Just The Way You Are

POV Philip

Enquanto carregava a sereia, me perguntava qual seria o seu nome. Mas não ousava perguntar, pois ela não falara nada até agora.

Até então, eu ia olhando para frente, mas quando baixei os olhos, percebi que ela olhava fixamente para mim.

-Me perdoe – murmurei, para que nenhum dos outros piratas ouvissem. – Por ter deixado eles pegarem você.

Ela deixou escapar um minúsculo sorriso, como se me perdoasse.

-Qual o seu nome? – perguntei, ainda murmurando.

Ela hesitou. Parecia não ter certeza se podia confiar em mim.

-Syrena. – respondeu, por fim. – Você é o Philip, não é?

POV Syrena

-Sou – respondeu o pirata missionário.

Ele era… encantador. Diferente de todos os humanos que estavam ali.

-Não vou deixar que te machuquem – falou Philip.

-Por quê? – perguntei, murmurando. Eu tinha certeza que todos ali me torturariam, somente para conseguir uma lágrima.

-Porque… você é diferente de todas as mulheres que já conheci. Eu gosto de você.

POV Philip

Não sei como ela iria entender isso. Esperava que ela entendesse como realmente era: Eu a amava. Daria a minha vida para protegê-la.

Syrena não falou mais durante toda a viagem.

Quando chegamos a um ponto escolhido, tiraram Syrena dos meus braços a força, e amarraram-na, de modo que apenas suas pernas – que se transformaram em cauda novamente – ficassem dentro da água.

Percebi, em seu olhar, que aquilo estava machucando-a. Me ajoelhei ao seu lado, já que ninguém parecia se importar com ela.

Arrumei uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

-Vai ficar tudo bem – murmurei. Me senti culpado, pois sabia que isso era mentira. Não ia ficar tudo bem. Eles fariam Syrena sofrer. E só de pensar, sentia um aperto no meu coração.

POV Syrena

As cordas apertavam meus punhos com força, mas o fato de ter Philip ao meu lado já diminuía a dor. Me sentia segura ao seu lado, mas não podia demonstrar isso. Sabia que se os piratas descobrissem o que eu sentia por ele, iriam fazê-lo sofrer, e eu não queria isso.

-Você é tão linda – Philip murmurou, enquanto olhava meus olhos. Senti meu rosto ficar vermelho.

-Philip… eu também gosto de você. Gosto muito. – falei, e ele sorriu. Ao longe, alguém chamou-o.

-Tenho que ir. – falou, enquanto se levantava. – Me perdoe.

Enquanto ele ia até um dos piratas, virava o rosto para ver como eu estava.

Ele pode ser um humano, pode fazer parte dos que odeiam a mim e as minhas irmãs, mas eu o amo exatamente como ele é.