
- Oh. É. – Carlie pestanejou. – Okay.
Será que eu poderia soar mais estúpida?, ela se perguntou mentalmente.
- Agora vamos prestar atenção na aula. – Alexia disse, se inclinando mais para frente, e, inconscientemente, prensando seus cotovelos contra seu torso, forçando seus seios a aparecerem um pouco mais do que já apareciam.
- Hm, é... Tá. – Foi tudo que Carlie disse, fechando seus olhos com força, e voltando a olhar para o professor.
Eu estava errada. Isso soou bem mais estúpido que antes, ela pensou enquanto suspirava e sacudia a sua cabeça negativamente.
-----------x--------------
Depois de mais algumas aulas, finalmente a hora de recreação chegou. Enquanto Ivy e Rachel pareciam se divertir conversando com as meninas da torcida, Claude e Jake estavam engatados numa conversa sobre carros e motos.
Tudo estava normal. Conversa vai e conversa vem. As horas passavam normalmente. Claude estava prestes a falar sobre algo, quando o celular de Jake tocou.
- Oh. Espera... – Jake disse, erguendo a mão, e pegando o celular. – Alô?
Claude assistiu, levemente desconfiado, enquanto Jake fazia uma cara estranha falando com alguém no telefone.
- Sim, eu me lembro... – ele disse, se levantando, e não passou despercebido por Claude que ele olhou rapidamente na direção de Rachel, onde ela conversava animadamente com as meninas. – Espera aí, o quê? – sem prévias ou avisos, Jake se levantou, e começou a andar para um lugar afastado.
Claude franziu o cenho. O que será que estava acontecendo? Por que seu amigo estava reagindo daquela forma? E quem diabos estava no outro lado da linha?
Não demorou mais que alguns minutos, quando Jake finalmente voltou, o celular desligado em sua mão, e um olhar de puro choque em seus olhos. Parecia até que ele tinha visto um fantasma.
- Jake? – Claude perguntou, começando a ficar preocupado. – O que aconteceu?
Jake não disse nada, no começo. Sua boca se abria e fechava feito a de um peixe, como se ele procurasse as palavras, mas não conseguia acha-las.
- Eu... – finalmente algo saiu da boca do rapaz louro. – Isso não pode ser.
Claude fez uma cara confusa.
- Cara, do que diabos você está falando?
Jake segurou seu celular firmemente, e um olhar perdido apareceu em seus olhos azuis.
- Você... Se lembra da garota com quem eu fiquei mês passado... Antes das aulas começarem? Uma loirinha, que mora lá pelos fins de São Francisco. – Jake perguntou, num tom para que apenas Claude lhe ouvisse.
Claude fechou a cara um pouco.
- Claro que lembro. Eu praticamente bati em você por ter ficado com ela. – A voz de Claude saiu levemente seca. – Por que a pergunta?
Jake ergueu o celular.
- Era ela.
- E daí? – Claude perguntou.
- Ela... – Jake engoliu em seco, e olhou ao redor, como se procurasse para ver se alguém estava escutando. – Ela me disse que está grávida.
Claude arregalou os olhos, quase se engasgando com sua própria saliva.
- O QUÊ?! Grávida?! – Claude exclamou, chamando a atenção de algumas pessoas, o que irritou Jake.
- Fala baixo, cara. – Jake disse, e imediatamente puxou o amigo pelo braço até um canto onde não havia ninguém por perto. – Você ficou maluco? E se a Rachel te ouvisse?
- To achando que talvez seria bom se ela ouvisse. – Claude falou, o tom de voz irritado. – Cara, você ficou maluco?! Além de ser infiel, você nem usa proteção?! Será que eu não te ensinei nada?!
- Se acalma, okay?! – Jake devolveu. – Você acha que eu queria que isso acontecesse? Foi só uma noite.
- Uma noite desprotegida, pelo o que eu estou vendo. – Claude disse, sacudindo sua cabeça negativamente. – Cara, eu te falei que esse negócio de trair não acaba em coisa boa.
- Eu sei, okay? Eu sei! – Jake bufou, correndo os dedos pelo cabelo loiro. – Mas talvez eu não seja o pai. Você sabe... Ela tem fama de ficar com todo mundo.
- Bem, é melhor para você que ela tenha ficado com outro cara na mesma semana. Há quanto tempo ela está... Você sabe? – Claude perguntou, olhando o redor.
- Um mês. – Jake disse, olhando para baixo.
Claude ergueu a sobrancelha para ele.
- E você ficou com ela há um mês.
- Tá, eu sei, eu fiz merd* - Jake suspirou fundo. – Eu disse a ela que iria falar com ela pessoalmente, hoje de tarde... Mas eu ainda não tenho carro. Você pode me levar?
Claude olhou para o amigo, com a expressão indignada por um longo período, mas depois de um tempo, ele parecia estar convencido.
- Tá. Eu te levo. – Claude disse, se recostando contra a parede.
- Ah, e... Não comenta nada disso com a Rachel, tá? – Jake disse. – Não quero que ela saiba disso.
Claude lhe encarou por um bom período.
- Você é mesmo uma bagunça. – Foi tudo que o mais alto disse, enquanto assentia, como se dissesse que não ia comentar nada.
Antes que Jake pudesse agradecer, o sinal tocou, e Claude tinha saído dali.
-------------x----------------
Depois de longas aulas, finalmente o sinal tinha tocado para que todos fossem liberados. Claude estava em seu caminho até a moto dele, quando foi parado por uma voz atrás dele:
- Hey, Claude!
Claude conhecia muito bem aquela voz.
Parou sua caminhada, e lentamente se virou para trás, olhando na direção da voz. Rachel andava apressadamente até ele, finalmente lhe alcançando.
- Hey. – ela disse, ofegante, por causa de sua corrida. – Eu preciso que você me faça um favor.
Claude olhou para ela de cima para baixo, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.
- Querida, com essas pernas aí – ele disse, um tom de flerte. – Eu faço tudo que você quiser.
Rachel estreitou os olhos para ele, e lhe bateu levemente no ombro, causando uma risada nele.
- Pervertido. – ela disse, porém seu tom era de diversão. – Bem, de qualquer jeito... Olha, eu acho que a Carlie deve ter te falado sobre isso, mas quando a gente foi no shopping ontem, e tinha uma nova loja de música lá...
- Sons Of Lord – Claude disse, com um leve aceno.
- É. – Rachel disse. – E a gente entrou lá, e é super legal. Mas quando eu falei com o dono, ele disse que até agora não tiveram muitos clientes, e eu me ofereci para ajudar na divulgação.
- Okay. – Claude disse, acenando com a cabeça novamente. – E o que é que eu tenho a ver com isso?
- Bem... Eu pensei em fazer panfletos, com desenhos, mas... Hm... – Ela corou um pouco, enquanto retirava uns papéis de dentro de sua bolsa, e lhe mostrava. – Eu não desenho muito bem.
Assim que viu os desenhos dela, Claude teve que morder sua língua para não rir. E falhou.
- Cara, isso tá horrível. – ele disse, segurando os desenhos para olhá-los de mais perto.
- É. – Rachel disse, num suspiro frustrado. – Então? Você pode me ajudar?
- Claro que posso. Queimando isso. – ele disse, erguendo os desenhos dela, causando uma carranca nela.
- Não. Não estou falando disso. – Ela disse, num tom hesitante. Ele franziu o cenho enquanto observava os olhos esperançosos dela. – É que eu me lembrei daquilo que você me falou na festa de boas vindas, e...
- Não. – Claude disse, firmemente. – A resposta é não.
- Aaah, por favor, Claude. – ela disse, numa voz de criança. – Eu realmente preciso de você.
Claude olhou para ela, um leve sorriso brincando em seus lábios.
- Precisa de mim, hein? – ele falou, numa voz provocativa.
- É. – Ela disse, sem sequer perceber a brincadeira suja dele, e sem perceber o sorriso convencido que nasceu nos lábios dele. – Vai. Somos amigos agora, não é?
- Meio que amigos, Rachel. – ele a corrigiu. – Meio que amigos.
Rachel girou os olhos.
- Tanto faz, Claude. – ela falou. – Vamos. Me ajuda, por favor?
Claude respirou fundo, enquanto se deixava cair na armadilha de Rachel. Ela estava usando os olhinhos de criança, que lhe encaravam profundamente.
- Tá certo. Eu ajudo. – ele disse.
- Êba! – ela ergueu os braços, vitoriosa, e estava pronta para abraça-lo, quando ele tomou um passo para trás, fazendo com que ela franzisse o cenho, confusa. – O... O que foi?
- Nada de abraço. – ele disse, com uma careta. – Eu não gosto de abraços.
- Tá certo. – ela disse, deixando os braços caírem. – Bem... Ainda bem que você aceitou me ajudar. Eu já estava me preparando para te ameaçar.
- Me... Ameaçar? – ele perguntou, e ela assentiu com a cabeça. – E como você faria isso? – Ele perguntou, em tom de deboche.
- Bem... – ela cruzou os braços, um ar inteligente ao redor dela. – Eu ia ameaçar contar para as pessoas... – um sorrisinho de vingança nasceu nos lábios dela. – Que você fica emocional quando assiste Bambi.
Claude arregalou os olhos.
- Hey! Não envolva o Bambi nisso! – ele exclamou, causando uma risada alta em Rachel. – Você é mesmo uma bruxa.
- E você é um cara sensível. – ela disse, apertando as bochechas dele, fazendo com que ele fechasse a cara.
- Ah, para com isso. – ele falou, retirando as mãos dela do rosto dele. – Quando é que precisa ficar pronto?
- Hm... Bom, na verdade, você pode fazer três tipos de panfletos diferentes, então... – Rachel fez uma cara pensativa, quando finalmente lhe bateu uma ideia. – Aí eu tiro várias cópias para você não ter que cansar essas mãozinhas bonitas e delicadas.
- Hahaha. – ele deu uma risada sem humor nenhum. – Okay. Com uma condição.
Ela estreitou os olhos.
- Eu não vou deixar você pegar nas minhas pernas. – ela disse, firmemente.
Claude olhou para ela por um bom tempo, e deu um sorrisinho.
- Não era isso que eu ia falar, mas obrigado por me lembrar. – Ele disse, piscando o olho. – AA condição é que você não conte a ninguém que fui eu que desenhou. Feito?
- Feito. – ela disse, assentindo com a cabeça.
- Okay. Eu tenho uma coisa para fazer hoje às três e meia e vou sair de casa, então você tem que passar lá para buscar os desenhos antes desse horário. – ele disse, segurando a alça de sua mochila firmemente.
- Tá certo. – ela falou.
Os dois passaram mais que dois minutos apenas se encarando, num silêncio, enquanto as pessoas passavam por eles, deixando a escola. Quando Claude finalmente quebrou o silêncio:
- Sério, eu não posso nem tocar um pouco? – ele falou, olhando para as pernas dela.
Rachel deu uma longa risada.
- Te vejo mais tarde, Hudson. – ela disse, sorrindo, ajeitando sua mochila, e caminhando para fora dali, ainda sentindo o olhar de Claude queimando sobre ela.
CONTINUA...
”A verdade é a melhor escolha. Todo mundo diz isso. Mas não é a mais fácil. E as pessoas, todas elas, sempre optam pela escolha mais fácil.”
- Desconhecido.
08 de Setembro, 2013
Já haviam se passado alguns dias desde o acontecido com Carlie. Cinco ou quatro dias desde que a garota quase tinha tido sua inocência roubada da forma mais cruel no mundo. E desde aquele dia, Claude, Nathan e Rachel tinham praticamente virado a sombra de Carlie. Nunca mais a deixavam sozinha. Nathan passava o dia com Carlie na escola, Rachel de tarde, e Claude... Bem, Claude passava o tempo todo a vigiando. Não que Carlie os culpasse por ficarem com um pé atrás depois do que havia acontecido, mas ela estava começando a se sentir como um pássaro encurralado por vários felinos. Ela precisava de seu espaço também.
Naquele momento, ela estava de braços dados com Rachel enquanto ela, Rachel, e Ivy andavam pelo shopping, jogando conversa fora e comentando sobre vários shows de música que aconteceriam em algumas países. Bem, pelo menos, ela e Rachel estavam conversando sobre isso; Ivy estava ocupada demais entrando em cada loja de moda que ela via.
- Eu realmente não sei sobre você, mas na minha opinião, Green Day, Linkin Park, Joan Jett, e Avril Lavigne tem as melhores músicas do mundo. Sem desmerecer as outras bandas e cantores, mas eles são meus favoritos. – Rachel dizia, enquanto tentava carregar uma das bolsas cheias de roupa que Ivy havia lhe forçado a carregar, alegando estar muito cansada para fazê-lo.
- Oh, eu os adoro, mas os Ramones sempre vão ser meu sonho de consumo. Eles estiveram na minha vida desde que eu aprendi a diferenciar ‘m’ de ‘n’. – Carlie disse, jogando seu cabelo louro para o lado, enquanto suspirava. – Embora eu tenha que admitir. Os Scorpions definitivamente estão me ganhando.
Rachel lhe deu um leve sorriso.
- Eles ganham a todas nós. – Rachel olhou ao redor. – O que você comprou tanto hoje?
- Umas calças jeans, e uma blusa do ACDC. O mesmo de sempre. – Carlie deu de ombros. – Você?
- Não escolhi nada para mim ainda. – Rachel disse, e Carlie ergueu uma sobrancelha. – Não me olhe assim, isso tudo que eu estou carregando pertence à Ivy. Você acha mesmo que eu tenho cara de quem gosta de fazer compras?
Carlie teve que prender o riso.
- Acredito que não.
- Hey, meninas! – Ivy apareceu do nada, novamente, com mais bolsas de shopping, fazendo Rachel desanimar-se. Carlie não conseguiu mais prender o riso. – O que foi? – ela perguntou, confusa.
- Por que você tem que comprar tanta coisa? – Rachel reclamou, enquanto olhava rapidamente para uma das cem bolsas. – Aposto como você não precisa de metade das coisas que estão aqui.
- Claro que preciso. Shopping é como terapia para mim, faz bem para alma. – Ivy disse, com ar de poderosa. – Assim como música é para você.
Rachel girou os olhos, enquanto mandava um olhar mortal para Carlie, como um aviso para que ela parasse de rir de sua desgraça. Quando se virou para frente, Rachel franziu o cenho.
- Hey... – ela disse, cutucando Carlie. – Você já tinha visto essa loja?
Carlie fez uma cara confusa, e olhou para onde Rachel estava olhando. Ela fez a mesma cara.
- Na verdade, não. – e olhou para Rachel. – Deve ser nova.
Rachel assentiu com a cabeça, e Carlie voltou a olhar a loja.
SONS OF LORD
Era o grande nome que havia escrito no lugar. - Que tal a gente entrar lá e dar uma olhada? – Rachel sugeriu. Carlie imediatamente assentiu, e elas rapidamente foram indo naquela direção.
Ivy, que estava ocupada olhando uma das vitrines, escolheu a mesma hora para avisar que Rachel ou Carlie carregassem as sacolas pesadas. Porém, quando ela se virou, tudo que viu foi as meninas correndo apressadamente em direção a uma certa loja.
- Mas que sacanagem! – Ivy grunhiu. – Garotas, voltem aqui!
-------------x------------
A loja era como um pequeno restaurante, na opinião de Rachel, só que melhor.
Quando se entrava, a primeira coisa a ser vista eram inúmeras prateleiras com discos de músicas antigas, e modernas. A pintura do local era escura, parecia preta, mas Rachel tinha certeza que era azul escuro. E depois das prateleiras, tinha um local com algumas mesinhas, um lugar para comprar lanche, e um enorme palco, com algumas pessoas acima, como se estivessem ajustando o lugar.
Resumindo, para Rachel, aquele lugar era o paraíso.
- Wow. – ela ouviu Carlie dizendo, enquanto se soltava dos braços de Rachel, e caminhava até uma das prateleiras. – Cara, tem tanto CD aqui. É como um sonho.
- Nem me fala. – disse Rachel, ainda em choque. – Esse lugar, é... – Rachel parou por um instante, enquanto examinava a loja mais uma vez, e deixava um sorriso tomar conta de seus lábios. – É perfeito.
Enquanto Carlie se maravilhava com o lugar, Rachel procurou com os olhos para ver se achava algum gerente, ou coisa do tipo, e assim que viu um homem se aproximando, ela pulou logo em sua chance:
- Desculpe, essa loja é nova?
- Sim. – o homem confirmou. – Foi aberta semana passada.
- Oh. Ela é muito legal. – Rachel disse, ainda olhando ao redor. – Onde eu posso encontrar alguém para pagar os... – ela fez uma cara pensativa. – 300 cd’s que eu vou comprar?
O homem lhe deu um pequeno sorriso.
- É com aquele cara ali. – ele falou, apontando para um rapaz que conversava com alguns funcionários.
Rachel assentiu, agradeceu, e logo se dirigiu a uma das prateleiras, e começou a examinar alguns CD’s. Em menos de três minutos, ela tinha certeza que já tinha escolhido uns trinta.
Ela olhou para o lado e viu Carlie praticamente tendo um ataque do coração ao ver todos os CD’s dos Ramones que existiam.
Enquanto tentava segurar nas mãos todos os CD’s que pegara, Rachel se dirigiu ao homem que agora estava no caixa.
- Com licença, eu vou levar estes. – ela disse, colocando todos em cima do balcão, causando uma leve surpresa no homem.
- Wow, você é a nossa primeira cliente. – o homem disse, enquanto examinava todos os CD’s. – Ainda nem promovemos a loja ainda.
- Eu a vi, e a achei incrível. – ela olhou ao redor. – Na verdade, me surpreende que não hajam mais pessoas aqui. Por que ainda não a promoveram?
- Precisamos de uma banda. – ele disse, enquanto passava todos os CD’s no caixa, e os colocava numa sacola. – E todas a que chamamos ainda não deram retorno.
- Oh. – Rachel disse, um pouco desapontada. – Bem, eu acredito que posso ajudar a promover um pouco este lugar. Tipo, panfletos, e algo parecido.
O homem lhe deu um sorriso.
- Isso é muito gentil, hm... – ele a olhou, como se pedisse por seu nome.
- Rachel – ela foi rápida em dizer. – E você?
- Meu nome é Cory. – ele disse.
- Hm. Cory, você parece ser bastante novo... – ela o examinou. – Você não deveria estar na faculdade ainda?
- Obrigado pelo elogio, mas eu já estou chegando aos 30. – ele disse, surpreendendo-a, e rindo com a reação dela.
- Wow. – ela disse, pestanejando. – Okay. Desculpe. Quanto custa?
Ele lhe disse o preço, e ela abriu sua bolsa, pegando o valor que precisava, e lhe entregando.
- Obrigado, Srta. Rachel, volte sempre. – ele disse, piscando o olho.
- Oh, eu vou. – ela disse, fazendo com que ele risse. – Acredite em mim.
E assim que ela se virou, não conseguiu conter sua risada quando viu Carlie se aproximando com uma pilha de CD’s.
---------------------x--------------------------
09 de setembro, 2013
Pela primeira vez em dias, Rachel finalmente tinha conseguido ter uma noite de sono perfeita. Ela estava dormindo agarrada com seu enorme urso panda de pelúcia, e nunca tinha se sentido tão em paz como naquela noite.Isso até ser acordada por seu despertador.
Rachel grunhiu, e ergueu seu corpo um pouco da cama, ficando apenas sentada. Ela encarou o rádio ao seu lado, e ligou-o. Logo a música ‘I Love Rock’n’Roll’ de Joan Jett começou a tocar. Rachel se levantou, os olhos fechados, enquanto dançava de uma forma muito louca no quarto, mexendo o corpo, o cabelo, e tudo junto. Odiava dançar, mas havia sempre uma exceção para o rock.
Rachel rapidamente se olhou no espelho enquanto dançava, e começou a rir de si mesma.
Deus, eu pareço uma galinha dançando.
Ela imaginou o quanto Claude zoaria com ela pelo resto de sua vida se lhe pegasse nesta cena embaraçosa.
Claude.
Eles na verdade, desde o incidente com Carlie, haviam passado bastante tempo juntos. Havia começado com conversas casuais, e depois eles começaram a marcar de assistir filmes juntos, e estavam até saindo juntos. Não mais porque eram obrigados, mas sim porque eles se divertiam juntos.
Era difícil admitir que o garoto de cabelo castanho estava começando a crescer, de certa forma, nela. Alguns dias atrás, ele era o melhor amigo idiota de seu namorado. E agora, ela já o considerava seu amigo. Não era incrível como as coisas mudavam?
Ela se despiu rapidamente, e entrou no chuveiro. Lavou seu cabelo, fez sua higiene matinal, e desligou o chuveiro, se enxugando e se enrolando em sua toalha. Ela saiu do banheiro, e se preparou para pegar sua roupa, quando percebeu algo, e franziu o cenho.
Onde diabos estava sua calça?
Sua blusa, sua jaqueta, calcinha, e sutiã estavam ali. Mas onde estava sua calça? Rachel olhou mais uma vez, e outra vez, e outra vez, até que cruzou os braços. Ela deixou a toalha cair, colocou sua calcinha, seu sutiã, e pegou seu roupão rosa, se cobrindo, calçou um par de chinelas, e saiu de seu quarto.
- MÃE!
Ela desceu as escadas rapidamente, e encontrou sua mãe sentada em uma das cadeiras da mesa de jantar, lendo uma revista tranquilamente.
- Pois não, querida? – Kayla perguntou, sem sequer retirar seus olhos da revista.
- Você viu a minha calça jeans? – ela perguntou, bagunçando o cabelo. – Eu a separei para ir com ela para a escola hoje, mas quando fui me vestir, não a achei.
Kayla fez uma cara esquisita.
- Ah, aquela calça que você sempre usa? – Rachel assentiu. – Eu a coloquei para lavar.
Sabe quando você sente como se fosse ter um ataque do coração? É, Rachel estava quase lá.
- Você O QUÊ?! – Ela surtou.
- Filha, estava muito suja. Você sempre a usa, e eu achei que deveria coloca-la para lavar.
- Mas, mãe, todas as minhas calças estão para lavar. – Rachel choramingou. – Com o que eu vou para a escola hoje?!
Sua mãe fez uma cara pensativa, e então um sorriso surgiu em seus lábios.
- Quando eu fui para Los Angeles, comprei uma coisinha para você. – sua mãe disse, dando uns passos para dentro do quarto onde dormia, fazendo Rachel ficar parada lá, com o cenho franzido. E logo sua mãe voltou, com o pior pesadelo de Rachel em seus braços. – Que tal?
Rachel arregalou os olhos.
- Tira isso de perto de mim. – Rachel disse, dando três passos para trás, enquanto sua mãe fazia uma cara confusa.
- Mas, filha, é só uma saia.
- NÃO! Isso não é uma saia, isso é o demônio – Rachel disse, com uma cara espantada.
Sua mãe pestanejou, ainda segurando a minissaia em suas mãos.
- Mas você usava tanto quando você era criança. – Sua mãe tentou mais uma vez.
- Isso mesmo! Eu era criança na época, os caras não ficavam olhando para mim. – Rachel deixou sua cabeça tombar para o lado, pensativa. – Pelo menos, não os normais.
- Mas Rachel, é só isso que você tem para usar hoje. A não ser que você vá só de calcinha. – Sua mãe provocou. – Aí que eles vão olhar mesmo.
Rachel soltou um gemido de raiva, e parou por um momento. Depois de alguns minutos em silêncio, ela deduziu que estava atrasada, e que realmente não tinha outra opção.
- Okay, me dá essa coisa. – Rachel disse, e sua mãe imediatamente lhe deu a saia. E então Rachel estreitou os olhos para ela. – Mas da próxima vez que você for comprar roupas para mim, eu vou junto, fui clara?
Kayla apenas assentiu, um sorriso brincando em seus olhos.
Cinco minutos depois...
- Cadê a Rachel, mãe? – John reclamou, enquanto terminava seu café da manhã. – Nós já estamos atrasados.
- Ela foi terminar de se trocar, filho. – Kayla disse, calmamente. – Acho que está tentando evitar descer. – e deu uma pequena risada.
John franziu o cenho, pronto para perguntar o que era, quando escutou o barulho dos tênis all-star de sua irmã batendo na escada. Quando ele se virou, imediatamente arregalou os olhos.
Tudo que saiu de sua boca foi:
- Uau.
Rachel imediatamente ficou vermelha, e estreitou os olhos para ele.
- Fica quieto.
- É, John. – Kayla riu, jogando um pano em seu filho, que ainda olhava para a irmã. – Pare de olhar para as pernas da sua irmã.
- Não estou olhando, só... Eu nunca tinha notado como elas... – John deixou a cabeça cair pro lado. – Eram tão torneadas.
Tomou quase todo o controle possível em Rachel para que ela não jogasse sua mochila pesada no irmão.
Era exatamente por isso que ela não gostava de saias, pior ainda de minissaias.
Usava uma blusa branca de botões, e por baixo, um top vermelho. Sua típica jaqueta de couro também estava envolvida. Porém, por causa de sua adorável mãe, ela agora usava uma minissaia jeans, que não durava nem até o meio de suas cochas. Ela tentava inutilmente baixar a saia, para que esta a cobrisse mais, o que obviamente não estava funcionando. E seus normais e usuais tênis de marca Converse.
- Podemos ir logo? Como John disse, estamos atrasados. – Rachel disse, enquanto agarrava uma maçã, e dava uma mordida.
- Você vai mesmo para a escola assim? – John provocou, um sorrisinho de maldade surgindo em seu rosto.
Se olhares matassem, John sabia que ele estaria mutilado e queimado no chão.
-------------x--------------
- Você quer que eu te acompanhe até a sala?
- Claude, me deixa.
- Não. Não vou tirar meus olhos de você até você fazer 60 anos.
- Ugh.
- Não faça cara feia para mim. Você fez sua cama. Agora se deite nela.
- Você anda passando muito tempo com a Rachel, sabia?
- Fica quieta.
Era isso que Claude e Carlie discutiam enquanto chegavam à escola. Tinham acabado de estacionar a moto no estacionamento, e agora andavam em direção à instituição. Carlie amava seu irmão profundamente, mas ela nunca quis tanto que uma garota chegasse e o agarrasse como ela queria no momento.
Mas quem apareceu foi Nathan.
- Hey, gente. – ele disse, enquanto se aproximava.
- Hey, Nate. – Carlie falou, se animando um pouco mais. A presença de Nathan lhe passava, de certa forma, um conforto inexplicável.
- Fala, McCartney. – Claude disse, sem sequer olhar para o rapaz direito.
Carlie quase teve vontade de rir. Não era como se seu irmão desgostasse de Nathan, ele era simplesmente daquele jeito.
- Fez o dever de história? – Nathan perguntou, enquanto olhava ao redor.
Carlie imediatamente soltou um palavrão, o que causou que algumas pessoas parassem e olhassem na direção dela.
- Eu sabia que tinha me esquecido de alguma coisa! – ela disse, passando a mão sobre seu cabelo, bagunçando-o.
- Se a Elisa te ouvisse... – Claude murmurou, ganhando um olhar feio de Carlie. – Que foi? Já tá com fome? Porque você acabou de comer três torradas, desse jeito você vai ficar gorda.
- Você é tão adorável. – Carlie disse, ironicamente.
Claude deu de ombros.
- Eu tento.
Nathan soltou uma leve risada.
- Cadê a minha terceira sombra? – Carlie perguntou, olhando ao redor, e se referindo à Rachel.
- Sei lá. Provavelmente deve tá chegando. – Claude acenou para Jake assim que o viu. – Tenho que ir. McCartney, cuide bem da minha irmã, se não cuidar... Vou fazer você desejar nunca ter me conhecido.
Claude nem deu ao rapaz uma chance de responder, e logo ele já não estava mais ali.
- Meu irmãozinho. Tenho tanto orgulho dele. – Carlie comentou, num tom sarcástico, enquanto Nathan sorria. – Como você está?
- Me sinto bem. Saudável. – Ele disse, respirando fundo. – Você?
- Estou voltando aos trilhos. – ela disse, dando-lhe um sorriso firme. – Não me sinto mais tão triste, sabe?
A feição de Nathan endureceu enquanto ele observava algo.
- Desculpa, Carlie, mas eu acho que esse pensamento está prestes a mudar.
Carlie franziu o cenho, e olhou na mesma direção que Nathan olhava, para então suspirar tristemente.
Lá estava ela, Alexia Davis, agarrada com seu namorado. Carlie às vezes suspeitava que a razão de Alexia ser tão magrinha era o fato de que ela deixava as pessoas lhe sugarem o tempo todo. Carlie não ia mentir, ela queria ser uma daquelas pessoas.
- Eu oficialmente desisti, sabe? – Carlie disse, sentindo o olhar de Nathan sobre ela. – Eu não tenho chance nenhuma com ela.
- Por que você acha isso? – Nathan perguntou, erguendo a sobrancelha.
- Não é óbvio? Ela gosta de garotos. – Carlie ergueu suas sobrancelhas. – Sei que algumas pessoas não percebem isso, mas eu aconteço de ser uma garota, e não um garoto.
Nathan esticou os lábios.
- Eu acho que você só está procurando razões para fazer seu coração doer menos. – ele disse, com um tom de razão. – Mas eu vou deixar isso quieto, okay? A decisão é sua.
Ela sorriu, e assentiu.
- Obrigada, Nathan.
Ela realmente agradecia a Deus por ter colocado aquele menino em sua vida.
-------------x---------------
Eu quero MORRER!
Era exatamente isso que Rachel pensava enquanto ela descia do seu carro, e logo maior parte dos olhares se desviou para ela, muitos boquiabertos.
Não demorou muito para que Ivy viesse ao encontro dos irmãos Woodsen, e ela tinha um olhar irônico e sorridente, como sempre.
- Olhe, se não é meu namorado John. – ela disse, se atirando nos braços de John, beijando-lhe rapidamente nos lábios. Assim que estava terminada, Ivy se virou para sua amiga, que lhe observava desconfiadamente. – E aqui está minha amiga Rachel. Mas não fique com ciúme, querida. Com essas pernas, até eu lhe namorava.
- Eu te odeio. – Rachel disse, fazendo bico.
- Hamham. – Ivy disse, rindo, enquanto se aproximava, e lhe abraçava. – Mas eu falei sério. Eu nunca percebi o quanto suas pernas eram bonitas. E isso porque você já se trocou na minha frente, viu?
- Por favor, parem de falar nisso. – Rachel choramingou. – Eu não aguento mais ouvir comentários sobre esta saia diabólica.
- Não acho que seja algo diabólico, tá mais pra um presente de Deus. – disse uma voz que se aproximava, e assim que olharam, viram que era Jake. – Hey, babe. – ele disse, lhe dando um suave beijo nos lábios.
Ela lhe deu um leve sorriso.
- Agora... Hm, por mais que eu ame as suas pernas, o que lhe bateu na cabeça para exibi-las hoje? – Jake perguntou, enquanto passava o braço ao redor dos ombros dela.
- Minha mãe. É uma longa história. Trágica, e a pior que eu poderia contar. – ela suspirou. – Cadê o fiel escudeiro?
- ‘Cê sabe como o Claude é. Vê uma fêmea, e parece que os outros não existem. – Jake disse, erguendo as sobrancelhas para ela, lhe fazendo rir levemente.
- Que bom que ele não está aqui então. Não preciso de mais comentários hoje sobre esta... Saia desprovida de tamanho. – Rachel disse, com desgosto.
Os outros riram.
- E a Carlie? – Rachel perguntou, de repente. – Onde ela está?
- Claude me disse que ela já tinha entrado. – Jake disse.
- Bem, o sino vai tocar em um minuto, então sugiro que nós façamos o mesmo. – Ivy disse, enlaçando seu braço no de John. – Vamos?
Os outros apenas assentiram, e começaram a andar em direção a enorme porta da escola.
--------------x----------------
Enquanto seus amigos conversavam e iam para as aulas, Claude estava preso no armário do zelador com Janice Portman, num amasso intenso. Tanto que ele mal ouviu quando o sinal tocou duas vezes.
- Sabe, as pessoas sempre me disseram como você era bom... – Janice gemia. – Mas eu sempre tive uma pequena dúvida. – ela sorriu ofegante para ele. – Mas agora eu sei.
- Sabe o quê? – Claude perguntou, enquanto afundava seu rosto no pescoço dela.
- Que você é o melhor cara que eu já beijei. – ela disse, dando-lhe um enorme sorriso.
Claude retirou o rosto do pescoço dela, e subiu o rosto até ficar cara a cara com ela.
- Não me diga algo que eu já não sei. – Ele falou, antes de puxá-la para si, e beijá-la profundamente mais uma vez. Ela lançou os braços ao redor do seu pescoço, enquanto ele deixava que suas mãos viajassem ao redor do corpo dela.
Seus dedos imediatamente acharam as costas dela, por baixo da blusa apertada, e começaram a subir, e subir, até que seus dedos acharam o fecho do sutiã dela.
Porém, antes de qualquer reação, ele finalmente ouviu o sinal tocar, pela terceira vez (fato desconhecido por ele), e então arregalou os olhos, se afastando dela.
- Oh, merd*! – Ele falou, agarrando sua mochila, e colocando sua camisa de volta. – Eu tenho que ir, a aula já deve ter começado. Te vejo mais tarde... Hm... Eh...
- Janice. – A garota falou, firmemente.
- Isso aí. Tchau. – ele disse, abrindo a porta do armário, e saindo, deixando a menina para trás. Enquanto andava para a sala de Inglês, ele aproveitou e ajeitou os cabelos, pigarreando, e se sentindo nervoso ao perceber que os corredores estavam vazios.
Quando finalmente alcançou a sala, ele abriu a porta, e olhou ao redor. A sala toda se virou para ele.
- Oi, Sra. Sandler. – Ele disse, abrindo um sorriso Colgate. – Posso entrar?
- Você está atrasado, Sr. Hudson. – ela disse, cruzando os braços. – De novo.
- Me desculpe, querida. Eu sei que você sentiu minha falta. – Claude disse, erguendo as sobrancelhas para ela. – Não sentiu?
Metade da classe compartilhou uma alta risada.
- Vá se sentar, Sr. Hudson. A não sequer que você goste de receber detenções. – A mulher disse, se virando para o quadro, e voltando a escrever.
Claude suspirou, e começou a andar em direção a cadeira livre ao lado de Jake. Assim que se sentou, seus olhos caíram na garota que sentava ao lado deles, e seus olhos se arregalaram.
- Por que a Rachel tá de saia hoje? – Ele realmente estava chocado.
Jake deixou uma leve risada escapar.
- Ela não quis me dizer. Só disse que foi uma coisa lá com a mãe dela. – Jake disse, abrindo seu caderno. – Mas dá para perceber que ela não está nem um pouco feliz em ter que usar isso.
Claude sorriu para ele, e olhou para Rachel.
- Eu sei que eu estou – Claude disse, deixando seu olhar cair sobre as pernas cruzadas de Rachel.
Jake pigarreou, chamando a atenção de Claude.
- Ela ainda é minha namorada, sabia? – Jake avisou.
- Claro que eu sei. Mas isso não me torna cego. – Claude disse, erguendo as sobrancelhas, e recebendo um olhar repreensivo do amigo. – O que? Eu sou seu amigo, não um padre.
- Vamos só assistir a aula. Eu realmente preciso tirar uma nota boa nesse semestre. – Jake disse, rapidamente virando o olhar para o quadro, onde a professora começava a escrever algo.
Claude deu de ombros.
- Tanto faz.
-------------------x------------------------
Carlie passou metade da aula escrevendo os exercícios que o professor de História passava. Ela estava ficando cansada de ter que escrever tanto. Mas talvez esse fosse seu castigo por não ter feito o dever.
Ela desejou, por um momento, que tivesse herdado o dom de Claude para desenhar as coisas. Ele definitivamente sabia como passar o tempo, quando estivesse entediado. Mas ela não. Ela não sabia desenhar. E definitivamente não tinha o talento e a criatividade de Rachel para escrever.
Olhou por cima de seu ombro, e teve que prender o riso ao ver Nathan praticamente cochilando. Ela girou os olhos, e desviou-os para o professor Harry. E foi exatamente a mesma hora que ele decidiu parar de escrever, e se virar para turma.
- Aqui está o questionário que vocês irão usar no trabalho, que será em grupo. – Ele começou a falar, segurando firmemente entre seus dedos o piloto. – Para ninguém ficar de fora, nós vamos de acordo com a chamada, certo?
Carlie passou um tempo com o cenho franzido, quando levemente seus olhos se arregalaram, e ela percebeu o que estava prestes à acontecer. Só tinha uma pessoa na sala cujo nome começava com ‘A’, e nenhuma com ‘B’, o que indicava que...
- Alexia Davis e Carlie Hudson – O professor dizia, sem perceber horrorizado de Carlie. – Chloe Martinez e Daniel Courteney...
Enquanto o professor continuava a dizer as duplas, Carlie sentiu como se seu coração estivesse pronto para sair seu peito. Ela literalmente sentiu que seu coração tinha se movido de lugar, de tão forte que estavam as batidas.
O ar começou a faltar, e ela teve certeza que estava começando a suar. Ela sentiu os olhos de Nathan sobre ela, mas não conseguiu olhar para ele. Ela não conseguiu fazer nada. Era como se ela estivesse paralisada. Como é que podiam fazer aquilo com ela? Parecia até que Deus não queria que ela esquecesse Alexia!
- Hey... – ela sentiu a mão quente de Nathan pousando sobre seu ombro, e quase se sobressaltou. – Você está bem? – ele perguntou, preocupado.
Carlie não conseguia falar. Uma habilidade que ela tinha adquirido toda vez que algo envolvia Alexia. Então tudo que ela fez foi acenar, e olhar para longe. Resolveu que ficar na sua era melhor. Ela realmente preferia fazer aquele trabalho sozinha, pois ela realmente precisava tirar uma nota boa em história. O que nunca aconteceria, já que com Alexia ao seu lado, ela nunca conseguia fazer as coisas direito.
- Então... Na minha casa ou na sua? – Os ouvidos de Carlie foram invadidos por uma voz que ela raramente ouvia, e que era uma voz preciosa em sua vida. Ela engoliu em seco, e ao olhar para seu lado direito, achou-se encarando os profundos olhos azuis de Alexia.
- Eh... – Carlie não sabia o que dizer. Não que fosse novidade o fato de Alexia roubar suas palavras... E talvez também sua respiração. – P-pode ser na sua. – Ela odiava virar gaga na frente de Alexia.
- Okay, então. Que tal às três? Eu estou completamente disponível a essa hora. – Alexia disse, com um sorriso que quase fez Carlie desmaiar de tão lindo que era.
- Okay. – Carlie engoliu em seco, e agradeceu a Deus pela força que ele lhe deu para que ela não gaguejasse. – Te vejo lá então.
- Certo. – E então, quando Carlie menos esperava, Alexia tinha pegado sua mão. Carlie sentiu como se uma avalanche estivesse ocorrendo dentro dela enquanto Alexia segurava sua mão firmemente, mas não pôde evitar franzir o cenho quando viu Alexia pegar uma caneta, e começar a escrever em sua mão.
Ao ver o olhar interrogativo da garota, Alexia riu levemente, soltou sua mão assim que acabou, e explicou:
- Você precisa do endereço da minha casa, certo?
- Oh. É. – Carlie pestanejou. – Okay.
Será que eu poderia soar mais estúpida?, ela se perguntou mentalmente.
- Agora vamos prestar atenção na aula. – Alexia disse, se inclinando mais para frente, e, inconscientemente, prensando seus cotovelos contra seu torso, forçando seus seios a aparecerem um pouco mais do que já apareciam.
- Hm, é... Tá. – Foi tudo que Carlie disse, fechando seus olhos com força, e voltando a olhar para o professor.
Eu estava errada. Isso soou bem mais estúpido que antes, ela pensou enquanto suspirava e sacudia a sua cabeça negativamente.
-----------x--------------
Depois de mais algumas aulas, finalmente a hora de recreação chegou. Enquanto Ivy e Rachel pareciam se divertir conversando com as meninas da torcida, Claude e Jake estavam engatados numa conversa sobre carros e motos.
Tudo estava normal. Conversa vai e conversa vem. As horas passavam normalmente. Claude estava prestes a falar sobre algo, quando o celular de Jake tocou.
- Oh. Espera... – Jake disse, erguendo a mão, e pegando o celular. – Alô?
Claude assistiu, levemente desconfiado, enquanto Jake fazia uma cara estranha falando com alguém no telefone.
- Sim, eu me lembro... – ele disse, se levantando, e não passou despercebido por Claude que ele olhou rapidamente na direção de Rachel, onde ela conversava animadamente com as meninas. – Espera aí, o quê? – sem prévias ou avisos, Jake se levantou, e começou a andar para um lugar afastado.
Claude franziu o cenho. O que será que estava acontecendo? Por que seu amigo estava reagindo daquela forma? E quem diabos estava no outro lado da linha?
Não demorou mais que alguns minutos, quando Jake finalmente voltou, o celular desligado em sua mão, e um olhar de puro choque em seus olhos. Parecia até que ele tinha visto um fantasma.
- Jake? – Claude perguntou, começando a ficar preocupado. – O que aconteceu?
Jake não disse nada, no começo. Sua boca se abria e fechava feito a de um peixe, como se ele procurasse as palavras, mas não conseguia acha-las.
- Eu... – finalmente algo saiu da boca do rapaz louro. – Isso não pode ser.
Claude fez uma cara confusa.
- Cara, do que diabos você está falando?
Jake segurou seu celular firmemente, e um olhar perdido apareceu em seus olhos azuis.
- Você... Se lembra da garota com quem eu fiquei mês passado... Antes das aulas começarem? Uma loirinha, que mora lá pelos fins de São Francisco. – Jake perguntou, num tom para que apenas Claude lhe ouvisse.
Claude fechou a cara um pouco.
- Claro que lembro. Eu praticamente bati em você por ter ficado com ela. – A voz de Claude saiu levemente seca. – Por que a pergunta?
Jake ergueu o celular.
- Era ela.
- E daí? – Claude perguntou.
- Ela... – Jake engoliu em seco, e olhou ao redor, como se procurasse para ver se alguém estava escutando. – Ela me disse que está grávida.
Claude arregalou os olhos, quase se engasgando com sua própria saliva.
- O QUÊ?! Grávida?! – Claude exclamou, chamando a atenção de algumas pessoas, o que irritou Jake.
- Fala baixo, cara. – Jake disse, e imediatamente puxou o amigo pelo braço até um canto onde não havia ninguém por perto. – Você ficou maluco? E se a Rachel te ouvisse?
- To achando que talvez seria bom se ela ouvisse. – Claude falou, o tom de voz irritado. – Cara, você ficou maluco?! Além de ser infiel, você nem usa proteção?! Será que eu não te ensinei nada?!
- Se acalma, okay?! – Jake devolveu. – Você acha que eu queria que isso acontecesse? Foi só uma noite.
- Uma noite desprotegida, pelo o que eu estou vendo. – Claude disse, sacudindo sua cabeça negativamente. – Cara, eu te falei que esse negócio de trair não acaba em coisa boa.
- Eu sei, okay? Eu sei! – Jake bufou, correndo os dedos pelo cabelo loiro. – Mas talvez eu não seja o pai. Você sabe... Ela tem fama de ficar com todo mundo.
- Bem, é melhor para você que ela tenha ficado com outro cara na mesma semana. Há quanto tempo ela está... Você sabe? – Claude perguntou, olhando o redor.
- Um mês. – Jake disse, olhando para baixo.
Claude ergueu a sobrancelha para ele.
- E você ficou com ela há um mês.
- Tá, eu sei, eu fiz merd* - Jake suspirou fundo. – Eu disse a ela que iria falar com ela pessoalmente, hoje de tarde... Mas eu ainda não tenho carro. Você pode me levar?
Claude olhou para o amigo, com a expressão indignada por um longo período, mas depois de um tempo, ele parecia estar convencido.
- Tá. Eu te levo. – Claude disse, se recostando contra a parede.
- Ah, e... Não comenta nada disso com a Rachel, tá? – Jake disse. – Não quero que ela saiba disso.
Claude lhe encarou por um bom período.
- Você é mesmo uma bagunça. – Foi tudo que o mais alto disse, enquanto assentia, como se dissesse que não ia comentar nada.
Antes que Jake pudesse agradecer, o sinal tocou, e Claude tinha saído dali.
-------------x----------------
Depois de longas aulas, finalmente o sinal tinha tocado para que todos fossem liberados. Claude estava em seu caminho até a moto dele, quando foi parado por uma voz atrás dele:
- Hey, Claude!
Claude conhecia muito bem aquela voz.
Parou sua caminhada, e lentamente se virou para trás, olhando na direção da voz. Rachel andava apressadamente até ele, finalmente lhe alcançando.
- Hey. – ela disse, ofegante, por causa de sua corrida. – Eu preciso que você me faça um favor.
Claude olhou para ela de cima para baixo, um sorriso malicioso brincando em seus lábios.
- Querida, com essas pernas aí – ele disse, um tom de flerte. – Eu faço tudo que você quiser.
Rachel estreitou os olhos para ele, e lhe bateu levemente no ombro, causando uma risada nele.
- Pervertido. – ela disse, porém seu tom era de diversão. – Bem, de qualquer jeito... Olha, eu acho que a Carlie deve ter te falado sobre isso, mas quando a gente foi no shopping ontem, e tinha uma nova loja de música lá...
- Sons Of Lord – Claude disse, com um leve aceno.
- É. – Rachel disse. – E a gente entrou lá, e é super legal. Mas quando eu falei com o dono, ele disse que até agora não tiveram muitos clientes, e eu me ofereci para ajudar na divulgação.
- Okay. – Claude disse, acenando com a cabeça novamente. – E o que é que eu tenho a ver com isso?
- Bem... Eu pensei em fazer panfletos, com desenhos, mas... Hm... – Ela corou um pouco, enquanto retirava uns papéis de dentro de sua bolsa, e lhe mostrava. – Eu não desenho muito bem.
Assim que viu os desenhos dela, Claude teve que morder sua língua para não rir. E falhou.
- Cara, isso tá horrível. – ele disse, segurando os desenhos para olhá-los de mais perto.
- É. – Rachel disse, num suspiro frustrado. – Então? Você pode me ajudar?
- Claro que posso. Queimando isso. – ele disse, erguendo os desenhos dela, causando uma carranca nela.
- Não. Não estou falando disso. – Ela disse, num tom hesitante. Ele franziu o cenho enquanto observava os olhos esperançosos dela. – É que eu me lembrei daquilo que você me falou na festa de boas vindas, e...
- Não. – Claude disse, firmemente. – A resposta é não.
- Aaah, por favor, Claude. – ela disse, numa voz de criança. – Eu realmente preciso de você.
Claude olhou para ela, um leve sorriso brincando em seus lábios.
- Precisa de mim, hein? – ele falou, numa voz provocativa.
- É. – Ela disse, sem sequer perceber a brincadeira suja dele, e sem perceber o sorriso convencido que nasceu nos lábios dele. – Vai. Somos amigos agora, não é?
- Meio que amigos, Rachel. – ele a corrigiu. – Meio que amigos.
Rachel girou os olhos.
- Tanto faz, Claude. – ela falou. – Vamos. Me ajuda, por favor?
Claude respirou fundo, enquanto se deixava cair na armadilha de Rachel. Ela estava usando os olhinhos de criança, que lhe encaravam profundamente.
- Tá certo. Eu ajudo. – ele disse.
- Êba! – ela ergueu os braços, vitoriosa, e estava pronta para abraça-lo, quando ele tomou um passo para trás, fazendo com que ela franzisse o cenho, confusa. – O... O que foi?
- Nada de abraço. – ele disse, com uma careta. – Eu não gosto de abraços.
- Tá certo. – ela disse, deixando os braços caírem. – Bem... Ainda bem que você aceitou me ajudar. Eu já estava me preparando para te ameaçar.
- Me... Ameaçar? – ele perguntou, e ela assentiu com a cabeça. – E como você faria isso? – Ele perguntou, em tom de deboche.
- Bem... – ela cruzou os braços, um ar inteligente ao redor dela. – Eu ia ameaçar contar para as pessoas... – um sorrisinho de vingança nasceu nos lábios dela. – Que você fica emocional quando assiste Bambi.
Claude arregalou os olhos.
- Hey! Não envolva o Bambi nisso! – ele exclamou, causando uma risada alta em Rachel. – Você é mesmo uma bruxa.
- E você é um cara sensível. – ela disse, apertando as bochechas dele, fazendo com que ele fechasse a cara.
- Ah, para com isso. – ele falou, retirando as mãos dela do rosto dele. – Quando é que precisa ficar pronto?
- Hm... Bom, na verdade, você pode fazer três tipos de panfletos diferentes, então... – Rachel fez uma cara pensativa, quando finalmente lhe bateu uma ideia. – Aí eu tiro várias cópias para você não ter que cansar essas mãozinhas bonitas e delicadas.
- Hahaha. – ele deu uma risada sem humor nenhum. – Okay. Com uma condição.
Ela estreitou os olhos.
- Eu não vou deixar você pegar nas minhas pernas. – ela disse, firmemente.
Claude olhou para ela por um bom tempo, e deu um sorrisinho.
- Não era isso que eu ia falar, mas obrigado por me lembrar. – Ele disse, piscando o olho. – AA condição é que você não conte a ninguém que fui eu que desenhou. Feito?
- Feito. – ela disse, assentindo com a cabeça.
- Okay. Eu tenho uma coisa para fazer hoje às três e meia e vou sair de casa, então você tem que passar lá para buscar os desenhos antes desse horário. – ele disse, segurando a alça de sua mochila firmemente.
- Tá certo. – ela falou.
Os dois passaram mais que dois minutos apenas se encarando, num silêncio, enquanto as pessoas passavam por eles, deixando a escola. Quando Claude finalmente quebrou o silêncio:
- Sério, eu não posso nem tocar um pouco? – ele falou, olhando para as pernas dela.
Rachel deu uma longa risada.
- Te vejo mais tarde, Hudson. – ela disse, sorrindo, ajeitando sua mochila, e caminhando para fora dali, ainda sentindo o olhar de Claude queimando sobre ela.
CONTINUA...
Re: I Can't Stay (+16)
Heeey, gente! Desculpem pela demora.
Aqui vai a primeira parte do capítulo três, e eu acho que o tempo que alguém vai levar para ler, é o mesmo que eu devo levar para terminar os outros.
Posto a segunda parte assim que estiver pronta.
Ah, uma pequena observação: o sobrenome da Alexia é tanto Lopez quando Davis, porque o pai dela é Lopez, mas ela também tem o sobrenome da mãe que é Davis, certo? E eu sei que tens alguns errinhos de acordo com os capítulos, tipo o sobrenome da avó da Rachel, que eu tinha colocado que era Mariah Elizabeth Woodsen, mas o nome dela é na verdade Mariah Louise Cooper, então, mais uma vez, desculpem pelos erros.
E feliz natal atrasado para todo mundo aqui no fórum!
Beeeijos,
Lys.
Aqui vai a primeira parte do capítulo três, e eu acho que o tempo que alguém vai levar para ler, é o mesmo que eu devo levar para terminar os outros.
Posto a segunda parte assim que estiver pronta.
Ah, uma pequena observação: o sobrenome da Alexia é tanto Lopez quando Davis, porque o pai dela é Lopez, mas ela também tem o sobrenome da mãe que é Davis, certo? E eu sei que tens alguns errinhos de acordo com os capítulos, tipo o sobrenome da avó da Rachel, que eu tinha colocado que era Mariah Elizabeth Woodsen, mas o nome dela é na verdade Mariah Louise Cooper, então, mais uma vez, desculpem pelos erros.
E feliz natal atrasado para todo mundo aqui no fórum!
Beeeijos,
Lys.
Re: I Can't Stay (+16)
Sweet!
eu falei que não te abandonaria, and I didn't. negligenciei o fórum por um tempo, mas cá estou novamente.
Hoje tá corrido, amanhã começa a faculdade e tem muito o que eu arrumar ainda hoje, mas te prometo que lerei todos os capítulos de novo e comentarei aqueles que ainda não li. juro que jamais conseguiria sumir da tua escrita por muito tempo, so, here I am, baby!
amucê, gêmola. espero que esteja bem.
eu falei que não te abandonaria, and I didn't. negligenciei o fórum por um tempo, mas cá estou novamente.
Hoje tá corrido, amanhã começa a faculdade e tem muito o que eu arrumar ainda hoje, mas te prometo que lerei todos os capítulos de novo e comentarei aqueles que ainda não li. juro que jamais conseguiria sumir da tua escrita por muito tempo, so, here I am, baby!
amucê, gêmola. espero que esteja bem.
Re: I Can't Stay (+16)
Lyyyyyyyyyyyyyys, miiga, faz tanto tempo!
Tava dando uma olhada aqui nessa sua história antes de vir comentar! Tá muuito boa, e não posso prometer que vou comentar toda vez q vc postar um novo cap, mas prometo vir aqui sempre que puder para ler *--*
Adorei os personagens, (menos o Jake, por movitos óbvios) mas meu favorito é definitivamente o Claude. Ele é tão... HOOOT.
E sobre essas briguinhas aí do Claude e Rachel, só tenho uma coisa a dizer: THAT'S LOVE, BITCH!
Adorei a Carlie, seja com o Nathan ou com a Alexia.
E tb tem a Rachel. Ela sofre tanto, Lyys, coitada. Mas eu adorei o jeito que você descreveu ela. Ela é uma guerreira *-*
Mal vejo a hora da Rach terminar com o Jake, ele não merece ela. To começando a achar que ninguém merece a Rachel, pq ela é muito preciosa para esse mundo (#MomentoSam), exceto o Claude, caso eles dois fiquem juntos.
Mal vejo a hora de novos caps chegarem.
Bjkas, miiga, me manda uma MP assim q vc entrar no fórum para me avisar, tá?
Tava dando uma olhada aqui nessa sua história antes de vir comentar! Tá muuito boa, e não posso prometer que vou comentar toda vez q vc postar um novo cap, mas prometo vir aqui sempre que puder para ler *--*
Adorei os personagens, (menos o Jake, por movitos óbvios) mas meu favorito é definitivamente o Claude. Ele é tão... HOOOT.
E sobre essas briguinhas aí do Claude e Rachel, só tenho uma coisa a dizer: THAT'S LOVE, BITCH!
Adorei a Carlie, seja com o Nathan ou com a Alexia.
E tb tem a Rachel. Ela sofre tanto, Lyys, coitada. Mas eu adorei o jeito que você descreveu ela. Ela é uma guerreira *-*
Mal vejo a hora da Rach terminar com o Jake, ele não merece ela. To começando a achar que ninguém merece a Rachel, pq ela é muito preciosa para esse mundo (#MomentoSam), exceto o Claude, caso eles dois fiquem juntos.
Mal vejo a hora de novos caps chegarem.
Bjkas, miiga, me manda uma MP assim q vc entrar no fórum para me avisar, tá?
Página 2 de 2 • 1, 2
Fanfics :: Categorias :: Livros :: Em Andamento
Página 2 de 2
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos