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*** My Heart Belongs to You ***

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Mensagem por Jess Silver Seg Ago 13, 2012 8:08 am

Parte 6


Eu não fazia ideia que a casa de Drake ficaria tão longe das outras! Mas estávamos andando há mais de uma hora e ainda não tínhamos chegado, e ficava mais escuro a cada minuto que passava. Pela primeira vez comecei a ter algum medo verdadeiro daquele lugar, e desejei que Drake tivesse escolhido outro lugar para falar comigo que não a sua casa. Mas agora era tarde demais pra voltar atrás e lhe pedir que me deixasse voltar pra casa. Já tinha decidido que nessa noite receberia as respostas pra todas as minhas dúvidas.
- Você tem medo. – Murmurou Drake, não como uma pergunta, mas sim como uma afirmação inabalável.
- Não é bem bem medo, sabe... é só que está muito escuro por aqui, e sinto-me quase como se estivesse perdida...
- Comigo você nunca estará perdida, Juliana. Eu conheço essa terra como a palma das minhas mãos. Você consegue ver, ali ao fundo? Aquele telhado no meio das árvores? É minha casa, já estamos quase lá.
Semicerrei meus olhos pra enxergar melhor o que ele me dizia que visse, mas o telhado de que Drake falava ainda não passava de uma sombra mais escura na própria escuridão, e ainda muito longe de nós. Mas, subitamente, senti como se uma onda de calma e alívio muito fortes me inundassem nesse momento, porque pelo menos já tínhamos um ponto concreto para onde nos dirigirmos. Então segui Drake sem reclamar mais, e deixei que ele me guiasse até sua casa.
Mas não me passara pela cabeça que ela fosse tão pequena e em tão mau estado como aquele casebre tosco que se erguia diante de meus olhos arregalados. Olhei pra Drake, tentando entender se aquilo era alguma espécie de brincadeira, mas ele não sorria nem parecia minimamente estar gozando comigo. Subiu ao alpendre e abriu a porta, que se afastou com um ranger horroroso, e aí Drake se virou para trás, me oferecendo passagem em primeiro lugar.
- Drake... – Murmurei, procurando algo de jeito pra dizer, mas ele se limitou a sorrir docemente e me incitou a entrar.
Por isso engoli em seco, deixei de lado o medo – que agora me consumia mais fortemente que nunca – e entrei na sua velha casa.
Drake fechou a porta e acendeu a luz do velho candeeiro de teto, e a luz iluminou uma pequena saleta praticamente redonda, e espantosamente confortável, tendo em conta o aspeto que a casa tinha no exterior. Drake me fez sinal pra me sentar na única poltrona da saleta, enquanto passava por mim e se dirigia à zona da cozinha, separada da sala por um balcão de pedra que, ao que parecia, servia também de mesa de refeições. Ouvi Drake remexer nos armários e pôr algo a aquecer num bule, mas consegui conter minha curiosidade e me limitei a sentar na poltrona, que era surpreendemente confortável, e a esperar que Drake voltasse pra junto de mim.
Ele não demorou, e segundos depois vinha de novo pra zona da sala e se sentava no colchão, coberto com lençois e alguns cobertores, que estava estendido no chão do espaço livre da saleta, o que a tornava ainda mais pequena do que o suposto. Drake se sentou no colchão, de frente pra mim, e sorriu.
- O que você acha de minha humilde casinha? – Perguntou, num tom irónico e com um sorriso brincalhão nos lábios.
- Estava esperando outra coisa, tenho de confessar...
- Eu já esperava que dissesse isso. Mas é tudo o que eu preciso agora. Pra quê ter uma granda casa no centro da aldeia, se não posso ser visto por ninguém? Aqui é melhor. Tenho minha privacidade, e sou livre de fazer o que quiser.
Eu ouvia cada palavra que ele dizia com imensa atenção, mas me centrei principalmente na parte do “se não posso ser visto por ninguém”. Quando ele disse isso eu me lembrei subitamente do pavor de Denise e dos seus amigos a que eu me encontrasse mais vezes com Drake, e a insistência deles pra que eu agisse como se nem sequer o conhecesse. Era quase como se fosse proibido contar a todo o mundo que esse garoto misterioso e fabuloso existia mesmo.
E estava na hora de eu entender finalmente o porquê.
- Drake... porquê você não pode ser visto por ninguém?
Ele hesitou em responder, e desviou o olhar do meu, como se a resposta fosse demasiado difícil – ou demasiado má – e ele tivesse receio da minha reação. Decidi então que tinha mesmo de deixar o receio pra trás das costas e encarar a situação de cabeça erguida e com coragem, como minhas amigas sempre me tinham dito que fizesse. Respirei fundo e levantei-me da poltrona, sentando-me ao lado de Drake no colchão (que na verdade era bastante fofo, de certeza eu dormiria bem ali) e pousei a mão no ombro de Drake, dedicando-lhe meu sorriso mais reconfortante.
- Você pode confiar em mim. Sei que tem medo disso, porque só me conheçe há duas noites, mas eu juro que não vou contar pra ninguém o segredo que você guarda, e que todo o mundo tá tentando esconder de mim.
Drake fixou os seus poderosos olhos nos meus e senti como se meu corpo inteiro se tivesse transformado em gelatina, de repente.
- Você promete mesmo? Porque talvez você não entenda ainda, mas se eu te contar meu segredo, e você o contar depois pra alguém, eu serei obrigado a te matar.
Me arrepiei seriamente quando o ouvi dizer aquilo, mas não havia qualquer dúvida na minha cabeça daquilo que eu faria, nem hesitei em responder.
- Se eu prometi que não falaria pra ninguém, é a verdade. Não vou contar. Agora você vai finalmente confiar em mim ou não?
O sorriso dele tornou-se de repente mais largo e ameaçador, ao contrário do que eu esperava que acontecesse, e quando falou, a sua voz e as suas palavras provocaram um intenso arrepio que me desceu pela coluna.
- Eu vou, Juliana. Meu segredo é que eu... eu sou um vampiro.
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Mensagem por Jess Silver Seg Ago 13, 2012 4:34 pm

Parte 7


- Você... você é o quê?!
- Eu sou um vampiro, Juliana. Era isso que eu não queria te dizer, e que sua prima e seus amigos tanto tentaram esconder de você. Como vê, não é algo fácil de saber, nem um segredo fácil de esconder.
Respirei fundo, ainda sentindo minha cabeça andar à roda como se fosse explodir. Meu Deus, ele era um vampiro, um assassino morto-vivo... como eu podia ter estado tão interessada nele?! Como eu podia ainda sentir meu coração a bater a mil só por estar perto dele? Onde eu tinha minha cabeça?! Ele podia me matar a qualquer instante!
- Agora você tem mesmo medo. – Afirmou Drake, desviando o olhar do meu.
- Claro que tenho... você vai me matar!
- O quê? – Drake parecia chocado com minhas palavras. – Matar você?! Não, eu não farei isso!
- Porque não?
- Porque... eu, hum... Juliana, eu começo a gostar de você... realmente, e eu não te quero mal nenhum... prometo que, no que depender de mim, ninguém irá machucar você, muito menos eu.
- Como você pode prometer algo desse género?
- Porque eu confiei em você pra te contar meu segredo. Não acha que, se eu não sentisse algo real por você, teria simplesmente dito a você que não queria mais te ver? Me teria simplesmente afastado? Mas não, eu estou aqui, e contei pra você! Isso é sinal de que pode confiar em mim!
Eu queria tanto acreditar nas suas palavras, deixar-me contagiar pela sinceridade que emanava de seus olhos profundos e hipnotizantes... talvez ele estivesse mesmo dizendo a verdade. E agora era tarde pra voltar atrás, tarde pra não saber de tudo isto. Agora que Drake me tinha deixado realmente entrar em seu mundo, eu já não podia sair de lá.
- Você realmente não precisa ter medo de mim... – Sussurrou, enquanto aproximava mais o rosto do meu. – Jamais pensaria em machucar você...
- Eu acho que... que acredito em você.
- Isso é ótimo. – O sorriso aumentou mais no seu rosto. – Agora eu irei responder a todas as suas perguntas. Prometo.
- A todas mesmo? – Me empolguei perante essa ideia.
- Sim senhora!
E dei por mim, ao contrário do que imaginara, a deixar de sentir medo de estar junto dele, e a sentir apenas um entusiasmo enorme. Durante o que me pareceram horas eu fiz todas as perguntas que queria fazer pra Drake e ele me respondeu sempre, e quanto mais ele falava, mais fascinada eu me sentia pelas coisas que ele dizia, pela maneira como lidava com sua nova vida, e entendi também o medo de Cassidy, Denise e dos outros quando souberam que eu já conhecia Drake.
E mesmo que ele não me tenha dito, entendi de imediato que ele amava Cassidy. Era tão obvio, pela maneira como ele falava dela, pela maneira como seus olhos brilhavam quando mencionava o nome da menina, era demasiado notável o carinho que ele lhe tinha. E quanto mais falávamos, mais me apercebia que, no final, tudo o que poderia ter dele seria sua amizade.
Mas não fiquei triste com isso. Afinal de contas, eu morava no outro lado do mundo, como poderia, em menos de um dia, ter um romance tórrido e maravilhoso com um vampiro? Por uns segundos ainda me imaginei na pele da Elena Gilbert, com minha própria versão de Damon Salvatore diante de mim, mas logo afastei esses pensamentos de minha mente. Drake poderia ser meu amigo, sim, e eu queria muito isso. Não contaria seu segredo pra ninguém, iria protege-lo com minha vida, tal como tinha prometido.
Quando a nossa longa conversa terminou, faltavam poucas horas pro amanhecer, e Drake decidiu que era melhor me levar de volta a casa de minha prima antes do nascer do Sol, porque nesse momento ele já não poderia andar fora de casa. Assim fizémos o caminho de regresso pelos montes e vales cobertores de neve até casa de minha prima, sempre a conversar sobre as nossas vidas e os nossos sonhos, e só parámos quando chegámos na porta de entrada.
Aí chegou a hora de me despedir dele, porque sabia que não o voltaria a ver no dia seguinte. Nesse momento, para minha surpresa, meu coração se encheu de pesar. Aquelas horas passadas na companhia dele, ouvindo tudo o que ele tinha pra me dizer, me tinham feito sentir tão próxima dele como se o conhecesse há séculos.
- Drake... – Murmurei, me virando de frente pra ele.
O sorriso nos seus lábios era uma mistura de tristeza e compreensão, como se ele sentisse o mesmo que eu.
- Eu entendo. Mas você já sabe, sempre que vier pra Olliver’s River e quiser falar eu estarei aqui, pronto pra te ouvir.
- Não é propriamente como se você pudesse ir pra outro lugar qualquer. – Soltei uma gargalhada abafada, e ele me acompanhou.
- Você tem razão. Agora melhor entrar antes que seus tios se passem da cabeça e alertem a polícia.
Assenti, mas sabia que não ficaria em paz comigo mesma se não me despedisse seriamente dele, por isso me enchi de coragem e joguei os braços em volta do pescoço dele, respirando fundo o seu perfume delicioso uma última vez, e pra minha surpresa, Drake me abraçou também contra seu corpo, como se não me quisesse largar mais.
- Quem sabe... se as circunstâncias fossem outras, talvez nós pudéssemos ter sido mais que simples amigos... – Sussurrou no meu ouvindo, dando uma gargalhada no final.
Concordei com ele. Esse tinha sido meu objetivo na primeira noite, mas depois de ouvir tudo o que ele me dissera, entendi que o lugar de Drake, por agora, era com Cassidy.
- Tenho certeza que a Cassie vai entender o quanto você a ama e como é a pessoa certa pra ela. E já sabe, se precisar de algum conselho pode me ligar. Eu vivo no outro lado do mundo mas não estou incontactável.
- Eu sei disso. Obrigado Juliana, uma vez mais. – E depois se despediu me dando um suave beijo na testa.
Sorri, tentando esconder minha tristeza, enquanto lhe virava costas e entrava em casa de meus tios e prima, deixando que ele desaparecesse tão depressa como se se tivesse dissipado na noite, e embrenhado na escuridão que me envolvia. Denise abriu a porta e arfou de espanto quando me viu aparecer do nada.
- Juh! Você está bem! – Exclamou, enquanto me abraçava com força.
Um sorriso se desenhou nos meus lábios nesse momento, enquanto retribuía o abraço de minha prima.
- Estou ótima, Deny. Não precisa de preocupar comigo. Já não.
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Mensagem por Jess Silver Seg Ago 13, 2012 4:34 pm

Parte Final



Suspirei pela milésima vez e coloquei os auriculares em meus ouvidos, enquanto o sorriso se rasgava em meu rosto. Estava sentada no meu banco do avião, na viagem de regresso ao Rio de Janeiro. A despedida de Denise, dos meus tios e dos amigos deles tinha sido há menos de uma hora. Eu tivera realmente pena que Drake não pudesse ter vindo se despedir de mim ao aeroporto, mas sabia que ele tivera razões mais que suficientes pra não o fazer.
Mas esse fim de semana, embora tivesse passado a correr, ficaria guardado em minha memória para sempre, como a altura em que eu conhecera o rapaz mais misterioso, mais fantástico, mais deslumbrante e mais incrível que eu alguma vez sonhara conhecer em toda a minha vida. Tinha ficado a promessa de que, quando ou se eu alguma vez voltasse pra Olliver’s River, ele estaria aqui, esperando por mim, para matar as saudades que certamente teríamos um do outro. Tal como estariam também a minha prima e os seus amigos, que apesar de todos os incidentes tinham gostado de me receber nas suas vidas.
Claro que os meus tios não faziam ideia de que eu conhecera o segredo mais bem guardado de Olliver’s River. Mas eu também não contaria pra ninguém. Quem alguma vez iria acreditar em mim, se dissesse que tinha conhecido um vampiro no fim do mundo?
Nah. Isso parece apenas uma histórinha de fantasia.
Mas será que, no final, nossa vida não é na verdade uma longa fantasia?
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Mensagem por JuhSalvatore Seg Ago 13, 2012 5:29 pm

nhaaaw, que lindeza! *-* amei demais mesmo, amora!
exatamente tudo o que eu podia pedir e muito, muito mais!
ta linda, de verdade! *-*
perfeita, perfeita, perfeita. to sem palavras aqui.
amei demais mesmo. muito obrigada, viu Jess?
amucê demais, garota talentosa!

Ta, deixa eu aumentar esse comment, que tá ridiculamente desproporcional à qualidade da short que você fez pra mim.
eu amei a maneira como você fez para mostrar como a Juh se sentiu com relação ao Drake, e como era difícil para ele enfrentar toda aquela barra de ser um vampiro, quase sem ninguém com quem contar. amei como a amizade deles floresceu de um dia para o outro, como eles conseguiram fazerem-se entender, mesmo com toda essa situação, pesada demais para qualquer outra pessoa enfrentar. a sensação de confiança, de carinho e carisma que esses dois deixam transparecer com a sua relação é simplesmente mágica.
como disse acima, estou completamente sem palavras para descrever o quanto amei essa fic, o quando ela foi perfeita e o quanto estou feliz por ter sido dedicada a mim. realmente, um presente muito mais que especial, de uma pessoa tão boa e talentosa quanto você. você, que tem esse jeito tão único de escrever, que nos transporta para dentro da história e nos coloca entre os personagens... eu simplesmente não tenho palavras pra dizer o quanto amei isso tudo.
sério, um dos melhores presentes que eu já recebi em toda a minha vida.
novamente, muito obrigada mesmo pela magia dessa tua história maravilhosa. te sou realmente grata, viu?
e desculpa pela repetitividade e pela quantidade de clichês com os quais loto suas fic por meio dos meus comentários, mas realmente, jamais encontraria palavras suficientemente boas para expressar tudo isso por mim. é uma sensação única, maravilhosa.
amei mesmo mesmo.
obrigada por tudo isso. só você mesmo para fazer algo tão lindo por mim, viu?
amucê, Jessie. jamais poderei agradecer por tudo.
beijoos
JuhSalvatore
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